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Metalografia Quantitativa

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Aula 11 - Metalografia Quantitativa

(ou Estereologia)
Estudo das relações entre estruturas tridimensionais de
uma amostra e seus parâmetros de medidas a partir de
imagens bidimensionais.
Grafita no
Ferro Fundido

Imagem bidimensional

Imagem tridimensional
Objetivo da Metalografia
Quantitativa
O conhecimento da composição
microestrutural de um material é de
fundamental importância nas suas
propriedades mecânicas.

A quantificação das microestruturas em uma


amostra metalográfica permite um melhor
controle de qualidade do material.
Como é difícil a análise interna do metal em 3D
a Metalografia Quantitativa utiliza metodologias
de observação bidimensionais e transpõe os
resultados para 3D.
Caracterização da
Microestrutura
• A caracterização da microestrutura e sua
correlação com as propriedades mecânicas
são de fundamental importância, pois as
frações das fases presentes na
microestrutura definem a dureza, a
resistência mecânica e a ductilidade do
material.

• Também a morfologia – o formato – das


fases, bem como a natureza e a densidade
dos contornos presentes atuam de maneira
fundamental na caracterização das
propriedades mecânicas da peça metálica.
Aplicações da Metalografia
Quantitativa
De modo geral a Metalografia Quantitativa é uma
ferramenta usada no estudo de fenômenos metalúrgicos,
gerando informações sobre:

• Transformação de fases: determinação de fração


volumétrica de fases presentes no metal;
• Precipitação: determinação de fração volumétrica, tamanho
e grau de dispersão dos precipitados;
• Solidificação: determinação da morfologia da grafita e da
microestrutura dos ferros fundidos em termos gerais.
• Inclusões não metálicas: determinação do grau de limpeza
do aço, caracterizando a fração em volume e a morfologia
das inclusões não metálicas – óxidos, sulfetos, nitretos –
que ele possas conter
Local da Observação
• Normalmente a microestrutura varia
estatisticamente de um ponto a outro da amostra
que está sendo analisada.

• Logo, para que o valor final do parâmetro em


estudo tenha significado estatístico, é necessário
que ele seja calculado a partir da média de um
número mínimo de observações – ou campos
metalográficos - , o qual é função grau de
flutuação estatística das medidas na
microestrutura e da precisão desejada.
• Outro cuidado que deve se ter é o da escolha do
plano de análise (anisotropias)
Medidas Básicas

Fração Pontual
A fração pontual Pp é definida pela razão
entre o número de pontos incidentes Pc
no objeto de interesse, pelo número total
de pontos de uma determinada grade P,
sendo expressa por:
Pp=Pc/P
Determinação da Fração Pontual
• Neste método, podem aplicar-se técnicas com a
distribuição de pontos:

• De maneira causal, ou seja, pontos dispostos ao


léu (menor precisão) Neste caso pode-se utilizar
como ponto de ensaio um cruzamento de retículo
de uma ocular segundo o método de Glagolev,
• Método de Glagolev: movimenta-se o cursor da
mesa do microscópio em quantidades discretas e
aleatórias e anotando cada vez que o ponto de
ensaio cai na configuração a quantificar.

• Com uma distribuição regular nos nós de um


reticulado de malha quadrada (maior precisão)
Exemplo: Determinação da fração de pontos Pp
incidentes em cada fase:

1- Desenhar um reticulado
simétrico;

2- Contar o número de
grãos do tipo que se quer
calcular a fração que se
encontram nas
intersecção das linhas
horizontais e verticais

3- Dividir o número de
grãos das intersecções
com o número total de
intersecções presentes no
reticulado
Determinação da fração de pontos PP incidentes em
cada fase:

No exemplo ao lado:

Fração da fase
analisada=
12/100

Resposta= 12%

Em doze por cento


dos pontos
analisados verificou-
se a presença da
fase em estudo
Recomendações Básicas
• Os pontos que tangenciarem o grão
podem ser contados como ½
• Deve ser selecionada uma rede de pontos
na qual preferencialmente não mais que
um ponto incida sobre um mesmo objeto
(grão)
• O espaçamento da rede seja próximo ao
espaçamento entre objetos.
Recomendações Básicas
•Para grãos não orientados utiliza-se grade com linhas paralelas;
•Para grãos orientados utiliza-se grade com linhas radiais;
Aço Encruado Aço Recozido
Fração Volumétrica
• O que realmente queremos é a fração volumétrica
de uma fase em relação à outra ou às outras;
• A determinação da proporção de um constituinte
ou fase por unidade de volume é um método
moroso e extremamente fastidioso, pois, implica
em medidas de áreas em secções sucessivas,
obtidas por planos paralelos aleatoriamente
escolhidos, de modo a se obter V.
• Felizmente Delesse (1848) e Risiwal (1903)
demonstraram a equivalência da fração
volumétrica Vv e da fração pontual Pp desde que
a distribuição da fase ou constituinte seja casual e
suas medidas efetuadas aleatoriamente numa
seção polida representativa.

Vv = Pp
Determinação da Fração Volumétrica
• A determinação da fração volumétrica de uma
fase particular presente na microestrutura é feita
através da aplicação da determinação da fração
por pontos com uma rede sobre a imagem da
microestrutura, e contando-se o número de
pontos coincidentes entre a rede e a fase em
estudo.
• Essa contagem pode ser feita em fotos ou
diretamente no microscópio.
• A fração volumétrica da fase é calculada a partir
da média do quociente do número de pontos total
da rede a partir das diversas medidas efetuadas
Exercício: Determinar a fração volumétrica da fase
escura:
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Ferro fundido nodular abaixo (grafita e ferrita)
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Aço abaixo (ferrita e perlita)
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Aço abaixo (ferrita e perlita)
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Aço abaixo (ferrita e perlita)
Determinação da fração volumétrica
(outra bibliografia)
Outra metodologia sugere a determinação de percentual
de fase através de um reticulado quadriculado com
seomente 25 interseções (5X5).

São avaliadas três possíveis situações:


(1)O intercepto está totalmente sobre uma fase (+1)
(2)O intercepto não está sobre uma fase (+0)
(3)O intercepto está parcialmente sobre a fase (+0,5)

Este procedimento é repetido em ao menos sete regiões


diferentes da ilustração metalográfica e o resultado é a
média das frações obtidas.
Precisão Estatística
• Média Aritmética

Ex. Imagine que, no bimestre, João fez cinco atividades que valiam nota nas aulas de
matemática. Ele começou bem, mas terminou o bimestre mal. Tirou as seguintes notas:
9, 7, 5, 3, 2.
Qual será a sua média no fim do bimestre?

Para facilitar os cálculos, vamos adotar o seguinte padrão: S é a soma das notas, e n é o
número de notas que ele teve. A média (M) será:
Medidas de dispersão

• Muitas vezes, a média não é suficiente para


avaliar um conjunto de dados.
• Por exemplo, quando se fala em um grupo de
mulheres com idade média de 18 anos. Esse
dado, sozinho, não significa muito: pode ser que
no grupo, muitas mulheres tenham 38 anos, e
outras tantas sejam menininhas de dois!
• É importante, então, conhecer outra medida, a de
que diferença (dispersão) existe entre a média e
os valores do conjunto.
• Voltando ao exemplo das notas de João,
podemos calcular o desvio, que é a diferença
de cada nota em relação à média
• Outro dado importante em estatística é obtido
pela soma dos desvios ao quadrado. Cada desvio
é elevado ao quadrado e, em seguida, somados
• Outro valor que pode ser obtido a partir da média e
da variância é o desvio padrão. Como os desvios
foram elevados ao quadrado, deve-se tirar a raiz
quadrada da variância e achar o desvio padrão

Onde:
S= Desvio Padrão
M=média
Xi=medida i

S=2,86
• Só para se ter uma idéia melhor do que
significa o desvio padrão veja o seguinte
exemplo:
Notas: (9, 9, 9, 1, 1, 1)
• Calcule a média e o desvio Padrão
• Note que, apesar de esse aluno ter tido média
5, seu desempenho foi muito mais irregular
(desvio padrão) do que o primeiro
• Outro Exemplo:

• Sete homens foram pesados, e os resultados


em kg foram:

• 57.0, 62.9, 63.5, 64.1, 66.1, 67.1, 73.6

• Calcule a média e o desvio Padrão


Desvio Padrão

Em uma distribuição normal podemos


dizer o seguinte:

68% dos valores encontram-se a uma


distância da média inferior a um
desvio padrão.

95% dos valores encontram-se a uma


distância da média inferior a duas
vezes o desvio padrão.

99,7% dos valores encontram-se a


uma distância da média inferior a três
vezes o desvio padrão.
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Ferro fundido nodular abaixo (grafita, ferrita e perlita)
Exercício: Calcular as frações volumétricas dos microconstituintes
Do Aço SAE 1060 (1000X) abaixo (ferrita e perlita)
Observação
• Quanto maior o número de linhas
utilizados maior a confiabilidade do
método.

• Quanto maior o número de linhas


utilizados maior a dificuldade (mais pontos
para contar)
• Padilha, Angelo Fer: Técnicas de Análise Micro
Estrutural
• Colpaert, Hubertus: Metalografia dos
Produtos Siderúrgicos Comuns

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