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Mecanismos de Aumento de Resistência

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Deformação plástica de materiais policristalinos

A deformação plástica de um material policristalino corresponde à


distorção de grãos individuais devido ao escorregamento.

Os contornos dos grãos geralmente não se separam ou se abrem. Cada


grão individual está restrito, em certo grau, à forma que ele pode assumir
devido aos seus grãos vizinhos.

Metal policristalino
deformado
plasticamente
Deformação por maclação

Além do escorregamento, a deformação plástica em alguns materiais metálicos


pode ocorrer pela formação de maclas de deformação ou maclação ("twinning").
Maclação ocorre em um definido plano cristalográfico e em uma direção
específica que depende da estrutura cristalina.

As maclas de deformação ocorrem em metais que têm estruturas cristalinas


CCC e HC, a baixas temperaturas, e altas taxas de carregamento (cargas
de impacto), condições nas quais está restrito o processo de
escorregamento;

isto é, existem poucos sistemas de escorregamento operáveis.

A quantidade de deformação plástica a partir da maclação é normalmente


pequena relativamente àquela resultante a partir do escorregamento.
Mecanismos do aumento de resistência em metais

A habilidade de um metal para se deformar plasticamente depende da


habilidade das discordâncias se moverem.

Quanto mais fácil o movimento das discordâncias, maior a facilidade do


material se deformar, portanto mais macio e fraco.

Técnicas para o aumento da resistência seguem o princípio:

Restringir ou impedir o movimento de discordâncias


confere maior dureza e mais resistência a um material.

Redução no tamanho de grão, formação de ligas por solução sólida e


encruamento.
Aumento de resistência pela redução no tamanho de grão

Durante a deformação plástica, o escorregamento deve acontecer através


desse contorno comum, digamos, do grão A para o grão B.
O contorno do grão atua como uma barreira ao movimento das
discordâncias por dois motivos:

• Os dois grãos possuem orientações diferentes, portanto para


uma discordância passar para dentro do grão B, ela terá que
alterar sua direção de movimento; isso se torna mais difícil à
medida que a diferença na orientação cristalográfica aumenta.

• A desordem atômica no interior de uma região de contorno de


grão irá resultar em uma descontinuidade de planos de
escorregamento de um grão para dentro do outro.

Um material com granulação fina (grãos pequenos) é mais


duro e mais resistente do que um material com granulação
grosseira.
Equação de Hall – Petch:

e = limite de escoamento
1

 e   0  ke d 2 d=diâmetro médio de grão
0 e ke = constantes para cada material

Liga de latão com composição 70 Cu-30 Zn


Contornos de grão de baixo ângulo não são efetivos em
interferir com o processo de escorregamento por causa do
pequeno desalinhamento cristalográfico através do contorno.

Por outro lado, contornos de macla efetivamente irão bloquear o


escorregamento e aumentar a resistência do material.
Aumento de resistência por solução sólida

Formação de ligas
com átomos de
impurezas
(substitucional ou
intersticial)

Ligas cobre-níquel
As ligas são mais resistentes do que os metais puros: as impurezas
impõem deformações da rede cristalina sobre os átomos hospedeiros
vizinhos.

Interações do campo de deformação da rede cristalina entre as


discordâncias e esses átomos de impureza resultam, e o movimento
das discordâncias é restringido.
Encruamento

Fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais


resistente quando ele é submetido a uma deformação plástica; também
chamado de endurecimento por trabalho a frio.

Percentual de trabalho a frio (%TF):

 A0  Ad 
%TF    100
 A0 

A0= área original da seção reta;


Ad= área depois da deformação
Explicação para o fenômeno do encruamento:

A densidade de discordâncias aumenta com a deformação, devido à


formação de novas discordâncias.
Conseqüentemente, a distância média da separação entre as
discordâncias diminui, elas ficam mais próximas umas das outras.
O resultado líquido é tal que o movimento de uma discordância é
dificultado pela presença de outras discordâncias.

A tensão imposta para deformar um metal, aumenta com o aumento do


trabalho a frio.
ENCRUAMENTO E
MICROESTRUTURA
 Antes da deformação  Depois da deformação
VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES
MECÂNICAS EM FUNÇÃO DO
ENCRUAMENTO

O encruamento aumenta a
resistência mecânica

O encruamento aumenta
o limite de escoamento

O encruamento
diminui a ductilidade
Efeitos do encruamento sobre as
características mecânicas de alguns metais
Liga Estado Resist. a Alongamento Dureza
tração
Kgf/mm² % Brinell

Aço doce normal 33,6 38% 120


(1010)
Aço doce Trabalhado 91,0 2% 265
(1010) a frio

Aço normal 77,0 60% 165


inoxidável
Aço Laminado a 129,0 9% 380
inoxidável frio
Recozimento

 As propriedades e a estrutura do metal alteradas pelo


trabalho a frio podem ser recuperadas ou devolvidas ao
estado anterior ao encruamento mediante um
tratamento térmico de recristalização ou “recozimento”.

 Com isso a elevada energia interna do encruamento


tende a desaparecer e o metal tende a voltar a condição
anterior.
O processo de recozimento

 Três etapas:
1. Recuperação
2. Recristalização
3. Crescimento de grão
RECUPERAÇÃO

 Uma parte da energia de deformação interna armazenada é


liberada devido ao movimento das discordâncias resultante de uma
melhor difusão atômica a temperatura mais elevada;

 Nesta etapa há uma redução do número de discordâncias e um


rearranjo das mesmas

 Propriedades físicas como condutividade térmica e elétrica voltam


ao seu estado original (correspondente ao material não-deformado)
RECRISTALIZAÇÃO
 Depois da recuperação, os grão ainda estão em um estado de energia de
deformação relativamente elevado

 A recristalização é o processo de formação de um novo conjunto de grãos


livres de deformação e equiaxiais

 O número de discordâncias reduz mais ainda

 Os novos grãos se formam como núcleos muito pequenos

 As propriedades mecânicas voltam ao seu estado original


(a) 33% TF (b) Estágio inicial
de latão de recristalização
(3 s a 580ºC)

(c) 4 s a
(d) Recristalização
580ºC
completa (8 s a
580ºC)
A recristalização é um processo que depende do tempo e da temperatura

Liga de latão para um tempo de duração do tratamento térmico de 1h


Temperatura de recristalização

Temperatura na qual a recristalização atinge o seu término em


exatamente 1h.

Tipicamente, ela se encontra entre um terço e metade da temperatura


absoluta de fusão do metal ou liga. Aumentando o trabalho a frio, a
temperatura de recristalização diminui.

Variação da
temperatura de
recristalização em
função da porcentagem
de trabalho a frio para
o ferro
CRESCIMENTO DE GRÃO
Após o fim da recristalização, os grãos livres de deformação continuarão a
crescer se o material for deixado a uma temperatura elevada.
Esse fenômeno é chamado de crescimento de grão

(e) Após 15 min a 580ºC (f) Após 10 min a 700ºC


Uma energia está associada aos contornos de grão. À medida que os grãos
crescem em tamanho, a área total de contornos decresce, fornecendo uma
redução na energia total; esta é a força motriz para o crescimento de grão.

O crescimento de grão ocorre pela migração de contornos de grão.


Os grãos maiores crescem à custa dos grãos menores.

O tamanho médio do grão


aumenta ao longo do tempo. O
movimento dos contornos
consiste simplesmente na
difusão dos átomos em
pequena escala de um lado do
contorno de um grão para o
outro.
Dependência do tamanho de grão em relação ao tempo e à temperatura:

Gráfico do logaritmo do tamanho de grão em função do logaritmo do tempo


para uma liga de latão em várias temperaturas.
Deformação a QUENTE
 Costuma-se distinguir o “trabalho mecânico a frio”
do “trabalho mecânico a quente” pela “temperatura
de recristalização”.

Temperatura na qual a recristalização


atinge o seu término em exatamente 1h.
TRABALHO A QUENTE
 Sendo o trabalho a quente realizado acima da
temperatura de recristalização, os fenômenos
de aumento de dureza devido a deformação e
amolecimento, devido ao recozimento, ocorrem
simultaneamente.
DEFORMAÇÃO A QUENTE
VANTAGENS
 Permite o emprego de menor esforço mecânico para a mesma
deformação (necessita-se então de máquinas de menor capacidade
se comparado com o trabalho a frio);
 São possíveis grandes deformações.

DESVANTAGENS:
 Exige ferramental de boa resistência ao calor, o que implica em
custo;
 O material sofre maior oxidação, formando casca de óxidos (perda
do material e acabamento ruim).

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