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Particularidade Do Texto Líterario

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Língua Portuguesa 25-10-20

Particularidades
do texto literário.
Língua Portuguesa 25-10-20
Língua Portuguesa 25-10-20

A palavra ―literário‖ termo que vem do latim ―littera, ou


―letra. No seu sentido primário, portanto, texto literário é o que
manifesta uma ideia escrita em linguagem elaborada de forma a
causar emoções no leitor. Para ser considerado literário, o texto
obrigatoriamente deve possuir uma elaboração especial e peculiar,
com traços que não existem nos textos não literários. O texto
literário deve ter uma função poética e uma função estética, dentro
do estilo próprio de cada escritor.
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O texto literário precisa ter algumas características essenciais,


também deve criar uma interação entre o autor e o leitor através de
recursos como pontuação diferenciada e figuras de linguagem,
além do vocabulário que transmita o que o autor pretende, criando
assim arte e beleza para a imaginação do leitor. Para criar essa
identificação, o autor deve estabelecer musicalidade e ritmo ao
texto literário, organizando frases e parágrafos de forma a tocar a
sensibilidade de quem lê.
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TEXTO NÃO LITERÁRIO Função utilitária O


objetivo é informar o leitor .

TEXTO NÃO LITERÁRIO Apresenta uma visão


objetiva do mundo. O conteúdo é valorizado em
detrimento da forma. A linguagem é clara e objetiva
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Conotação: linguagem figurada, carregada de novos


significados;
Denotação: linguagem de dicionário, sentido real. O
texto literário está para a conotação como o nãoliterário
para a denotação.
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Qual a diferença entre texto


literário e não literário ?
Língua Portuguesa 25-10-20
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Relacionando o texto literário ao não literário,


devemos considerar que o texto literário tem
uma dimensão estética, plurissignificativa e de
intenso dinamismo, que possibilita a criação de
novas relações de sentido, com predomínio da
função poética da linguagem.
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TÍTULO U SUBTITULO

No texto não literário, as relações são


mais restritas, tendo em vista a
necessidade de uma informação mais
objetiva e direta no processo de
documentação da realidade, com
predomínio da função referencial da
linguagem.
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A produção de um texto literário implica :

· a valorização da forma;
· a reflexão sobre o real;
· a reconstrução da linguagem;
· a plurissignificação;
· a intangibilidade da organização linguística.
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Valorização da forma

O uso literário da língua caracteriza-se por um


cuidado especial com a forma, visando à
exploração de recursos que o sistema
linguístico oferece nos planos fônico, léxico,
morfossintático e semântico.
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Não é o tema, mas sim a maneira como ele é explorado


formalmente que vai caracterizar um texto como
literário. Assim, não há temas específicos de textos
literários, nem temas inadequados a esse tipo de texto.
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VAMOS COLOCAR EM PRÁTICA ESSA TEORIA ?

Os dois textos que seguem têm o mesmo tema – COVID


19: no primeiro, a função poética é predominante. É uma
das razões para ser considerado um texto literário. Já no
segundo, puramente informativo, há o predomínio da
função referencial.
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COVID
"Esta ausência não foi por nós pedida,
este silêncio não é da nossa lavra,
já nem Pessoa conversa com Pessoa,
com o feitiço sempre imenso da palavra

Este tempo só é o nosso tempo


porque é nossa a dor que nos sufoca
e faz de cada dia a ferida entreaberta
do assombro que esquivando-se nos toca
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Esta ausência é dos netos, dos filhos, dos avós,


é a casa alquebrada pelo medo,
é a febre a arder na nossa voz
por saber que o mal a magoa em segredo

Este silêncio é um sussurro tão antigo


que mata como a peste já matava;
vem de longe sem nada ter de amigo
com a mesma angústia que nos castigava
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Esta ausência é uma pátria revoltada


que se fecha em casa sempre à espera
que a febre não a vença nem lhe roube
a luz mansa que lhe traz a Primavera

Esta casa somos nós de sentinela,


à espera que a rua de novo nos console
e que festeje debruçada à janela
a alegria que só nasce com o sol
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TÍTULO OU SUBTITULO
Esta ausência é uma pátria revoltada
que se fecha em casa sempre à espera
que a febre não a vença nem lhe roube
a luz mansa que lhe traz a Primavera

Esta casa somos nós de sentinela,


à espera que a rua de novo nos console
e que festeje debruçada à janela
a alegria que só nasce com o sol

José Jorge Letria (20 de Março de 2020)


Língua Portuguesa 25-10-20

EDITORIAL SOBRE A COVID 19

Hoje, dia 6 de março de 2020, temos um total


acumulado de 100.625 casos e 3.411 óbitos pelo
coronavírus COVID-19 no mundo1 . A taxa de
letalidade por esse vírus, estimada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), é de 3,4%2 , sendo mais
alta na China e mais baixa no resto do mundo. O
percentual de assintomáticos parece ser muito baixo
(cerca de 1%)2,3 e a maioria dos assintomáticos
desenvolve sintomas em torno de 2 dias2 , segundo
dados da missão conjunta OMS-China
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Palavras da OMS: precisamos educar plenamente o


público em geral sobre a seriedade do COVID19 e do
seu papel na prevenção de sua propagação10.
Infelizmente essa doença não é, como gostaríamos
que fosse, uma doença banal. Assim como não há
motivo para pânico, precisamos agir com urgência,
sob pena de termos um profundo prejuízo econômico
e de vidas.
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Departamento de Saúde Pública, Centro de Ciências Biológicas


e da Saúde, Universidade Federal do Maranhão – São Luís
(MA), Brasil. Autor correspondente: Antônio Augusto Moura da
Silva. Departamento de Saúde Pública, Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Maranhão.
Rua Barão de Itapary, 155, Centro, CEP: 65020-070, São Luís,
MA, Brazil. E-mail: aamouradasilva@gmail.com
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Comentários sobre os textos: “COVID 19"


e “Editorial sobre a COVID 19”.

No texto poético – COVID -foi ampliado


potencial significativo das palavras, são
explorados recursos formais: rimas e
aliterações...
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A) Relações antitéticas: vida amarga e


assombrada x esperança que a pandemia
termine .

B) Uso da hipérbole: para mostrar o imenso


sofrimento do ser humano, uso de palavras que
explicitam as consequências da pandemia.
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• No texto “Editorial-COVID19", de expressão


não literária, o autor informa ao leitor sobre a
origem da pandemia, o lugar onde surgiu, a
taxa de letalidade, etc.
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Recriação da linguagem (desautomatização)

No texto literário, relacionada ao processo de


recriação do real, ocorre a reinvenção dos
procedimentos linguísticos, normalmente
utilizados no quotidiano, a expressão literária
desconstrói hábitos de linguagem, baseando
sua recriação no aproveitamento de novas
formas de dizer.
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Plurissignificação

O trabalho de recriação que se efetiva


na construção do texto literário é uma
atividade lúdica, uma brincadeira com
a linguagem. Por isso, o texto literário
provoca um prazer estético, como
acontece nas outras manifestações
artísticas.
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Intangibilidade da organização linguística

Uma das características do texto literário


é a sua intangibilidade, sua intocabilidade.
As palavras que foram utilizadas e a
maneira escolhida pelo autor para
combiná-las são próprias de cada texto, e
não devemos alterá-las sob o risco de
mutilar ou comprometer a intenção do
autor.
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Recursos fônicos característicos da literariedade


O escritor de um texto
literário, ao explorar
conteúdos, procura
recriar a linguagem, e,
para essa recriação,
utiliza recursos variados.
São alguns deles:
· ritmos;
. Sonoridades;
· rimas e aliterações.
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Pontuação
Nesta rubrica, abordar-se-á, apenas, o emprego da
vírgula, visto ser o sinal de pontuação que constitui
mais dificuldade quanto ao seu uso.
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Empregos da vírgula
A vírgula separa:
1. Elementos de uma enumeração, excepto antes do
último elemento, quando se coloca a partícula “e”.
Mas se optarmos pelo uso de "etc., deve colocar-se a
vírgula antes dessa palavra.
Ex. Soldados, polícias, estudantes, zungueiras e quínguilas
estavam no comício.
Soldados, polícias, estudantes, zungueiras, quínguilas, etc.,
estavam no comício.
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TÍTULO OU SUBTITULO

2. Explicações que estão no meio da frase.


Ex.: As crianças, enquanto almoçavam, ouviam os cânticos
do coro.

3. O lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.


Ex. Infelizmente, não pude sair mais cedo.

4. Orações introduzidas pelas conjunções coordenadas


mas, pois, logo, porém.
Ex. Gosto de lagosta, mas não posso comer, pois faz-me
mal.
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TÍTULO OU SUBTITULO

5. Orações antes do “e” usa-se vírgula se a oração iniciada


por essa conjunção tiver um sujeito diferente da anterior.
Ex. Eu lavo a louça, e tu arrumas os quartos.

6. O vocativo, dos outros elementos da frase.


Ex. Joana, não tires ainda a mesa.

7. O aposto, que fica sempre entre as vírgulas.


Ex. Leila, sobrinha da Helena, trabalha no hospital.
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TÍTULO OU SUBTITULO

8. Conjunções (e, que, porque, quando, como, etc.) quando,


a seguir a elas se interrompe a ideia que introduzem, sendo
esta ideia retomada mais à frente. A expressão que
interrompe a sequência deve ficar entre vírgulas.
Ex.: Vou ao mercado e, se tiver tempo, passarei pelo
Banco.
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Casos Proibidos do uso da vírgula

Nunca se separa, com vírgula:


1.O sujeito do verbo:
Ex.: O José e o Carlos saíram mais cedo.
Eu e o Tomás sairemos mais cedo.
 
1.O verbo dos complementos (Predicativo, complementos directo,
indirecto, oblíquo, agente da passiva)
Ex.: Nós permanecíamos apreensivos com as ocorrências dos últimos
dias.
Desejo que ninguém fique magoado.
 
1.O nome do complemento do nome
Ex. O Miguel foi nomeado director do Gabinete.
 
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PONTO FINAL (.)


  Exemplos:
  Separar frases simples e O espaço onde decorre a ação é
  complexas que um casebre. Fica situado na
  constituem um parágrafo montanha mais alta.

Uso do  
 
O rapaz chegou e instalou-se
Tudo parecia correr bem.
ponto Assinalar o fim de um  
Ora, nessa mesma noite, algo d,
parágrafo
final trágico aconteceu.
 
  Separar os dias, meses e  
anos nas datas 22.10.2014
(expressos em números)
Assinalar abreviaturas Exmo. sr. diretor
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PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)


  Exemplos:
  indicar o final de frase — Estás a ver o
interrogativa mesmo que eu?
expressar dúvida, Maria Ana vive há
podendo combinar-se anos sozinha

Usos do ponto com parênteses ou com


reticências
(será?).
— Então?... O que
de interrogação   foi isso?
— Já chegaste?
  (pergunta feita a
 
alguém que chegou
expressar ironia ou muito tarde —
surpresa, podendo ironia)
combinar-se com o — Ah, és tu?!
ponto de exclamaçã (pergunta feita por
alguém surpreso)
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PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)


  Exemplos:
  assinalar o fim de — Adeus! Até à
  frase exclamativa. próxima!
expressar — Fantástico! A água
 
sentimentos como do mar está morna!
Usos do dor, alegria,
entusiasmo
ponto de   — Certamente, vão
exclamação expressar ironia, devolver-nos o valor
  incerteza, surpresa, do bilhete! Era o que
irritação faltava não o
fazerem!
 
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DOIS PONTOS (:)


  Exemplos:
  introduzir o discurso direto A Maria exclamou:
  (normalmente, depois de
formas de verbos como — Está a chover
Usos para torrencialmente!
dizer, exclamar, perguntar)
  Vieram todos: pais,
os dois introduzir uma enumeração professores, alunos
pontos e funcionários.
acompanhar a saudação  
 
inicial (vocativo) das
cartas, podendo ser Prezado senhor:
substituídos por vírgula
 
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Exercício
1. Pontua o excerto, utilizando os seguintes sinais de pontuação:
Vírgula - 18 vezes Ponto final - 6 vezes Ponto de exclamação - 3 vezes Travessão - 2 vezes

Todavia também ela tremia pelo seu principezinho Quantas vezes com ele pendurado do
peito pensava na sua fragilidade na sua larga infância nos anos lentos que correriam antes
que ele fosse ao menos do tamanho de uma espada e naquele tio cruel de face mais escura
que a noite e coração mais escuro que a face faminto do trono e espreitando de cima do seu
rochedo entre os alfanges da sua horda Pobre principezinho de sua alma Com uma ternura
maior o apertava então nos braços Mas se o seu filho chalrava ao lado era para ele que os
seus braços corriam com um ardor mais feliz Esse na sua indigência nada tinha a recear da
vida Desgraças assaltos da sorte má nunca o poderiam deixar mais despido das glórias e bens
do mundo do que já estava ali no seu berço sob o pedaço de linho branco que resguardava a
sua nudez A existência na verdade era para ele mais preciosa e digna de ser conservada que a
do seu príncipe porque nenhum dos duros cuidados com que ela enegrece a alma dos
senhores roçaria sequer a sua alma livre e simples de escravo E como se o amasse mais por
aquela humildade ditosa cobria o seu corpinho gordo de beijos pesados e devoradores dos
beijos que 91a fazia ligeiros sobre as mãos do seu príncipe
Eça de Queirós, "A aia", in Contos. Lisboa, Editora Livros do Brasil, 2012.
Língua Portuguesa

Fim da Aula

Data: 25-10-20

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