Geração de 45 - Modernismo
Geração de 45 - Modernismo
Geração de 45 - Modernismo
Modernismo
3º ETIM
Profa. Néia
Introdução - o que foi
• O Modernismo foi um amplo movimento cultural surgido no
Brasil na primeira metade do século XX, sobretudo na
literatura e nas artes plásticas, desencadeado pela influência
das vanguardas europeias que antecederam a Primeira Guerra
Mundial, como o Cubismo e o Futurismo. O enfoque do
movimento nacional era, no entanto, a cultura brasileira.
Costuma-se dividir esse movimento em três fases, e a
chamada “Geração de 1945” corresponde à terceira delas. Ela
teria durado até 1960.
Também conhecidos como “neomodernistas”,
essa terceira geração, em contraposição ao
modernismo original, de 1922, procurava
distanciar-se do nacionalismo e pregava um
maior rigor na elaboração poética, usando para
tanto uma grande quantidade de metáforas e de
formas clássicas (como o soneto). Isso fez com
que fossem chamados de “neoparnasianos” por
parte de seus críticos. Em vez do despojamento
tradicional modernista, valorizavam mais a
linguagem, e não necessariamente o tema de suas
obras.
Principais características do
movimento
• No campo da prosa (romance e conto), destaca-se a literatura intimista,
de sondagem psicológica e introspectiva, com a exploração dos conflitos
entre o homem e a modernidade, a busca da universalização e de uma
literatura engajada, tendo como destaque a escritora Clarice Lispector.
Também o regionalismo desperta interesse, tendo a recriação dos
costumes e da fala sertaneja como principal mote (Guimarães Rosa).
•
• No campo da poesia, a Geração de 45 nega a liberdade formal, as
ironias, as sátiras e outras características modernistas, buscando uma
poesia mais equilibrada e séria (como a de João Cabral e Melo Neto). A
poesia, aqui, deveria seguir um modelo mais formal, com versificação
mais regrada, maior erudição e uso de temas mais universais. Por outro
lado, nesse momento surgem também o concretismo, a poesia-práxis, o
poema-processo, o poema social, a poesia marginal e os músicos-
poetas, que buscam a intertextualidade com outros meios de expressão.
Principais escritores e suas principais obras:
• João Cabral de Melo Neto (1920-1999): O Cão sem Plumas (1950).
•
• - Clarice Lispector (1920-1977): A Paixão Segundo G. H. (1964) e A Hora da
Estrela (1977).
•
- Guimarães Rosa (1908-1967): Sagarana (1946) e Grande Sertão:
Veredas (1956).
•
• - Ariano Suassuna (1927-2014): O Auto da Compadecida (1955).
•
• - Lygia Fagundes Telles (1923): Ciranda de Pedra (1954).
•
• - Mário Quintana (1906-1994): Antologia Poética (1966).
João Cabral de Melo Neto
• João Cabral de Melo Neto foi poeta, escritor e diplomata
brasileiro. Conhecido como “poeta engenheiro”, ele fez parte
da terceira geração modernista no Brasil, conhecida
como Geração de 45.
• Nesse momento, os escritores estavam mais preocupados com
a palavra e a forma, sem deixar de lado a sensibilidade
poética. De maneira racional e equilibrada, João Cabral se
destacou por seu rigor estético.
• “Morte e Vida Severina” foi, sem dúvida, a obra que o
consagrou. Além disso, seus livros foram traduzidos para
diversas línguas (alemão, espanhol, inglês, italiano, francês e
holandês) e sua obra é conhecida em diversos países.
Biografia
O pernambucano João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife
em 6 de janeiro de 1920.
Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmen Carneiro
Leão Cabral de Melo, João era primo de Manuel Bandeira e
Gilberto Freyre.
Passou parte da infância nas cidades pernambucanas de São
Lourenço da Mata e Moreno.
Muda-se com a família em 1942 para o Rio de Janeiro, onde
publica seu primeiro livro, “Pedra do Sono”.
Começa atuar no serviço público em 1945, como funcionário
do Dasp (Departamento de Administração do Serviço Público).
No mesmo ano, inscreve-se para o concurso do Ministério das
Relações Exteriores e passa a integrar em 1946 o quadro de
diplomatas brasileiros.
Após passar por vários países, assume o posto de
cônsul-geral da cidade do Porto, em Portugal em
1984.
Permanece no cargo até 1987, quando volta a
viver com a família no Rio de Janeiro. É
aposentado da carreira diplomática em 1990.
Pouco depois, começou a sofrer com uma
cegueira, fato que o leva a depressão.
João Cabral morreu em 9 de outubro de 1999, no
Rio de Janeiro, com 79 anos. O escritor foi vítima
de um ataque cardíaco.
Obras
• João Cabral escreveu diversas obras e segundo ele “escrever é estar no extremo de si
mesmo”:
• Considerações sobre o poeta dormindo, 1941;
• Pedra do sono, 1942;
• O engenheiro, 1945;
• O cão sem plumas, 1950;
• O rio, 1954;
• Quaderna, 1960;
• Poemas escolhidos, 1963;
• A educação pela pedra, 1966;
• Morte e vida severina e outros poemas em voz alta, 1966;
• Museu de tudo, 1975;
• A escola das facas, 1980;
• Agreste, 1985;
• Auto do frade, 1986;
• Crime na Calle Relator, 1987;
• Sevilla andando, 1989.
Morte e Vida Severina