A Fixação Do Território: Módulo 2: Unidade 2 O Espaço Português - A Consolidação de Um Reino Cristão
A Fixação Do Território: Módulo 2: Unidade 2 O Espaço Português - A Consolidação de Um Reino Cristão
A Fixação Do Território: Módulo 2: Unidade 2 O Espaço Português - A Consolidação de Um Reino Cristão
A fixação do Território
Aprendizagem essencial:
O milagre está retratado no brasão de armas de Portugal: cinco escudos representando as Cinco
Chagas de Cristo e os cinco reis mouros vencidos na batalha.
1. O reconhecimento
do título de Rei
4.º momento: 1143 – Tratado de Zamora
*… mas ser rei não implica deixar de ser vassalo… e Afonso VII
precisava de continuar a defender a fronteira dos muçulmanos a sul.
O reconhecimento
do rei e do reino pela
Santa Sé
5.º momento: (1179)a Bula papal Manifestis
Probatum
Depois de muitas diligências diplomáticas (lideradas por
clérigos de Braga), encomendou* o território
portucalense à Santa Sé e prometeu um tributo anual em
ouro.
O Papa Alexandre III, através da Bula, permite o
reconhecimento internacional de Portugal como
reino independente e de Afonso Henriques como rei .
1.ª etapa –
durante a Reconquista
PORTUGAL FIXOU O SEU TERRITÓRIO ATRAVÉS DE:
1.ª etapa:
Reconquista cristã: conquistando terras aos muçulmanos
• Durante o séc. XII e XIII, ao ritmo da Reconquista Cristã, desde Afonso
Henriques a Afonso III, chega-se ao Algarve (1249)
2.ª etapa:
Guerras e negociações com Leão e Castela
• Entre 1249 (fim da Reconquista, com Afonso III) e a definição das
fronteiras em 1297 (D. Dinis) houve uma série de conflitos e de tratados
com Leão e Castela: Tratado de Badajoz (1297); Tratado de Alcanices
(1297).
A fixação do território
“As fronteiras de Portugal oscilam durante os primeiros dois séculos
à mercê dos azares das guerras, com Leão e Castela de um lado, com
os sarracenos do outro; e Portugal vem a ser formado com dois
fragmentos do reino leonês, um, dos emirados sarracenos, outro.”
Oliveira Martins,
file:///C:/Users/Angela%20Louren%C3%A7o/Downloads/Historia%20de%20Portugal_%20Tomo%20I%20-
%20Oliveira%20Martins.pdf
a) As conquistas aos muçulmanos
Portugal anda ao ritmo da Reconquista
Conquistas no tempo
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de D. Afonso Henriques
2.ª etapa –
do termo da Reconquista ao estabelecimento das
fronteiras
b) As guerras e negociações com Leão e Castela
A fronteira com Espanha
• Entre o fim da Reconquista (Afonso III -
1249) e o estabelecimento definitivo das
fronteiras (D. Dinis - 1297) passaram-se
quase 50 anos.
• Conquistadas as terras aos mouros,
tínhamos que nos entender com os
nossos vizinhos, que continuavam,
assim como nós, a ter pretensões nas
regiões de fronteira.
A questão do Algarve - D. Afonso III
• 1252 - Afonso X , de Leão e Castela, reclama o Algarve,
dizendo ter-lhe sido dado pelo rei dos mouros.
• Face a uma possível guerra entre os reinos cristãos, o
papa organiza uma conferência com D. Afonso III e D.
Afonso X de Leão e Castela – Tratado de paz: Afonso III
casaria com D. Beatriz de Castela (filha de Afonso X),
renunciando ao reino dos Algarves temporariamente,
uma vez que seria para o filho que os dois tivessem.
Afonso III passa a ser
• 1267 – Tratado de Badajoz – o Algarve é “Rei de Portugal e do Algarve”
definitivamente português, tendo o rei de Leão e
Castela transferido a sua soberania para o neto, D.
Dinis, ainda criança.
A guerra civil de Leão e Castela e D. Dinis
• O rei de Castela, D. Sancho IV, tinha
deixado em testamento o reino ao
filho mais velho e, como esse morreu,
deixava o trono ao neto (Fernando IV).
Havia, no entanto, um filho segundo
que pretendia o trono. Começou uma
guerra civil.
• D. Dinis apoiou os que se opunham ao
neto, juntamente com Aragão, França
e Navarra.
• Só desistiu deste conflito quando lhe
asseguraram a posse dos territórios LIVRO DE LOS CASTIGOS DO REI SANCHO IV DE CASTILLA "INFANTE
que lhe interessavam. SANCHO IV APRESENTA VASALLAJE AL REY" - SIGLO XIII
… e o tratado de Alcanices (1297)
• Em 1297, celebra com Castela (Fernando
IV) o Tratado de Alcanices, pelo qual se
consolida a fronteira portuguesa.
• A sul do Tejo, Portugal desistia da
soberania sobre algumas terras (como
Valência e Aiamonte). Em troca receberia
a sul algumas (Olivença, Campo Maior,
São Félix e Ouguela) e a norte outras
(Castelo Rodrigo, Almeida e Sabugal).
• O território português adquire então a
sua configuração definitiva, sendo o
Estado com fronteiras mais antigas na
Europa.
Síntese
A CONQUISTA MUÇULMANA DA PENÍNSULA IBÉRICA.
Séc. VIII – Reino dos Visigodos, cristianizado.
Braga é a arquidiocese mais importante do noroeste da P. I.
711 – Invasão muçulmana por Gibraltar
Batalha de Guadalete (vitória dos muçulmanos)
Início da conquista da P. I. pelos muçulmanos
Os cristãos refugiam-se nas Astúrias (N da P. I:)
722 – Batalha da Covadonga (Vitória dos cristãos)
Pelágio, lidera os cristãos e forma o reino das Astúrias
No sul mantém-se o Califado de Córdova muçulmano
A RECONQUISTA CRISTÃ
722 – Início (Batalha de Covadonga é a 1.ª vitória cristã)
Definição: Conjunto de campanhas militares dos cristãos contra os muçulmanos
na P. I. // Processo lento (desde o séc. VIII até ao séc. XV), com avanços e recuos,
no sentido norte/sul e na diagonal, ao longo das barreiras naturais (rios e
montanhas). // É durante a Reconquista que se formam os reinos cristãos:
1. Astúrias – Leão (sendo o mais antigo, o seu rei é também o imperador das Espanhas)
2. Castela
3. Navarra
4. Aragão
PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS REINOS CRISTÃOS:
Nos territórios que vão conquistando aos muçulmanos, muitos senhores
apropriam-se de terras, outras são-lhes doadas pelos reis, no contrato de vassalagem,
originando mais tarde reinos independentes (ex. Portugal)
OBJETIVOS DA RECONQUISTA CRISTÃ
1.º Políticos e militares: os reinos cristãos defendem-se e tentam alargar os
seus territórios (os reis querem mais feudos para terem mais poder)
2.º Religiosos (a partir do séc. XI): Guerra Santa – conquistar territórios aos
inimigos da fé.
É a fase em que a reconquista avança mais porque coincide com a ajuda
de CRUZADOS e de ORDENS RELIGIOSAS e MILITARES (Templários,
Hospitalários, Santiago, Avis, Malta) e com a divisão do Califado muçulmano
em pequenos reinos (taifas)
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL NESTE CONTEXTO DE RECONQUISTA
O CONDADO PORTUCALENSE
Séc. IX – Porto cale é um condado na região de entre Douro e Minho,
governado por um vassalo do rei de Leão, Vímara Peres.
Início do séc. XI – O condado desfaz-se devido à apropriação dos poderes
pelos infanções nos seus feudos (pequenos senhores nobres).
Séc. XI – investida muçulmana reforçada por Almorávidas
- O rei de Leão, Afonso VI, apela ao Papa
- Chegam cruzados para ajudar (Raimundo e Henrique de Borgonha)
- Pelos serviços prestados e para os ajudar na administração dos
condados, o rei fá-los seus vassalos, casa-os com as filhas e dá-lhes um
feudo:
O CONTRATO DE VASSALAGEM COM AFONSO VI
- D. Raimundo desposa D. Urraca, filha legítima, e recebe o Condado da Galiza;
- D. Henrique desposa D. Teresa, filha ilegítima, e recebe o Condado Portucalense
Início do séc. XII – morre o rei de Leão.
D. Henrique deixa de prestar vassalagem
Governo de D. Teresa – alia-se a família Trava da Galiza.
Oposição a D. Teresa - Início do movimento de independência:
- nobreza (infanções) não aceitam submeter-se ao domínio galego;
- clero (arcebispos de Braga) não aceita continuar a submeter-se a
Santiago de Compostela (arquidiocese mais importante).
Estes grupos vão influenciar e apoiar D. Afonso Henriques.
A AÇÃO DE D. AFONSO HENRIQUES – A INDEPENDÊNCIA
1. CONQUISTAR A INDEPENDÊNCIA EM RELAÇÃO A LEÃO
•1128 – Batalha de S. Mamede opõe Afonso H. e a mãe (marca o início da resistência à
OBJETIVOS E LINHAS DE AÇÃO DE
influência estrangeira)
•1137 – 1.º ataque ao reino de Leão (Galiza) e Tratado de Tui (reforço da condição de vassalo de
D. AFONSO HENRIQUES
Afonso Henriques)
•1143 – Tratado de Zamora (na sequência de outro ataque à Galiza, a paz assinada com Afonso
VII de Leão reconhece Afonso H. como rei (mas os reis ainda são vassalos do imperador)
2. ALARGAR O TERRITÓRIO PORTUCALENSE
• 1139 – Batalha de Ourique (início do alargamento do território pela Reconquista de
territórios aos muçulmanos)
• Pela 1.ª vez, Afonso H. declara-se rei.
3. VER RECONHECIDA A INDEPENDENCIA PELO PAPA
• 1179 – Bula papal “Manifestis Probatum” – Depois de muita diplomacia, os arcebispos de
Braga conseguem o reconhecimento papal da independência do reino de Portugal e de
Afonso H. como rei.
• Ao encomendar o seu feudo ao Papa, torna-se sei vassalo direto e não pode ter outro,
deixando de prestar vassalagem ao rei de Leão.
PORTUGAL FIXOU O SEU TERRITÓRIO ATRAVÉS DE:
1.ª etapa:
Reconquista cristã: conquistando terras aos muçulmanos
• Durante o séc. XII e XIII, ao ritmo da Reconquista Cristã, desde Afonso
Henriques a Afonso III, chega-se ao Algarve (1249)
2.ª etapa:
Guerras e negociações com Leão e Castela
• Entre 1249 (fim da Reconquista, com Afonso III) e a definição das
fronteiras em 1297 (D. Dinis) houve uma série de conflitos e de tratados
com Leão e Castela: Tratado de Badajoz (1297); Tratado de Alcanices.