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UNIVERSIDADE ROVUMA
CURSO :LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA,
2ºANO. CADEIRA : DIREITO COMERCIAL DOCENTE : CRIS ANTA S ANTOS PINTO AULA 2. Tópicos da 1ª Aula Noção e âmbito do direito comercial. O comércio em sentido económico e em sentido jurídico. Evolução histórica do direito comercial. As concepções objectivistas e subjectivistas. O problema da autonomia do direito comercial face ao direito civil. A aplicação da lei civil a matéria mercantil Posição do Direito Comercial Face ao Direito Civil Noção e âmbito do direito comercial Manual de Miguel Correia A noção clássica da nossa disciplina é a de que o direito comercial é o direito privado especial do comércio. Como observa Miguel correia, o direito comercial é o ramo do direito privado que, historicamente constituído e autonomizado para regular as relações dos comerciantes relativas ao seu comercio, e visando ainda hoje principalmente a satisfação de necessidades peculiares a este sector da vida económica, se aplica também a outros sectores da actividade humana que se entende conveniente sujeitar a mesma disciplina jurídica. Manual de Coutinho Podemos definir o direito comercial como o sistema jurídico-normativo que disciplina de modo especial os actos de comercio e os comerciantes. Atendendo ao primeiro artigo do Ccom., poderia ser-se tentando a definir este ramo do direito com referência apenas aos actos de comércio. Todavia, a lei mercantil regula fenómenos que não são actos comerciais nem seus efeitos directos – por exemplo, obrigações especiais dos comerciantes (firmas, escrituração mercantil) e a organização interna das sociedades . ramo do direito privado. Regulando este a organização dos sujeitos (singulares e colectivos) privados e as relações estabelecidas entre eles ou entre eles e entidades publicas actuando como particulares. O direito comercial disciplina actos de comercio e comerciantes. Mas os conceitos de comercio em sentido jurídico e de actos jurídico-comerciais não coincidem com os correspondentes conceitos económicos. O comércio em sentido económico, olhamos para três sectores da actividade económica: o primário (compreendendo a agricultura), o secundário (industria) e o terciário (que são os serviços). O comércio em sentido jurídico abarca não apenas o comércio em sentido económico (usualmente definido como actividade de interposição na circulação de bens ou de trocas) mas também outras: e os actos jurídico-mercantis não se situam somente nos domínios do comércio economicamente entendido. Mas também não pode se dizer-se que o direito comercial disciplina todas as actividades económicas. Ele quase não entra, por exemplo, nas indústrias extractivas, na agricultura, etc. A evolução histórica do direito mercantil Um direito comercial em sentido próprio, enquanto corpo ou sistema normativo autónomo tendo por função regular a actividade mercantil, que surgiu na época mediável no seculo XII e cresceu nos seculos seguintes, em cidades italianas (florença, Génova, Milão, Veneza e outras, filho dos comerciantes. As fontes desse direito eram os costumes mercantis (originados nas praticas contratuais dos comerciantes, cedo foram reduzidos a escrito, tendo sido depois retomados e desenvolvidos nos estatutos corporativos, estatutos das corporações dos mercadores). O direito comercial italiano medievo foi portanto um direito de classe, um ius mercatorum: um direito criado pelos mercadores para regular as suas actividades profissionais e por eles aplicado. Foi um direito de cariz subjectivo, que disciplinava os comerciantes e os actos destes relativos ao seu comércio. Já os objectivistas: primeiro, os membros das corporações foram sujeitos a jurisdição consular por qualquer acto relativo ao comercio a que eles se dedicavam (não se abstraia da qualidade do sujeito – comerciante - , mas já se consideravam os actos em si mesmos) depois, admitiu-se que os não comerciantes demandassem os comerciantes nos tribunais consulares. Existem alguns legados sobre as regras comerciais no mundo antigo, como o código de hamurabi, existem normas esparsas sobre alguns contractos, como a sociedade, o empréstimo, o deposito, a comissão, entre outros. O problema da autonomia do direito comercial face ao direito civil. Fala-se da autonomia de um ramo jurídico em diversas acepções: formal ou legislativa (assente na reunião das respectivas normas fundamentais num código ou corpo de leis próprias), substancial (expressiva de que o sub-sistema normativo regula de modo especial – divergindo da disciplina comum – certos sujeitos e/ ou objectos e relações. O problema da autonomia do direito comercial tem sido debatido atendendo sobretudo as duas primeiras acepções. Mas a questão nuclear é a da autonomia substancial (um ramo de direito substancialmente autónomo pode estar ou não codificado ou legislativamente autónomo pode revelar-se sem autonomia substancial. Alguns autores entendem que o direito comercial faz parte do direito civil. Contudo, o direito comercial é autónomo enquanto direito privado da empresa, visto que, os negócios de natureza e âmbito puramente civil exprimem interesses e valores, que diminuem a eficácia da tutela jurídica necessária as exigências da vida mercantil. A aplicação da lei civil a matéria mercantil A lei civil é aplicável a questões comerciais. Di-lo logo no artigo 7º do C.Com., e deste preceito se poderia concluir ser a legislação civil fonte de direito comercial. Mas não seria correcto a conclusão. Logico é que o direito civil, enquanto direito privado comum, intervenha na disciplina de matérias mercantis quando o normativo especial se revela insuficiente. Ora, a lei civil, quando subsidiariamente se aplica a questões comerciais, intervém porque é lei comum e a esse titulo, não se transformando em lei especial-comercial nem manifestando direito especial- comercial. A posição do direito comercial face ao direito civil Dentro do direito privado e em face do direito civil (direito privado comum, aplicável a todas as pessoas e as relações entre particulares), o direito comercial é, globalmente considerado especial e não excepcional- embora contenha normais excepcionais, tal como as contem o direito civil). É um ramo jurídico com regras diferentes das do direito comum, aplicável somente a certos sujeitos, objectos ou relações – mas sem excluir a aplicabilidade do direito civil enquanto direito comum e subsidiário). Bibliografia CORREIA, A, Ferrer, Lições de Direito Comercial, vol. I, Universidade de Coimbra, 1973; CORREIA, A, Ferrer, Lições de Direito Comercial, vol. II, Universidade de Coimbra, 1973; FIM