Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

1-Aula Direito Processual Trabalho

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 58

DIREITO PROCESSUAL TRABALHO

Professora Esp. Suzana Batista

E-mail: Suzanaadvvg5@gmail.com
CONCEITO

“O Direito Processual do Trabalho conceitua-se como o


conjunto de princípios, normas que regulam a atividade
da Justiça do Trabalho para dar efetividade à legislação
trabalhista e social, assegurando o acesso do
trabalhador à Justiça.”

Busca propiciar o acesso dos trabalhadores à Justiça,


garantindo os valores sociais ocupacionais e a resolução
justa do conflito trabalhista, bem como resguardar a
dignidade do trabalhador.
INTRODUÇÃO

No vasto campo do direito todos os ornamentos foram criados não


por mera organização legislativa, mas sim pela necessidade
decorrente de sua época, pois sabemos que o direito busca o
fato típico e, dessa forma, podemos imaginar que o direito é um
meio de defesa que se torna existente e até útil após o ataque,
isso significa dizer que tudo o que hoje se encontra tipificado e
pronto passou por uma série de transformações, onde a presença
de cada instituto atual se tornou necessário em uma determinada
época e que este instrumento apenas se adequou com o tempo,
tomando seu lugar devido através de sua importância e
principalmente de sua utilização.
INTRODUÇÃO

O Processo do Trabalho diante das complexidades que lhe coube,


a partir da extensão de seu lapso temporal, conseguiu alcançar
sua autonomia em face das demais matérias processuais como
Civil e Penal, isso se deu a partir da evolução nas relações de
trabalho e a transformação dos mesmos.
Visto que, primordialmente as relações de trabalho eram precárias
e não haviam direitos trabalhistas para classe dos empregados.
Com a evolução dessas relações o direito dos trabalhadores
passou a ser reconhecido e posteriormente efetivados pela
Justiça.
INTRODUÇÃO

Todavia, a grande demanda no ramo específico foi o que


impulsionou a criação de um ordenamento próprio para processar
e julgar somente demandas dessa matéria.

Um exemplo disso é que a Justiça do Trabalho como órgão


jurisdicional foi conhecida apenas na Constituição de 1946.

O Processo Civil em razão de seu surgimento primário conduziu


consigo uma vastidão de matérias que em seu corpo trouxeram
semelhanças para com o Processo do Trabalho oportunizando a
aplicação subsidiária em casos que a lei for lacunosa, formando
um liame existente em sua execução processual.
Evolução Histórica

Segundo Amauri Mascaro Nascimento apud Carlos Henrique


Bezerra Leite (2018):
A história do direito processual do trabalho no Brasil passou por 3
fases distintas.
1º fase institucionalização, caracterizada pela feição administrativa
da justiça do trabalho, ainda sem previsão Constitucional Federal.
-Decreto criando conselhos de Conciliação e Arbitragem nos
sindicatos (1907);
-Lei Estadual nº1869/SP criando Tribunais Rurais do Trabalho
(1922);
-Criação do Ministério do Trabalho, Industria e Comércio (1930);
Evolução Histórica

- Juntas de Conciliação e julgamento, ligados ao Ministério


do Trabalho, indústria e Comércio (1932);
-Órgão meramente administrativo;
- Suas decisões eram executadas na Justiça Comum;
-Estrutura tripartite: Juiz Presidente e dois Juízes Vogais
( Classes trabalhadores e empregadores);

2ª Fase: Constitucionalização – Previsão “Da Justiça do Trabalho”


na Constituição Federal, no entanto, ainda ligada ao Poder
Executivo.
Evolução Histórica

Constituição de 1934:
“Para dirimir questões entre empregadores e empregados,
regidas pela legislação social, fica instituída a Justiça do
Trabalho” (art.122);

“São órgãos do Poder Judiciário: a) a Corte Suprema; b) os


Juízes e Tribunais federais; c) os Juízes e Tribunais militares; d)
os Juízes e Tribunais eleitorais” (art. 63);
Evolução Histórica

Constituição de 1937:
“Para dirimir os conflitos oriundos das relações entre
empregadores e empregados, reguladas na legislação social, é
instituída a Justiça do Trabalho” (art.139);
“São órgãos do Poder Judiciário: a) o Supremo Tribunal Federal;
b) os Juízes e Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios
Decretos-leis n.º 1237 e 1.346 de 1939: Prevê a instalação da
Justiça do Trabalho, ocorrida em 1º de maio de 1941. Previsão
de três instâncias: Juntas de Conciliação e Julgamento,
Conselhos Regionais do Trabalho e Conselho Nacional do
Trabalho; ; c) os Juízes e Tribunais militares” (art.90);
Evolução Histórica

3ª Fase: Reconhecimento – a partir da Constituição Federal de


1946 a Justiça do Trabalho foi reconhecida como órgão integrante
do Poder Judiciário, sendo incluída no Capítulo IV (Do Poder
Judiciário).
“O Poder Judiciário é exercido pelos seguintes órgãos: I -
Supremo Tribunal Federal; II - Tribunal Federal de Recursos e
Juízes Federais; III - Tribunais e Juízes Militares; IV - Tribunais e
Juízes Eleitorais; V - Tribunais e Juízes do Trabalho” (art.94);
“Os órgãos da Justiça do Trabalho são os seguintes: I - Tribunal
Superior do Trabalho; II - Tribunais Regionais do Trabalho; III -
Juntas ou Juízes de Conciliação e Julgamento.” (art.122)
Evolução Histórica

Outros marcos históricos importantes:

Emenda Constitucional n.º 24 de 1999: extinção da Juntas de


Conciliação e Julgamento por Varas do Trabalho, bem como dos
Juízes Classistas. O TST passou a contar com 17 ministros (até
então era integrado por 11 ministros);
Emenda Constitucional n.° 45 de 2004: ampliou a competência da
Justiça do Trabalho para abranger também os conflitos oriundos
das relações de trabalho, e não somente das de emprego, como
antes. O TST passou a contar com 27 ministros;
Evolução Histórica

Reforma Trabalhista de 2017: modificou diversos artigos da CLT


(acordos coletivos prevalecem sob a legislação; fim da
obrigatoriedade da contribuição sindical; alterações na jornada de
trabalho; parcelamento de férias).
Autonomia

O Direito Processual do Trabalho trata-se, efetivamente, de


ciência autônoma.
Ainda que haja posições doutrinárias, minoritárias, que entendam
o contrário.
Existe duas teorias; a monista e a dualista que analisam o tema.
Teoria monista: Enfatiza a unicidade do direito processual, sendo
assim, o processo do trabalho é integrante do direito processual,
portanto, não se trata de ciência autônoma, pois sua aplicabilidade
dá-se no processo comum.
Autonomia

É certo que o Direito Processual do Trabalho mantém relação com


outros ramos do direito (processual civil, constitucional, dentre
outros), contudo, a estrita relação com demais ramos não afasta
sua autonomia.
Teoria Dualista: Enfatiza que no Direito Processual há a
aplicação subsidiária do processo comum, como no caso previsto
no art. 769 da CLT. Nesse sentido, a teoria dualista afirma que a
aplicação subsidiária será empregada nos casos de omissão
deste que compatível com os princípios fundamentais (art. 8º,
parágrafo único, da CLT). Por intermédio dessa teoria, por sua
vez, majoritária, nota-se que Direito Processual do Trabalho é
sim, ciência autônoma, pois possui particularidades e institutos
próprios.
Autonomia

O Processo do Trabalho se diferencia dos demais por possuir


órgãos próprios de jurisdição; ter função precipuamente
conciliatória; ter legislação própria (CLT, leis extravagantes,
Constituição Federal), além de, subsidiariamente, valer-se do
Código de Processo Civil; ter poder normativo dos tribunais (nos
dissídios coletivos), além de ser estudada de forma separada de
outros ramos do Direito (autonomia didática).
Conflitos trabalhistas

Os conflitos trabalhistas podem eclodir tanto na esfera individual


como na esfera coletiva. Na esfera individual, há o chamado
conflito entre patrão e empregado, individualmente considerados,
ou entre prestador e tomador de serviços, tendo por objeto o
descumprimento de uma norma positivada, seja pela lei ou pelo
contrato.

Já o conflito coletivo trabalhista, também denominado conflito de


grupo ou de categorias, tem por objeto não somente o
descumprimento de normas positivadas já existentes (conflito
jurídico ou de natureza declaratória), mas também a criação de
novas normas de regulamentação da relação de trabalho (conflitos
de natureza econômica).
Conflitos trabalhistas

Como bem adverte Pinho Pedreira(5);


“O bem mais comumente disputado nos conflitos de trabalho é o
salário, que os trabalhadores pleiteiam seja elevado e os
empregadores se recusam a aumentar, ou a fazê-lo no
percentual reivindicado.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Segundo nos traz a doutrina, são meios de solução dos conflitos


na esfera trabalhista: autotutela ou autodefesa,
autocomposição e heterocomposição.

Autotutela
A autotutela ou auto defesa é o meio mais primitivo de resolução
dos conflitos em que uma das partes, com utilização da força,
impõe sua vontade sobre a parte mais fraca. Nesta modalidade,
há uma ausência do Estado na solução do conflito, sendo uma
espécie de vingança privada.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Ensina Amauri Mascaro Nascimento(13):


“A autodefesa pode ser autorizada pelo legislador, tolerada ou
proibida [...] A solução que provém de uma das partes
interessadas é unilateral e imposta. Portanto, evoca a violência, e
a sua generalização importa na quebra da ordem e na vitória do
mais forte e não do titular do direito. Assim, os ordenamentos
jurídicos a proíbem, autorizando-a apenas excepcionalmente,
porque nem sempre a autoridade pode acudir em tempo a solução
dos conflitos.”
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Hoje, nas legislações, ainda há resquícios da autotutela em


alguns Códigos, como a legítima defesa da posse no Código Civil,
ou o estado de necessidade e legítima defesa na esfera penal.
Autocomposição
A autocomposição é modalidade de solução dos conflitos coletivos
de trabalho pelas próprias partes interessadas sem a intervenção
de um terceiro que irá ajudá-las ou até propor a solução do
conflito. Como exemplos, temos: a negociação coletiva para os
conflitos coletivos e o acordo ou a transação para os conflitos
individuais.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Na esfera do Direito coletivo do trabalho, temos como


instrumentos típicos de autocomposição os acordos e convenções
coletivas, que são produtos de um instituto maior, que é a
negociação coletiva.

Heterocomposição

A heterocomposição exterioriza-se pelo ingresso de um agente


externo e desinteressado ao litígio que irá solucioná-lo e sua
decisão será imposta às partes de forma coercitiva. Como
exemplo, temos a decisão judicial (dissídios individuais e
coletivos) e a arbitragem.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

A heterocomposição, sob a modalidade da decisão judicial (Poder


Judiciário), tem sido o meio, por excelência, de solução do conflito
trabalhista, pois o Brasil, de cultura romano-germânica, não tem
tradição de resolução dos conflitos pela via da negociação nem da
arbitragem.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Mediação e conciliação
Mediação é forma de solução dos conflitos por meio da qual o
mediador se insere entre as partes, procurando aproximá-las para
que elas próprias cheguem a uma solução consensual do conflito.
Na visão de Pedro Romano Martinez(19), “a mediação constitui
uma forma de solucionar conflitos coletivos que se pode dizer está
a meio caminho entre a conciliação e a arbitragem; é algo mais do
que a conciliação e menos que a arbitragem.
Já conciliação é forma de solução do conflito trabalhista, mediante
o ingresso do conciliador entre as partes, o qual as aproximará
buscando a solução dos conflitos mediante concessões recíprocas.
Das formas de solução dos conflitos trabalhistas

Como bem adverte Pedro Romano Martinez(21),


“o conciliador tem uma intervenção activa na negociação, na
medida em que pode apresentar eventuais soluções para aquele
conflito. A conciliação, em princípio, baseia-se na autonomia
privada, tanto no que respeita à iniciativa, como ao processo de
negociação.”
Segundo a doutrina, a atividade do mediador é mais intensa que
a do conciliador, pois toma mais iniciativas que o conciliador, não
só realizando propostas de conciliação, mas persuadindo as
partes para que cheguem a uma solução do conflito. Não
obstante, o mediador, ao contrário do árbitro e do juiz, não tem
poder de decisão.
Princípios do Direito Processual

O Direito Processual do Trabalho é regido por Princípios


Constitucionais do Processo, bem como por Princípios do Direito
Processual Civil, além de possuir princípios peculiares, típicos,
caracterizando a sua autonomia. Em relação aos princípios
constitucionais do processo, podemos citar, entre outros:
Princípios do Direito Processual

Princípio do Devido Processo Legal


– É o princípio que assegura a todos o direito a um processo com
todas as etapas previstas em lei e todas as garantias
constitucionais.
- Art.5º, LIV, da CF/88 - ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal;
- Art.5º, LV, da CF/88 - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
Princípios do Direito Processual

Princípio da Imparcialidade do Juiz


- Consiste na ausência de vínculos subjetivos com o processo,
mantendo-se o julgador distante o necessário para conduzi-lo
com isenção.
- Art.5º, XXXVII, da CF/88 - não haverá juízo ou tribunal de
exceção. - Art.5º, LIII - ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente.
- Art.8º, 1, da Convenção Americana de Direitos Humanos - Toda
pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e
dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente,
independente e imparcial (…).
Princípios do Direito Processual

Princípio da Isonomia
- Define que todos são iguais perante a lei. Isso significa que o
Estado deve tratar todos os cidadãos de maneira igualitária, sem
discriminação de qualquer natureza.
- Art.5º, caput, da CF/88 - Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes (…).
- Igualdade Material: Tratar os iguais com igualdade e os
desiguais com desigualdade, na medida das suas desigualdades.
Princípios do Direito Processual

Princípio da Motivação das Decisões


- Representa uma garantia para o cidadão contra julgamentos
arbitrário, devendo o juiz expor as razões de seu convencimento
pautado em aspectos racionais.
- Art.93, IX, da CF/88 - todos os julgamentos dos órgãos do
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,
em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação;
Princípios do Direito Processual

Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário

- Possibilidade de provocar a prestação jurisdicional para garantir


a tutela de direitos, proibindo a criação de qualquer instrumento
normativo que impeça o livre acesso ao Judiciário diante de uma
ameaça ou lesão a direitos. - Art.5º, XXXV, da CF/88 - a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
Princípios do Direito Processual

Princípio da Razoável Duração do Processo

-Visa garantir que os processos, seja na seara judicial ou


administrativa, tramitem em prazo razoável e que sejam
assegurados os meios para a efetivação do rápido andamento dos
feitos.
- Art.5º, LXXVIII, da CF/88 - a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Princípios do Direito Processual

Contraditório
As partes devem ter oportunidade de manifestar sobre os
incidentes processuais e sobre as alegações e provas
apresentadas pela parte contrária (artigo 5º, LV, da Constituição
Federal):
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; c) ampla defesa:
admite-se à parte a produção das mais diversas provas, desde
que obtidas licitamente e que haja pertinência em relação à causa;
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e
Direito Processual do Trabalho

Princípio da Inércia: refere-se ao começo do processo, indicando


que ele só pode ser iniciado pelo poder judiciário após o pedido
da parte;

Princípio Inquisitivo: a partir deste princípio, o magistrado pode


realizar atos e diligências sem a provocação das partes;

Princípio da Proteção: é o princípio dos princípios, no qual se


supõe a desigualdade econômica entre o empregado e o
empregador, sendo o trabalhador a parte mais fraca. Portanto,
garante superioridade jurídica ao empregado;
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e
Direito Processual do Trabalho

Princípio da Conciliação: segundo este princípio, os processos,


individuais ou coletivos, submetidos à Justiça do Trabalho estarão
sempre sujeitos à conciliação, em qualquer fase de audiência;

Princípio da Celeridade: quando o processo for de natureza


alimentar, ele deve ocorrer de forma célere, para que a parte
receba o mais rápido possível;
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e
Direito Processual do Trabalho

Princípio da Extrapolação: diz respeito à possibilidade de o juiz


conceder mais do que foi pedido ou algo diferente do que foi
solicitado;

Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Interlocutórias: este


princípio impede que as partes insatisfeitas recorram
imediatamente;
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e Direito
Processual do Trabalho

Princípio do Jus Postulandi: segundo este princípio as partes podem


postular e acompanhar as reclamações sem a necessidade de um
advogado;

Princípio da Oralidade: este princípio coloca que deve-se dar


prevalência à palavra “falada” em detrimento da realização sequencial
de atos processuais;
Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e
Direito Processual do Trabalho

Princípio da Subsidiariedade: em casos omissos, o Direito do


Trabalho pode usar como fonte o Direito Processual comum,
exceto quando for incompatível com as normas deste;

Princípio da Informalidade: conjunto de atos processuais


coordenados que objetivam a entrega do bem da vida ao
jurisdicionado por meio do direito objetivo ao caso concreto.
As principais características do Direito Processual
do Trabalho

celeridade: por se tratar de questões que envolvem o meio de


sobrevivência do trabalhador e da sua família, é indicado que haja
rapidez na resolução do conflito, cabendo aplicação de multa na
reclamada, caso haja adiamento por fins protelatórios;

oralidade: trata-se de uma atuação oral, em que prevalece a palavra


falada, pela valorização da conciliação, como também pelo direito de
defesa sem a presença de um advogado;

finalidade social: para assegurar que haja um equilíbrio entre o


empregado e o empregador.
JURISDIÇÃO

Jurisdição – do latim juris dictio (dizer o Direito)

A jurisdição no Brasil é exercida pelo Poder Judiciário


e tem alcance sobre todo o território nacional está Prevista do
artigo 16 ao 41 do CPC. Entretanto, seria impraticável se todos
os magistrados pudessem decidir sobre todas as discussões
jurídicas que surgissem no país. Nesse contexto, jurisdição é o
poder/dever do qual os julgadores são investidos pelo Estado,
para aplicar a lei no caso concreto.
JURISDIÇÃO

O Poder Judiciário é dividido em Tribunais e esses Tribunais


são compostos por ministros (Tribunais Superiores),
desembargadores (Tribunais de Segunda Instância) e juízes
na Primeira Instância. A partir deste entendimento, o juiz de
Primeira Instância tem o mesmo poder que um ministro do STF,
uma vez que tanto um quanto outro têm jurisdição. Mas então o
que diferencia um de outro?
A competência. Eis que para otimizar essa questão, foram
criadas regras para dividir, dentro da organização judiciária, a
competência de cada um dos órgãos.
JURISDIÇÃO
Registramos, ainda, que o caráter de definitividade da jurisdição.
Isso porque, ao encerrar o desenvolvimento legal do processo, a
manifestação, do Juiz torna -se imutável, não sendo admitido a
revisão por outro poder.

Assim, concluímos que os atos Jurisdicionais são suscetíveis de


se tornarem imutáveis, não podendo ser revistos e modificados. A
própria Constituição Federal estabelece que a lei não prejudicará
o ato Jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa Julgada
(art.5ª. XXXVI).

.
JURISDIÇÃO

Outra característica da Jurisdição é o escopo de atuação do


Direito, segundo o qual a jurisdição tem por objetivo a atuação das
normas de direito Material.

(Direito material: São os bens jurídicos que são tutelados por


uma pessoa).

São também característica da jurisdição a existência, de lide e a


inércia. Isso porque a atividade jurisdicional pressupõe a lide e só
atua mediante provocação da parte interessada, ou seja, mediante
provocação do titular da pretensão de direito material ou de quem
estiver legitimado extraordinariamente, salvo as exceções legais.
JURISDIÇÃO

jurisdição por competência, Tem-se, então, que nada mais


é do que a medida da jurisdição. Quer dizer que todo juiz
possui jurisdição; entretanto, só poderá exercitar em
determinadas matérias e em determinados espaços, segundo
a sua competência, na qual está a fixação do âmbito de
atuação dos órgãos encarregados das funções jurisdicionais.

Daí que a jurisdição é inerente à atividade de todo o juiz, mas


nem todo juiz tem poderes para julgar litígios em todos os
lugares. Só o juiz competente tem legitimidade válida.
CARACTERÍSTICA DA JURISDIÇÃO (“dizer o
direito”)

A Característica essencial da Jurisdição, segundo a doutrina


consagrada, é a substitutividade, na medida em que o Estado,
por uma atividade sua, substituiu a atividade daqueles que estão
envolvidos na lide, os quais estão proibidos de “fazer justiça com
as próprias mãos”, ressalvando-se as hipóteses legais de
autotutela.
Na linguagem jurídica, a palavra jurisdição invoca o sentido
técnico e preciso atribuído à função pública para a realização da
justiça.

Outra característica da jurisdição é o escopo de atuação do


Direito, segundo o qual a jurisdição tem por objetivo a atuação das
normas de direito material.
CARACTERÍSTICA DA JURISDIÇÃO (“dizer o
direito”)

São também característica da jurisdição a existência de lide e a


inercia.

Isso porque a atividade jurisdicional pressupõe a lide e só atua


mediante provocação da parte interessada, ou seja, mediante
provocação do titular da pretensão de direito material ou de
quem estiver legitimado extraordinariamente, salvo exceções
legais.
Os princípios que regem o exercício da Jurisdição

A investidura do Juiz;

Aderência do território;

Indelegibilidade;

Inevitabilidade;

Declinabilidade (ou anafastabilidade)

Juiz natural;
Os princípios que regem o exercício da
Jurisdição

O princípio da investidura do Juiz: Segundo o princípio da


investidura, a jurisdição só pode ser exercida por quem dela
estiver legitimamente investido. São nulos de pleno direito os
atos processuais praticados por quem não tenham sido ou não
esteja legitimamente investido na condição de Juiz.

Princípios da aderência ao território: a aderência ao território


consiste no fato que a jurisdição pressupõe um território em que
é exercida. Isso porque os Juízes exercem jurisdição a
jurisdição nos limites da circunscrição que lhe é traçada pela lei.
Os princípios que regem o exercício da
Jurisdição

Assim fora de sua circunscrição territorial o juiz não exerce sua


jurisdição. Na hipótese de praticar algum ato processual fora de
sua área territorial. O juiz deverá se valer da colaboração do juiz
do lugar. O que se faz mediante carta precatória. Se houver
necessidade de praticar atos fora dos limites territoriais do país,
o juiz se valerá de carta rogatória em que solicitará a
cooperação do órgão jurisdicional estrangeiro.
Os princípios que regem o exercício da
Jurisdição

Princípio da indelegabilidade: Traduz-se no fato de que as


atribuições do poder Judiciário somente podem ser exercidas,
segundo a discriminação constitucional, pelos órgãos do
respectivo poder, por meio de seus membros legalmente
investidos.

Princípio da inevitabilidade: Traduz-se no fato que a atividade


dos órgãos jurisdicionais é incontrastável, não sendo permitida
oposição juridicamente válida de qualquer instituto para impedir
que a jurisdição alcance seus objetivos e produza seus efeitos.
Os princípios que regem o exercício da
Jurisdição

Princípio da indeclinabilidade ou da inafastabilidade: este


princípio está expresso no art.5º XXXV, da Constituição Federal,
segundo a qual “a lei não excluirá da apreciação do judiciário
lesão ou ameaça a direito”. Assim o Juiz não pode recursar-se a
aplicar direito nem mesmo sob a alegação de lacuna do
ordenamento Jurídico art.140, CPC 2015.

Princípio do Juiz Natural: Assegura que ninguém pode ser


privado de julgamento por órgão jurisdicional independente e
imparcial.
Jurisdição voluntária
A Jurisdição voluntária é uma forma de atuação do poder
judiciário, mas em situações em que não existam lide,
processo nem partes.

Na verdade, a jurisdição voluntária não é, propriamente,


jurisdição. Consiste na administração Pública de interesses
privados, a qual é realizada pelos Juízes. São exemplos de
atos de jurisdição voluntária: Separação consensual;
abertura e cumprimento de testamentos; curatela de
interditos etc.
Jurisdição voluntária

O art.233 da constituição estabelecia um procedimento de


jurisdição voluntária, perante a justiça do trabalho, em favor dos
empregados rurais que quisessem fazer a comprovação de
observância dos direitos trabalhistas de seus empregados, a
cada cinco anos. Contudo, esse dispositivo constitucional foi
revogado pela Emenda Constitucional 28, com vigência a contar
de 29 de maio de 2000.
Jurisdição voluntária

Atualmente, temos uma hipótese de jurisdição voluntária no art.


500 da Consolidação das leis do trabalho, segundo o qual:

O pedido de demissão de empregado estável só será válido,


quando feito com a assistência do respectivo sindicato e, se não
houver, perante autoridade local competente do ministério do
trabalho e da justiça do trabalho.
Jurisdição voluntária

A Lei 13467/17 acrescentou outra hipótese de jurisdição


voluntária na CLT prevista nos arts. 855-E, e no art.652, “f”. A
nova disposição trata de hipóteses em que as partes se
componham extrajudicialmente, mas ingressam no poder
judiciário para que a justiça do trabalho homologue essa
composição.
Pro indiviso: Mas não é propriamente uma inovação, esse
procedimento já era previsto no CPC/73, e atualmente está
previsto no CPC/15, em seu art. 515.III, de aplicação subsidiária
ao processo do trabalho por força do art.769 da CLT.
Jurisdição voluntária

Na jurisdição voluntária não há partes, mais sim


interessados. Não há processo mais sim
procedimento. Não há conflito, pelo que não se trata
de autocomposição. Por esse motivo, criticamos o
termo “processo” usado no caput do art.855-B, da CLT,
assim como “partes”, no § 1º do mesmo artigo.
A CLT disciplina os requisitos para que a homologação
judicial de composição possa ser firmada
extrajudicialmente.
Jurisdição voluntária

A justiça do trabalho deve ser provocada por petição conjunta,


sendo obrigatória a representação das partes por advogado
(CLT/art. 855-B, caput).

Conforme o art.855-D, da CLT, o Juiz terá 15 dias, contado da


distribuição da petição conjunta, para analisar o acordo,
podendo designar audiência se entender necessário e, em
seguida proferir a sentença.
Jurisdição voluntária

Entendendo que a sentença que homologa o acordo firmado


extrajudicialmente extingue o processo com resolução do Mérito,
nos termos do art. 487,III,”b”, do CPC.

Caso o juiz se recuse a homologar judicialmente o acordo


firmado extrajudicialmente, cabe recurso ordinário da sentença.
Jurisdição voluntária

A petição conjunta requerendo a homologação de acordo


extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação. Mas
apenas quanto os direitos nela especificados (art. 855-E, CLT).
Voltando a fluir no dia útil seguinte ao trânsito em julgado da
decisão que negar a homologação do acordo. (art.855-E,
parágrafo único, CLT).

Você também pode gostar