Processo Do Trabalho
Processo Do Trabalho
Processo Do Trabalho
Bom estudo!
Material Complementar e
Fórum 1
5. Do Acesso à Justiça
O acesso à Justiça tem por objetivo estabelecer um sistema jurídico para que
as pessoas possam provocar a tutela jurisdicional do Estado para resolverem
os seus litígios.
Trata-se de uma das garantias mais importantes dos cidadãos, uma vez que,
modernamente, a acessibilidade ao Judiciário é um direito fundamental de
qualquer pessoa para efetivação de seus direitos. De outro lado, não basta
apenas à ampla acessibilidade ao Judiciário, mas também que o procedimento
seja justo e que produza resultados (efetividade) (SCHIAVI, 2017, p. 15).
Para esse autor o acesso à Justiça diz respeito à acessibilidade das pessoas
ao Judiciário para efetivação de seus direitos. Todavia, para outros
doutrinadores, o acesso à Justiça está intrinsecamente relacionado à justiça
social, quanto ao estabelecimento do jus postulandi, da assistência judiciária
gratuita, da gratuidade de despesas e custas processuais às partes
desfavorecidas na relação processual, para que tenham oportunidade de
acionar o Poder Judiciário.
Com efeito, o Artigo 764, Caput e seus parágrafos da CLT dispõem que:
Art. 831 – A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta
de conciliação.
Nesse aspecto, torna-se importante ressaltar o Artigo 899 da CLT, vez que
prevê a possibilidade de os recursos serem interpostos por petição simples,
com o intuito de consagrar a celeridade e economia processual.
Súmula n.º 214 do TST – Na Justiça do Trabalho, nos termos do Art. 893, § 1º
da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula
ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível
de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe
exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no Art. 799, § 2º, da CLT.
Importante consignar que após a EC n.º 24/99, a figura dos juízes classistas
que exerciam jurisdição desaparece, afinal, o intuito da Reforma
Constitucional foi estabelecer segurança jurídica aos envolvidos no processo.
Desse modo, no âmbito da Justiça do Trabalho, a jurisdição ficou estruturada
da seguinte forma, segundo o Artigo 111 da CF:
1.
I. Tribunal Pleno;
II. Órgão Especial;
III. Seção Especializada em Dissídios Coletivos;
IV. Seção Especializada em Dissídios Individuais;
V. Turmas.
Cumpre destacar que no Estado de São Paulo existem dois TRT instalados, um
na Capital e outro na Cidade de Campinas, tendo em vista o índice
populacional do Estado.
1.
I. A Lei criará Varas do Trabalho;
II. A jurisdição será exercida pelo juiz singular;
III. Nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, os juízes de direito
serão investidos de jurisdição trabalhista.
9. Competência
A competência advém da jurisdição reconhecida pela CF como tutela
jurisdicional frente os interesses individuais ou coletivos. Nessa perspectiva, a
competência se refere aos critérios de delimitação do juiz de dizer o direito no
caso concreto.
1.
I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
1.
A. Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na
administração da Justiça do Trabalho;
B. Tribunais Regionais do Trabalho;
C. Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária;
Fechamento da Unidade 1
O objetivo desta Unidade foi realizar um estudo, no que concerne à teoria geral
do Direito Processual do Trabalho, quanto à história, ao conceito, às fontes,
normas e aos princípios do processo trabalhista. Considerando que as normas
aplicáveis ao processo do trabalho advêm da Constituição Federal (CF), da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), dos Decretos, das Leis, Instruções
Normativas e Resoluções.
Vale ressaltar que na Justiça do Trabalho não existe um código que se refere
às matérias processuais, de aspecto meramente trabalhista. Nesse passo, é
possível aplicar as disposições do Código de Processo Civil (CPC), de modo
subsidiário, naquilo que for compatível, nos seguintes termos:
CLT, Art. 769 – Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.
Unidade 2
Bons Estudos!
Por outro lado, o Processo refere-se ao Direito Formal. Pode-se dizer que o
processo nada mais é que a forma, a exteriorização de procedimentos para
que determinado Direito Material ou do Bem Jurídico tutelado seja reconhecido
pelo Estado.
No que concerne ao Direito Processual do Trabalho brasileiro, ainda inexiste
um código que trate apenas de matéria processual trabalhista na Justiça do
Trabalho.
Art. 769 – Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.
2. Atos processuais
Os atos processuais são os acontecimentos e as manifestações que ocorrem
no processo, com o intuito de exteriorizar os fatos jurídicos deduzidos pelas
partes em juízo.
O conceito de ato processual deve ser formulado com âncora na teoria geral
dos atos e fatos jurídicos em geral. Fato Jurídico é o acontecimento em virtude
do qual os direitos nascem, se modificam ou se extinguem. O fato jurídico em
sentido amplo abrange os fatos jurídicos em sentido estrito (ordinários e
extraordinários), os atos jurídicos (atos jurídicos em sentido estrito e os
negócios jurídicos) e os atos ilícitos. (LEITE, 2018, p. 462).
3. Prazos processuais
Prazo é um lapso temporal para que determinado ato seja realizado pelas
partes ou pelos auxiliares da justiça.
Quanto à aplicação:
Prazos particulares: são aqueles prazos que fluem apenas para uma das
partes.
Prazos comuns: são aqueles prazos que fluem para todas as partes.
Quanto à origem:
Quanto à natureza:
Prazos peremptórios: são aqueles prazos que não podem ser prorrogados
por vontade das partes, pois decorrem de norma cogente, impossibilitando
que sejam objeto de convenção entre as partes.
Prazos dilatórios: são aqueles prazos que podem ser prorrogados pela
vontade das partes. Entretanto, o pedido de dilação de prazo realizado pelas
partes deve ser encaminhado ao juiz.
Além das disposições da CLT que tratam dos prazos processuais na Justiça do
Trabalho, é possível verificar que as matérias também estão disciplinadas nas
súmulas 1 e 16 do TST, vejamos:
o 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
o 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de
sua categoria.
5. Prescrição e Decadência
Prescrição é a perda da pretensão de invocar Tutela Jurisdicional do Estado no
tempo devido; já a decadência é perda do direito, ocorre quando o titular não
no tempo devido.
1.
1. Prescrição bienal
2. Prescrição quinquenal
6. Ação Trabalhista
Ação refere-se ao direito subjetivo. Ocorre quando o indivíduo ou a
coletividade almeja que determinado direito seja constituído, exaurido ou
executado pelo Estado.
Cabe advertir, por oportuno, que esse direito subjetivo está vinculado ao
interesse material do indivíduo ou da coletividade de provocar a prestação da
tutela jurisdicional, com intuito de obter uma manifestação do Estado quanto à
pretensão deduzida.
7.1. Procedimento
O procedimento comum no processo do trabalho divide-se em três
classificações: ordinário, sumário e sumaríssimo.
1.
1. dissídios individuais que ultrapassem 40 (quarenta) salários mínimos na
data da propositura;
2. audiência inicial de conciliação;
3. audiência de instrução;
4. limite máximo de 3 (três) testemunhas para cada parte;
5. audiência de julgamento.
1.
1. dissídios individuais que não ultrapassem 40 (quarenta) salários mínimos
na data da propositura;
2. esse rito processual não é aplicável para Administração Pública direta,
autárquica e fundacional;
3. indicação da qualificação da Reclamada para fins de citação;
4. o pedido deverá ser líquido e certo, indicar o valor correspondente;
5. designação de audiência única;
6. limite máximo de 2 (duas) testemunhas para cada parte.
7. Petição inicial
A petição inicial é uma peça elaborada pela parte que almeja invocar a tutela
jurisdicional do Estado. A petição inicial é a primeira peça que proporciona o
impulso do processo.
Na Justiça do Trabalho a petição inicial tem por objetivo efetivar ou reparar
um direito que foi violado por um dos sujeitos da relação de emprego e da
relação de trabalho.
Os requisitos da Petição Inicial estão previstos nos artigos 787 e 870 da CLT, e
de forma subsidiária no art. 319, naquilo que for compatível.
Note que a nova redação do §1º do art. 840 da CLT evidencia a necessidade de
a reclamação apresentar pedido certo e determinável e que contenha
indicação do valor das verbas. Ademais, perceba que o objetivo da Reforma
Trabalhista foi estabelecer diretrizes para que a parte liquide os pedidos na
Petição Inicial e evite os pedidos exagerados, além de parametrizar a
sucumbência e o risco.
9. Resposta do Réu
A contestação é uma das formas de defesa da parte contrária na relação
jurídica processual trabalhista. Na contestação, a parte contrária pode
suscitar toda matéria de defesa expondo razões de fato e de direito que julgar
necessárias.
Por logo, é necessário esclarecer que o parágrafo do art. 847, da CLT, versa,
exclusivamente, sobre o momento da apresentação da defesa (escrita) no
sistema de processo eletrônico. Não houve alteração no caput desse
preceptivo legal. Sendo assim, a defesa escrita, no processo tradicional
(físico) deverá ser formulada, oralmente, em audiência, ou apresentada por
escrito, também em audiência. Somente em casos excepcionais é que a
defesa escrita no processo físico poderá ser apresentada antes ou depois da
audiência. (TEIXEIRA FILHO, 2017, p. 172).
Com efeito, note que ambos dispositivos possibilitam que as partes contribuam
para a celeridade processual, haja vista a desburocratização de alguns atos
designados para as partes na relação jurídica processual, após a “reforma
trabalhista” trazida pela Lei nº 13.467/2017.
10. Audiência
A audiência é um ato processual presidido pelo juiz, que ficará desincumbido
de ouvir as pretensões deduzidas pelas partes, além de ouvir as testemunhas
arroladas no processo, à luz do princípio da concentração.
1.
1. Concentração de atos: diz respeito à concentração de atos realizados na
audiência pelas partes e pelo juiz (defesa, depoimento, razões finais e
sentença) - ( 847 da CLT);
11. Provas
As provas têm por objetivo comprovar os fatos alegados pelas partes na
relação jurídica processual. Os principais efeitos das provas são constituir,
exaurir ou reconhecer direitos ou interesses aduzidos pelas partes em juízo.
Os meios de provas na CLT estão previstos nos art. 818 a 830, e no que for
compatível aplicam-se as disposições do NCPC.
Sentença
Sentença é um ato judicial exclusivo do juiz, que objetiva dizer o direito às
partes, após analisar o conjunto probatório do processo. Para alguns
doutrinadores a sentença é conhecida como ato decisório do juiz, que tem a
finalidade de encerrar o processo, bem como o litígio estabelecido entre as
partes.
1. O relatório;
2. Os fundamentos;
3. O dispositivo.
Nesse passo, as custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado
da decisão, conforme preceitua o §1º do art. 789 da CLT, ainda que a parte
seja beneficiária da justiça gratuita ou da gratuidade processual.
Cabe evidenciar a nova redação do §3º do art. 789, que possibilita aos juízes,
aos órgãos e aos presidentes dos tribunais do trabalho concederam o benefício
da justiça gratuita àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
Por fim, a nova redação desse artigo irá tratar da possibilidade de fixação de
honorários de sucumbência da reconvenção.
Fechamento da Unidade 2
O objetivo inicial desta Unidade foi de realizar um estudo sobre os prazos e
atos processuais, quanto ao conceito, à classificação, à comunicação dos
atos, à publicidade dos atos, além da contagem dos prazos processuais, haja
vista a informatização do processo judicial trabalhista.
Por fim, é preciso destacar o estudo realizado no que concerne aos honorários
e às alterações introduzidas pela “Reforma Trabalhista”, pois na Justiça do
Trabalho serão devidos honorários sucumbenciais, ainda que o advogado atue
em causa própria. Outra mudança estrutural dessa matéria refere-se aos
honorários periciais, vez que a responsabilidade pelo pagamento passou a ser
da parte sucumbente na pretensão do objeto da perícia.
Unidade 3
Bons Estudos!
Recursos são instrumentos processuais destinados às partes para rever ou
anular determinadas decisões proferidas pelos juízes ou órgãos judiciais.
1.
I. Embargo;
II. Recurso ordinário;
III. Recurso de revista;
Recursos Trabalhistas
Recursos são instrumentos processuais destinados às partes para rever ou
anular determinadas decisões proferidas pelos juízes ou órgãos judiciais.
Note que os recursos são meios de impugnações das decisões proferidas por
juízes ou pelos órgãos da Justiça do Trabalho, cujo intuito é revisar os
fundamentos da decisão atacada, proferida pelo juiz, órgão, ou instância
judicial, objetivando a reversão do julgado.
Princípio da Unirrecorribilidade
Princípio da Fungibilidade
Pressupostos Recursais
Pressupostos Intrínsecos
Pressupostos Extrínsecos
Uniformidade do Prazo
Embargos de Declaração
Recurso Ordinário
O recurso ordinário interposto pela parte insatisfeita deverá ser dirigido ao juiz
ou órgão que proferiu a decisão, a fim de que seja realizado o juízo de
admissibilidade recursal. Observado o preenchimento dos pressupostos, o
recurso será remetido ao Tribunal.
Ademais, quando uma das partes for pessoa jurídica de direito público, haverá
remessa de ofício, independentemente se a decisão for de cunho definitivo ou
terminativo, haja vista a necessidade do reexame, conforme diretrizes
estabelecidas pela Súmula n.º 303 do TST.
Recurso de Revista
Nesse passo, tal qual a nova redação do Artigo 896 da CLT, o recurso poderá
deixar ser conhecido quando a parte recorrente não:
Súmula n.º 333 do TST – Não ensejam recurso de revista decisões superadas
por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
1.
A. transcreva o trecho divergente;
Embargos
II. Das decisões das turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios
Individuais, ou contrárias à Súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou
Súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
Agravo de Instrumento
[...]
[...]
[...]
Por fim, cabe enfatizar que a Lei n.º 13.467/2017 revogou o Parágrafo 5º do
Artigo 899 da CLT. Desse modo, não é mais necessário ao recorrente formar o
instrumento com cópias simples das peças processuais para instruir o recurso,
dado que a revogação desse dispositivo vem de encontro ao princípio da
economia processual.
Recurso Extraordinário
Recurso Adesivo
Recurso ordinário;
Agravo de petição;
Recurso de revista.
Vale ressaltar que a parte recorrente não precisa vincular-se à matéria objeto
de discussão no recurso principal interposto pela parte contrária. No entanto,
a parte recorrente deverá observar o preparo e prazo de interposição do
recurso, que é de oito dias.
Agravo Regimental
Correição Parcial
Fechamento da Unidade 3
O objetivo desta Unidade foi realizar um estudo sobre a teoria geral dos
recursos trabalhistas, quanto ao conceito, à natureza, às fontes, aos
princípios, às classificações, aos pressupostos, procedimentos e seus efeitos.
O último assunto abordado nesta Unidade foi a correição parcial que, por sua
vez, trata-se de um recurso de natureza administrativa, cabível quando for
constatada a incidência de ato atentatório à Justiça ou às boas ordens
processuais cometidas por juízes de Direito investidos na administração da
Justiça do Trabalho.
Unidade 4
Bons Estudos!
Vale dizer que essa fase processual poderá ser composta por três etapas:
liquidação, constrição e expropriação, a fim de que determinado crédito
trabalhista constituído ou reconhecido pelo Poder Jurisdicional do Estado seja
satisfeito.
Execução Trabalhista
Execução significa cumprimento ou satisfação de obrigação. Na Justiça do
Trabalho, o processo de execução tem por objetivo exigir do devedor o
cumprimento de obrigação decorrente do crédito trabalhista.
Legitimidade Ativa
A parte vencedora do litígio é quem possui a legitimidade ativa para promover
a execução trabalhista. Entretanto, a Lei possibilita que o juiz da Vara do
Trabalho dê início à execução de ofício, tendo como base o Artigo 878 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na hipótese do jus postulandi.
Competência
A competência para apreciar a fase de execução é do juiz que tiver julgado
originariamente o conflito trabalhista, conforme redação dos artigos 877 e 877-
A da CLT, in verbis:
Objeto da Execução
Na execução trabalhista, o devedor responde à obrigação com títulos definidos
em Lei ou com seus bens presentes e futuros.
Títulos Executivos Judiciais
Os títulos executivos judiciais podem ser objetos de execução trabalhista, tais
como a sentença ou acórdão condenatório transitado em julgado, os acordos
não cumpridos e a sentença arbitral, conforme as diretrizes estabelecidas pelo
Artigo 876 da CLT.
Execução Provisória
A execução provisória ocorrerá quando tiver sido interposto recurso sem efeito
suspensivo pela parte executada. Vale ressaltar que a execução provisória se
limita à penhora e deve ser requerida pela parte, observando os requisitos para
instrução, disciplinados no Artigo 522 do Código de Processo Civil (CPC).
Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
Execução Definitiva
A execução definitiva ocorrerá por iniciativa das partes ou de ofício pelo juiz
nas seguintes hipóteses: não cumprimento do acordo firmado entre as partes e
incidência de trânsito em julgado da sentença ou acórdão, conforme as
diretrizes estabelecidas nos artigos 876 da CLT e 784, I do CPC.
Liquidação
Se a sentença for ilíquida, será necessário realizar a liquidação, que poderá
ser feita por cálculo, arbitramento ou artigos, conforme disposto no Artigo 879
da CLT, in verbis:
2o– Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo
comum de 8 (oito) dias para impugnação fundamentada com a indicação
dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.
Por outro lado, na liquidação por arbitramento o juiz e/ou as partes nomearão
um árbitro para apurar o valor devido na condenação (Art. 509, I do CPC).
Por fim, a liquidação por artigos será cabível quando houver a necessidade de
provar fatos novos nos autos que, por sua vez, servirão de base para a
apuração dos valores devidos (Art. 509, II do CPC).
1.
I. Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
II. Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
cotação em mercado;
III. Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
V. Bens imóveis;
VII. Semoventes;
Não incidir sobre os bens designados em Lei, contrato ou ato judicial para o
pagamento;
O executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações
previstas em Lei.
1.
I. Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à
execução;
Por outro lado, a penhora on-line corresponde a uma ordem judicial cujo
objetivo é solicitar informação e bloquear ativos financeiros de determinado
sujeito, via internet.
Nesse passo, cabe enfatizar que o Artigo 883-A da CLT dispõe que esse
procedimento executório somente deve incidir nas hipóteses de o executado
não garantir o juízo, ou no caso de não responder à execução a partir da
citação.
Embargos à Execução
1.
I. Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
VI. Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo
de conhecimento.
[...]
1.
I. O exequente pleiteia quantia superior à do título;
Com efeito, de acordo com o Artigo 915 do CPC, o juiz poderá rejeitar
liminarmente os embargos:
Quando intempestivos;
Manifestamente protelatórios.
Nesse passo, vale ressaltar que a Fazenda Pública também estará dispensada
de garantir previamente o juízo ou de indicar bens à penhora para opor
embargos, nos termos do Artigo 910 do CPC. Outra matéria assegurada à
Fazenda Pública refere-se à concessão de prazo de trinta dias, após a citação
para opor embargos, caso deseje.
Exceção de Pré-Executividade
A exceção de pré-executividade não possui previsão legal, vez que essa
modalidade de defesa do executado advém da Doutrina e da jurisprudência.
Embargos de Terceiro
Os embargos de terceiro correspondem a um meio de impugnação destinado
ao sujeito que é estranho na relação jurídica processual, cujo objetivo seja
reaver bens que foram atingidos por uma ameaça ou constrição judicial no
curso de uma execução.
A previsão legal dos embargos de terceiro está presente do Artigo 674 ao 680
do CPC, vez que a CLT é omissa quanto à previsibilidade dos embargos de
terceiro.
1.
I. O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou
de sua meação;
Por fim, vale ressaltar que o terceiro deverá observar os requisitos do Artigo
677 do CPC para opor embargos, ou seja, prova sumária, posse ou domínio do
bem, além do oferecimento de documentos e rol de testemunhas.
Agravo de Petição
O agravo de petição é um recurso contra decisões proferidas pelo juiz no curso
da execução, com previsão no Artigo 897, alínea a da CLT.
Prescrição Intercorrente
A prescrição intercorrente é a perda de um direito pelo decurso do tempo; no
processo do trabalho ocorre em razão da paralização do processo ou não
realização de atos no prazo de dois anos na fase de execução.
Extinção da Execução
A execução será extinta nos seguintes casos (Art. 914-925 do CPC):
1.
I. Quando o devedor satisfaz a obrigação;
Fechamento da Unidade 4
Ademais, adentramos na liquidação de sentença que, por sua vez, poderá ser
realizada por cálculo, arbitramento ou artigos. Outrossim, estudamos qual é o
momento no qual as partes devem indicar bens à penhora, quais são os bens
impenhoráveis, além das peculiaridades da aplicação da penhora pela Justiça
do Trabalho.
Nessa perspectiva, analisamos quais são os recursos e as impugnações que
são cabíveis nessa fase processual, entre os quais se destacam os embargos à
execução, a exceção de pré-executividade e o agravo de petição.
É preciso ressaltar, contudo, as alterações introduzidas no processo do
trabalho pela Lei n.º 13.467/2017, vez que restou estabelecida a aplicação do
instituto da desconsideração da personalidade jurídica na Justiça do Trabalho,
a fim de afetar o patrimônio dos sócios, quando a pessoa jurídica não vier a
cumprir com as suas obrigações, no que concernem aos créditos trabalhistas.