Este documento discute vários paradoxos da física moderna, como o paradoxo de Zenão, o paradoxo do mentiroso e o paradoxo EPR. Apresenta também experiências como a fenda dupla que mostram que objetos quânticos se comportam como partículas e ondas. Não há consenso sobre a interpretação destes fenômenos, com várias teorias propostas como a de Copenhagen e a de muitos mundos.
2. A ciência está hoje confortavelmente
instalada.
Bastaram-lhe alguns séculos para se
impor e consolidar a sua reputação.
3. Temos o hábito de considerá-la regida
por uma mistura de objetividade e rigor
frio.
Principalmente, a Física, reputada
como sendo a mais rigorosa das
ciências.
Somos levados a achar que dentro dela,
há consenso e não existem paixões ou
querelas.
4. O sucesso da Física Quântica
até hoje não foi contestado.
A técnica teórica é perfeita,
concorda com todos
os resultados experimentais.
33. Sempre restará uma
distância infinitesimal
a ser percorrida.
Assim,
a distância inicial,
foi dividida
em infinitos pedaços.
34. Que vão requerer
um tempo infinito
para serem percorridos.
Portanto,
a conclusão de Zenão,
é que não podemos
nos deslocar,
e o movimento não existe.
35. O paradoxo de Zenão
resulta da convicção,
de que teríamos
a necessidade
de um tempo infinito
para realizar um número
infinito de etapas.
38. Se ele disser SIM:
É uma contradição,
porque ele é um
mentiroso, e não poderia
estar falando a verdade.
39. Se ele disser NÃO:
É uma contradição,
porque ele é um
mentiroso, como então,
está falando a verdade?
40. Contudo, é pela ação dos
paradoxos
que aquilo que se
acreditou
ser verdadeiro,
pode deixar de sê-lo.
41. O paradoxo,
não é um erro,
nem o contrário da verdade.
“Se existem paradoxos
nas nossas verdades,
é porque existe verdade
nos nossos paradoxos.”
42. Contudo, muitos físicos
não se interessam
pela interpretação filosófica
dos paradoxos.
Isto é,
não se interessam
pela origem,
nem pelas conseqüências,
da ciência.
43. Provavelmente, crêem
que a ciência não merece
ser pensada
profundamente, em seus
fundamentos,
em sua finalidade.
44. Quanto aos filósofos,
não se interessam pelas
transformações
que a ciência provoca,
em seus pontos de vista
sobre o real.
45. Mas o real é interpretado
ao ritmo das oscilações
entre a coisa
e a idéia sobre a coisa.
46. Então, o que falta ao real
que o impede de ser,
imediatamente,
reconhecido por nós?
48. Ele não ocorre com
transições progressivas,
mas com saltos,
que levam
a uma visão
radicalmente nova.
49. Kepler, Newton, Kekulé,
Einstein,
para citar apenas alguns,
tiveram intuições
iluminadas,
que permitiram-lhes
descobrir uma nova
maneira de encarar fatos já
conhecidos.
50. A Ciência pauta-se pela
capacidade de
contradizer-se.
O estado paradoxal é o
combustível do progresso.
67. Os fulerenos são a terceira
forma
mais estável do carbono,
após o diamante e o grafite.
68. Foram descobertos
recentemente (1985), tornando-se
populares
entre os químicos,
tanto pela sua beleza estrutural,
quanto pela sua versatilidade
para a síntese de novos
compostos químicos.
70. Podem ser formados por
20, 60, 70, 100, 180, 240 e
até 540 átomos de carbono.
Suas dimensões são da
ordem
do nanômetro (10−9
m).
71. a – diamante
b – grafite
c – diamante hexagonal
d – C60
e – C540
f – C70
g – carbono amorfo
h – nanotubo de carbono
72. Fulereno C60
Sua forma é de
uma bola de
futebol
(domo geodésico),
composto por
12 pentágonos e
20 hexágonos.
73. Fulereno C60
Os hexágonos mantém a planura ,
(o grafite, é plano por ter só hexágonos)
e os pentágonos produzem os
ângulo para a curvatura,
sendo necessários 12 pentágonos
para fechar a superfície
sobre si mesma, formando uma
bola.
74. Em 1999 M. Arndt, O. Nairz, J. Voss-
Andreae, C. Keller, G. van der Zouw and
A. Zeilinger, conseguiram a difração do
C60
Fulereno C60 ⇒ φ = 68,3 nm
Partícula de pó ⇒ φ < 10 µm
mC60 = 1,2⋅10-21
g
me = 9,11⋅10-29
g
88. As partículas, como as ondas,
não possuem trajetória
definida.
(Princípio da indeterminação de Heisenberg)
Elas se “espalham”
em todo o aparato
experimental
e “vêem”
um experimento de caráter
89. Qualquer aparelho de medição é
parcial e orientado:
Se montarmos um experimento para
detectar o comportamento
ondulatório do objeto quântico, o
comportamento observado será?
90. Qualquer aparelho de medição é
parcial e orientado:
Se montarmos um experimento para
detectar o comportamento
corpuscular do objeto quântico, o
comportamento observado será?
92. O que realmente são os objetos
quânticos?
Para Bohr
Esta pergunta não tem significado
até uma medida ser feita
Para Einstein
A Mecânica Quântica estava
incompleta
Para Bohm
É porque desconhecemos variáveis
101. Você cria a realidade,
quando faz sua escolha,
a realidade pré-existente,
seria uma espécie
de matéria prima,
com a qual você molda o
futuro.
102. O colapso a função de onda
consiste,
não em fazer alguma coisa
aos objetos
através da observação,
mas em optar
e reconhecer
o resultado da opção.
103. O objeto quântico torna-se,
assim,
um objeto claro escuro
ao qual se pode aplicar,
sucessivamente,
predicados contraditórios.
104. No mundo da física
quântica escolher
significa renunciar...
105. Princípio da complementaridade
ou medimos onda
ou medimos partícula
Esse conceito de
complementaridade, implica em
exclusão mútua,
se é um, não pode ser o outro.
Seria um sinônimo de paradoxo
ou contradição.
107. Radioatividade
Dentro do núcleo do átomo podem ocorrer
transmutações e serem emitidas partículas ou
radiação.
Partícula α → núcleo do Hélio
Partícula β → elétron ou pósitron
Raio γ → radiação eletromagnética
108. Partícula α → baixo poder de penetração
Partícula β → médio poder de penetração
Raio γ → alto poder de penetração
109. Atividade de um elemento
radioativo
Definição – Nº de núcleos que
se desintegram em um segundo.
Unidade de medida
Becquerel – (Bq)
110. Exemplos de atividade
H2O do mar – 10 Bq/l
H2O mineral – entre 2 a 226 Bq/l
H2O da chuva – entre 0,3 a 1 Bq/l
Leite – 60 Bq/l
Solo – entre 400 q 8000 Bq/kg
Corpo humano – 12.000 Bq (Metade devido ao
K40
)
Uma grama de Rádio – 3,7 ⋅1010
Bq
112. Ao jogarmos um dado cada lado
tem uma probabilidade de 1/6 de
sair.
Se jogarmos o dado 1200 vezes
verificamos ao final que cada lado
saiu 1/6 das vezes.
Mas se nos perguntarmos qual lado
sairá no lançamento 1201,
a resposta seria,
não sei.
116. A função de onda do gato
dentro da caixa é: Ψgato
117. Seja um material cuja atividade é
uma desintegração a cada duas
horas.
Como a desintegração do núcleo é
regida pela mecânica quântica,
o evento é probabilístico.
Então após uma hora,
o núcleo pode ter desintegrado ou
não.
118. 50% de que o núcleo tenha
emitido um partícula
e
50% que não tenha emitido
uma partícula
Então, após uma hora,
a probabilidade é de:
122. O elétron ou qualquer
partícula elementar, não
é localizada no espaço, é
como se dissolvesse,
tornando-se apenas,
uma onda de
probabilidade e quando
fizéssemos
uma medida,
ele se “materializa”
123. Colapso da função de
onda significa que
qualquer objeto, por
exemplo, a Lua, se
espalha um pouco
no espaço, se tornando
apenas uma onda de
probabilidade e quando
olhamos para ela,
ela se “materializaria”
instantaneamente
130. Interpretação de
Von Newmann e Wigner
“se existe uma ação da matéria sobre o
espírito, então deve existir uma ação do
espírito sobre a matéria”
Uma mente consciente
é quem resolve a dicotomia
136. Enunciado
Se, sem exercer qualquer
perturbação sobre um sistema,
for possível prever, com exatidão,
o valor de uma grandeza física
pertencente a esse sistema,
é porque existe um elemento
de realidade física
que corresponde a esta grandeza.
138. Paradoxo EPR
Medir o spin de B⇒ saber o spin de A
Mesmo que xA+ xB >> ct
Na visão clássica, medidas do spin de B
não deveriam afetar
o spin de A
139. Paradoxo EPR (analogia clássica)
Uma caixa lança bolas
de seu interior,
para direita e para esquerda,
essas bolas são de cor
preta ou branca.
141. Note que,
quando uma bola branca sai à direita,
à esquerda
sempre sai uma bola preta
e vice-versa.
Isto é conhecido como:
Anti-correlação
142. Paradoxo EPR
O comportamento
quântico é
semelhante a dois
gêmeos que estão,
um em Paris e
outro em Pisa.
Embora separados,
o que um sente, o
outro acaba
sentindo também...
144. O TIRANO E O ORÁCULO
Num reino distante um tirano mau,
regia seu reino reprimindo seu povo
terrivelmente.
Logo se tomou claro a todos,
que era preciso empreender alguma coisa
contra ele.
145. Então três súditos feiticeiros
se dispuseram a eliminá-lo.
Não tardou para que o tirano recebesse
informações sobre a conspiração,
e logo ele enviou agentes
para saber mais a respeito
dos que queriam eliminá-lo.
146. Os três súditos viajavam sozinhos à noite,
mas era muito difícil observá-los.
Contudo, nesse reino havia um oráculo,
que sempre dizia a verdade.
O tirano se pôs a caminho para pedir ao oráculo
que lhe desse alguma informação a respeito dos
feiticeiros, pois havia no país numerosos grupos
constituídos de três pessoas
que estavam em viagem ao mesmo tempo.
Como convém a um oráculo normal,
seu enunciado foi tão claro quanto misterioso:
147. Resposta do oráculo
Quando um deles é homem:
os outros dois,
um tem cabelo claro
e o outro tem cabelo escuro.
Quando um deles é mulher:
os outros têm cabelo da mesma cor.
148. Ninguém entendeu
o que o oráculo
quis dizer,
mas o bobo da corte
afirmou ter entendido.
Montagem dos grupos
ou
formulação do problema
150. ?
Claro
Escuro
2H1M
2H1M
Viola o
oráculo
?
Quando um deles é homem: os outros dois, um tem cabelo claro e o outro tem
cabelo escuro. Quando um deles é mulher: os outros têm cabelo da mesma cor.
Viola o
oráculo
156. O bobo da corte estava errado
ou
o oráculo mentiu
pela primeira vez?
A resposta ambas perguntas
é
NÃO!
157. Einstein, Planck e Bohm:
Não sabemos ainda
como ocorre a transmissão
de informação
entre as partículas.
Isto é,
o paradoxo existe,
pela nossa ignorância
sobre as leis da natureza.
158. Bohr:
Essa é uma limitação
experimental, que é introduzida
pelo processo de observação, ou
uma limitação conceitual,
já que os operadores
matemáticos
de tempo de momento
não comutam.
159. Heisenberg:
Essa é uma indeterminação
na natureza.
Observar é extrair
da distribuição de probabilidades
uma das muitas possibilidades.
Existem muitas potencialidades,
observar é converter uma, em ação.
O futuro não é simplesmente
desconhecido, ele
“não foi decidido” .
162. Quando um deles é homem:
os outros dois, um tem cabelo claro e o outro tem cabelo escuro.
Quando um deles é mulher:
os outros têm cabelo da mesma cor.
163. Quanticamente só
podemos medir uma
variável por vez:
Então, dos grupos
descobertos pelo
bobo da corte:
ou sabemos
se é homem.
ou sabemos
se é mulher.
164. ou sabemos
se o cabelo é claro.
ou sabemos
se o cabelo é escuro.
165. e a Física Quântica
se tornou
o assunto predileto
de todos os
estudantes...
É supérfluo mencionar
que após a morte do
tirano,
o reino se encheu de
alegria
166. Teorema de Bell
Bell (nos anos 60) estudou como deveriam
ser
os resultados de experimentos tipo
EPR
Usou estatística e levou em
consideração
condições clássicas
e
condições quânticas
167. Obteve algumas desigualdades
relativas às
correlações
entre medidas de A e de B
no paradoxo EPR
Com variáveis → clássicas ⇒ 2/4
Com variáveis → quânticas ⇒ 3/4
179. Considere a experiência
de difração de elétrons.
Um tubo oco,
é colocado no seu interior,
logo após a fenda de interferência.
Dentro desse tubo pode-se ligar uma
campo magnético.
Fora do tubo não existe
campo magnético, e
portanto, nada deve afetar a
trajetória dos elétrons.
180. Contudo,
quando o campo magnético é ligado dentro
do tubo,
a trajetória dos elétrons é afetada.
Este é um fenômeno quântico, que não tem
análogo clássico.
181. Analogia clássica (utópica) do efeito Aharonov-
Bohm
Numa tubulação de água
sob uma avenida,
sempre que houvesse
um fluxo de água
na tubulação,
a trajetória dos carros
que passam sobre ela
seria afetada.
182. Voltando ao gato de Schrödinger
Se a Física Quântica está correta
então o paradoxo
do gato de Schrödinger
precisa de uma interpretação.
183. Quem colapsa a função de onda?
Quem transforma Ψ em:
Ψ = Ψvivo ou Ψ = Ψmorto ?
189. A pessoa enquanto
“pensa em outras coisas”,
expande sua função de onda,
e fica em superposição,
“aqui e lá”...
190. Toda vez que pensa em si mesma
ela colapsa sua função de onda
e escolhe Ψpessoa viva
Quem se expande?
Quem escolhe seu estado?
?
191. Como em um filme
que é composto por 24 quadros/s
e nosso cérebro integra as imagens
e compõe um movimento,
nossa vida seria uma composição
de colapsos da nossa função de onda
onde cada vez escolhemos
Ψpessoa viva
192. Paradoxo de Ramachandran
Elaborado pelo neurofisiologista V.S.Ramachandran
(Considerando o epifenomenalismo correto)
Suponha que seja possível registrar com
microeletrodos,
tudo o que acontece no seu cérebro.
193. Seu cérebro gera a mente, portanto,
ele deve ser capaz de analisar a sua resposta
a um estímulo
e antecipar quais seriam suas reações.
Então, como seria possível a seu cérebro
tomar decisões?
194. Muitos cientistas afirmam que a mente é
um subproduto do cérebro (matéria)
Matéria⇒partículas⇒leis da física quântica
A matéria não pode colapsar
sua própria função de onda
Quem colapsa a função de onda?
195. O cérebro gera a mente.
O cérebro é constituído de matéria.
A matéria não pode colapsar
sua própria função de onda.
Se não é a mente que colapsa
a função de onda do cérebro,
como o cérebro poderá colapsar
sua própria função de onda
para existir, pensar
e gerar a mente?
196. O paradoxo da medição
Série encadeada de von Newmann
197. Uma medida é feita e registrada
no primeiro computador.
Uma série de computadores
registram a medida
do seu antecessor.
Em qual
deles ocorre
o colapso de
onda?
200. Qual é a linha divisória
entre
o quântico e o clássico?
202. A resposta a essa pergunta
depende
de cada interpretação
Filosófica
Realismo
e
Idealismo
203. Solução idealista
Nossa consciência gera o
colapso da função de onda.
A equação de Schrödinger
fornece várias possibilidades,
ao medirmos,
escolhemos uma.
206. Tese do conhecimento limitado
O resultado da medição é
indeterminado,
porque o estado do observador
antes da medição
não é conhecido de maneira exata,
informação do observador em relação
ao seu próprio estado poderia ter
limitações absolutas
pelas leis da natureza.
207. Solução como decoerência
Uma corrente científica acredita
que o colapso ocorre por
decoerência da função de onda
devida a interferência com o
ambiente.
208. Essa interferência
com o ambiente
se materializaria no momento em
que se abrisse a caixa
e o observador seria o vetor.
209. A decoerência seria uma
composição de toda a
complexidade do universo se
materializando via observador.
211. Seja um sistema composto por:
Objeto quântico
Aparelho de medição
Cientista
Laboratório fechado
212. Sendo um sistema fechado
evolui segundo a equação de
Schrödinger que é:
Linear
Contínua
Reversível
Determinista
Monótona no tempo
213. Mas o colapso da função de onda é:
Não linear
Descontínuo
Irreversível
Indeterminista
Instantâneo
214. Durante a medição o sistema deixa de
ser fechado.
Uma certa quantidade de informação
passa para dentro dele
e sua função de onda colapsa,
pois segundo
o princípio da correspondência
o sistema deve evoluir classicamente.
215. Então, onde está a separação
clássico-quântico?
O cientista,
pode ser o elo com o infinito.
216. Fenômenos quânticos
→ Dualidade (onda-partícula)
→ Probabilidade (eletrosfera)
→ Não localidade (eletrosfera; partícula sem trajetória definida)
→ Incerteza (pp de incerteza de Heisenberg)
→ Efeitos precedendo causas (experimento da opção adiada)
→ Ação a distância (exp. das caixas; teorema de Bell; exp. de A. Aspect)
→ Inseparabilidade sujeito-objeto (exp. do gato de Schrödinger)
217. Se a mecânica quântica só pode me dar
probabilidades e incertezas
Onde está a realidade objetiva?
O que é realidade?
→ Ela existe independente do observador?
→ Ela existe antes de uma medida?
218. Elétrons/prótons/fótons
Objetos clássicos de tamanho menor
(Realidade objetiva a qual se referia Einstein)
Elétrons/prótons /fótons
Objetos quânticos
dependem intrinsecamente
de como são medidos
219. Como são medidos depende
de quem mede
Isto é,
do OBSERVADOR
De uma mente consciente...?
220. As leis físicas são reversíveis...
Elas não determinam um sentido
para a passagem do tempo,
funcionam da mesma forma,
com o tempo fluindo
do passado para o futuro
ou do futuro para o passado.
221. Quando uma mente consciente
colapsa a função de onda,
esta também manifesta
uma direção para o tempo,
pois nas equações da Física Quântica
o tempo pode ser reversível.
A irreversibilidade dos eventos
só ocorre
após o colapso da função de onda.