Este documento fornece informações sobre protocolos de decanulação e desmame da oxigenoterapia. Ele discute o que é uma traqueostomia, os tipos de cânulas, os cuidados necessários, os fatores que predizem o sucesso da decanulação e o protocolo de desmame da oxigenoterapia. O documento também aborda os riscos da hiperoxigenação e a importância de uma equipe multidisciplinar no processo de decanulação.
4. Quais os tipos de cânulas?
Plástica com cuff Metálica fenestrada
Plástica sem cuff Metálica
* Diâmetro da cânula: Aproximadamente 75% do diâmetro da
traqueia (cânula plástica n° 7 para mulheres e n° 8 para
homens). Sujeito a alterações conforme anatomia.
* Troca da cânula;
* Troca da fixação;
* Aspiração e umidificação.
6. Indicações:
• VM prolongada > 14 dias;
• Urgências;
q Demais condições clínicas:
• Congênitas;
• Infecções;
• Traumas;
• Dificuldade de manipulação das secreções;
• Lesões cervicais;
• Disfunções Laríngeas e outras.
7. Quais os benefícios da TQT?
Menor incidência de lesões na laringe
Facilita a limpeza da árvore brônquica e higiene oral
Diminui a incidência de estenose subglótica
Favorece a alimentação por via oral
Facilita e/ou abrevia o desmame da ventilação
mecânica.
9. Quais cuidados
deve-se ter com a
Traqueostomia?
• Monitorização e manejo do balonete;
• Vedação das VA;
• Pressão da perfusão sanguínea da mucosa
traqueal situa-se entre 25 e 35 mmHg (esses
valores não devem ultrapassar 20 e 30
cmH2O).
12. Fatores que contraindicam a
decanulação:
Instabilidade hemodinâmica e
clínica
Sinais de desconforto
respiratório
Ausência de exame
endoscópico das V.A
Incapacidade de proteger V.A
13. Preditivos para iniciar o protocolo
de decanulação
Habilidade de tolerar
o cuff desinsuflado
por > 24 horas;
Ausência de
secreção, de sinais
de desconforto
respiratório e de
broncoaspiração
Tosse eficaz
V.A superiores
íntegras
Controle da causa
que levou à
realização da TQT
Ausencia de Sepse
Estabilidade
hemodinâmica e
clínica.
Capacidade de
deglutição
Fala com válvula de
fala ou oclusão total
Sem VM por > 48h
15. Sinais de intolerância à
oclusão:
• Tosse constante?
• Acumula secreção?
• Refere dispneia?
• Apresenta SDR?
16. Preditores de sucesso da
decanulação:
Tosse eficaz (PF
>160 l/min)
Capacidade de
eliminar
secreção pela
boca
Nível de
consciência
adequado
Secreção
traqueal
controlada
Deglutição
eficaz
Estabilidade
respiratória
antes e após a
oclusão da TQT
Ausência de
estenose
traqueal
Estabilidade
hemodianâmica
e clínica
18. Importante
Saber:
• O COFFITO, por meio do Acórdão nº 475, esclarece
que o procedimento (o ato) da decanulção, não
integram as atribuições do fisioterapeuta. Embasado
nas regulamentações da Fisioterapia, chegou à
conclusão de que estes procedimentos não se
encontram nas competências do profissional. Porém,
fica reforçada a importância do papel do fisioterapeuta
na avaliação da indicação e do prognóstico da
decanulação, o que inclui a mensuração de parâmetros
ventilatórios e musculoesqueléticos (capacidade
vital, pico de fluxo de tosse, força muscular inspiratória,
expiratória e periférica), dentre outros.
21. Oxigenoterapia
Definição Objetivos Indicações Benefícios
Segundo a “American Association for
Respiratory Care” (AARC):
• PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 %
(em ar ambiente);
• Sat O2 < 88% durante a deambulação,
exercício ou sono em portadores de
doenças cardiorrespiratórias;
• IAM ?;
• Intoxicação por gases (monóxido de
carbono);
• Envenenamento por cianeto.
• Corrigir e reduzir os sintomas
relacionados à hipoxemia e melhorar a
difusão do Oxigênio;
• Melhorar a oxigenação tissular de
pacientes com dificuldades de
transporte de oxigênio;
• Minimizar a carga de trabalho cárdio-
pulmonar;
• Manter PaO2 entre 80 a 100 mmHg e
saturação de O2 entre 90 a 100%.
•Melhora a troca gasosa;
•Vasodilatação arterial pulmonar;
•Baixa sobrecarga de trabalho miocárdico;
CELLI e TARPY, 1995; FRANK e MASSARO, 1980; FISHER,
22. Cuidados e Tipos de interfaces:
Posicionamento
adequado
Higienizar VA
Observar
posicionamento
do oxímetro e
averiguar
temperatura das
extremidades do
(a) paciente
Escolher a
interface
adequada
23. Cuidados e Tipos
de interfaces:
CATETER NASAL : 1 a 4 l/min
CATETER TIPO ÓCULOS: 1 A 4 l/min
MÁSCARA FACIAL: > 5 l/min (umidificação)
MÁSCARA COM RESERVATÓRIO:
6 a 10 L/min (Reinalação parcial) 10 -
15l/mim (sem reinalação) -umidificação
MÁSCARA DE VENTURI: Desempenho fixo
15 l/min > 60% FiO2 (com umidificação)
British Journal of Hospital Medicine, January 2018, Vol 79, No 1
24. Importante saber:
1-2% de todo o O2 está dissolvido no
plasma enquanto o restante (98%) está
ligado à hemoglobina
DERANGED PHYSIOLOGY, 2020
25. Hiperoxigenação
-Dependendo do tempo e da concentração de O2
inadequados, que o paciente ficará exposto, poderá
acarretar alterações no Sistema Nervoso Central,
Respiratório e Cardiovascular.
• Toxicidade pulmonar;
• Depressão do sistema respiratório;
• Atelectasia por absorção;
• Aumento do efeito shunt e diminuição da
relação V/Q;
• Diminuição do surfactante pulmonar.
ANDRADE JÚNIOR et al., 2005; REIS et al., 2014
26. DESMAME DA
OXIGENOTERAPIA
Redução a gradual (manter SpO2 alvo 94 a 98%)
Pacientes com danos pulmonares e/ou cardiopatas podem
precisar de oxigenoterapia domiciliar
Rigorosa monitorização da SpO2 após interrupção da
oxigenoterapia
Se a SpO2 cair abaixo da faixa alvo do paciente, após a
retirada do O2, deve-se reiniciar o uso de O2 com a menor
concentração necessária para manter a SpO2 alvo
BMJ 2018;363:k4169
27. "Não há como atender um paciente
de modo humanizado se não nos
colocarmos no lugar dele"
osianne Corrêa Cardoso
28. Referências:
• BRO’DRISCOLL et al. BTS guideline for oxygen use in adults in healthcare and emergency settings: diretriz da bts para uso de oxigênio em adultos
em configurações de saúde e emergência. Diretriz da Bts Para Uso de Oxigênio em Adultos em Configurações de Saúde e Emergência.
• EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Procedimento Operacional
Padrão: POP/Unidade de reabilitação/20/2015: traqueostomia: cuidados e decanulação: versão 2.0. Uberaba, MG: EBSERH, 2018.
• POP: Oxigenoterapia: Cuidados e Decanulação - Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro –
Uberaba: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2019.
• POP: Traqueostomia: Cuidados e Decanulação - Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro –
Uberaba: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2015.
• PROTOCOLO MULTIPROFISSIONAL - Traqueostomia: Indicações e Orientações de Cuidado ao Paciente Adulto, versão 2022.