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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática

Manutenção e reparação do sistema de transmissão
automático

Índice

0 – Introdução……………………………………………………… pág. 2
1 – Manutenção do sistema de transmissão automática…....pág. 3
1.1 – Verificação do nível e características do ATF………….pág. 4
1.1.1. – Substituição do ATF e filtro da transmissão............pág. 6
1.2 – Limpeza e lubrificação de componentes e peças.........pág. 8
1.2.1 – Lubrificação da transmissão automática...................pág. 9
1.3 – Verificação de folgas ou ruídos da transmissão.........pág. 9
2 – Reparação do sistema de transmissão automática……....pág. 10
3 – Conclusão……………………………………………………….pág. 13
4 – Webbliografia……………………………………………………pág. 14

Trabalho elaborado por Isabel Braz

11-01 2010

Página 1
Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática

0 – Introdução

Este trabalho tem como objectivo referir os principais passos a seguir, para a devida
manutenção e reparação de uma transmissão automática e seus componentes.

fig. 0.1 – transmissão automática

Trabalho elaborado por Isabel Braz

11-01 2010

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Tal como para qualquer outro procedimento de manutenção de um veículo
automóvel, antes de proceder à manuntenção de uma transmissão automática,
devemos sempre assegurar-nos de que:
Tanto a área de trabalho como as ferramentas ou equipamentos a utilizar,
estejam devidamente limpas e arrumadas;
A área e bancadas de trabalho sejam suficientemente espaçosas e seguras,
para assim permitir que a desmontagem e montagem de todos os
componentes sejam feitas sem acidentes e de forma organizada;
Sejam cumpridos os requisitos mínimos de segurança, usando o devido
equipamento de protecção individual (botas com biqueiras de aço, óculos de
protecção, luvas etc.).

1 - Manutenção do sistema de transmissão automática

A falta de manutenção, ou a manutenção incorrecta de qualquer sistema de um
veículo automóvel, pode dar origem a avarias por vezes irreparáveis levando à
substituição dispendiosa de peças ou mesmo substituição de todo um sistema, por
isso como qualquer outro, o sistema de transmissão automática, requer cuidados de
manutenção, cuidados esses que consistem essencialmente em:

Verificação do nível e características do ATF;
Substituição do ATF e filtro;
Limpeza e lubrificação de componentes e peças;
Verificação de folgas ou ruídos anormais.

Trabalho elaborado por Isabel Braz

11-01 2010

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Todos os componentes a serem limpos e lubrificados, devem ser
desmontados, arrumados, lavados, secos, limpos,

e novamente

arrumados, respectivamente, de forma ordenada a fim de evitar
erros e facilitar a sua posterior montagem.

1.1 – Verificação do nível e características do ATF

A transmissão automática utiliza um tipo de óleo especial exclusivo deste sistema,
por isso denominado fluído de transmissões automáticas ou ATF.
Podemos dizer que a transmissão automática funciona em função do fluído, uma
vez que depende dele para o seu funcionamento.
Esta dependência do fluído, exige uma atenção e manutenção especial, uma vez
que o seu nível e características inadequadas podem dar origem a graves avarias,
ou até à perda de todo o sistema, por isso, e mesmo que a transmissão não
aparente ter nenhum problema de funcionamento, é extremamente importante
verificar periódicamente o nível e características do ATF.

Nos ultimos anos, os fabricantes de transmissões automáticas têm optado por
eliminar as varetas medidoras de ATF, fabricando cada vez mais aquilo que se
designa como unidades seladas.
Estas transmissões requerem um processo de verificação de fluído mais
sofisticado, que obriga à utilização de dispositivos de testes electrónicos, como
scanners computorizados, o que por sua vez obriga a que seja um técnico habilitado
para tal, a efectuar a verificação do nível e características do fluído de transmissão.

Trabalho elaborado por Isabel Braz

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Embora o ATF não se deteriore como o óleo de motor, em ambos os tipos de
transmissões, com ou sem vareta, a verificação do filtro, nível e características de
fluído das transmissões automáticas, deve ser feita pelo menos duas vezes por ano.
Para efectuar a verificação do nível e características do ATF, de transmissões que
utilizam vareta devem seguir-se os seguintes passos:

Estacionar o veículo de maneira a que fique nivelado;
Manter o motor a trabalhar, em marcha lenta, para que atinja a
temperatura ideal de funcionamento e assim o ATF apresentar o seu
nível real;
Passar lentamente a alavanca selectora de velocidades por cada uma
das posições, fazendo uma pausa de um ou dois segundos entre cada
uma delas, para que todos os componentes da transmissão se encham
de ATF e por fim por a alavanca na posição de estacionamento e puxar
o travão de mão;
Retirar a vareta medidora (cuja localização pode variar consoante o
tipo de tracção), limpá-la com um pano limpo, absorvente e que não
liberte fios, e inseri-la novamente no tubo de enchimento de ATF para
então medir o seu nível, que deverá estar entre as marcas “MIN” e
“MAX”.

MIN.

MAX.

fig. 1.1 – medição do nível de ATF

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Nos veículos com tracção traseira – geralmente a vareta está localizada
junto à parte de trás do compartimento do motor, do lado do passageiro.
Nos veículos com tracção dianteira – geralmente a vareta está localizada
do lado do motorista, num dos lados da transmissão.
Usando sempre o ATF recomendado pelo fabricante, e caso seja
necessário, adicionar mais fluído, ou se as características que este
apresentar não forem as ideais (transparente, avermelhado, sem odor a
queimado e bom índice de viscosidade), proceder à sua substituição.
Em qualquer dos casos (nível baixo e características inadequadas de
ATF), deverá fazer-se uma revisão a todo o sistema, pois tais sintomas,
tal como já foi referido são sinónimo de avaria.

1.1.1 – Substituição do ATF e filtro da transmissão

A frequência de substituição do fluído e do filtro principal da transmissão, é
determinada pelo rigor da sua utilização.
Para ajudar a prevenir avarias, podem ser necessárias substituições mais
frequentes do que as recomendadas, quando as condições de utilização criarem
altos níveis de contaminação, ou sobreaquecimento do fluído, essa frequência pode
variar entre os 2 e os 4 anos ou os 40.000 e os 60.000Km.
Para substituir o ATF e o filtro da transmissão deven-se seguir os seguintes
passos:
Drenar o fluído quando estiver à temperatura normal (71ºC/93ºC);
Remover o bujão de drenagem do carter do óleo e drenar todo o fluído
para um recipiente apropriado;

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Examinar o fluído quanto às suas características;
Remover o filtro principal, girando-o em sentido contrário aos ponteiros
do relógio e utilizando uma chave para filtros;
Remover o magneto do tubo de fixação do filtro, limpar os detritos de
metal que a ele tenham aderido e instalá-lo no filtro novo;
Lubrificar o vedante do filtro com fluído de transmissão;
Instalar o filtro, manualmente, rodando-o até que o vedante do filtro
toque no compartimento do conversor;
Após o contacto com o conversor, não rodar o filtro mais do que uma
volta completa, caso contrário o filtro poderá ser danificado;
Reinstalar e apertar o bujão de drenagem;
Encher e drenar novamente a transmissão até que o fluído saia
completamente limpo, para extrair o fluido velho existente no conversor
e restantes circuitos;
Após o enchimento, verificar o nível de fluído da transmissão seguindo
os passos já referidos anteriormente. (as quantidades de fluído a
utilizar variam entre transmissões, por isso à que seguir as instruções
do fabricante).
Fig. 1.1.1 – Localização do filtro principal da transmissão

Trabalho elaborado por Isabel Braz

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
1.2 – Limpeza e lubrificação de componetes e peças

Antes de iniciar qualquer processo de limpeza e lubrificação de uma transmissão,
devem ter-se sempre em conta os seguintes pontos:
Se não for necessário desmontar completamente a transmissão, devem
tapar-se os orifícios de saída dos semi eixos, para evitar que neles entrem
quaisquer resíduos, durante a limpeza do resto dos componentes.

Não devem lavar-se:
Discos revestidos e componentes fixos – Uma vez que são compostos
de matérias que se decompõem ao entrar em contacto com a água ou
qualquer outro produto de limpeza, os discos revestidos e os componentes
fixos de uma transmissão automática, não devem nunca ser lavados, pois
isso levará à sua decomposição provocando assim a avaria de todo o
sistema.
A lavagem de componentes e peças de uma transmissão automática deve
ser feita de forma cuidadosa, sem exercer força excessiva, no tanque de
lavagem limpo, e com solvente não corrosivo e escova de limpeza de nylon
não abrasiva.
Após a lavagem, todos os componentes e peças devem ser limpos e secos
com ar comprimido sem pressão excessiva.
Caso seja necessário utilizar panos durante o processo de limpeza e
secagem, estes devem ser de tecido apropriado e que não solte fios que
possam aderir de forma desapercebida a qualquer peça.
Para facilitar a continuação do trabalho e evitar posteriores erros de
montagem, todo o processo de limpeza deve ser realizado de forma
ordenada.

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
1.2.1 – Lubrificação da transmissão automática

A lubrificação da transmissão automática, pode ser considerado o mais importante
passo da sua manutenção, uma vez que é à base de óleo (ATF) que todo o sistema
funciona.
Antes da montagem de qualquer componente ou peça da transmissão automática,
deve-se proceder à sua lubrificação, utilizando fluído de transmissão, no caso das
luvas e discos, estes devem permanecer entre 15 minutos e duas horas
mergulhados em ATF, até estarem bem impregnados de òleo.
Os componentes dos eixos da transmissão, como os cardans devem ser
lubrificados abundantemente com massa multifuncional.

1.3 – Verificação de folgas ou ruídos da transmissão

A má lubrificação, ou a existência de folgas entre componentes e peças, são
habitualmente a causa de ruídos estranhos provenientes de uma transmissão, e
também a causa de graves avarias em todo o sistema.
Assim, também faz parte da manutenção da transmissão automática, a verificação
periódica de:

Folgas nos eixos de entrada e saída da transmissão;
Folgas nos conjuntos de embreagens;
Ajuste de luvas ou cintas;
Folgas e fugas nas bombas de óleo;

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Folgas e ruídos nas caixas de válvulas;
Folgas e rigidez do cabo de ligação da transmissão;
Aperto correcto de parafusos, etc.
Sempre que se verificarem as referidas folgas ou ruídos, deve-se proceder à
verificação da sua proveniência, e posterior rectficação, substituição ou
reparação dos componentes ou peças afectadas.

2

– Reparação do sistema de transmissão automática

À partida uma transmissão automática é concebida, para que com os devidos
cuidados de manutenção e utilização, tenha o mesmo tempo de vida que a viatura
na qual está instalada.
No entanto, seja por má utilização do condutor, ou por falta de manutenção, caso
surjam avarias e na ausência de um bom programa de diagnóstico e reparação de
avarias (ex. Auto Data), antes de dar início a qualquer procedimento de remoção ou
reparação da transmissão, e para evitar perdas de tempo e erradas remoções e
reparações, devem-se sempre ter em conta os seguintes pontos:
O TCM está correctamente ligado?
Há códigos de diagnóstico activos no TCM?
Todas as ligaçõs eléctricas estão feitas correctamente?
O nível de fluído é o correcto?
Existem sinais visíveis de fuga de fluído? Qual a sua origem?
Existem fissuras visíveis nalgum dos componentes?
O veio de transmissão está correctamente ligado?

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
Após a verificação dos pontos anteriores, e se os problemas pesitirem, na seguinte
tabela fica o exemplo de alguns dos mais frequentes problemas de uma transmissão
automática, possível causa e sugestão para correcção ou reparação:

Tabela de problemas, possível causa e sugestão para correcção ou
reparação

Problema

Possível causa

Sugestão para
correcção ou reparação

Lâmpada ou fusível
A luz da trans. no painel não
acende.

Substituir a lâmpada ou o

queimado.

fusível.

Cablagem de/para a
lâmpada defeituosa.

Substituir a cablagem.

Instalar o aparelho de
O TCM registou avaria/s.

diagnóstico para determinar
a/s avarias.

A luz da trans. no painel não
se apaga, ou pisca
intermitentemente.

Substituir ou ligar a cablagem
Cablagem ou ligação da

correctamente.

luz incorrecta.

A transmissão não muda

O selector de mudanças

para a marcha à frente, nem

de velocidade não está a

para a marcha atrás

funcionar correctamente.

(permanece em ponto
morto).

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Nível de fluído baixo.

Substituir ou reparar o selector
de mudanças de velocidade.

Adicionar fluído até atingir o
nível adequado.

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Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão
automática
A transmissão não efectua

Folga excessiva da

correctamente as mudanças

embraiagem.

Montar novamente a
transmissão e ajustar as
folgas.

de velocidade (mudanças
bruscas em velocidade

Substituir o fluído e o filtro da

muito alta, o muito baixa).

Fluído deteriorado.

Deslizamento excessivo e

Nível de fluído incorrecto.

Corrigir o nível de fluído.

Leituras incorrectas do

Substituir o sensor de

sensor de velocidades.

velocidades.

transmissão.

ruidoso da embreagem
(patinagem).

Fluído arejado/nível
Sobreaquecimento em todas

incorrecto de fluído.

Corrigir o nível de fluído.

as velocidades.
Fluxo de ar para o

Desobstruir o fluxo de ar do

radiador obstruido.

radiador.

Nível de fluído baixo.
Ruído intermitente ou

Adicionar fluído até atingir o
nível correcto.

zumbido.
Filtro de sucção entupido.

Substituir o filtro de sucção.

Vedantes defeituosos.

Substituir os vedantes.

Fugas no conversor de

Substituir o conversor de

binário.

binário.

Fuga de fluído nos veios
de transmissão
(entrada/saída).

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automática

3 – Conclusão
Com a elaboração deste trabalho e depois de efectuar diversas pesquisas sobre a
matéria nele referido, pode-se concluir que para que uma transmisão automática
atinja tanta longevidade como o veículo em que se encontra instalada, mais
importante que saber reparar as avarias que possam ocorrer, é saber fazer uma
correcta manutenção.
Geralmente quando ocorrem avarias num sistema tão complexo como sistema de
transmissão automática, para que a reparação dessas avarias seja cem por cento
eficaz, o mais recomendável é substituir todas as peças ou componentes afectados,
levando por vezes a que o valor da reparação, supere o valor da própria viatura,
fazendo com que não compense repará-la, por isso, para evitar a reparação é
preferível investir na manutenção.

4 – Webbliografia
http://www.volkspage.net/vwsantana/mecanica/automatico/index.htm
http://www.brasilautomatico.com.br/si/site/0250
http://www.oficinabrasil.com.br/Tecnicas/Tecnica/parte-2-apresentacaodo-cambio-automatico-al4dp0-renault-peugeot-e-citroen.html
http://www.scribd.com/doc/2867981/B-blia-do-Carro-erivanildothegenius-us
http://www.alfatrans.com.br/afinal_oleo.htm
http://www.allisontransmission.com/servlet/DownloadFile?Dir=publication
s/pubs&FileToGet=MT3629PT.pdf
http://www.sindirepa-sp.org.br/pdfs/encarte_janeiro08.pdf
Trabalho elaborado por Isabel Braz

11-01 2010

Página 13

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  • 1. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Manutenção e reparação do sistema de transmissão automático Índice 0 – Introdução……………………………………………………… pág. 2 1 – Manutenção do sistema de transmissão automática…....pág. 3 1.1 – Verificação do nível e características do ATF………….pág. 4 1.1.1. – Substituição do ATF e filtro da transmissão............pág. 6 1.2 – Limpeza e lubrificação de componentes e peças.........pág. 8 1.2.1 – Lubrificação da transmissão automática...................pág. 9 1.3 – Verificação de folgas ou ruídos da transmissão.........pág. 9 2 – Reparação do sistema de transmissão automática……....pág. 10 3 – Conclusão……………………………………………………….pág. 13 4 – Webbliografia……………………………………………………pág. 14 Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 1
  • 2. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática 0 – Introdução Este trabalho tem como objectivo referir os principais passos a seguir, para a devida manutenção e reparação de uma transmissão automática e seus componentes. fig. 0.1 – transmissão automática Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 2
  • 3. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Tal como para qualquer outro procedimento de manutenção de um veículo automóvel, antes de proceder à manuntenção de uma transmissão automática, devemos sempre assegurar-nos de que: Tanto a área de trabalho como as ferramentas ou equipamentos a utilizar, estejam devidamente limpas e arrumadas; A área e bancadas de trabalho sejam suficientemente espaçosas e seguras, para assim permitir que a desmontagem e montagem de todos os componentes sejam feitas sem acidentes e de forma organizada; Sejam cumpridos os requisitos mínimos de segurança, usando o devido equipamento de protecção individual (botas com biqueiras de aço, óculos de protecção, luvas etc.). 1 - Manutenção do sistema de transmissão automática A falta de manutenção, ou a manutenção incorrecta de qualquer sistema de um veículo automóvel, pode dar origem a avarias por vezes irreparáveis levando à substituição dispendiosa de peças ou mesmo substituição de todo um sistema, por isso como qualquer outro, o sistema de transmissão automática, requer cuidados de manutenção, cuidados esses que consistem essencialmente em: Verificação do nível e características do ATF; Substituição do ATF e filtro; Limpeza e lubrificação de componentes e peças; Verificação de folgas ou ruídos anormais. Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 3
  • 4. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Todos os componentes a serem limpos e lubrificados, devem ser desmontados, arrumados, lavados, secos, limpos, e novamente arrumados, respectivamente, de forma ordenada a fim de evitar erros e facilitar a sua posterior montagem. 1.1 – Verificação do nível e características do ATF A transmissão automática utiliza um tipo de óleo especial exclusivo deste sistema, por isso denominado fluído de transmissões automáticas ou ATF. Podemos dizer que a transmissão automática funciona em função do fluído, uma vez que depende dele para o seu funcionamento. Esta dependência do fluído, exige uma atenção e manutenção especial, uma vez que o seu nível e características inadequadas podem dar origem a graves avarias, ou até à perda de todo o sistema, por isso, e mesmo que a transmissão não aparente ter nenhum problema de funcionamento, é extremamente importante verificar periódicamente o nível e características do ATF. Nos ultimos anos, os fabricantes de transmissões automáticas têm optado por eliminar as varetas medidoras de ATF, fabricando cada vez mais aquilo que se designa como unidades seladas. Estas transmissões requerem um processo de verificação de fluído mais sofisticado, que obriga à utilização de dispositivos de testes electrónicos, como scanners computorizados, o que por sua vez obriga a que seja um técnico habilitado para tal, a efectuar a verificação do nível e características do fluído de transmissão. Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 4
  • 5. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Embora o ATF não se deteriore como o óleo de motor, em ambos os tipos de transmissões, com ou sem vareta, a verificação do filtro, nível e características de fluído das transmissões automáticas, deve ser feita pelo menos duas vezes por ano. Para efectuar a verificação do nível e características do ATF, de transmissões que utilizam vareta devem seguir-se os seguintes passos: Estacionar o veículo de maneira a que fique nivelado; Manter o motor a trabalhar, em marcha lenta, para que atinja a temperatura ideal de funcionamento e assim o ATF apresentar o seu nível real; Passar lentamente a alavanca selectora de velocidades por cada uma das posições, fazendo uma pausa de um ou dois segundos entre cada uma delas, para que todos os componentes da transmissão se encham de ATF e por fim por a alavanca na posição de estacionamento e puxar o travão de mão; Retirar a vareta medidora (cuja localização pode variar consoante o tipo de tracção), limpá-la com um pano limpo, absorvente e que não liberte fios, e inseri-la novamente no tubo de enchimento de ATF para então medir o seu nível, que deverá estar entre as marcas “MIN” e “MAX”. MIN. MAX. fig. 1.1 – medição do nível de ATF Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 5
  • 6. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Nos veículos com tracção traseira – geralmente a vareta está localizada junto à parte de trás do compartimento do motor, do lado do passageiro. Nos veículos com tracção dianteira – geralmente a vareta está localizada do lado do motorista, num dos lados da transmissão. Usando sempre o ATF recomendado pelo fabricante, e caso seja necessário, adicionar mais fluído, ou se as características que este apresentar não forem as ideais (transparente, avermelhado, sem odor a queimado e bom índice de viscosidade), proceder à sua substituição. Em qualquer dos casos (nível baixo e características inadequadas de ATF), deverá fazer-se uma revisão a todo o sistema, pois tais sintomas, tal como já foi referido são sinónimo de avaria. 1.1.1 – Substituição do ATF e filtro da transmissão A frequência de substituição do fluído e do filtro principal da transmissão, é determinada pelo rigor da sua utilização. Para ajudar a prevenir avarias, podem ser necessárias substituições mais frequentes do que as recomendadas, quando as condições de utilização criarem altos níveis de contaminação, ou sobreaquecimento do fluído, essa frequência pode variar entre os 2 e os 4 anos ou os 40.000 e os 60.000Km. Para substituir o ATF e o filtro da transmissão deven-se seguir os seguintes passos: Drenar o fluído quando estiver à temperatura normal (71ºC/93ºC); Remover o bujão de drenagem do carter do óleo e drenar todo o fluído para um recipiente apropriado; Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 6
  • 7. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Examinar o fluído quanto às suas características; Remover o filtro principal, girando-o em sentido contrário aos ponteiros do relógio e utilizando uma chave para filtros; Remover o magneto do tubo de fixação do filtro, limpar os detritos de metal que a ele tenham aderido e instalá-lo no filtro novo; Lubrificar o vedante do filtro com fluído de transmissão; Instalar o filtro, manualmente, rodando-o até que o vedante do filtro toque no compartimento do conversor; Após o contacto com o conversor, não rodar o filtro mais do que uma volta completa, caso contrário o filtro poderá ser danificado; Reinstalar e apertar o bujão de drenagem; Encher e drenar novamente a transmissão até que o fluído saia completamente limpo, para extrair o fluido velho existente no conversor e restantes circuitos; Após o enchimento, verificar o nível de fluído da transmissão seguindo os passos já referidos anteriormente. (as quantidades de fluído a utilizar variam entre transmissões, por isso à que seguir as instruções do fabricante). Fig. 1.1.1 – Localização do filtro principal da transmissão Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 7
  • 8. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática 1.2 – Limpeza e lubrificação de componetes e peças Antes de iniciar qualquer processo de limpeza e lubrificação de uma transmissão, devem ter-se sempre em conta os seguintes pontos: Se não for necessário desmontar completamente a transmissão, devem tapar-se os orifícios de saída dos semi eixos, para evitar que neles entrem quaisquer resíduos, durante a limpeza do resto dos componentes. Não devem lavar-se: Discos revestidos e componentes fixos – Uma vez que são compostos de matérias que se decompõem ao entrar em contacto com a água ou qualquer outro produto de limpeza, os discos revestidos e os componentes fixos de uma transmissão automática, não devem nunca ser lavados, pois isso levará à sua decomposição provocando assim a avaria de todo o sistema. A lavagem de componentes e peças de uma transmissão automática deve ser feita de forma cuidadosa, sem exercer força excessiva, no tanque de lavagem limpo, e com solvente não corrosivo e escova de limpeza de nylon não abrasiva. Após a lavagem, todos os componentes e peças devem ser limpos e secos com ar comprimido sem pressão excessiva. Caso seja necessário utilizar panos durante o processo de limpeza e secagem, estes devem ser de tecido apropriado e que não solte fios que possam aderir de forma desapercebida a qualquer peça. Para facilitar a continuação do trabalho e evitar posteriores erros de montagem, todo o processo de limpeza deve ser realizado de forma ordenada. Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 8
  • 9. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática 1.2.1 – Lubrificação da transmissão automática A lubrificação da transmissão automática, pode ser considerado o mais importante passo da sua manutenção, uma vez que é à base de óleo (ATF) que todo o sistema funciona. Antes da montagem de qualquer componente ou peça da transmissão automática, deve-se proceder à sua lubrificação, utilizando fluído de transmissão, no caso das luvas e discos, estes devem permanecer entre 15 minutos e duas horas mergulhados em ATF, até estarem bem impregnados de òleo. Os componentes dos eixos da transmissão, como os cardans devem ser lubrificados abundantemente com massa multifuncional. 1.3 – Verificação de folgas ou ruídos da transmissão A má lubrificação, ou a existência de folgas entre componentes e peças, são habitualmente a causa de ruídos estranhos provenientes de uma transmissão, e também a causa de graves avarias em todo o sistema. Assim, também faz parte da manutenção da transmissão automática, a verificação periódica de: Folgas nos eixos de entrada e saída da transmissão; Folgas nos conjuntos de embreagens; Ajuste de luvas ou cintas; Folgas e fugas nas bombas de óleo; Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 9
  • 10. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Folgas e ruídos nas caixas de válvulas; Folgas e rigidez do cabo de ligação da transmissão; Aperto correcto de parafusos, etc. Sempre que se verificarem as referidas folgas ou ruídos, deve-se proceder à verificação da sua proveniência, e posterior rectficação, substituição ou reparação dos componentes ou peças afectadas. 2 – Reparação do sistema de transmissão automática À partida uma transmissão automática é concebida, para que com os devidos cuidados de manutenção e utilização, tenha o mesmo tempo de vida que a viatura na qual está instalada. No entanto, seja por má utilização do condutor, ou por falta de manutenção, caso surjam avarias e na ausência de um bom programa de diagnóstico e reparação de avarias (ex. Auto Data), antes de dar início a qualquer procedimento de remoção ou reparação da transmissão, e para evitar perdas de tempo e erradas remoções e reparações, devem-se sempre ter em conta os seguintes pontos: O TCM está correctamente ligado? Há códigos de diagnóstico activos no TCM? Todas as ligaçõs eléctricas estão feitas correctamente? O nível de fluído é o correcto? Existem sinais visíveis de fuga de fluído? Qual a sua origem? Existem fissuras visíveis nalgum dos componentes? O veio de transmissão está correctamente ligado? Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 10
  • 11. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática Após a verificação dos pontos anteriores, e se os problemas pesitirem, na seguinte tabela fica o exemplo de alguns dos mais frequentes problemas de uma transmissão automática, possível causa e sugestão para correcção ou reparação: Tabela de problemas, possível causa e sugestão para correcção ou reparação Problema Possível causa Sugestão para correcção ou reparação Lâmpada ou fusível A luz da trans. no painel não acende. Substituir a lâmpada ou o queimado. fusível. Cablagem de/para a lâmpada defeituosa. Substituir a cablagem. Instalar o aparelho de O TCM registou avaria/s. diagnóstico para determinar a/s avarias. A luz da trans. no painel não se apaga, ou pisca intermitentemente. Substituir ou ligar a cablagem Cablagem ou ligação da correctamente. luz incorrecta. A transmissão não muda O selector de mudanças para a marcha à frente, nem de velocidade não está a para a marcha atrás funcionar correctamente. (permanece em ponto morto). Trabalho elaborado por Isabel Braz Nível de fluído baixo. Substituir ou reparar o selector de mudanças de velocidade. Adicionar fluído até atingir o nível adequado. 11-01 2010 Página 11
  • 12. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática A transmissão não efectua Folga excessiva da correctamente as mudanças embraiagem. Montar novamente a transmissão e ajustar as folgas. de velocidade (mudanças bruscas em velocidade Substituir o fluído e o filtro da muito alta, o muito baixa). Fluído deteriorado. Deslizamento excessivo e Nível de fluído incorrecto. Corrigir o nível de fluído. Leituras incorrectas do Substituir o sensor de sensor de velocidades. velocidades. transmissão. ruidoso da embreagem (patinagem). Fluído arejado/nível Sobreaquecimento em todas incorrecto de fluído. Corrigir o nível de fluído. as velocidades. Fluxo de ar para o Desobstruir o fluxo de ar do radiador obstruido. radiador. Nível de fluído baixo. Ruído intermitente ou Adicionar fluído até atingir o nível correcto. zumbido. Filtro de sucção entupido. Substituir o filtro de sucção. Vedantes defeituosos. Substituir os vedantes. Fugas no conversor de Substituir o conversor de binário. binário. Fuga de fluído nos veios de transmissão (entrada/saída). Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 12
  • 13. Módulo U.12 – Diagnóstico e reparação de sistema de transmissão automática 3 – Conclusão Com a elaboração deste trabalho e depois de efectuar diversas pesquisas sobre a matéria nele referido, pode-se concluir que para que uma transmisão automática atinja tanta longevidade como o veículo em que se encontra instalada, mais importante que saber reparar as avarias que possam ocorrer, é saber fazer uma correcta manutenção. Geralmente quando ocorrem avarias num sistema tão complexo como sistema de transmissão automática, para que a reparação dessas avarias seja cem por cento eficaz, o mais recomendável é substituir todas as peças ou componentes afectados, levando por vezes a que o valor da reparação, supere o valor da própria viatura, fazendo com que não compense repará-la, por isso, para evitar a reparação é preferível investir na manutenção. 4 – Webbliografia http://www.volkspage.net/vwsantana/mecanica/automatico/index.htm http://www.brasilautomatico.com.br/si/site/0250 http://www.oficinabrasil.com.br/Tecnicas/Tecnica/parte-2-apresentacaodo-cambio-automatico-al4dp0-renault-peugeot-e-citroen.html http://www.scribd.com/doc/2867981/B-blia-do-Carro-erivanildothegenius-us http://www.alfatrans.com.br/afinal_oleo.htm http://www.allisontransmission.com/servlet/DownloadFile?Dir=publication s/pubs&FileToGet=MT3629PT.pdf http://www.sindirepa-sp.org.br/pdfs/encarte_janeiro08.pdf Trabalho elaborado por Isabel Braz 11-01 2010 Página 13