1) O documento descreve experiências em laboratórios de simulação e equipamentos reais para ensinar conceitos de redes ATM.
2) No laboratório real, um comutador ATM é usado para criar contratos de tráfego, cross-connections VP e VC e serviços de emulação de circuitos.
3) No laboratório de simulação, o OPNET Modeler é usado para simular aspectos de rede ATM, QoS e controle de fluxo com taxa disponível.
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ENSINANDO REDES ATM EM LABORATÓRIO
1. ENSINANDO REDES ATM EM LABORATÓRIO
Antonio M. Alberti1, Luciano L. Mendes2
Abstract Asynchronous Transfer Mode was the first Por outro lado, o fato das redes ATM não possuírem um
packet switching technology to offer native QoS support for controle de fluxo no nível de células, permitia que conexões
multimedia applications. Functions like traffic policing, mal comportadas transmitissem um número maior de células
traffic shaping, connection admission control and many do que o negociado. Para evitar que esse tráfego indesejado
other, have been developed in the context of ATM traffic comprometa a QoS de conexões bem comportadas, as
management architecture. Thus, the study of such complex funções de gerenciamento de tráfego marcam ou descartam
architecture provides to the students an unique experience in células desse tráfego, a fim de evitar o congestionamento.
terms of QoS understanding. In this scenario, this paper Portanto, os objetivos principais das funções de
describes our experience in teaching ATM in both gerenciamento de tráfego são a prevenção e a reação ao
simulation and real equipment laboratories. Details of congestionamento na rede. Neste contexto, várias funções
experiments, obtained results and performed analysis are foram desenvolvidas [4]: policiamento de tráfego,
provided. The simulation experiments use OPNET Modeler, formatação de tráfego, controle de admissão de conexões,
and cover main ATM network aspects, QoS and Available escalonamento justo, gerenciamento de buffer, e outras.
Bit Rate flow control. In real equipment laboratory, a 10 Muitas destas funções surgiram no contexto das redes ATM
Gbps ATM switch is used to create traffic contracts, VP and e hoje estão sendo aplicadas nas mais diversas tecnologias,
VC cross-connections and Circuit Emulation Services. tais como IP [5], WiMAX [6], etc.
Traffic policing effects over voice services can be visualized. Assim, o estudo de uma arquitetura tão complexa de
Both laboratories are used in undergraduate and graduate gerenciamento de tráfego como a do ATM provê aos
telecommunications engineering courses. estudantes uma experiência única em termos de
entendimento de QoS. Neste cenário, este artigo descreve a
Index Terms ATM, QoS, AXD 301, OPNET, Simulation. nossa experiência em ensinar ATM, tanto em laboratório
com equipamentos reais (próxima seção), quanto em
INTRODUÇÃO laboratório de simulação (terceira seção). Na última seção,
apresenta-se algumas considerações finais sobre o trabalho.
Na última década, o tráfego de dados experimentou um
crescimento vertiginoso, principalmente devido a LABORATÓRIO COM EQUIPAMENTOS REAIS
popularização da Internet. Tecnologias como ADSL
(Asymmetric Digital Subscriber Line) [1] e ATM Este laboratório utiliza um comutador ATM Ericson AXD
(Asynchronous Transfer Mode) [1] emergiram nas redes de 301, um gerador de tráfego PFA 30 e vários computadores,
acesso e de backbone das operadoras, respectivamente. O que permitem configurar o comutador ATM à distância, via
ATM é fundamentado na transmissão, multiplexação e uma interface web. A FIGURA 1 mostra o ambiente do
chaveamento de pequenos pacotes de tamanho fixo, laboratório.
chamados de células, que permitem a integração e o Portas
transporte de voz, vídeo, imagens e dados sobre uma mesma OC-3
Elétricas Ericson AXD 301
rede de alta velocidade. A tecnologia ATM foi a primeira Comutador
Portas
OC-3
tecnologia de comutação de pacotes a oferecer suporte Ethernet Ópticas
nativo à qualidade de serviço (QoS – Quality of Service).
Entretanto, o suporte à QoS em redes ATM requer um Ethernet
Portas
conjunto bastante sofisticado de funções de gerenciamento E1
de tráfego (TM – Traffic Management) [2]. Dentre as
principais razões que levaram a essa sofisticação pode-se
destacar a multiplexação estatística de células ATM e a Par Trançado
ausência de um mecanismo de controle de fluxo no nível de Computadores
Adaptador
Cabos Coaxiais
células. A idéia era aumentar a eficiência da rede, partindo
da suposição que o período de surto de tráfego de uma
determinada conexão não coincide com o período de surto PFA 30
das demais conexões. FIGURA 1. AMBIENTE DO LABORATÓRIO REAL.
1 Antonio Marcos Alberti, INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil,
alberti@inatel.br.
2 Luciano Leonel Mendes, INATEL - Instituto Nacional de Telecomunicações, Av. João de Camargo, 510, 37540-000, Sta Rita do Sapucai, MG, Brasil,
lucianol@inatel.br.
2. O AXD 301 é um comutador com 10 Gbps de capacidade de uso adequado foi criado. Oito grupos acessam o
comutação. Possui 16 portas E1 de 2 Mbps, 8 portas OC-3 equipamento simultaneamente e as experiências a seguir
de 155.52 Mbps, sendo 4 ópticas e 4 elétricas. PFA 30 é um foram elaboradas para que todos possam executar as tarefas
gerador e analisador de tronco E1. Através deste sem interferência.
equipamento é possível se gerar um tronco E1 e alterar
diversos parâmetros deste tronco. O PFA 30 é conectado ao Primeira Experiência
AXD 301, através de um adaptador de cabo coaxial para par Ao final desta experiência, os alunos estarão capacitados a
trançado. O tronco E1 é entregue ao AXD 301 na porta E1 criar contratos de tráfego no AXD 301, que se aproximem ao
do slot 3, porta 1 (3.1.). Como será visto na experiência 5, no máximo das características do tráfego de um determinado
AXD 301 é configurado um laço (loopback) na porta 3.5, cliente da rede. Para cada conexão ATM a ser estabelecida,
que faz com que o sinal que chega (através de crossconnect faz-se necessário negociar um contrato de tráfego com a
interno) nesta porta, retorne e saía novamente pela porta 3.1, rede. Este contrato é um acordo que define o comportamento
retornando assim ao PFA 30. O PFA 30, por sua vez, analisa do tráfego e o nível de serviço requerido para cada conexão.
o sinal recebido e indica o estado da comunicação. Um elemento chave do contrato de tráfego é a categoria de
A seguir, descrevem-se as atividades planejadas, os serviço. Cada categoria de serviço define uma classe de QoS
objetivos a serem atingidos e os resultados esperados em que pode ser utilizada pelas conexões ATM. O
cada experiência realizada, tendo como base o ambiente comportamento esperado para o tráfego que será transmitido
descrito acima. Estas experiências, bem como a experiência em cada conexão, também deve ser especificado através de
descrita na próxima seção, fazem parte da disciplina TP 125 descritores de tráfego específicos para cada categoria de
– Laboratório de Redes II, do curso de Pós-Gradução em serviço ATM. Os alunos escolhem a categoria de serviço, a
Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações. As definição de conformidade e os valores dos descritores de
atividades de laboratório são precedidas por uma revisão dos tráfego. As principais atividades realizadas nesta experiência
conceitos vistos em disciplinas anteriores. O objetivo é são:
revisar os aspectos teóricos necessários para o entendimento
• Conexão ao AXD: A conexão ao AXD 301 é feita,
dos experimentos. Também é feita uma descrição, in loco,
utilizando-se o navegador Netscape. Após conectado ao
do ambiente apresentado na FIGURA 1, bem como da
equipamento, faz o login no sistema. Os alunos
interface web de configuração do AXD 301 (ver FIGURA
aprendem como conectar-se a um equipamento de rede,
2).
remotamente, através de uma rede IP.
• Visualização das Definições de Conformidade: Nesta
atividade, os estudantes identificam quais são as
definições de conformidade disponíveis no AXD 301. O
objetivo é relacionar o que foi implementado no
equipamento, com o que foi visto na teoria.
• Criação dos Contratos de Tráfego: Os alunos criam
dois contratos de tráfego, que no AXD 301 são
chamados de descritores de tráfego. O primeiro é
suficiente para atender um tronco E1 completo e o outro
é configurado para ficar abaixo da capacidade de um
único canal de voz. Como resultado, os alunos
aprendem, na prática, como configurar os parâmetros
necessários em um contrato de tráfego.
• Visualização dos Contratos Criados: Nesta atividade,
os estudantes visualizam os contratos de tráfego criados
por todos os grupos.
Segunda Experiência
Nesta experiência, os participantes criam cross-connections
de caminho virtual (XVP – Virtual Path Cross-connection)
[1] e de canal virtual (XVC – Virtual Path Cross-
FIGURA 2. INTERFACE WEB DE CONFIGURAÇÃO DO AXD 301.
connection) [1]. Quando se quer encaminhar células de dois
Esta interface é muito parecida com um site, e permite enlaces de caminho virtual (VPL – Virtual Path Link) (um
configurar a maior parte dos recursos do comutador. Além no lado de entrada e outro no lado de saída) através da
disto, também é feita uma apresentação de como os aspectos matriz de comutação do AXD 301, deve-se criar uma XVP.
teóricos são implementados no AXD 301. Para evitar que os XVPs são tipicamente utilizados quando muitos enlaces de
alunos acessem locais restritos do equipamento, um perfil de canal virtual (VCLs – Virtual Channel Links) precisam ser
3. encaminhados em lote, através do AXD 301. O objetivo é portas. Feito isto, mostra-se que o E1 pelo PFA 30 passa
ensinar como se dá a criação destes cross-connects na através do AXD 301 e retorna sem erros, até o PFA 30.
prática e comparar este processo com o visto na teoria. Os Entretanto, se um dos serviços ou o XVC for bloqueado,
alunos aprendem a escolher o descritor de tráfego, as o PFA acusa a falta de sinal na sua porta de entrada.
interfaces ATM envolvidas, e os demais parâmetros Nesta atividade é utilizada a adaptação no modo não
envolvidos no processo de criação destas conexões. Estas estruturado. Ou seja, o tráfego telefônico é carregado de
tarefas são de grande valia, pois permitem uma maior forma transparente pela rede ATM, como um fluxo
familiarização com a nomenclatura do ATM. As principais único de bits, sem significado para a rede ATM.
atividades realizadas nesta experiência são: • Criação dos CESs e XVC: Cada grupo de alunos que
• Criação de um XVP: Nesta etapa, os estudantes utiliza um computador cria dois serviços CES, uma para
configuram todos os parâmetros de um XVP. Eles a porta 3.1 e outro para a porta 3.5 (veja a FIGURA 1).
também desbloqueiam o XVP configurado. Nenhum Como o PFA 30 está gerando um tronco telefônico com
tráfego passa através deste XVP. Ele é utilizado apenas 30 canais E1, cada grupo fará o cross-connect de apenas
para fins de entendimento do processo. Questionam-se um canal telefônico deste tronco. Desta forma, todos os
os alunos a respeito de cada parâmetro configurado. grupos podem trabalhar simultaneamente. Cada serviço
Como aprendizado, os participantes do curso ganham criado (a FIGURA 2 mostra um CES criado na porta
entendimento sobre como gerenciar caminhos virtuais 3.1), já configura um VPC End Point, ficando, portanto,
ATM. para o grupo somente criar o XVC que ligará estes dois
• Criação de um XVC: Esta atividade é bastante serviços. Assim, o tráfego do tronco é recebido na porta
semelhante à anterior. Porém, para criar um XVC o 3.1, adaptado através de vários serviços (um para cada
AXD 301 exige a criação de dois VPC End Points. VPC grupo de alunos), e comutado para a porta 3.5, onde o
End Points são pontos finais de uma conexão de tronco original é reconstruído. Neste ponto, um
caminho virtual (VPC – Virtual Path Connection). São loopback interno retorna o tronco para o AXD, que
necessários, pois todo VC deve pertencer a um VP. utiliza os XVCs criados (bidirecionais) para reconstruir
Assim, para criar os XVCs, é necessário criar pelo o tronco na porta 3.1. Pede-se para os alunos configurar
menos o ponto final de um VP. O XVC recém criado, é os CES e os seus parâmetros, bem como o XVC. No
desbloqueado. Entretanto, nenhum tráfego será enviado momento da criação do XVC, os estudantes configuram
por este XVC. Pede-se também para que os alunos o contrato de tráfego do XVC de acordo com o 1º
observem os enlaces de canal virtual (VCLs – Virtual contrato de tráfego, da 1ª experiência. Uma vez
Channel Links) criados pelo XVC, a fim de observar configurados os CESs e o XVC, pede-se que os alunos
quais estatísticas podem ser medidas e o seu significado. observem e analisem as estatísticas relacionadas aos
serviços e ao XVC. Agora será possível visualizar o
Terceira Experiência tráfego do canal de voz sendo comutado através do
equipamento ATM. Nesta atividade é utilizada a
Nesta experiência, os participantes exploram melhor as
adaptação no modo estruturado. Ou seja, o ATM
funções de suporte à qualidade de serviço do ATM. Isto é
compreende a estrutura do tronco telefônico e é capaz
feito, transmitindo-se voz sobre ATM, mais especificamente,
de comutar os seus canais.
transmitindo-se um circuito E1 com 30 canais de voz sobre o
ATM. A transmissão de circuitos telefônicos sobre ATM é • Repetição com o Policiador Ligado: Repete-se a
chamada de emulação de circuitos. O objetivo da atividade anterior, só que agora com o policiador ligado.
experiência é capacitar os participantes a: encaminhar Neste caso, o XVC é criado com o 2º contrato de
tráfego de voz sobre ATM, através da configuração de tráfego definido na experiência 1. Como resultado, é
serviços de emulação de circuitos (CES – Circuit Emulation possível se observar a perda de células no AXD 301,
Service); criar XVCs para este tráfego; determinar as prejudicando o tronco telefônico reconstruído no PFA
interfaces ATM adequadas, e os demais parâmetros 30. A FIGURA 3 mostra o valor dos contadores de
envolvidos no procedimento de criação das XVCs; célula para um situação de perda de células devido à
compreender qual é o objetivo por de trás da criação dos operação do policiamento. Neste caso, durante o período
CES e como localizá-los através na interface do AXD 301; de monitoramento, 29840 células foram perdidas em um
compreender a adaptação estruturada e não estruturada do dos VCLs do serviço CES, produzindo uma taxa de
tráfego de voz (feita na AAL 1); e finalmente, os efeitos da perda de células de 50%. Observe também, que o
função de policiamento sobre o tráfego comutado. As contrato de tráfego utilizado limita o tráfego no cross-
seguintes atividades são realizadas: connect a 155 células/segundo. Como o CES está
mapeando um canal telefônico de 64 kbps, a taxa
• Verificação do Cenário: Antes de iniciar-se a
necessária para transmissão sem perdas seria de 173
experiência, cria-se dois serviços CES no AXD 301
células/segundo. Portanto, utilizando-se o policiador
(uma para a porta 3.1 e outro para a porta 3.5) e um
com uma taxa de pico pouco abaixo da necessária,
XVC para comutar o tráfego bidirecional, entre estas
produz-se uma perda de 50% das células.
4. utilizadas para informar as fontes de tráfego a respeito das
taxas de transmissão que elas podem praticar. O algoritmo
foi projetado para atingir alta utilização nos enlaces, com
baixos atrasos e rápida adaptação a transientes.
FIGURA 4. CENÁRIO DE REDE ATM DE LONGA DISTÂNCIA.
A seguir, descreve-se as atividades realizadas:
FIGURA 3. CONTADORES DE UM XVC COM PERDA DE CÉLULAS.
• Verificação das Aplicações da Rede: Inicialmente,
pede-se para os alunos investigarem as aplicações
LABORATÓRIO DE SIMULAÇÃO existentes na rede, bem como suas configurações e
parâmetros. O objetivo é entender como as estações
No laboratório de simulação, utiliza-se a ferramenta OPNET estão configuradas e quais serão as características do
Modeler [7], para verificar o funcionamento básico da tráfego gerado. É estabelecido um paralelo entre esta
tecnologia ATM, bem como do controle de fluxo ABR atividade e as atividades realizadas com o AXD 301.
(Available Bit Rate). Em redes ATM, é possível se otimizar • Verificação da Configuração do Algoritmo ERICA:
o uso dos recursos da rede, utilizando diferentes contratos de Nesta atividade, pede-se para que os alunos verifiquem
tráfego para as diversas categorias de serviço [3]. Nesta em que modelos o algoritmo ERICA está habilitado. O
experiência, estuda-se uma típica rede de longa distância objetivo é visualizar o seu funcionamento no cenário de
ATM (veja a FIGURA 4). Este cenário faz parte de um rede ATM.
exemplo, que é disponibilizado junto com a ferramenta.
• Verificação das Estatísticas Selecionadas: Pede-se
Entretanto, algumas modificações são feitas para melhor
que os participantes verifiquem as estatísticas de saída
explorar o cenário.
pré-selecionadas.
Fontes de tráfego em filiais na California geram tráfego
• Execução da Simulação: Pede-se que o aluno
para a matriz em Washington. A estação em Santa Clara
configure a duração da simulação para 0,84 segundos e
começa a enviar dados em 0,5 segundos e permanece
execute-a.
enviando dados durante todo o intervalo de simulação. A
estação em Los Angeles começa a enviar dados em 0,7 • Analise dos Resultados: Nesta etapa pede-se para os
segundos e pára depois de ter enviado 2 MBytes. Ambas as estudantes a análise dos resultados obtidos. Dentre as
estações utilizam a categoria ABR. Esta categoria foi análises solicitadas estão: 1ª) a utilização nos enlaces da
projetada para aplicações cuja taxa de entrada pode variar, rede. 2ª) a taxa efetiva (Allowed Cell Rate) permitida
dependendo de uma realimentação provida pela rede, através pelo algortimo às estações de Santa Clara e de Los
de células RM (Resource Management) [3]. Estas células Angeles. 3ª) o tráfego enviado em bits/segundo na porta
contém informações a respeito das condições de tráfego na 0 das estações de Santa Clara e de Los Angeles. 4ª) o
rede. Baseado nestas informações, a fonte ABR aumenta ou uso de buffer nesta mesma porta das estações. 5ª) o
diminui a taxa de transmissão. Para isso, nos modelos de atraso experimentado pelas células ATM nesta mesma
comutadores da rede, utiliza-se o mecanismo de controle de porta das estações.
fluxo ABR ERICA (Explicit Rate Indication for Congestion A FIGURA 5 mostra que quando Los Angeles inicia
Avoidance) [8]. De acordo com Kalyanaraman et. al., os transmissão, o enlace entre os comutadores congestiona.
comutadores ATM que implementam o ERICA, monitoram Neste ponto, o ERICA entra em ação e ocorre uma redução
a carga em cada enlace ao qual estão conectados, na taxa de transmissão efetiva de ambas as estações,
determinando um fator de carga, a capacidade disponível e o reduzindo assim a utilização nos enlaces que ligam as
número de VCs ativos nestes enlaces. Estas informações são estações até o comutador CALIFORNIA_SW. Através desta
5. figura, é possível se verificar o efeito do algoritmo sobre as A FIGURA 6 mostra que o ERICA reduz a taxa de
fontes de tráfego. transmissão permitida para as estações assim que a rede
congestiona. Ao final da transmissão de Los Angeles, Santa
Clara volta a transmitir na taxa elevada. A FIGURA 7
mostra o atraso experimentado pelas células ATM na porta 0
das estações. Pode-se observar que o atraso em Santa Clara
aumenta até o instante em que Los Angeles inicia a
transmissão. Com a redução do tráfego na fonte, o atraso das
células estabiliza e até mesmo cai, quando a estação Los
Angeles finaliza transmissão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das experiências realizadas, percebe-se a
complexidade do gerenciamento de tráfego ATM. O estudo
deste gerenciamento permite uma experiência única em
termos de entendimento de QoS. Tanto o efeito da função de
policiamento de tráfego, quanto da função de controle de
FIGURA 5. UTILIZAÇÃO NOS ENLACES DA REDE. fluxo ABR são investigados. Além disto, é feito o
encaminhamento do tráfego de voz sobre ATM, através da
configuração de serviços CES em equipamento real. A
formulação de contratos de tráfego também é abordada.
Observa-se ainda, que o OPNET Modeler, junto com o
cenário estudado, fornece uma base para que os estudantes
estejam aptos a analisar, planejar e implantar redes ATM
com suporte à QoS, bem como avaliar o desempenho dos
serviços oferecidos. Como melhorias, pretende-se ampliar os
experimentos com o AXD 301, incluindo sinalização
usuário-rede, endereçamento e interconexão com a rede
telefônica tradicional. Com relação aos experimentos de
simulação, pretende-se explorar outras funções de
gerenciamento de tráfego disponíveis.
REFERÊNCIAS
[1] Rauschmayer, Dennis J., “ADSL/VDSL Principles: A Practical and
Precise Study of Asymmetric Digital Subscriber Lines and Very High
Speed Digital Subscriber Lines”, Macmillan Technical Publishing.
FIGURA 6. TAXA DE CÉLULAS PERMITIDA PELO ERICA.
[2] Alberti, Antonio M., Bottoli, Maurício L., Breda, Gean D., Mendes,
Leonardo de S., “Modeling and Simulation of ATM Traffic
Management”, 37th ANSS, IEEE Computer Society, Abril 2004, pp.
273-281.
[3] Sacket, G.C., Metz, C., “ATM and Multiprotocol Networking”,
McGraw Hill, Janeiro 1997.
[4] Giroux, N., Ganti, S., “Quality of Service in ATM Networks: State-of-
Art Traffic Management”, Prentice Hall, 1998.
[5] Tanenbaum, Andrew S., "Redes de Computadores", 3ª e 4ª Edição,
Editora Érica.
[6] IEEE Working Group 16, “IEEE 802.16 Parte 16: Air Interface for
Fixed Broadband Wireless Access Systems”, 24 de Junho 2004.
[7] OPNET Technologies, Inc., “OPNET Modeler Brochure”,
http://www.opnet.com/products/brochures/Modeler.pdf.
[8] Kalyanaraman, Shivkumar, Jain, Raj, Fahmy, Sonia, Goyal, Rohit,.
Vandalore, Bobby, “The ERICA Switch Algorithm for ABR Traffic
Management in ATM Networks”, IEEE/ACM Transactions on
Networking, Vol. 8, Nº. 1, Fevereiro 2000.
FIGURA 7. ATRASO EXPERIMENTADO PELAS CÉLULAS ATM.