O documento é um guia de correção para um teste sobre Camões lírico. Resume os principais pontos abordados no teste, incluindo a divisão do poema em duas partes, as antíteses e paradoxos presentes, o tema de euforia e tristeza causada por sofrimento amoroso, e a tendência petrarquista do poema.
1. Guia de Correcção do Teste 1 (Camões Lírico)
Português/Fevereiro 2010
10º Ano /1ª Avaliação do 2º Período
Grupo I
1-Segundo o sentido do texto, podemos fazer uma divisão do mesmo em duas
partes lógicas. A primeira, abrange as duas primeiras quadras e o primeiro
terceto. Aqui, o sujeito poético, dá conta do seu triste estado de alma. O
último terceto pode ser considerado a segunda parte pois, aqui, o “eu” lírico
apresenta o motivo que está na origem da sua inquietação.
2- As antíteses e os paradoxos que marcam a euforia/incerteza vividas pelo
poeta são: “ardor”/“frio”;”choro”/“rio”;“O mundo todo abarco”/”e nada aperto”.
2.1 A hipérbole presente no verso 6, “(…)da vista um rio”, serve para
intensificar a tristeza do poeta, as lágrimas tão tantas que formam um rio. A
anáfora presente nos versos 7 e 8 ”Agora”/Agora” está ao serviço da
amplificação do número de vezes que o sujeito se sente emocionalmente
incerto, triste, perdido e infeliz.
2.2- “Que só porque vos vi, minha Senhora.”
2.3- O advérbio traduz uma ideia de causalidade. O poeta encontra-se naquele
estado apenas porque viu/conheceu a “Senhora” do seu coração.
3-Morfologicamente, a palavra “agora” é um advérbio de tempo.
4-O tema do poema é a euforia e a tristeza, causadas pelo sofrimento amoroso.
5- O poema manifesta um certa tendência Petrarquista pois o sujeito lírico
parece estar a sofrer de amor por uma mulher que lhe despoleta sentimentos
paradoxais. Ela lembra-nos o ser angelical, delicado, idílico e espiritual, vivido
por Petrarca (Laura). Os sentimentos de euforia/angústia e desespero, surgem,
provavelmente, pois o poeta tenta alcançá-la, não o conseguindo, em virtude
de ela fazer parte do mundo espiritual. Por outro lado, o texto, formalmente,
é um soneto, espécie poética pertencente à Medida Renascentista (criada em
Itália por Petrarca), facto que confirma a ligação à medida clássica.
6- O acto ilocutório presente na afirmação é assertivo.
7- ●Tenho pena do rapaz.
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2. ●O rapaz pena na prisão.
●A pena do pássaro voou.
●Outrora, escrevia-se com uma pena.
8-
a)Ainda que tenha vivido pobremente, ► Oração subordinada adverbial
concessiva (Embora… apesar de …)
Camões será sempre lembrado. ► Oração subordinante
b)Vou ler a obra lírica camoniana ► Oração subordinante
uma vez que quero saber mais sobre o grande vate português.► Oração
subordinada adverbial causal (Visto que…porque…)
c)Camões foi tão desafortunado no amor,► Oração subordinante
que viveu amargamente.► Oração subordinada adverbial consecutiva (ideia
de consequência… de tal modo que…; de tal maneira que…)
9-As palavras destacadas são homónimas pois apresentam grafia e sons
idênticos, tendo, no entanto, significados diferentes.
10-Podemos considerar hipónimos da medida velha o vilancete, a cantiga, a
trova ou a endecha e a esparsa.
11- A tipologia textual seria a dialogal-conversacional.
11.1- As características próprias desta tipologia textual são: marcas de
diálogo e marcas linguísticas da 1ª e da 2ªpessoas; indicadores gráficos: aspas,
travessões, itálicos, parêntesis e parágrafos.
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4. Grupo III
1.1-
Luís de Camões foi um poeta que viveu numa época de transição (época
medieval e renascentista). Como tal, deixou escapar nos seus textos marcas
diferentes quanto aos temas e às espécies poéticas aí desenvolvidas. Na fase
tradicional ( chamada medida velha ), o poeta escreveu sob a influência da
lírica trovadoresca (cantiga de amigo, amor, escárnio e maldizer). A mulher
surge aí ( se bem que nem sempre, enquadrada num cenário campestre, a
fonte e a natureza são presenças constantes…). A medida aí usada é a
redondilha maior (7 sílabas métricas) e a menor (5 sílabas métricas). Foram
trabalhados, nesta fase, os vilancetes, as cantigas, as endechas ou trovas e as
esparsas.
Já mais tarde, com o advento em Portugal da influência de Petrarca
( através do soneto trazido por Sá de Miranda), Luís de Camões utilizou uma
outra medida , a nova ou renascentista. Agora, o verso é decassilábico
(heróico ou sáfico). Surge aqui a ideia da mulher ideal, perfeita e inatingível.
As espécies poéticas mais trabalhadas aqui foram o soneto, a ode, a canção,
a elegia e a écloga. Quantos aos temas, temos a saudade, o amor espiritual,
a mulher ( perspectivada por Petrarca e Dante), o tempo, a mudança, o
destino, etc.
Grupo IV
1- Na imagem de Botticelli, podemos observar um rosto de uma figura
feminina que apresenta um olhar brando, sereno e tranquilo. Os olhos são
claros, os cabelos ondulados, louros e dourados. Esta parece ser a mulher
cantada pelo poeta no seu soneto. Podemos pensar que esta figura angélica e
quase divina, pode ser a responsável pela euforia/sofrimento do poeta. A
candura e a beleza observadas, fazem-nos pensar que ele sofrerá ainda mais
pois ela faz parte de um mundo edílico, inatingível e perfeito, longe dos
desejos terrenos. O poeta há-de sofrer eternamente pois, tentando seguir o
modelo do mestre Petrarca, viverá sempre em “ardor” e “frio”, não
conseguindo alcançar plenamente a mulher amada.
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