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O professor e
suas tecnologias
  Prof. Dr. Ruy Ferreira

2

O QUE É TECNOLOGIA?

   Técnhè vem do Grego – estudos especializados
    sobre os procedimentos próprios de qualquer
                técnica, arte ou ofício.


   É o know-how, savoir-faire ou conhecimento
    processual. Ou seja, é o “saber fazer com”.

   Tudo aquilo que, não existindo na natureza, o
    ser humano inventa para expandir os seus
    poderes, tornar o seu trabalho mais fácil e
         fazer a sua vida mais agradável.

3

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (TE)


     Desde o Século XVI, partindo da pedra de giz,
        passando pelo mimeógrafo chegando ao
   retroprojetor, a tecnologia analógica dominou na
         sala de aula até o meado do Século XX.
             O computador faz chegar a
          TECNOLOGIA DIGITAL na sala de
            aula pelas mãos de Seymour
          Papert (MIT/USA) na Década de
            1960. Na seguinte chega ao
            ensino superior brasileiro, a
           pedido da Marinha de Guerra.

4

AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DE
        ANALÓGICAS A DIGITAIS

•o quadro negro, verde e branco
•a pena e a caneta tinteiro
                                                          netas
•o lápis
•o livro      •a lapiseira
•o caderno • a caneta esferográfica
•as cartas    •a apostila
•o rádio      •a calculadora        •o computador, o software
              •a televisão          educativo e os ambientes
              •o vídeo tape         digitais interativos:
              •o CD-ROM             teleconferência, chats, fóruns,
      eu
              •o DVD-ROM            correio eletrônico, blogues,
              •A Vídeoconferência wiki, ambientes virtuais, etc.

5

Educação e suas
          tecnologias: o marco legal
No inciso II do Art. 32 da LDB consta: “o aluno deverá ter a
compreensão […] da tecnologia […]”
Art. 36, inciso I da mesma lei: “destacará a educação tecnológica
básica […]”, e logo em seguida no parágrafo 1º, inciso I consta ainda
que: “Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação
serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o
educando demonstre: I - domínio dos princípios científicos e
tecnológicos que presidem a produção moderna”.

      A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios,
      em regime de colaboração, deverão promover a
      formação inicial, a continuada e a capacitação dos
      profissionais de magistério.

6

Educação e suas
                tecnologias: o marco legal
Resolução CNE Nº 1, de 18 de Fevereiro de 2002, Art. 2 institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação
plena:
[...]
Art. 2º A organização curricular de cada instituição observará, além do
disposto nos artigos 12 e 13 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
outras formas de orientação inerentes à formação para a atividade
docente, entre as quais o preparo para:
        [...]
   VI. o uso de tecnologias da informação e da comunicação
e de metodologias, estratégias e materiais de apoio
inovadores;

7

Educação com tecnologia:
                    o marco legal
Parecer CNE nº 9, 8/5/2001:
[...] é necessário, também, que os cursos de formação ofereçam condições para que
os futuros professores aprendam a usar tecnologias de informação e comunicação,
cujo domínio é importante para a docência e para as demais dimensões da vida
moderna”.
As escolas de formação devem garantir, com qualidade e em quantidade suficiente,
recursos pedagógicos, tais como: bibliotecas, laboratórios, videoteca, entre outros,
além de recursos de tecnologia da informação, para que formadores e futuros
professores realizem satisfatoriamente as tarefas de formação.
É fundamental, portanto, promover atividades constantes de aprendizagem
colaborativa e de interação, de comunicação entre os professores em formação e deles
com os formadores, uma vez que tais aprendizagens necessitam de práticas
sistemáticas para se efetivarem. Para isso, a escola de formação deverá criar
dispositivos de organização curricular e institucional que favoreçam sua realização,
empregando, inclusive, recursos de tecnologia da informação que possibilitem a
convivência interativa dentro da instituição e entre esta e o ambiente educacional.

8

E AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO?
 Ensino tradicional -> CONTEÚDO e ao Professor cabia sua transmissão

  Pedagogia do amor -> o • J. J. Rousseau, Froebel, Pestalozzi
  aluno estuda o que quer,
                           são os precursores dessa corrente
        quando quer


 Escola Nova ->
                           •   ativo de Ferrière
   foco vai do             •   de trabalho de Kerschensteiner
conteúdo para o            •   dos Centros de Interesse de Décroly
 MÉTODO e do               •   da liberdade de Neill
                           •   de projetos de Dewey
professor para o           •   individualizado de Montessori
      aluno

Modelo tecnológico de Tyler -> privilegiando os objetivos como elemento
                       didático mais importante

9

O professor e suas tecnologias

10

E O PROFESSOR MUDOU?
De detentor e difusor do saber para:
•Maeuta autônomo (Sócrates, John Dewey, Pedro Demo);
•Mediador do conhecimento (Paulo Freire e Jean Piaget);
•Organizador do ambiente social (Lev Vygotsky);
•Provocador (Célestin Freinet);
•Facilitador (Carl Rogers);
•Transformador (Donald Schön);
• Incentivador (Jerome Bruner);
•Animador (Pierre Lévy);
•Estimulador (José Moran);
•Motivador; Pesquisador; Gestor do conhecimento; etc.

11

E A FORMAÇÃO DO
             PROFESSOR MUDOU?

   Qual licenciatura forma um professor maeuta autônomo,
 mediador do conhecimento, organizador do ambiente social,
provocador , facilitador, transformador, incentivador, animador,
estimulador, motivador, pesquisador, gestor do conhecimento?


Em relação às tecnologias, qual licenciatura trata:
•da questão da prática educativa apoiada em meios digitais?
•do posicionamento e da qualificação tecnológica do professor?

12

O QUE NOSSAS PESQUISAS APONTAM NA
  FORMAÇÃO TECNOLÓGICA INICIAL E
          CONTINUADA?
 A legislação educacional para a formação de professores é descumprida
acintosamente nas licenciaturas quando se trata de tecnologia educacional.


 Ainda estamos presos à Escola Nova de Anísio Teixeira quando se trata de
                      uso de estratégias de ensino.


É necessário repensar o currículo inicial de formação de professores com o
   objetivo de elevar o nível de qualificação tecnológico dos licenciandos.


Se o formador de professor não usa a tecnologia em aula como exigir
                        que o egresso use?

13

O QUE NOSSAS PESQUISAS APONTAM NA
  FORMAÇÃO TECNOLÓGICA INICIAL E
          CONTINUADA?
O baixo nível de qualificação tecnológica indica que são necessárias ações de
  formação para o desenvolvimento das habilidades requeridas no uso das
                  tecnologias educacionais em sala de aula.

As ações de formação continuam sendo desarticuladas, pecando pela falta de
  interdisciplinaridade, desconexas entre si, voltadas para o disponível nos
        órgão de formação e não para as necessidades do formando.

 A formação continuada do professor, em relação à qualificação tecnológica,
      não resulta diretamente em melhoria da aprendizagem do aluno.

Os professores pesquisados não apresentam a capacidade de elaborar
 por si próprio seu material com fundamento teoricamente e como
               marca de emancipação e de autonomia.

14

Origem desses estudos:
GOMES, Luzane Francisca. A Formação Tecnológica do Professor: O caso das
Licenciaturas do CUR/UFMT. Monografia de graduação. Rondonópolis: UFMT,
                                2010.

QUEIROZ, Gesane Zanata. O Nível de Desempenho em Informática Educativa
dos Professores da Rede Pública de Ensino de Juscimeira-MT. Monografia de
                   graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010

 SANTOS, José Junio Moura dos. O PROINFO na rede escolar estadual: Um
diagnóstico em Rondonópolis-MT. Monografia de graduação. Rondonópolis:
                             UFMT, 2010.

   SUDRÉ, Núria Catiuxe Santos. A formação tecnológica continuada do
professor: O caso da rede pública estadual de Rondonópolis-MT. Monografia
                 de graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010

15

Discutindo alternativas para a entrada do computador
na escola, chegamos ao consenso de que a “porta de
entrada” dessa tecnologia será na formação do
professor. [...] Logo, é preciso que o professor saiba o
que fazer com o equipamento, antes de empregá-lo ou
colocar o aluno frente à máquina.
                            (FERREIRA, 1999a, pp. 114-115)

16

Claro que isso não acontece num passe de mágica. Primeiro a
tecnologia chega na formação universitária, depois na sala do
professor em atividade nas escolas, para em seguida, entrar na sala de
aula. Nessa ordem é possível vislumbrar o sucesso do emprego dessas
tecnologias.
[...] Obviamente que não basta comprar equipamentos e entulhar nas escolas, os EUA
assim procederam e fracassaram. Aqui mesmo, no Mato Grosso, há
aproximadamente dez anos atrás foram comprados computadores que nunca foram
utilizados nas escolas, numa atitude irresponsável dos dirigentes daquela época.
Em Primavera do Leste a Secretaria de Educação em parceria com a
UFMT vem desenvolvendo um projeto inédito no estado, onde a
máquina entra pela “sala do professor” e chegará até o aluno, numa
segunda etapa.
                                               (FERREIRA, 1999b, p. 2)

17

A partir daquela data foi elaborado um plano de capacitação
docente para o uso da tecnologia computacional na Educação, com
a finalidade de atualizar os professores efetivos da rede escolar
municipal, no uso de microcomputadores, redes e softwares
educativos.
[...]
Isto significa que o professor deixa de ser o repassador de
conhecimento - o computador pode fazer isto e o faz muito mais
eficientemente do que o professor - para ser o criador de
ambientes de aprendizado e facilitador do processo pelo qual o
aluno adquire conhecimento. As novas tendências de uso do
computador na educação mostram que ele pode ser um importante
aliado neste processo que estamos começando a entender.
                                          (FERREIRA, 2000, pp. 30, 45)

18

Não é a tecnologia que ensina essa é tarefa do professor [...] vejo o
aparato tecnológico como algo capaz de, no máximo, favorecer a
aprendizagem.
[...]

Os primeiros materiais didáticos criados pelos professores, em 2008,
com objetivo de formação própria, não possuem a intenção de serem
levados à sala de aula. Sobre tal material dá-se a formação tecno-
pedagógica dos agentes envolvidos, tratando-se da criação de uma
apresentação multimídia, utilizando os dados coletados nos livros
didáticos em uso na escola, bem como outros dados coletados na
internet e em uma visita de campo, programada para as turmas de 4ª
série, a um quilombo existente na região.
                                          (FERREIRA, 2008, pp.51, 166).

19

Geisa Mendes (Faculdade de Educação) - Considerando os desafios impostos pelo século
XXI, principalmente com a disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC),
como conceber e promover a formação do professor para a docência no ensino superior?
Ruy Ferreira - Criar uma disciplina específica na formação (inicial ou
continuada) do professor é reduzir demais o potencial das tecnologias
digitais emergentes em qualquer campo. O emprego maciço e cotidiano das
TIC nas atividades pedagógicas dos cursos de graduação, por parte do
formador em interação com o formando, oferece ao aprendiz a vivência do
emprego das TIC no dia a dia de sua formação e posteriormente em sua
própria prática pedagógica.
                    Jornal da PUC-Campinas. Ano V - Número 94, 12 a 25 de outubro de 2009
O problema está na falta de informação e de formação. Precisamos de
uma mudança de mentalidade. [...] Falta-nos pensar na Educação
como uma política de estado e não de governo. Ou pior, de ministro.
               Jornal Conexão Professor. Informativo da SEDUC-RJ – Junho 2010.
                             (http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/index.asp)

20

Os professores são a porta de entrada da inovação na escola, sem seduzi-lo para o
novo, nada mudará na prática. [...]
Desconheço cidade paulista ou mato-grossense que use todo o potencial das
tecnologias da informação e comunicação na totalidade de suas escolas e com seus
professores. [...]
Melhor ainda quando formos capazes de afirmar que a formação continuada do
profissional de educação faz parte de seu dia-a-dia e que ele domina o conhecimento
tecnológico necessário para até se auto-instruir. [...]
Tantas experiências bem ou má sucedidas poderiam ser aqui relatadas, entretanto o
tempo conspirou contra mim. No segundo dia de trabalho neste artigo tive um infarto
agudo do miocárdio (ataque cardíaco) e entre o dia 30 de Agosto e 17 de Setembro
estive internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis e na UTI do
Hospital Geral Universitário, de Cuiabá, onde entre angioplastias e cateterismos,
escrevi este texto. Foi uma benção, ter algo para realizar e por conta disso preocupar-
me com a Vida e a Educação.

      Revista Vida & Educação. Ano III. Nº 27. Fortaleza/CE. Jan-Mar 2010

21

Sobre a tecnologia na escola e o professor:
• Como foram pensadas e por quem?
• Atendem a especificidade da educação brasileira, ou, mais
uma vez, trata-se de modelos copiados?
• A quem interessa essa imagem de resistência criada em
torno dos educadores?
• Quais são as possibilidades reais de se efetuar tais
mudanças?
• Que estrutura oferecem as políticas educacionais para que
essas mudanças aconteçam na prática?
                                        3º CIEPG – 2011 (Ponta Grossa/PR)
               Nossos estudos continuam.
                  Mas, não estou só!!!

22

OUTROS OLHARES PARA O
                  PROBLEMA

José Armando Valente (UNICAMP) vem batendo na tecla que o professor não
deve passar por treinamento em tecnologia, mas sim por cursos de formação
que mudem a postura do educador frente ao ensino com tecnologia.


Christina da Silva e Nyrma de Azevedo (UFRJ): É preciso haver mudança na
subjetividade dos professores, de forma a que possam utilizar com
naturalidade os diferentes recursos tecnológicos na sua prática pedagógica
cotidiana

Pedro Demo: Toda proposta que investe na introdução das TIC na escola só
pode dar certo passando pelas mãos dos professores. O que transforma
tecnologia em aprendizagem, não é a máquina, o programa eletrônico, o
software, mas o professor, em especial em sua condição socrática.

23

OUTROS OLHARES PARA O
            PROBLEMA

Antonio Battro e Percival Denham: “Será
preciso uma nova geração de educadores, eles
mesmos educados nas modalidades digitais, para
que a transformação se complete”.


Pedro Demo: Ao final, a melhor tecnologia na
    escola é o professor, insubstituível .

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SINTETIZANDO
• As tecnologias estão ao nosso dispor, basta ter dinheiro.
• Cabe ao professor usá-las conforme suas necessidades
  pedagógicas.
• Ainda não há um paradigma quanto ao método ou estratégia
  em se tratando da didática com tecnologia.
• A lei diz que temos que usar na sala de aula. A lei diz que na
  formação formando e o formador de professores devem
  estar imersos em tecnologias no cotidiano. Vamos cumprir a
  lei!
• O currículo da licenciatura não forma, deforma.
• A universidade precisa sair do armário e assumir a
  responsabilidade pela formação do professor, seja ela inicial
  ou continuada.
• Estados e municípios devem por dinheiro na formação
  permanente do professor, via bolsa ou algo assim.

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MUITO AGRADECIDO


 Prof. Dr. Ruy Ferreira
        ruy@ufmt.br

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  • 2. O QUE É TECNOLOGIA? Técnhè vem do Grego – estudos especializados sobre os procedimentos próprios de qualquer técnica, arte ou ofício. É o know-how, savoir-faire ou conhecimento processual. Ou seja, é o “saber fazer com”. Tudo aquilo que, não existindo na natureza, o ser humano inventa para expandir os seus poderes, tornar o seu trabalho mais fácil e fazer a sua vida mais agradável.
  • 3. TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (TE) Desde o Século XVI, partindo da pedra de giz, passando pelo mimeógrafo chegando ao retroprojetor, a tecnologia analógica dominou na sala de aula até o meado do Século XX. O computador faz chegar a TECNOLOGIA DIGITAL na sala de aula pelas mãos de Seymour Papert (MIT/USA) na Década de 1960. Na seguinte chega ao ensino superior brasileiro, a pedido da Marinha de Guerra.
  • 4. AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DE ANALÓGICAS A DIGITAIS •o quadro negro, verde e branco •a pena e a caneta tinteiro netas •o lápis •o livro •a lapiseira •o caderno • a caneta esferográfica •as cartas •a apostila •o rádio •a calculadora •o computador, o software •a televisão educativo e os ambientes •o vídeo tape digitais interativos: •o CD-ROM teleconferência, chats, fóruns, eu •o DVD-ROM correio eletrônico, blogues, •A Vídeoconferência wiki, ambientes virtuais, etc.
  • 5. Educação e suas tecnologias: o marco legal No inciso II do Art. 32 da LDB consta: “o aluno deverá ter a compreensão […] da tecnologia […]” Art. 36, inciso I da mesma lei: “destacará a educação tecnológica básica […]”, e logo em seguida no parágrafo 1º, inciso I consta ainda que: “Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna”. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério.
  • 6. Educação e suas tecnologias: o marco legal Resolução CNE Nº 1, de 18 de Fevereiro de 2002, Art. 2 institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena: [...] Art. 2º A organização curricular de cada instituição observará, além do disposto nos artigos 12 e 13 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, outras formas de orientação inerentes à formação para a atividade docente, entre as quais o preparo para: [...] VI. o uso de tecnologias da informação e da comunicação e de metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores;
  • 7. Educação com tecnologia: o marco legal Parecer CNE nº 9, 8/5/2001: [...] é necessário, também, que os cursos de formação ofereçam condições para que os futuros professores aprendam a usar tecnologias de informação e comunicação, cujo domínio é importante para a docência e para as demais dimensões da vida moderna”. As escolas de formação devem garantir, com qualidade e em quantidade suficiente, recursos pedagógicos, tais como: bibliotecas, laboratórios, videoteca, entre outros, além de recursos de tecnologia da informação, para que formadores e futuros professores realizem satisfatoriamente as tarefas de formação. É fundamental, portanto, promover atividades constantes de aprendizagem colaborativa e de interação, de comunicação entre os professores em formação e deles com os formadores, uma vez que tais aprendizagens necessitam de práticas sistemáticas para se efetivarem. Para isso, a escola de formação deverá criar dispositivos de organização curricular e institucional que favoreçam sua realização, empregando, inclusive, recursos de tecnologia da informação que possibilitem a convivência interativa dentro da instituição e entre esta e o ambiente educacional.
  • 8. E AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO? Ensino tradicional -> CONTEÚDO e ao Professor cabia sua transmissão Pedagogia do amor -> o • J. J. Rousseau, Froebel, Pestalozzi aluno estuda o que quer, são os precursores dessa corrente quando quer Escola Nova -> • ativo de Ferrière foco vai do • de trabalho de Kerschensteiner conteúdo para o • dos Centros de Interesse de Décroly MÉTODO e do • da liberdade de Neill • de projetos de Dewey professor para o • individualizado de Montessori aluno Modelo tecnológico de Tyler -> privilegiando os objetivos como elemento didático mais importante
  • 10. E O PROFESSOR MUDOU? De detentor e difusor do saber para: •Maeuta autônomo (Sócrates, John Dewey, Pedro Demo); •Mediador do conhecimento (Paulo Freire e Jean Piaget); •Organizador do ambiente social (Lev Vygotsky); •Provocador (Célestin Freinet); •Facilitador (Carl Rogers); •Transformador (Donald Schön); • Incentivador (Jerome Bruner); •Animador (Pierre Lévy); •Estimulador (José Moran); •Motivador; Pesquisador; Gestor do conhecimento; etc.
  • 11. E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR MUDOU? Qual licenciatura forma um professor maeuta autônomo, mediador do conhecimento, organizador do ambiente social, provocador , facilitador, transformador, incentivador, animador, estimulador, motivador, pesquisador, gestor do conhecimento? Em relação às tecnologias, qual licenciatura trata: •da questão da prática educativa apoiada em meios digitais? •do posicionamento e da qualificação tecnológica do professor?
  • 12. O QUE NOSSAS PESQUISAS APONTAM NA FORMAÇÃO TECNOLÓGICA INICIAL E CONTINUADA? A legislação educacional para a formação de professores é descumprida acintosamente nas licenciaturas quando se trata de tecnologia educacional. Ainda estamos presos à Escola Nova de Anísio Teixeira quando se trata de uso de estratégias de ensino. É necessário repensar o currículo inicial de formação de professores com o objetivo de elevar o nível de qualificação tecnológico dos licenciandos. Se o formador de professor não usa a tecnologia em aula como exigir que o egresso use?
  • 13. O QUE NOSSAS PESQUISAS APONTAM NA FORMAÇÃO TECNOLÓGICA INICIAL E CONTINUADA? O baixo nível de qualificação tecnológica indica que são necessárias ações de formação para o desenvolvimento das habilidades requeridas no uso das tecnologias educacionais em sala de aula. As ações de formação continuam sendo desarticuladas, pecando pela falta de interdisciplinaridade, desconexas entre si, voltadas para o disponível nos órgão de formação e não para as necessidades do formando. A formação continuada do professor, em relação à qualificação tecnológica, não resulta diretamente em melhoria da aprendizagem do aluno. Os professores pesquisados não apresentam a capacidade de elaborar por si próprio seu material com fundamento teoricamente e como marca de emancipação e de autonomia.
  • 14. Origem desses estudos: GOMES, Luzane Francisca. A Formação Tecnológica do Professor: O caso das Licenciaturas do CUR/UFMT. Monografia de graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010. QUEIROZ, Gesane Zanata. O Nível de Desempenho em Informática Educativa dos Professores da Rede Pública de Ensino de Juscimeira-MT. Monografia de graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010 SANTOS, José Junio Moura dos. O PROINFO na rede escolar estadual: Um diagnóstico em Rondonópolis-MT. Monografia de graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010. SUDRÉ, Núria Catiuxe Santos. A formação tecnológica continuada do professor: O caso da rede pública estadual de Rondonópolis-MT. Monografia de graduação. Rondonópolis: UFMT, 2010
  • 15. Discutindo alternativas para a entrada do computador na escola, chegamos ao consenso de que a “porta de entrada” dessa tecnologia será na formação do professor. [...] Logo, é preciso que o professor saiba o que fazer com o equipamento, antes de empregá-lo ou colocar o aluno frente à máquina. (FERREIRA, 1999a, pp. 114-115)
  • 16. Claro que isso não acontece num passe de mágica. Primeiro a tecnologia chega na formação universitária, depois na sala do professor em atividade nas escolas, para em seguida, entrar na sala de aula. Nessa ordem é possível vislumbrar o sucesso do emprego dessas tecnologias. [...] Obviamente que não basta comprar equipamentos e entulhar nas escolas, os EUA assim procederam e fracassaram. Aqui mesmo, no Mato Grosso, há aproximadamente dez anos atrás foram comprados computadores que nunca foram utilizados nas escolas, numa atitude irresponsável dos dirigentes daquela época. Em Primavera do Leste a Secretaria de Educação em parceria com a UFMT vem desenvolvendo um projeto inédito no estado, onde a máquina entra pela “sala do professor” e chegará até o aluno, numa segunda etapa. (FERREIRA, 1999b, p. 2)
  • 17. A partir daquela data foi elaborado um plano de capacitação docente para o uso da tecnologia computacional na Educação, com a finalidade de atualizar os professores efetivos da rede escolar municipal, no uso de microcomputadores, redes e softwares educativos. [...] Isto significa que o professor deixa de ser o repassador de conhecimento - o computador pode fazer isto e o faz muito mais eficientemente do que o professor - para ser o criador de ambientes de aprendizado e facilitador do processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. As novas tendências de uso do computador na educação mostram que ele pode ser um importante aliado neste processo que estamos começando a entender. (FERREIRA, 2000, pp. 30, 45)
  • 18. Não é a tecnologia que ensina essa é tarefa do professor [...] vejo o aparato tecnológico como algo capaz de, no máximo, favorecer a aprendizagem. [...] Os primeiros materiais didáticos criados pelos professores, em 2008, com objetivo de formação própria, não possuem a intenção de serem levados à sala de aula. Sobre tal material dá-se a formação tecno- pedagógica dos agentes envolvidos, tratando-se da criação de uma apresentação multimídia, utilizando os dados coletados nos livros didáticos em uso na escola, bem como outros dados coletados na internet e em uma visita de campo, programada para as turmas de 4ª série, a um quilombo existente na região. (FERREIRA, 2008, pp.51, 166).
  • 19. Geisa Mendes (Faculdade de Educação) - Considerando os desafios impostos pelo século XXI, principalmente com a disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), como conceber e promover a formação do professor para a docência no ensino superior? Ruy Ferreira - Criar uma disciplina específica na formação (inicial ou continuada) do professor é reduzir demais o potencial das tecnologias digitais emergentes em qualquer campo. O emprego maciço e cotidiano das TIC nas atividades pedagógicas dos cursos de graduação, por parte do formador em interação com o formando, oferece ao aprendiz a vivência do emprego das TIC no dia a dia de sua formação e posteriormente em sua própria prática pedagógica. Jornal da PUC-Campinas. Ano V - Número 94, 12 a 25 de outubro de 2009 O problema está na falta de informação e de formação. Precisamos de uma mudança de mentalidade. [...] Falta-nos pensar na Educação como uma política de estado e não de governo. Ou pior, de ministro. Jornal Conexão Professor. Informativo da SEDUC-RJ – Junho 2010. (http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/index.asp)
  • 20. Os professores são a porta de entrada da inovação na escola, sem seduzi-lo para o novo, nada mudará na prática. [...] Desconheço cidade paulista ou mato-grossense que use todo o potencial das tecnologias da informação e comunicação na totalidade de suas escolas e com seus professores. [...] Melhor ainda quando formos capazes de afirmar que a formação continuada do profissional de educação faz parte de seu dia-a-dia e que ele domina o conhecimento tecnológico necessário para até se auto-instruir. [...] Tantas experiências bem ou má sucedidas poderiam ser aqui relatadas, entretanto o tempo conspirou contra mim. No segundo dia de trabalho neste artigo tive um infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco) e entre o dia 30 de Agosto e 17 de Setembro estive internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis e na UTI do Hospital Geral Universitário, de Cuiabá, onde entre angioplastias e cateterismos, escrevi este texto. Foi uma benção, ter algo para realizar e por conta disso preocupar- me com a Vida e a Educação. Revista Vida & Educação. Ano III. Nº 27. Fortaleza/CE. Jan-Mar 2010
  • 21. Sobre a tecnologia na escola e o professor: • Como foram pensadas e por quem? • Atendem a especificidade da educação brasileira, ou, mais uma vez, trata-se de modelos copiados? • A quem interessa essa imagem de resistência criada em torno dos educadores? • Quais são as possibilidades reais de se efetuar tais mudanças? • Que estrutura oferecem as políticas educacionais para que essas mudanças aconteçam na prática? 3º CIEPG – 2011 (Ponta Grossa/PR) Nossos estudos continuam. Mas, não estou só!!!
  • 22. OUTROS OLHARES PARA O PROBLEMA José Armando Valente (UNICAMP) vem batendo na tecla que o professor não deve passar por treinamento em tecnologia, mas sim por cursos de formação que mudem a postura do educador frente ao ensino com tecnologia. Christina da Silva e Nyrma de Azevedo (UFRJ): É preciso haver mudança na subjetividade dos professores, de forma a que possam utilizar com naturalidade os diferentes recursos tecnológicos na sua prática pedagógica cotidiana Pedro Demo: Toda proposta que investe na introdução das TIC na escola só pode dar certo passando pelas mãos dos professores. O que transforma tecnologia em aprendizagem, não é a máquina, o programa eletrônico, o software, mas o professor, em especial em sua condição socrática.
  • 23. OUTROS OLHARES PARA O PROBLEMA Antonio Battro e Percival Denham: “Será preciso uma nova geração de educadores, eles mesmos educados nas modalidades digitais, para que a transformação se complete”. Pedro Demo: Ao final, a melhor tecnologia na escola é o professor, insubstituível .
  • 24. SINTETIZANDO • As tecnologias estão ao nosso dispor, basta ter dinheiro. • Cabe ao professor usá-las conforme suas necessidades pedagógicas. • Ainda não há um paradigma quanto ao método ou estratégia em se tratando da didática com tecnologia. • A lei diz que temos que usar na sala de aula. A lei diz que na formação formando e o formador de professores devem estar imersos em tecnologias no cotidiano. Vamos cumprir a lei! • O currículo da licenciatura não forma, deforma. • A universidade precisa sair do armário e assumir a responsabilidade pela formação do professor, seja ela inicial ou continuada. • Estados e municípios devem por dinheiro na formação permanente do professor, via bolsa ou algo assim.
  • 25. MUITO AGRADECIDO Prof. Dr. Ruy Ferreira ruy@ufmt.br