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OS PLANOS D’ OS LUSÍADAS Apresentação dos vários dos vários planos d’  Os Lusíadas . 1
OS PLANOS D’OS LUSÍADAS Pode identificar-se a presença de quatro planos distintos na narrativa de  Os Lusíadas : Plano da Viagem ; Plano da História de Portugal ; Plano dos deuses / maravilhoso ; Plano do Poeta .
Plano da Viagem  -  compreende todos os momentos da narração relativos à acção principal, a viagem de Vasco da Gama, desde a partida de Lisboa até ao desembarque na ilha de Vénus.
Plano da História de Portugal  –  consiste na exposição da História de Portugal, “ E também as memórias gloriosas  /  Daqueles Reis que foram dilatando  /  A Fé, o Império, e as terras viciosas .”
Os factos históricos anteriores à viagem são relatados nos discursos de Vasco da Gama ao rei de Melinde, e de Paulo da Gama ao Catual.
Os factos históricos posteriores à viagem são narrados nas profecias de Júpiter, do Adamastor, da ninfa Sirena e de Tétis.
Plano dos deuses  –  plano relativo à intriga dos deuses pagãos, que começa com o consílio que inicia a acção do poema e termina na ilha de Vénus, que encerra o poema.
Segundo António José Saraiva, “ Formalmente a unidade  d’Os Lusíadas  é estabelecida pela intriga dos deuses . Baco, Júpiter, Neptuno, Vénus estão em cena desde o início ao fim do poema, o qual abre com o consílio dos deuses e termina com a Ilha dos Amores.
(...) Não se trata de mero quadro externo ou de uma sobreposição, mas da mola real do poema. (...)  As personagens mitológicas têm uma vida que falta às personagens históricas : são elas, sim, as verdadeiras criaturas humanas, que sentem, se apaixonam , intrigam e fazem rebuliço.
Através da mitologia, Camões exprime algumas  tendências profundas  do Renascimento:  a vitória dos homens contra os deuses , que personificam os limites impostos pela tradição à iniciativa humana;  a confiança na capacidade humana para dominar a natureza ;  a concepção da natureza como um ser vivo .”
Plano do Poeta  –  plano relacionado com todas as considerações e reflexões ( normalmente no final dos Cantos ) do poeta sobre os mais diferentes aspectos.
Também designados por  excursos ,  estes momentos digressivos traduzem a visão crítica do poeta, conferindo ao poema uma perspectiva interventiva .
O apelo de Camões aos valores defendidos pelo Renascimento, entre outros, está bem presente nos  excursos .

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  • 5. Os factos históricos anteriores à viagem são relatados nos discursos de Vasco da Gama ao rei de Melinde, e de Paulo da Gama ao Catual.
  • 6. Os factos históricos posteriores à viagem são narrados nas profecias de Júpiter, do Adamastor, da ninfa Sirena e de Tétis.
  • 7. Plano dos deuses – plano relativo à intriga dos deuses pagãos, que começa com o consílio que inicia a acção do poema e termina na ilha de Vénus, que encerra o poema.
  • 8. Segundo António José Saraiva, “ Formalmente a unidade d’Os Lusíadas é estabelecida pela intriga dos deuses . Baco, Júpiter, Neptuno, Vénus estão em cena desde o início ao fim do poema, o qual abre com o consílio dos deuses e termina com a Ilha dos Amores.
  • 9. (...) Não se trata de mero quadro externo ou de uma sobreposição, mas da mola real do poema. (...) As personagens mitológicas têm uma vida que falta às personagens históricas : são elas, sim, as verdadeiras criaturas humanas, que sentem, se apaixonam , intrigam e fazem rebuliço.
  • 10. Através da mitologia, Camões exprime algumas tendências profundas do Renascimento: a vitória dos homens contra os deuses , que personificam os limites impostos pela tradição à iniciativa humana; a confiança na capacidade humana para dominar a natureza ; a concepção da natureza como um ser vivo .”
  • 11. Plano do Poeta – plano relacionado com todas as considerações e reflexões ( normalmente no final dos Cantos ) do poeta sobre os mais diferentes aspectos.
  • 12. Também designados por excursos , estes momentos digressivos traduzem a visão crítica do poeta, conferindo ao poema uma perspectiva interventiva .
  • 13. O apelo de Camões aos valores defendidos pelo Renascimento, entre outros, está bem presente nos excursos .