O documento fornece informações sobre texto poético, noções de versificação e um poema de Fernando Pessoa. Resume-se:
1) O texto poético revela sentimentos e visão do mundo do "eu" lírico de forma subjectiva, usando figuras de estilo;
2) A versificação inclui versos, estrofes, rima e métrica, com diferentes tipos consoante o número de sílabas ou esquema rimático;
3) O poema de Pessoa é constituído por uma estrofe de quatro decassílabos com
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Texto poético - Noções de versificação
1. Agrupamento de Escolas n.º 1 de Serpa
ESCOLA BÁSICA DE PIAS
PREPARAÇÃO PARA O TESTE INTERMÉDIO:
TEXTO POÉTICO
9.º Ano de Escolaridade
Preparação para o Teste Intermédio
Português
Ano Letivo 2012/2013 | janeiro de 2013
9.º A | 9.º B
TEXTO POÉTICO
No texto poético, um «eu» - o sujeito poético ou o “eu” lírico – revela os seus sentimentos, as suas emoções
e a sua visão do mundo. É, por isso, um texto muito pessoal e subjectivo.
O texto poético é rico em figuras de estilo que, por vezes, dificultam a sua compreensão. O verso é a forma
privilegiada da poesia, mas alguns textos em prosa têm características do texto poético.
NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO (arte ou técnica de fazer versos)
VERSO
ESTROFE
RIMA
MÉTRICA
Cada linha do poema.
Pode ou não ter sentido completo.
Se transcreveres os versos de um poema sem mudar de linha, quando o verso termina, deves
assinalar o seu fim com o sinal /.
Conjunto de versos separados por um espaço.
As estrofes têm uma designação diferente em função do número de versos:
monóstico (um verso);
sextilha (seis versos);
dístico ou parelha (dois versos);
sétima (sete versos);
terceto (três versos);
oitava (oito versos);
quadra (quatro versos);
nona (nove versos);
quintilha (cinco versos);
décima (dez versos).
Quando o poema é constituído por duas quadras seguidas de dois tercetos, chama-se soneto.
A rima é a terminação semelhante em cada verso. Em função do esquema de combinações
rimáticas, a rima muda de nome:
versos soltos ou brancos: versos não rimados;
rima emparelhada: os versos rimam dois a dois (aabb);
rima cruzada: os versos rimam alternadamente (abab);
rima interpolada: os versos rimam separados por dois ou mais versos diferentes (abbcbca).
Os versos podem ser medidos quanto ao número de sílabas métricas, que não são sempre iguais
às sílabas gramaticais. Quando medes o verso, estás a fazer a sua escansão. Aqui ficam algumas
regras:
a contagem das sílabas métricas é feita até à última sílaba tónica do verso
Ex.: “E / mes/mo / pá/li/das” (4 sílabas métricas);
quando uma palavra termina em vogal e a palavra seguinte começa por vogal, faz-se uma
elisão, ou seja, as vogais fundem-se numa única sílaba: “or/va/lho_a/pe/nas”.
Os versos têm nomes diferentes em função do número de sílabas métricas:
monossílabo (uma sílaba);
heptassílabo / redondilha maior (sete sílabas);
dissílabo (duas sílabas);
octossílabo (oito sílabas);
trissílabo (três sílabas);
eneassílabo (nove sílabas);
tetrassílabo (quatro sílabas);
decassílabo (dez sílabas);
pentassílabo / redondilha menor
hendecassílabo (onze sílabas);
(cinco sílabas);
dodecassílabo / verso alexandrino (doze
hexassílabo (seis sílabas);
sílabas).
2. 1. Classifica as estrofes apresentadas quanto ao número de versos.
1.1. Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.
1.2. Vida!, ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades, mas
de manso,
como se fosse ainda a minha Mãe…
Miguel Torga
Sebastião da Gama
1.3. Todos os pássaros, todos os pássaros
asas abriam, erguiam cantos,
de Amor cantavam.
Sebastião da Gama
1.4. É uma escada em caracol
e que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
mas nunca passa do chão.
David Mourão Ferreira
1.5. Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas, / Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta, / Saber que existe o
mar e as praias nuas, / Montanhas sem nome e planícies mais vastas / Que o mais vasto desejo, / E
eu estou em ti fechada e apenas vejo / Os muros e as paredes, e não vejo / Nem o crescer do mar,
nem o mudar das luas.
Sophia de Mello Breyner
2. Assinala com , na coluna respectiva, as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F),
corrigindo estas últimas, sem recorreres à forma negativa.
V
F
2.1. Quem diz “eu” num poema é o sujeito poético.
2.2. Um verso tem sempre um sentido completo.
2.3. Um soneto é uma composição poética com duas quadras antecedidas de dois tercetos.
2.4. O verso de Fernando Pessoa “Ó sino da minha aldeia” tem oito sílabas métricas.
2.5. Nos versos «Ruas e ruas dos amantes / Sem um quarto para o amor / Amantes são
sempre extravagantes / E ao frio também faz calor” (Alexandre O’Neill), a rima é cruzada.
2.6. Um verso com sete sílabas métricas também se pode chamar redondilha menor.
2.7. Um verso alexandrino tem onze sílabas métricas.
2.8. Os versos “Redemoinha o vento, / Anda à roda o ar” (Fernando Pessoa) têm,
respectivamente, seis e cinco sílabas métricas.
3. Lê, atentamente, o poema apresentado, cujo autor é Fernando Pessoa, e responde às questões colocadas.
Onda que, enrolada, tornas,
Pequena, ao mar que te trouxe
E ao recuar te transtornas
Como se o mar nada fosse,
Porque é que levas contigo
Só a tua cessação,
E, ao voltar ao mar antigo,
Não levas o meu coração?
Há tanto tempo que o tenho
Que me pesa de o sentir.
Leva-o no som sem tamanho
Com que te oiço a fugir!
No poema, o sujeito poético faz um pedido.
3.1. A quem se dirige?
3.2. Que pedido faz o sujeito poético? Porquê?
3.3. Faz a análise formal do poema, indicando:
3.3.1. o número de estrofes e a sua classificação quanto ao
número de versos;
3.3.2. o número de sílabas métricas por verso;
3.3.3. o esquema rimático e o tipo de rima.