A Batalha
A Batalha | |
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1ª página do Suplemento ao nº 1.139, de 7 de Agosto de 1922 | |
Periodicidade | Bimestral |
Sede | Lisboa Portugal |
País | Portugal |
Fundação | 1919 |
Director | Alexandre Vieira |
Idioma | Português europeu |
Término de publicação | 1927 |
Sítio oficial | https://www.facebook.com/Jornal-A-Batalha-349856931820677/ |
O jornal A Batalha (1919 — actualidade) é um periódico operário de tendência anarcossindicalista fundado em 23 de Fevereiro de 1919, no mesmo ano da Confederação Geral do Trabalho (CGT) portuguesa, de que seria porta-voz. Foi seu primeiro redactor principal o tipógrafo e jornalista Alexandre Vieira. Como jornal diário alcançou a terceira maior tiragem em Portugal. Cessou a sua publicação como diário a 26 de maio de 1927, data em que as suas instalações foram destruídas pela polícia. Ressurgiu inúmeras vezes, com periodicidade diferente, tendo sido relançado em 2017, por uma equipa constituída por antigos e novos militantes.
Quando surgiu, A Batalha teve um sucesso tal que dificultou a ação repressiva contra o novo jornal. A Batalha foi um jornal diário, coisa hoje impensável, chegando a ser o terceiro mais vendido em Lisboa, a seguir a O Século e ao Diário de Notícias. Beneficiava duma grande vantagem: quando havia greve dos tipógrafos, era o único diário que circulava. Para o seu sucesso contou para além do conteúdo político, o talento literário dos seus colaboradores, como Ferreira de Castro, autor entre outros de A Selva, e que foi no seu tempo o escritor português mais traduzido.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Nesse jornal operário, e no seu Suplemento Literário Ilustrado, colaboraram distintos jornalistas, escritores e artistas de afinidades libertárias como Pinto Quartim, Julião Quintinha, Mário Domingues, Ferreira de Castro e Roberto Nobre.
A Batalha publicou ainda uma revista gráfica quinzenal, intitulada A Renovação sob o lema «novos horizontes sociais».
Durante a Primeira República Portuguesa o jornal foi suspenso diversas vezes e as suas instalações na Calçada do Combro, em Lisboa, foram assaltadas pela polícia. Em consequência do Golpe de 28 de Maio de 1926, a CGT e o jornal sindicalista-revolucionário A Batalha foram proibidos, tendo publicado o seu último número no dia 26 de maio de 1927, sendo nessa data as suas instalações completamente destruídas pela polícia.
Não obstante a destruição das suas instalações e de muitos militantes anarco-sindicalistas se encontrarem presos no Campo de Concentração do Tarrafal, entre os quais Mário Castelhano, o seu último redactor principal, que ali morreria, A Batalha foi sendo editada de forma irregular e clandestina até ao final da década de 1940.
Com o derrube da ditadura portuguesa, em 25 de abril de 1974, um grupo de velhos militantes anarco-sindicalistas, entre os quais Emídio Santana, um dos autores do atentado falhado, em 1937, contra o ditador Oliveira Salazar, retomaram a sua publicação sendo editada até à atualidade agora com a designação de A Batalha: Jornal Anarquista. Colaboradores desta última série do jornal A Batalha vieram a criar outras publicações anarquistas entre elas a revista Utopia.
Em 2017 volta novamente à actividade, através da iniciativa de antigos e novos militantes, com renovada imagem gráfica e periodicidade bimestral.
A história do jornal foi escrita por Jacinto Baptista na obra Surgindo Vem ao Longe a Nova Aurora… .[2]
Referências
- ↑ Rui Tavares, "A Batalha dos 100 anos", 22 de Fevereiro de 2019, Público.
- ↑ Baptista, Jacinto. Surgindo Vem ao Longe a Nova Aurora… Para a História do diário sindicalista A Batalha 1919-1927. Livraria Bertrand, Lisboa, 1977
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «A Batalha». www.centenariodarepublica.org
- «Jornal A Batalha - página facebook»