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Licto

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Licto
Littos, Lyctus
Λύκτος ou Λύττος
Licto
Busto de Trajano encontrado em Licto, atualmente no Museu Arqeuológico de Heraclião
Localização atual
Licto está localizado em: Creta
Licto
Localização de Licto em Creta
Coordenadas 35° 12′ 24″ N, 25° 22′ 02″ L
País  Grécia
Região Creta
Unidade regional Heraclião
Município Minoa Pediada
Altitude 600 m
Dados históricos
Civilização grega

Licto, Lictos ou Littos (em grego clássico: Λύκτος ou Λύττος), ou ainda Lyctus, Lyktos ou Lyttos, foi uma das cidades mais importantes de Creta na Antiguidade, que é mencionada por Homero no Catálogo de Navios da Ilíada.[1] Atualmente é uma aldeia do município de Minoa Pediada, na unidade regional de Heraclião. A aldeia moderna situa-se algumas centenas de metros a sudoeste da antiga cidade, 3 km a leste de Kastelli e 40 km a sudeste de Heraclião (distâncias por estrada).

No local onde se ergueu a antiga cidade há numerosos vestígios de estruturas antigas, túmulos e mármores partidos, bem como um imenso arco de um aqueduto, através do qual a água atravessava um vale profundo por meio de uma grande canal de mármore.

Lictos na mitologia

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Segundo Hesíodo,[2] Reia deu á luz Zeus numa caverna do monte Egeu, perto de Licto. A caverna foi identificada no século XIX como a caverna de Psicro. Os habitantes desta antiga cidade dórica chamavam-se a si próprios colonos de Esparta[3] e aparentemente o culto de Apolo prevaleceu na cidade.[4]

Em 344 a.C., Faleco, o fócida, apoiou Cnossos contra a sua vizinha e rival Lictos, na chamada Guerra Estrangeira, tomando esta cidade, da qual foi repelido depois por Arquídamo III, rei de Esparta.[5] A cidade envolveu-se frequentemente em hostilidades com Cnossos em ocasiões posteriores, e logrou formar uma aliança formidável na ilha contra a sua rival. Em 220 a.C., durante a chamada Guerra de Licto, os cnossianos, tirando partido da ausência dos cidadãos de Licto numa expedição em terras distantes, atacaram a cidade de surpresa obtendo uma vitória esmagadora. Os cidadãos de Licto, ao voltarem, abandonaram a sua cidade e refugiaram-se junto da cidade aliada de Lapa (também conhecida como Lampa). Políbio testemunha do elevado caráter dos lictios comparativamente com os seus compatriotas.[6] mais tarde reconquistaram a sua cidade com a ajuda dos gortinenses, que lhes ofereceram um lugar chamado Diatónio que tinham tomado aos cnossianos.[7]

A cidade de Arsínoe (que se situaria onde está atualmente Retimno ou nas proximidades) e o porto de Chersoneso (atual Chersonissos) pertenciam a Licto. As moedas da cidade apresentam geralmente uma água a voar com a epígrafe ΛΥΤΤΙΩΝ (LYTTION).[8]

Durante a invasão de Creta pelos romanos. Licto foi saqueada por Quinto Cecílio Metelo Crético (m. 55 a.C.)[9] mas ainda existia no tempo de Estrabão (63 a.C.–24 d.C.),[10] "a uma distância de 80 estádios do mar da Líbia".[11] O local onde se encontram os restos da cidade ainda hoje se chama Lytto.[12] No século XVI, os manuscritos venezianos descrevem as muralhas da antiga cidade, com bastiões circulares e outras fortificações, situadas numa montanha elevada praticamente no centro da ilha.

Notas e referências

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Lyctus», especificamente desta versão.
  1. Homero. Ilíada ii. 647, xvii. 611.
  2. Hesíodo. Teogonia 477
  3. Aristóteles. Política ii. 7
  4. Calímaco. Hino a Apolo 33; comp. Müller, Dorians, vol. i. pp. 141, 227, trans.
  5. Diodoro Sículo xvi. 62.
  6. Políbio iv. 53, 54.
  7. Políbio xxiii. 15, xxiv. 53.
  8. Eckhel, vol. ii. p. 316; Töck, Kreta, vol. i. pp. 13, 408, vol. ii. pp. 431, 446, vol. iii. pp. 430, 465, 508.
  9. Tito Lívio Epítome xcix; Floro iii. 7.
  10. Estrabão x. p. 479.
  11. Estrabão x. 476; comp. Estêvão de Bizâncio s. v.; Cílax p. 18; Plínio iv. 12; Ésquilo s. v. Καρνησσόπολις; Hiérocles
  12. Pashley, Robert (1837), Travels in Crete (em inglês), i, The Pitt Press. Jouhn W. Parker, p. 269, consultado em 5 de janeiro de 2014 

Ligações externas

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