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Mídia independente

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A mídia independente (português brasileiro) ou os média independentes (português europeu) é/são o tipo de mídia/média que não está/estão sob o controle de grandes grupos de comunicação, e que não está vinculada a compromissos com anunciantes, grupos políticos ou instituições governamentais. Ela vai em contramão à mídia corporativa (ou "grande mídia"), que, frequentemente, distorce os fatos e apresenta uma visão de acordo com quem lhe paga mais. Em suma: é o tipo de publicação que não se presta necessariamente a propagar a ideologia dos grupos que dominam a ordem atual da sociedade.

Embora semelhante em propósitos, a mídia independente não é sinônimo de mídia alternativa, por não necessariamente se contrapor a uma hegemonia ou causa. Há exemplos de veículos de mídia que são independentes porque não são vinculados a nenhuma grande empresa, mas que produzem conteúdo similar ao da grande mídia.

Embora a mídia alternativa se caracterize pela pluralidade e participação das mais diversas classes sociais, a sua qualidade no que diz respeito à relação mensagem-receptor fica prejudicada pelo fato de que são poucos os profissionais que atuam nessa área. O amadorismo e a falta de capacidade técnica, mesmo que frutos da baixa infraestrutura, podem fazer, da mídia independente, uma forma de comunicação pouco preparada para lidar com o público receptor.

A ênfase da cobertura da mídia independente é a cobertura de fatos e movimentos sociais nacionais, regionais, estaduais e locais, tendo, como objetivo, cumprir o papel que a mídia tradicional deixa de cumprir devido aos interesses envolvidos.

Os movimentos sociais ligados à mídia livre avaliam e questionam a maneira como as grandes mídias foram construídas historicamente, a legislação vigente que rege os meios de comunicação, e os limites da liberdade de expressão impostos pela legislação vigente.

Inclui quaisquer meios de comunicações que não sejam vinculados a partidos políticos, entidades religiosas, órgãos estatais ou grupos de interesses comerciais, buscando ser uma alternativa à apropriação tendenciosa do conteúdo de notícias divulgadas.

A mídia independente busca fornecer informações de maneira que sejam percebidas dentro do contexto geral, sem a fragmentação do noticiário e das análises que fazem parte de uma estratégia de alienação que limita a capacidade de avaliação crítica dos fatos em sua totalidade do real, bem como oferecer, ao público, informação alternativa e crítica, sem os objetivos atrelados ao mercado consumidor da mídia empresarial, que apresenta fatos e suas interpretações de acordo com interesses econômicos, sociais e culturais ligados ao mercado e portanto de forma não independente.

Organizações de Mídia independente

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O Centro de Mídia Independente (CMI) é uma rede mundial representante da proposta de mídia independente.[1][2] Qualquer pessoa de uma comunidade pode se envolver e contribuir com o CMI,[3] que mantem um site na internet e um banco de dados de notícias[4] cujo conteúdo é disponível para distribuição e reprodução livre, seja na internet ou na mídia tradicional, através de impressos, vídeos ou áudio. O projeto tem, como objetivo, democratizar a produção de mídia. No Brasil, está representado pelo CMI Brasil.[5]

Em Portugal, a comunidade de mídia independente passou a contar, em setembro de 2020,[6] com um portal agregador da diversidade de projectos existentes na área, como o Shifter, o Fumaça, o Divergente ou o Gerador. O site foi lançado primeiro com o nome de Média Independentes,[7] sendo que a ideia era que o site pudesse funcionar como “um ponto de encontro entre os diferentes projectos que existem neste sector e um veículo de divulgação desses mesmos media para fora dos círculos de cada um”[8]

Em dezembro de 2020, no entanto, o projecto ganhou um novo nome, o de Média Alternativos,[9] e consequentemente um novo endereço na web. A mudança deu-se porque a a nomenclatura “média alternativos” é mais comum e consensual, estando mais presente na bibliografia existente.

Além do portal supra mencionado, surgiram outros jornais independentes, nomeadamente o Página Um, The Blind Spot e o Inconveniente. Destacando-se pela transparência, imparcialidade, rigor e sem quaisquer financiamentos de empresas, estado, lobbies, fundações ou observatórios. Sendo assim, é um jornalismo alternativo, fracturante, factual e único no questionamento às “autoridades”, devido à ameaça que representam para os meios convencionais.[10]

No Brasil, a Agência Pública mapeia e possui uma lista dos veículos de mídia independente do Brasil.[11] O primeiro levantamento feito com diversos veículos do Brasil, foi publicado em novembro de 2016.[12]

A conscientização da população brasileira sobre a importância da democratização das comunicações no país, concentrada basicamente em 10 veículos de comunicação até 2013,[13] levou à criação da Campanha Para Expressar a Liberdade.[14][15] Lançada em 27 de agosto de 2012, a campanha tem, por objetivo, mobilizar o Brasil para alterar a lei de Comunicação, de maneira a promover a pluralidade da imprensa.

Para tal, lançou, em 1º de maio de 2013, o projeto de lei de iniciativa popular para a democratização das comunicações[16] no Brasil. O projeto trata da regulamentação das comunicações eletrônicas, rádio e televisão no país, setor este regido pelo Código Brasileiro de Telecomunicações, e a regulamentação dos artigos de comunicação da Constituição Brasileira, como os que tratam da defesa de conteúdo nacional, diversidade regional e da produção independente.[17] A campanha "Para Expressar a Liberdade" conta com o apoio de entidades de diversos setores da sociedade e de partidos políticos, incluindo o Movimento Negro, das mulheres, trabalhadores, trabalhadores agrícolas, movimento dos sem-terra, estudantes, jornalistas, blogueiros, radialistas e vários outros.[18]

Em maio de 2013, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados iniciou a discussão de uma proposta para a criação de um fundo de financiamento público e linhas de crédito especiais para as pequenas empresas do setor de mídia no Brasil – blogues inclusive.[19]

A deputada federal Jandira Feghali, presidente da Comissão de Cultura, em 2013, disse:

Referências

  1. CMI Brasil - Sobre o Centro de Mídia Independente
  2. Independent Media Center | www.indymedia.org | (((i)))
  3. «CMI Brasil | Publicação aberta». Consultado em 29 de abril de 2014. Arquivado do original em 28 de maio de 2014 
  4. «docs.indymedia.org». Consultado em 29 de abril de 2014. Arquivado do original em 30 de abril de 2014 
  5. Centro de Mídia Independente - Brasil
  6. mruiandre (21 de setembro de 2020). «Media independentes em Portugal ganham portal online». Média Alternativos. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  7. Pereira, Lúcia (2020). «Cision | Portal reúne Media Independentes | Cision». Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  8. «Novo site agrega meios de comunicação social independentes». Meios & Publicidade. 21 de setembro de 2020. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  9. mruiandre (6 de dezembro de 2020). «Independentes ou alternativos? Ou os dois?». Média Alternativos. Consultado em 2 de dezembro de 2021 
  10. Lobo, Miguel (16 de agosto de 2024). «Crise no jornalismo explicada». The Blind Spot. Consultado em 25 de outubro de 2024 
  11. «Mapa do Jornalismo Independente». Agência Pública. Consultado em 1 de maio de 2020. Cópia arquivada em 1 de maio de 2020 
  12. «O que descobrimos com o Mapa do Jornalismo Independente». Agência Pública. 21 de novembro de 2016. Consultado em 1 de maio de 2020. Cópia arquivada em 23 de maio de 2020 
  13. [1] Barbosa defende regulação da mídia e critica falta de pluralidade da imprensa - Notícias JusBrasil - Abril 2014.
  14. [2] "Para Expressar a Liberdade" - Quem somos - Campanha FNDC]
  15. «Com marco civil da internet, Brasil vira referência mundial em democratização da rede - Março 2014 -Campanha FNDC». Consultado em 29 de abril de 2014. Arquivado do original em 30 de abril de 2014 
  16. [3] Arquivado em 6 de junho de 2014, no Wayback Machine. Projeto de Lei de Iniciativa Popular dos SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ELETRÔNICA]
  17. «Campanha "Para Expressar a Liberdade" propõe calendário de ações conjuntas - Fevereiro 2014 - Campanha FNDC». Consultado em 29 de abril de 2014. Arquivado do original em 30 de abril de 2014 
  18. Lei popular sobre comunicação chega às ruas em 1º de maio — CartaCapital
  19. Comissão pede financiamento do BNDES para mídia independente — CartaCapital
  20. Constituição brasileira de 1988
  21. Drupal