Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma
Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma | |||||||
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Star Wars: Episode I – The Phantom Menace | |||||||
Poster promocional feito por Drew Struzan | |||||||
Estados Unidos 1999 • cor • 136 min | |||||||
Gênero | épico fantasia científica ficção científica space opera | ||||||
Direção | George Lucas | ||||||
Produção | Rick McCallum | ||||||
Roteiro | George Lucas | ||||||
Elenco | Liam Neeson Ewan McGregor Natalie Portman Jake Lloyd Ian McDiarmid Ray Park Anthony Daniels Kenny Baker Pernilla August Frank Oz | ||||||
Música | John Williams | ||||||
Cinematografia | David Tattersall | ||||||
Direção de arte | Gavin Bocquet | ||||||
Figurino | Trisha Biggar | ||||||
Edição | Ben Burtt Paul Martin Smith | ||||||
Companhia(s) produtora(s) | Lucasfilm | ||||||
Distribuição | 20th Century Fox | ||||||
Lançamento | 19 de maio de 1999 24 de junho de 1999 1 de outubro de 1999 | ||||||
Idioma | inglês | ||||||
Orçamento | US$ 115 milhões[1] | ||||||
Receita | US$ 1,043 bilhão[1] | ||||||
Cronologia | |||||||
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Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma[2][3][4][5] (em inglês: Star Wars: Episode I – The Phantom Menace) é um filme épico de space opera estadunidense, pertencente a série de filmes Star Wars, lançado em 1999, dirigido e escrito por George Lucas. É o primeiro filme da trilogia prequela e o quarto da série rodado, embora o primeiro em ordem cronológica. Foi estrelado por Liam Neeson, Ewan McGregor, Natalie Portman, Jake Lloyd, Ian McDiarmid, Anthony Daniels, Kenny Baker, Pernilla August e Frank Oz.
Ameaça Fantasma ocorre cerca de 32 anos antes do filme original, e segue o Mestre Jedi Qui-Gon Jinn e seu padawan Obi-Wan Kenobi, como protetores da Rainha Amidala, na esperança de conseguir um fim pacífico para uma disputa comercial interplanetária de grande escala. Em sua jornada juntam-se a eles Anakin Skywalker—um jovem escravo com forte conexão com a Força—simultaneamente com o retorno dos misteriosos Sith.
Lucas começou a produção deste filme depois de considerar que os efeitos especiais tinham avançado suficiente para ele produzir uma nova trilogia da série. As filmagens começaram em 26 de junho de 1997, em locais como o Leavesden Film Studios e o deserto da Tunísia. Os efeitos visuais incluíram o uso extensivo do até então novo imagens geradas por computador (CGI). Ameaça Fantasma foi o primeiro trabalho de direção do Lucas após um hiato de 22 anos desde Star Wars em 1977.
A Ameaça Fantasma foi lançado nos cinemas em 19 de maio de 1999, dezesseis anos desde a última estreia de um filme da franquia, Return of the Jedi. A estreia do filme recebeu ampla cobertura da imprensa e alta antecipação, por causa do largo impacto cultural que a saga Star Wars tem cultivado. Recebeu críticas medianas dos especialistas, que tendiam a elogiar o visual, sequências de ação, trilha sonora de John Williams e performances de Liam Neeson, Ewan McGregor, Pernilla August, Ray Park e Ian McDiarmid, mas criticaram o roteiro e direção de elenco (particularmente de Ahmed Best e Jake Lloyd). Arrecadou 924,3 milhões de dólares ao redor do mundo em sua estreia, tornando-se na época a segunda maior bilheteria de todos os tempos, atrás apenas de Titanic. Foi a maior bilheteria de 1999, a maior bilheteria de um filme de Star Wars (até o lançamento de Star Wars: O Despertar da Força em 2015), e é atualmente a 41º maior bilheteria de todos os tempos. O relançamento em 3D em fevereiro de 2012, adicionou US$ 102,7 milhões em sua receita, chegando a US$ 1 bilhão mundialmente. O filme foi seguido pelas continuações, Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones em 2002 e Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith em 2005.
Enredo
[editar | editar código-fonte]A história se passa 32 anos antes da explosão da primeira Estrela da Morte, ou seja, antes dos eventos do filme original de Star Wars de 1977. A história se passa em um universo fictício onde a galáxia é governada pela República Galáctica, que é liderada pelo Chanceler Supremo Valorum. No entanto, o comércio intergaláctico está sofrendo com a invasão de piratas do espaço, que estão bloqueando rotas comerciais importantes. A fim de resolver o problema, a República Galáctica envia o Mestre Jedi Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e seu aprendiz, o jovem Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), para negociar com a Federação de Comércio um meio de acabar com o bloqueio comercial ao planeta Naboo. Darth Sidious, um Lorde Sith e conselheiro secreto da Federação de Comércio, ordena Vice-rei Nute Gunray para matar os Jedi e invadir Naboo com um exército de droides de batalha. Os Jedi escapam e fogem para Naboo, onde Qui-Gon salva inadvertidamente um Gungan (nativo do planeta), Jar Jar Binks, de ser morto durante a invasão. Com uma dívida com os Jedi, Jar Jar leva-os a Gunga City, uma cidade subaquática. Os Jedi tentam em vão convencer o líder Gungan, Chefe Nass, em ajudar o povo de Naboo, embora eles consigam obter transporte para Theed, a capital na superfície. Eles resgatam a Rainha Amidala, a governante do povo de Naboo, e escapam do planeta em sua nave espacial real, que é danificada quando eles passam pelo bloqueio da Federação.[6]
A nave de Amidala é incapaz de sustentar seu hyperdrive e é feito um pouso de emergência no planeta desértico de Tatooine. Qui-Gon, Jar Jar, o droide astromecânico R2-D2 e Amidala (disfarçada como Padmé, sua serva) visitam o assentamento de Mos Espa para comprar novas peças em uma loja de sucata. Reúnem-se com o proprietário da loja, o alien Watto, e seu escravo de nove anos de idade, Anakin Skywalker (Jake Lloyd), que mesmo sendo apenas uma criança humana já é um talentoso piloto e engenheiro e criou um droide de protocolo chamado C-3PO. Qui-Gon sente uma forte presença da Força dentro de Anakin e está convencido de que ele é o "escolhido" da profecia Jedi que trará equilíbrio à Força. Qui-Gon aposta a liberdade de Anakin com Watto em uma Podrace (corrida de pods), que Anakin ganha. Anakin se junta ao grupo para ser treinado como um Jedi, deixando sua mãe, Shmi, para atrás. A caminho de sua nave, Qui-Gon duela brevemente com Darth Maul, aprendiz de Darth Sidious, que foi enviado para capturar Amidala.[6]
Os Jedi escoltam Amidala até a capital da República, Coruscant, para que ela possa invocar o caso de seu povo ao chanceler Valorum e ao Senado Galáctico. Qui-Gon solicita ao Conselho Jedi a permissão para treinar Anakin como um Jedi, mas o Conselho, preocupado com o fato de Anakin ser vulnerável para o Lado Negro da Força, recusa. Determinado, Qui-Gon diz que irá treinar Anakin de qualquer maneira. Enquanto isso, o senador de Naboo, Senador Palpatine, convence a jovem Rainha Amidala a fazer um voto de não confiança em Valorum para que pudessem ser feitas eleições para um chanceler mais capaz de resolver a crise em Naboo. Embora ela hesita no momento da votação, Amidala fica frustrada com a corrupção no Senado e decide voltar a Naboo com os Jedi.[6]
Em Naboo, Padmé revela-se aos Gungans como Rainha Amidala e convence-os a formar uma aliança contra a Federação do Comércio. Jar Jar lidera o seu povo em uma batalha contra o exército de droides, enquanto Padmé lidera à caça de Gunray em Theed. Em um hangar de naves, Anakin entra em uma nave vazia, inadvertidamente desencadeia o seu piloto automático, juntando-se a batalha contra a nave de controle dos droides da Federação no espaço. Anakin se aventura na nave e destrói-a de dentro, desativando o exército de droides. Enquanto isso, Qui-Gon e Obi-Wan batalham contra Darth Maul (Ray Park), que fere mortalmente Qui-Gon, antes de ser dividido em dois por Obi-Wan. Com suas últimas forças, Qui-Gon pede a Obi-Wan para que treinasse Anakin. Posteriormente, Palpatine é eleito como o novo Chanceler da República Galáctica e Gunray é preso. O Conselho Jedi promove Obi-Wan ao grau de Cavaleiro Jedi e relutantemente aceita Anakin como aprendiz de Obi-Wan. Em uma cerimônia festiva, Padmé apresenta um presente de apreço e amizade aos Gungans.[6]
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Liam Neeson como Qui-Gon Jinn, um Mestre Jedi e mentor de Obi-Wan. Quando ele descobre Anakin ele insiste que o menino deve ser treinado como um Jedi, apesar dos protestos do Conselho Jedi. Lucas queria originalmente um ator americano no papel, mas escolheu Neeson pois achou que ele tinha grandes habilidades e presença. Lucas disse que Neeson foi um "ator principal, que os outros atores vão olhar para cima, que tem mais qualidades de força que os demais personagens".[7]
- Ewan McGregor como Obi-Wan Kenobi, o jovem Padawan de Qui-Gon. Ele tem muito respeito por Qui-Gon, mas questiona suas atitudes as vezes. McGregor foi escolhido em uma lista de 50 atores, que tiveram de ser comparados as imagens de jovem Alec Guinness, que retratou Obi-Wan idoso, para fazer uma credível versão mais jovem.[8] McGregor tinha um treinador vocal para ajudar sua voz a soar como a de Guinness. Ele também estudou várias performances de Guinness, seus primeiros trabalhos e os filmes Star Wars.[7]
- Natalie Portman como a Rainha Padmé Amidala: a Rainha de Naboo com apenas 14 anos, espera proteger seu planeta de um bloqueio da Federação do Comércio. Mais de 200 atrizes fizeram teste para o papel.[9] Notas de produção: "O papel exigiu uma jovem que poderia ser crível como governante do planeta, mas ao mesmo tempo, vulnerável e aberta". Portman foi escolhida especialmente por suas atuações em Léon (1994) e Beautiful Girls (1996), que impressionaram Lucas. Ele afirmou: "Eu estava procurando alguém jovem, forte, assim como Léia [e] Natalie incorporou todas estas características e muito mais".[7] Portman não estava familiarizada com Star Wars antes de fazer parte do elenco, mas estava entusiasmada em ser escalada para uma personagem que ela esperava que fosse um modelo. Portman disse: "Foi maravilhoso fazer uma jovem rainha com tanto poder. Acho que vai ser bom para as jovens ter uma mulher forte em ação que também é inteligente e uma líder".[10]
- Jake Lloyd como Anakin Skywalker, um garoto escravo de 9 anos de idade e um piloto habilidoso, que sonha em se tornar um Jedi. Centenas de atores fizeram testes antes dos produtores escolherem Lloyd, que Lucas considerou cumprir as exigências de "um bom ator, entusiasmado e energético".[7] O produtor Rick McCallum disse que Lloyd era "inteligente, travesso e ama qualquer coisa mecânica, exatamente como Anakin".[11]
- Ian McDiarmid como Senador Palpatine / Darth Sidious, um Senador de Naboo que, eventualmente, é eleito Chanceler Supremo da República. McDiarmid foi surpreendido quando Lucas chamou ele após 16 anos do Return of the Jedi, para reprisar o papel de Palpatine, porque ele tinha assumido que um ator mais jovem faria o papel nos filmes anteriores.[12]
- Pernilla August como Shmi Skywalker, a mãe de Anakin, que se preocupa com o futuro do seu filho e permite-lhe ir embora com o Jedi. August, uma veterana do cinema sueco, foi escolhida após um teste com Liam Neeson. Ela estava com medo de ser rejeitada por seu sotaque.[13]
- Ahmed Best como Jar Jar Binks, um desajeitado Gungan, expulso de seu lar e levado por Qui-Gon e Obi-Wan. Ele os acompanha ao longo do filme. Best foi contratado após Gurland ver seu desempenho em Stomp, em São Francisco.[11] Best foi originalmente escalado para fazer o personagem por meio de captura de movimento, mas sua oferta para dublar o personagem foi aceita. No set, para dar referência aos atores, Best foi vestido com uma roupa feita de espuma látex e um capacete. A performance filmada de Best foi posteriormente substituída com um personagem gerado por computador.[13] Best frequentemente improvisou movimentos para fazer Jar Jar parecer o mais desajeitado e cômico possível.[11]
- Ray Park como Darth Maul, um Zabrak e aprendiz de Darth Sidious, que usa um sabre de luz duplo. Park, um campeão de artes marciais com experiência em ginástica e luta de espadas, era originalmente um membro da equipe de dublês. Lucas e McCallum ficaram tão impressionados com sua fita de teste que deram-lhe o papel de Maul. Sua voz foi considerada "muito estridente" e, por isso, foi dublado em inglês por Peter Serafinowicz.[14]
- Anthony Daniels como C-3PO, um droide de protocolo construído por Anakin. Neste filme, ainda falta metal para cobri-lo; R2-D2 se refere a ele como "nu". Um marionetista manipulou o corpo de C-3PO, enquanto Daniels fazia suas falas fora da câmera. O marionetista foi apagado do filme durante a pós-produção.[11][15]
- Kenny Baker como R2-D2, um droide astromecânico que salva a nave da Rainha Amidala quando os outros droides falham. Antes da produção começar, os fãs fizeram protestos na internet para Lucas manter Baker como R2-D2. Lucas respondeu que manteria. Robôs foram usados em algumas outras cenas.[16]
- Silas Carson como Nute Gunray, o vice-rei da Federação do Comércio que lidera a Invasão de Naboo e tenta forçar a Rainha Amidala a assinar um contrato legitimando sua ocupação. Carson também retrata três outros personagens secundários: O Mestre Jedi Ki-Adi-Mundi, o senador da Federação do Comércio Lott Dod e o piloto Antidar Williams.[17]
- Hugh Quarshie como Capitão Panás, o chefe de segurança da Rainha Amidala no Palácio de Theed.[18] Seu nome original em inglês (Panaka) foi alterado na versão brasileira para evitar gozações.[19]
- Andy Secombe faz a voz de Watto, um negociante de Tatooine que é senhor de escravos, como Anakin e sua mãe. Qui-Gon e os outros vão até sua loja para conseguir peças para consertar a nave da Rainha Amidala. Qui-Gon tenta usar seus truques mentais, porém falha pois a sua espécie é imune aos truques Jedi. Anakin acaba participando da corrida para ajudá-los, e consegue ser libertado pelo Jedi.[20]
- Frank Oz como Yoda, o líder do Conselho Jedi que fica apreensivo quanto a permitir que Anakin seja treinado. É o último filme em que Yoda é controlado por Frank Oz como uma marionete, no dois filmes seguintes ele é feito por computação, e Oz faz apenas sua voz.[21]
- Samuel L. Jackson como Mace Windu, um alto membro do Conselho Jedi que também se opõe ao treinamento de Anakin.[14]
- Terrence Stamp como Chanceler Supremo Finis Valorum, o atual chanceler, que comissiona Obi-Wan e Qui-Gon para negociar com o vice-rei da Federação do Comércio. Lucas descreveu o personagem como "um homem bom, mas um pouco como Bill Clinton".[22]
- Brian Blessed faz a voz de Chefe Nass, o líder da tribo Gungan que se torna um aliado do exército de Naboo e derrota a Federação do Comércio.[23]
- Oliver Ford Davies como Sio Bibble, o governador de Naboo.[23]
- Lewis MacLeod faz a voz de Sebulba, um planejador e agressivo piloto (Podracer) que é rival de Anakin.[24]
Produção
[editar | editar código-fonte]Desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]Ao escrever o Star Wars original, George Lucas percebeu que a história era muito vasta em escopo para caber em um filme. O filme original foi escrito para introduzir um arco de história mais amplo que poderia ser contado em sequelas se fosse bem sucedido, então Star Wars evoluiu do primeiro filme da série para o primeiro episódio da segunda trilogia da saga.[25][26] Lucas, eventualmente negociou um contrato que lhe permitiu fazer duas sequelas, e ao longo do tempo criou uma história de fundo elaborada para ajudar no seu processo de escrita.[27] Ao escrever o Império Contra-Ataca, Lucas considerou outras direções para levar a história. Na trilogia original, Darth Vader foi revelado ter sido Anakin Skywalker, um cavaleiro Jedi outrora poderoso e o traidor da legião Jedi.[28] Com esta história de fundo no lugar, Lucas decidiu que os filmes funcionariam melhor como uma trilogia.[29] No ato final do último episódio da trilogia, Return of the Jedi, Vader é finalmente redimido ao se sacrificar para salvar Luke. Isto foi em 1983, mais de seis anos desde o lançamento de Star Wars. Lucas admitiu estar "cansado" e anunciou que iria fazer uma pausa no trabalho da saga.[30]
Ao longo dos anos 80, George Lucas comentou que ele não tinha nenhum desejo de voltar a Star Wars e tinha extraoficialmente cancelado sua trilogia sequela na época de Return of the Jedi. Porque Lucas tinha desenvolvido a maior parte da história de fundo, a ideia de prequelas continuava a fasciná-lo.[31] No início de 1990, Star Wars viu um ressurgimento de popularidade, com os quadrinhos da Dark Horse e a trilogia de romances do Timothy Zahn. Lucas viu que ainda havia um grande público para a sua ideia de uma trilogia, e com o desenvolvimento da tecnologia de efeitos visuais com imagens geradas por computador (CGI), ele pensou em voltar à sua saga e dirigir o filme.[32] Em 1993, foi anunciado pela Variety e outras fontes que ele estaria fazendo as prequelas. Lucas começou descrevendo a história; Anakin Skywalker ao invés de Obi-Wan Kenobi seria o principal protagonista e a nova trilogia seria uma tragédia que examinava as origens de Darth Vader. Lucas também começou a mudar a linha do tempo relativo as prequelas e à trilogia original, "enchendo" a história de fundo, com paralelos existentes ou tangenciais aos originais e começando uma longa história que iniciou-se com a infância de Anakin e terminou com a sua morte. Este foi o passo final para transformar a franquia em uma saga.[33]
George Lucas começou a escrever a nova trilogia de Star Wars em 1 de novembro de 1994. O roteiro do Episódio I foi adaptado de um esboço de 15 páginas que foi escrito em 1976, projetado para ajudá-lo a manter o controle das histórias dos personagens e eventos que ocorreram antes da trilogia original.[34] Anakin foi escrito como tendo doze anos de idade, mas Lucas reduziu sua idade para nove, porque ele pensou que uma idade menor faria a separação de sua mãe mais forte. Eventualmente, a idade mais jovem de Anakin levou Lucas para reescrever sua participação nas principais cenas do filme.[35] O título inicial foi The Beginning (O Começo).[34] Lucas revelou mais tarde que o seu verdadeiro título era A Ameaça Fantasma; uma referência a Palpatine está escondendo sua verdadeira identidade como um perverso Lorde Sith por trás da fachada de um funcionário público bem intencionado.[36]
O orçamento maior e possibilidades abertas pelo uso de efeitos digitais fez Lucas "pensar, em uma escala épica muito maior, o que eu queria para Star Wars ser".[37] A história terminou tendo cinco enredos simultâneos, interligados. A trama central é focada na intenção de Palpatine para se tornar chanceler, o que leva a um ataque da Federação do Comércio sobre Naboo, os Jedi sendo enviado para lá, Anakin sendo encontrado ao longo do caminho, e ressurgimento dos Lords Sith. Tal como acontece com a trilogia original, Lucas destinou a Ameaça Fantasma para ilustrar vários temas ao longo da narrativa e a dualidade é um tema frequente;. Amidala é uma rainha que se disfarça como uma serva, Palpatine joga em ambos os lados da guerra, e "Equilíbrio" é frequentemente sugerido; Anakin é supostamente "O Escolhido" para trazer o equilíbrio para a Força, Lucas disse: "Anakin precisava ter uma mãe, Obi-Wan precisava de um mestre, Darth Sidious necessitava de um aprendiz", sem interação e diálogo "você não teria o drama ".[38]
Em novembro de 2015, Ron Howard confirmou que ele, Robert Zemeckis e Steven Spielberg foram chamados por Lucas para dirigir o filme.[39][40]
Pré-produção e design
[editar | editar código-fonte]Antes de Lucas começar a escrever o roteiro, seu parceiro de produção, Rick McCallum, havia iniciado os preparativos para o filme. McCallum afirmou que sua experiência com o Young Indiana Jones Chronicles, influenciou muitas de suas decisões sobre A Ameaça Fantasma, tais como acordos de longo prazo com os atores e estúdios, o emprego de recém-chegados sem nenhuma experiência de cinema, e a criação de cenários e paisagens com a tecnologia digital. Em abril de 1994, McCallum começou a procurar artistas de storyboard, arquitetura e escolas de design, e no meio do ano escolheu Gavin Bocquet como produtor de design. O diretor de arte Doug Chiang, da Industrial Light & Magic (ILM), impressionou McCallum e mais tarde foi contratado como diretor de design.[41][42]
Lucas começou o processo de escrita, e Chiang e sua equipe de design, iniciaram o processo de revisão de dois anos dos milhares de desenhos para o filme.[43] Chiang afirmou que Lucas destinou o Episódio I para ser estilisticamente diferente dos outros filmes de Star Wars; que seria "mais rico e mais um filme de época, uma vez que é a história que conduz a Uma Nova Esperança". A história se passa em três planetas, alguns com ambientes variados, tais como as cidades humanas e Gungan de Naboo e três edifícios em Coruscant. Com exceção da cidade dos Gungan, que tinha inspiração visual na arte nouveau, seriam dado nestes locais aparência distinta com alguma base no mundo real. Os desenhos conceituais de Ralph McQuarrie para a trilogia original, serviu como base para Mos Espa, que também foi inspirado por antigos hotéis e edifícios da Tunísia, e tinha mercados locais para diferenciá-lo de Mos Eisley em Uma Nova Esperança e Coruscant, particularmente no design da metrópole que se tornou a base para o Senado.[44] Bocquet viria a desenvolver o trabalho da equipe de Chiang e projetar os interiores, traduzindo os conceitos em modelos de construção com ambientes e estilos arquitetônicos que tinham alguma base na realidade "para dar a público a chave para entrar".[45] Alguns elementos foram diretamente inspirados pela trilogia original; Lucas descreveu os dróides de batalha como predecessores dos Stormtroopers. Chiang recebeu a orientação para basear os dróides nos soldados imperiais, apenas no mesmo estilo de recursos estilizados e alongados, vistos na arte tribal africana.[37]
Terryl Whitlatch, que conhecia zoologia e anatomia, foi responsável pelo design das criaturas. Muitos dos aliens são híbridos, que combina características de animais reais. Às vezes cadeias alimentares inteiras foram desenvolvidas mesmo que apenas uma pequena percentagem delas iriam aparecer no filme. Whitlatch também projetou esqueletos detalhados para os personagens principais e os músculos faciais em Jar Jar Binks como uma referência para os animadores da ILM. Cada criatura iria refletir seu meio ambiente; os aliens de Naboo eram mais bonitos porque o planeta é "exuberante e mais adequado para os animais", Tatooine tem criaturas de aparência rude, "com pele de couro curta para protegê-los contra os elementos ásperos do deserto", e Coruscant tem bípedes, aliens de aparência humana.[46]
O coordenador de dublês, Nick Gillard, foi recrutado para criar um novo estilo de luta Jedi para a trilogia. Gillard comparou as batalhas de sabre de luz a um jogo de xadrez, "com cada movimento sendo um cheque". Por causa das suas armas de curto alcance, Gillard pensou que os Jedi teriam de desenvolver um estilo de luta que fundiu cada tipo de esgrima, como kendo e outros estilos de kenjutsu, as outras técnicas de vaivém, tais como oscilações de tênis e cortes-de-árvores. Enquanto treinava Liam Neeson e Ewan McGregor, Gillard escreveu uma sequência que durou cerca de 60 segundos, e destinava-se a ter em torno de cinco ou seis sequências por luta. Lucas mais tarde se referiu ao Jedi como "negociadores" em vez de soldados. A preferência do combate corpo-a-corpo tinha a intenção de dar um papel espiritual e intelectual para os Jedi.[47] Gillard pensou que o salto concluo com os atores e dublês pendurados em fios não parecia realista, então foram utilizados air ram para impulsional-os ao ar.[48]
Lucas decidiu fazer trajes elaborados porque a sociedade do filme era mais sofisticada do que a retratada na trilogia original. A designer Trisha Biggar e sua equipe, criaram mais de 1.000 trajes que foram inspirados por várias culturas.[49] Biggar trabalhou em estreita colaboração com o artista conceitual, Iain McCaig, para criar uma paleta de cores para os habitantes de cada mundo: Tatooine seguia Uma Nova Esperança com cores areia e sol-branqueado, Coruscant teve cinzas, marrons e pretos, e Naboo tinha verde e ouro para os seres humanos, enquanto Gungans usava "um look de couro, como sua pele". As roupas Jedi seguiram a tradição do filme original;[50] O traje de Obi-Wan foi inspirado no traje que foi usado por Guinness. Lucas disse que ele e Biggar iriam olhar para a arte conceitual e "traduzir todos estes projetos em panos, tecidos e materiais que realmente funcionam e não parecem ridículo". Biggar também consultou Gillard para garantir que as fantasias iriam acomodar as cenas de ação, e consultou o departamento de aliens para descobrir quais tecidos "não funcionaria fortemente" nas peles exóticas. Um enorme departamento de figurinos foi colocado na Leavesden Film Studios para criar mais de 250 figurinos para o elenco principal e 5.000 para o elenco de fundo.[51]
O sotaque tailandês de Nute Gunray, foi escolhido depois que Lucas e McCallum ouviram várias línguas para decidir como os neimodianos falariam.[52] O designer do personagem de Watto era uma junção de ideias rejeitadas; suas expressões foram baseadas em imagens de vídeo da dublagem de Secombe, fotografias de Rob Coleman, o supervisor de animação imitando o personagem, e no modelador Steve Alpin dizendo as falas de Watto para um espelho.[53] Lucas descreveu o projeto de Sebulba como "uma aranha cruzada com um orangotango cruzado com uma preguiça", um rosto meio-camelo,[54] e vestuário inspirado pela armadura medieval.[55]
Escolha do elenco
[editar | editar código-fonte]Depois que Samuel L. Jackson expressou interesse em aparecer em um filme de Star Wars, ele foi chamado pelo diretor de elenco, Robin Gurland, para interpretar Mace Windu. Ray Park, um campeão de artes marciais com experiência em ginástica e lutas de esgrima, era originalmente um membro da equipe de dublês. Nick Gillard filmou a demonstração de Park da sua concepção de batalhas de sabre de luz. Lucas e McCallum foram tão impressionados com a fita de teste que eles deram a Park o papel de Maul. Sua voz foi considerada "demasiado estridente" e foi dublada na pós-produção por Peter Serafinowicz. Os pais de Keira Knightley tentaram convencê-la a não fazer o teste, mas a atriz adolescente ainda procurou um papel por ser uma fã de Star Wars.[56] Sua escolha foi influenciada pela notável semelhança de Knightley para Natalie Portman, com a atriz admitindo que suas mães não poderiam diferenciar elas maquiadas.[57] Knightley relatou ter "gritado todo dia", devido a achar os figurinos desconfortáveis.[56]
Silas Carson foi escalado como Nute Gunray porque outro ator estava desconfortável com os trajes usados pelos personagens da Federação do Comércio, que foram quentes, exercendo uma grande pressão sobre o portador, e levou cerca de 15 minutos para aplicar. Hugh Quarshie considerou a parte de Panaka como "um bom passo na carreira" e uma produção que seria divertido de se fazer.[18] Brian Blessed fez o teste para o papel de Sio Bibble, o Governador de Naboo,[58] para o qual ele foi considerado "muito alto".[23] Robin Gurland chamou ele para interpretar Nass porque era um personagem "maior que a vida" com "um tipo de bravata".[59] Blessed descreveu Nass como um "herói relutante", e um papel divertido de interpretar.[60] Sofia Coppola, filha do amigo de Lucas e parceiro criativo Francis Ford Coppola, considerava Lucas como "um tio para mim." Enquanto se preparava o roteiro de sua estreia como diretora, The Virgin Suicides, Sofia ouviu que Lucas faria um novo filme de Star Wars e perguntou-lhe se ela poderia acompanhá-lo durante as filmagens. Lucas ofereceu Coppola um papel na comitiva real, que ela aceitou porque "parecia ser um bom ponto para assistir sem ficar no caminho".[61]
Filmagens
[editar | editar código-fonte]As filmagens começaram em 26 de junho de 1997, e terminou em 30 de setembro do mesmo ano, ocorrendo principalmente no Leavesden Film Studios, na Inglaterra. Leavesden foi alugada por dois anos e meio para que a companhia de produção pudesse deixar os cenários intactos e retornar após a fotografia principal tivesse sido concluída.[62] As cenas nas florestas de Naboo foram filmadas no Cassiobury Park, em Watford, Hertfordshire.[63][64] Pick-ups foram realizados entre agosto de 1998 e fevereiro de 1999, depois de Lucas ter exibido um corte brusco do filme para amigos e colegas em maio de 1998.[65] A maior parte da ação e acrobacias foram filmadas pela equipe de segunda unidade do Roger Christian, que trabalhou ao lado a unidade principal, por causa do elevado número de cenas para ser preenchidas diariamente.[48]
O deserto da Tunísia foi novamente utilizado para as cenas de Tatooine;[66] Mos Espa foi construído fora da cidade de Tozeur. Na noite seguinte ao terceiro dia de filmagens em Tozeur, uma tempestade de areia inesperada destruiu muitos dos cenários e adereços. A produção foi rapidamente remarcada para permitir a reparação e foi capaz de deixar a Tunísia na data inicialmente prevista.[67] O italiano Reggia di Caserta, foi usado como o interior do Palácio na cidade de Theed, Naboo;[66] Caserta foi utilizado durante quatro dias depois de ter sido fechado para visitantes. Cenas com explosões foram filmadas em réplicas dos cenários em Leavesden.[68]
Uma pasta com storyboards do filme serviu como uma referência para as filmagens em live-action, as cenas que seriam filmadas na frente de uma tela azul de chroma key, e as cenas que seriam compostas usando CGI. Os cenários foram muitas vezes construídos só com as partes que seriam necessárias no ecrã; e as vezes foram construídos apenas até as alturas dos atores. Chroma key foi amplamente utilizado para as extensões digitais, fundos ou cenas que exigiram do diretor de fotografia, David Tattersall, procurar lâmpadas potentes para iluminar os cenários e John Knoll, supervisor de efeitos visuais, desenvolver softwares que iriam remover o reflexo azul a partir dos pisos brilhantes. Knoll, que permaneceu no set durante a maior parte da produção, trabalhou de perto com Tatterstall para garantir que as cenas eram adequadas para adicionar efeitos mais tarde. As câmeras foram equipadas com modelos de captura para fornecer dados técnicos aos artistas de CGI.[69]
A Ameaça Fantasma foi o último filme de Star Wars a ser filmado em 35mm até o Episódio VII. A maioria dos elementos filmados pela equipe de efeitos especiais, foram realizados em alta definição, com fitas de vídeo digital para testar o desempenho das gravações digitais, o que Lucas e McCallum considerou o próximo passo lógico por causa da quantidade de processo digitalizado (caro), em comparação para gravar diretamente a composição dos efeitos gerados por computador em mídia digital. Todos os filmes futuros seriam filmados com câmeras de vídeo de alta definição da Sony CineAlta.[70][71] Greg Proops e Scott Capurro foram filmados usando maquiagem e roupas azuis até a cabeça, para poder unir o corpo gerado por computador. A equipe de efeitos visuais não gostou dos resultados originais e fez Fode e Beed como um alienígena completamente em computador.[72]
A montagem levou dois anos; Paul Martin Smith iniciou o processo na Inglaterra e focou em cenas de diálogo-pesado. Ben Burtt, que também era o editor de som, foi responsável pelas sequências de ação sob a supervisão de Lucas. Sistemas de edição não-lineares desempenharam um papel importante em traduzir a visão de Lucas; ele constantemente refinou, revisitou ou reformulou as cenas. A mixagem de som final começou em março de 1999 e no mês seguinte o filme foi concluído após a entrega das tomadas restantes da equipe de efeitos visuais.[73]
Efeitos visuais
[editar | editar código-fonte]"Escrevendo o roteiro era muito mais agradável desta vez porque eu não estava limitado por nada. Você não pode escrever um desses filmes sem saber como você irá realizá-lo. Com CGI à minha disposição, eu sabia que podia fazer o que eu quisesse".
—George Lucas[74]
O filme exibiu o avanço dos efeitos gerados por computador. Cerca de 1.950 cenas em A Ameaça Fantasma tem efeitos visuais. A cena em que gás tóxico é liberado nos Jedi é a única sequência sem alteração digital.[54] O trabalho foi tão extenso que três supervisores de efeitos visuais dividiram a carga do trabalho entre si, John Knoll supervisionou a produção do set, a corridade de podrace e as sequências de batalha espacial, Dennis Muren supervisionou a sequência subaquática e a batalha no chão, e Scott Squires, ao lado de equipes designadas para efeitos em miniatura e animação de personagens, trabalhou sobre os efeitos dos sabre de luz.[75]
Até a produção deste filme, muitos efeitos especiais na indústria cinematográfica foram obtidos por meio de modelos em miniatura, pinturas foscas e efeitos visuais no set, embora outros filmes fizeram uso extensivo de CGI. Knoll visualizou 3.500 storyboards para o Episódio I; Lucas acompanhou-o e explicou os fatores das cenas, as que seriam práticas e aquelas que seriam criadas através de efeitos visuais. Knoll disse mais tarde que, ao ouvir as explicações dos storyboards, ele não sabia como realizar o que tinha visto. O resultado foi uma mistura de técnicas originais e as mais recentes técnicas digitais, com o objetivo de tornar mais difícil para o espectador adivinhar qual a técnica estava sendo utilizada. Knoll e sua equipe de efeitos visuais criaram um novo software de computador, incluindo simuladores de pano para permitir uma representação realista das roupas dos personagens digitais, e para criar cenas específicas. Outro objetivo era criar personagens gerados por computador que possam atuar de forma integrada com os atores em live-action. Enquanto filmava cenas com personagens CGI, Lucas iria rubricar os personagens usando seus dubladores correspondentes no set. Os dubladores foram então removidos e os atores em live-action iria realizar a mesma cena sozinhos. Um personagem CGI viria a ser adicionado a cena para concluir a conversa.[76] Lucas também usou CGI para corrigir a presença física dos atores em certas cenas. Modelos práticos em miniatura foram utilizados quando os seus recursos visuais encaixou-se com os cenários para os fundos, para definir as extensões e modelos de veículos que seriam digitalizados e para criar os modelos digitais ou filmados que representavam as naves espaciais e podraces.[77]
Lucas, que havia enfrentado anteriormente problemas com os adereços usados para o visual de R2-D2, permitiu a ILM e o departamento britânico de efeitos especiais, para criar suas próprias versões do robô. Nove modelos R2-D2 foram criados; um foi para o ator Kenny Baker que seria descartado, sete foram construídos pela ILM e contou com dois motores de cadeira de rodas capazes de mover-se a 440 libras (200 kg), o que permite-lhe correr e ser usado principalmente em cenários; e o estúdio britânico produziu um pneumático R2-D2, que poderia passar de dois a três pernas e foi usado principalmente na Tunísia porque o seu sistema de acionamento do motor permitiu-lhe passar por cima da areia.[78]
Lucas originalmente planejou criar muitos dos aliens com computação gráfica. No entanto, aqueles que seriam mais custo-efetivo realizar com máscaras e animatrônicos, foram criados pela equipe de efeitos das criaturas, liderados por Nick Dudman. Estes incluíram os neimodianos, personagens de fundo em Mos Espa, o Conselho Jedi, e o Senado Galáctico. Foi dito a equipe de Dudman onde as criaturas seriam necessárias, seis meses antes da fotografia principal começar, e eles tiveram que correr contra o tempo. Os neimodianos, que foram originalmente destinados a ser personagens digitais, foram entregues um dia antes de serem exigidos no set. Dudman viajou ao Rancho Skywalker para ver as criaturas originais que poderiam ser reutilizadas, e leu o roteiro para pensar as cenas com criaturas práticas, deixando apenas os modelos mais estranhos para serem criados usando CGI. [79]
Na pesquisa para os veículos de podrace, a equipe de efeitos visuais visitou um ferro-velho de aviões a jato fora de Phoenix, Arizona e sucatearam quatro motores de Boeing 747.[54] Réplicas de suporte de vida dos motores, foram construídos e enviados para a Tunísia para fornecer uma referência no filme. Com exceção do Jake Lloyd dentro de uma cabina de piloto controlada hidraulicamente e alguns modelos práticos de podrace, toda a cena da corrida e os pilotos foram produzidos com efeitos para soar "fora deste mundo" o mais possível, ou seja, gerado por computador.[66] [80]
Música
[editar | editar código-fonte]Tal como acontece com filmes anteriores de Star Wars, a trilha sonora de Episódio I: A Ameaça Fantasma foi composta e regida por John Williams. Ele começou a compor a trilha em outubro de 1998 e começou a gravar a música com as London Voices e London Symphony Orchestra no Abbey Road Studios, em 10 de fevereiro de 1999. Williams decidiu usar instrumentos eletrônicos, tais como sintetizadores para melhorar o som e peças corais para "capturar o mágico, a força mística que uma orquestra regular não poderia ser capaz de fornecer", e criar uma atmosfera que era "mais misteriosa, mística e menos militar" do que os da trilogia original.[81] Uma das faixas mais notáveis é Duel of the Fates, que utiliza o coro para transmitir uma sensação religiosa, atemporal ao duelo épico de sabre de luz. A faixa ganhou um vídeo musical.[82] Ao compor o tema de Anakin, Williams tentou refletir a inocência da sua infância e prenunciar sua transformação em Darth Vader usando ligeiras sugestões de The Imperial March na melodia.[81]
A trilha sonora do filme foi lançado pela Sony Classical Records em 4 de maio de 1999. Este álbum contou com a trilha reestruturada por Williams para audição experimental; não é igual como é apresentada no filme e omite muitas pistas notáveis por causa da restrição de espaço no disco compacto.[83] Os dois discos da "Ultimate Edition" foi lançado em 14 de novembro de 2000. O conjunto apresenta quase toda a música como ela é ouvida no filme, incluindo todas as edições e loops que foram feitos na mixagem de som.[84]
Temas
[editar | editar código-fonte]Como os filmes anteriores de Star Wars, A Ameaça Fantasma faz várias referências a acontecimentos históricos e filmes que George Lucas assistiu em sua juventude. Os filmes de Star Wars normalmente misturam vários conceitos de mitologias diferentes juntos.[85]
A prática Jedi de meditação Zen e artes marciais, é igual a dos antigos samurais. O nome "Qui-Gon" adapta o termo Qigong, que se refere a uma disciplina chinesa envolvendo meditação e cultivo do fluxo da energia vital chamada "Chi" ou "Qi" para a cura, saúde e combate. As palavras Ch'i (chinês), gi (coreano), ki (japonês) e o termo indiano para "Prana", referem-se a energia que é pensada para fluir através de todos os seres vivos, a partir da fonte de todo o chi (ou potência) que é "O Caminho" ou "O Tao" na filosofia chinesa. Na filosofia taoísta, o Caminho tem dois opostos, yin e yang, que são aspectos complementares da realidade ou origem da natureza. Ao contrário da filosofia chinesa, em que yin e yang não são qualidades morais, na antiga filosofia persa de zurvanismo, é ensinado que o dualismo das forças escuras e claras são travadas em uma batalha eterna sendo os dois lados (ou evoluções) da mesma "força", a força do próprio tempo (Zurvan), o motor principal. Estes elementos de Star Wars derivam principalmente de religiões e mitos orientais e iranianos.[85]
Há muitas referências à crença cristã no filme, tais como a aparência de Darth Maul, cujo design inspira-se fortemente nas representações tradicionais do diabo cristão, com a pele vermelha e chifres.[85] As tatuagens faciais de Maul foram inspiradas pelos povos indígenas do Brasil.[86] O ciclo de Star Wars no cinema envolvendo Anakin Skywalker, apresenta semelhanças com a narrativa cristã, ele é o "Escolhido": O indivíduo profetizado para trazer equilíbrio para a Força, que foi concebido de um nascimento virginal e é tentado a juntar-se aos Sith. A queda de Anakin aparentemente o impede de cumprir o seu destino como o "Escolhido". A inspiração por trás da história do nascimento virginal, é um paralelo com o conceito de Joseph Campbell em sua obra The Hero with a Thousand Faces, que fortemente influenciou George Lucas na escrita do Star Wars original.[85]
Filmes japoneses como A Fortaleza Escondida de Akira Kurosawa, influenciaram o filme original de Star Wars; estudiosos dizem que A Ameaça Fantasma também foi influenciada pela cultura coreana e japonesa. Geoff King e Tanya Krzywinska, historiadores de cinema, escreveram: "Os figurinos e maquiagens ... é uma mistura do gótico e o oriental [...] em cima de algo muito futurista. O gótico é mais fortemente evidente nos chifres demoníacos de Darth Maul, na maquiagem vermelha e preta que utiliza os desenhos faciais encontrados em representações de demônios japoneses". King e Krzywinska dizem que "rabo de cavalo de Qui-Gon e a posição de aprendiz do Obi-Wan, incentiva ainda mais a leitura em termos da tradição samurai". Eles também disseram: "Amidala, de acordo com o seu estatuto e personagem, tem uma série de equipamentos altamente formais ... com o cabelo esculpido em uma curva, semelhante a maquiagem japonesa".[87]
Referências culturais
[editar | editar código-fonte]O filme é baseado ou homenageia vários filmes e séries norte-americanas. A tela de comunicação do Nute Gunray é inspirado diretamente por um dispositivo semelhante no seriado Flash Gordon de 1936. As sucatas de Watto, incluem o módulo espacial Discovery One do filme 2001, Uma Odisseia no Espaço (1968). No Senado Galáctico, são visíveis três personagens semelhantes ao alienígena em E.T de Steven Spielberg (1982). Veículos do filme Blade Runner (1982) estão incluídos nas cenas de trânsito do planeta Coruscant.[88] E a arena da corrida de pods em Tatooine, é inspirada nas corrida de bigas do épico famoso, Ben-Hur (1959).[89]
Lucas também faz uma referência ao seu filme THX 1138 (1971). O número 1138 está na parte de trás de um dos dróides da Federação; e prenuncia o destino de Anakin Skywalker nos créditos finais, que terminam com a respiração rouca, sombria de Vader.[88] A batalha de Naboo também contém várias semelhanças com os filmes Os Sete Samurais (1954) Kumonosu-jō (1957) e Ran (1985) de Akira Kurosawa.[90]
Lançamento
[editar | editar código-fonte]O lançamento no dia 19 de maio de 1999, do primeiro filme de Star Wars em 16 anos, foi acompanhado por grande expectativa.[91] Poucos estúdios de cinema lançaram filmes na mesma semana de A Ameaça Fantasma; DreamWorks e Universal Studios lançaram The Love Letter em 21 de maio e Notting Hill em 28 de maio, respectivamente.[92] The Love Letter foi um fracasso comercial, mas Notting Hill saiu-se melhor e seguiu A Ameaça Fantasma de perto em segundo lugar.[93] A firma de consultoria para empresas, Challenger, Gray & Christmas, estimou que 2,2 milhões de funcionários em tempo integral faltaram ao trabalho para assistir ao filme, resultando em uma perda de produtividade de 293 milhões de dólares. De acordo com o The Wall Street Journal, muitos trabalhadores anunciaram planos de ver a estreia e empresas fecharam no dia da abertura.[94] Áreas de filas foram formadas do lado de fora dos cinemas mais de um mês antes do início de vendas dos bilhetes.[95]
Apareceram mais filas de espera, quando foi anunciado que os cinemas não foram autorizados a vender bilhetes com antecedência, até duas semanas para o lançamento. Isto ocorreu pelo medo de que frequentadores familiares de cinema seriam incapazes de comprar bilhetes ou obrigados a pagar preços mais elevados por eles. Em vez disto, os bilhetes estavam sendo vendidos na ordem dos primeiros que chegassem.[96] No entanto, após reuniões com a Associação Nacional dos Proprietários de Cinema, a Lucasfilm concordou em permitir a venda de ingressos antecipados em 12 de maio de 1999, desde que houvesse uma limite de 12 ingressos por cliente.[97] Como resultado, alguns ingressos antecipados foram vendidos por cambistas a preços tão elevados como 100 dólares cada, o que foi chamado de "horrível" por um chefe de distribuição,e disse que era exatamente o que eles queriam evitar.[98] Daily Variety informou que os donos de cinema receberam instruções rigorosas da Lucasfilm, que o filme só poderia ficar em cartaz no maior auditório do cinema nas primeiras 8-12 semanas, nenhum passe honorário foi autorizado nas primeiras oito semanas, e eles foram obrigados a enviar o arrecadamento para a 20th Century Fox em sete dias.[99]
Apesar das preocupações sobre o filme ser concluído a tempo, a Lucasfilm adiantou a estreia de 21 de maio para 19 de maio de 1999, duas semanas antes. Na convenção ShoWest, Lucas disse que a mudança foi realizada para dar aos fãs uma "vantagem" de ver o filme durante a semana e as famílias nos fins de semana. Prenunciando a sua conversão futura para a cinematografia digital, Lucas disse que o filme seria lançado em quatro projetores digitais em 18 de junho de 1999.[100] Onze estreias de caridade foram realizadas em todo Estados Unidos em 16 de maio de 1999: Em Los Angeles, onde os pacotes corporativos estavam disponíveis entre 5.000 e 25.000 dólares; os recursos foram doados para a Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation.[101] Outras estreias de caridade incluiram Dallas para o Children's Medical Center, o Aubrey Fund for Pediatric Cancer Research no Hospital Sloan-Kettering em Nova Iorque, o Big Brother/Sister Association na estreia da Philadelphia, e no Children's National Medical Center em Washington, D.C. Foi dito que os bilhetes foram vendidos a 500 dólares cada e certas secções dos cinemas foram reservadas para crianças desfavorecidas.[102]
Marketing
[editar | editar código-fonte]A Lucasfilm gastou 20 milhões de dólares na campanha publicitária do filme e fez acordos de licenciamento promocionais com a Hasbro, Lego, Tricon Global Restaurants e PepsiCo.[103] Lucasfilm também ajudou o fã clube de Star Wars organizar um evento chamado Star Wars Celebration, que foi realizado em Denver, Colorado, entre 30 de abril e 2 de maio de 1999.[104]
O teaser trailer foi lançado em cinemas selecionados e acompanhados de Meet Joe Black em 13 de novembro de 1998. Os meios de comunicação informaram que as pessoas estavam pagando os bilhetes nos cinemas para ver o trailer.[105] Para não fazer os fãs sairem após o filme acabar, alguns cinemas colocaram um tempo adicional no teaser depois que o filme terminou.[106] O segundo trailer foi lançado em 12 de março de 1999, com o filme Wing Commander. Mais uma vez, muitos fãs pagaram bilhetes para assistir ao novo trailer.[107] Uma versão pirateada do trailer vazou na Internet no mesmo dia.[108] Na manhã seguinte, o trailer foi lançado no site oficial do filme e pouco depois, os servidores ficaram sobrecarregados.[109] O trailer recebeu ainda mais atenção da mídia porque foi exibido na Convenção ShoWest em Las Vegas, e foi ao ar no Entertainment Tonight e Access Hollywood.[108]
O teaser pôster, com a sombra de Anakin formando a silhueta de Darth Vader, foi lançado em 10 de novembro de 1998. Depois Lucas optou por um cartaz desenhado e Drew Struzan, o artista que era responsável pelos pôsters da Edição Especial, foi contratado para ilustrar, e o poster foi revelado em 11 de março de 1999. A Lucasfilm afirmou que, contratualmente, a ilustração do Struzan era a única arte que os distribuidores estrangeiros poderiam usar, e além do texto, que não poderia ser modificada de forma alguma.[110]
General Mills e Brisk eram os parceiros promocionais na América do Norte para o relançamento em 3D de 2012, mas a promoção foi limitada.[111][112] O filme foi amplamente promovido no Japão. Os produtos promocionais foram vendidos pela 7-Eleven, Domino Pizza, Pepsi e Gari-Gari Kun.[113] Kellogg promoveu o filme internacionalmente,[114][115] e o restaurante francês Quick, lançou três hambúrgueres com o tema de Star Wars.[116] A Lucasfilm também fez uma parceria com a Variety, the Children's Charity, para arrecadar fundos as crianças através da venda de um crachá da edição especial.[117]
Home media
[editar | editar código-fonte]O filme foi lançado mundialmente em VHS entre 3 a 8 de abril de 2000. Duas versões foram lançadas na América do Norte em 4 de abril, uma padrão em pan e scan e uma versão widescreen de colecionador. Em seus dois primeiros dias de vendas, a versão regular vendeu 4,5 milhões de cópias e a edição limitada vendeu 500.000.[118] Foi o primeiro filme de Star Wars a ser lançado oficialmente em DVD, em 16 de Outubro de 2001. Os bônus especiais incluía sete cenas deletadas concluídas para o DVD, faixa de comentários com Lucas e o produtor Rick McCallum, e vários documentários, incluindo um documentário em longa-metragem intitulado The Beginning: Making Episode I. A Ameaça Fantasma tornou-se o DVD mais vendido de sempre nos EUA. 2,2 milhões de cópias foram vendidas em sua primeira semana após o lançamento.[119]
A versão em DVD foi relançada em uma caixa da trilogia prequela em 4 de novembro de 2008.[120] Uma versão Laserdisc de A Ameaça Fantasma foi lançado no Japão vários meses antes de estar disponível em DVD nos EUA.[121] Os filmes de Star Wars foram lançados em blu-ray pela 20th Century Fox Home Entertainment em 16 de setembro de 2011.[122] A Ameaça Fantasma foi restaurado para melhorar a qualidade de imagem e remover a ampliação presente no lançamento anterior em DVD, restaurando cerca de 8 por cento da imagem por quadro.[123] Na versão blu-ray de Ameaça Fantasma, o boneco de Yoda foi substituído por um modelo em CGI, tornando-o compatível com os outros filmes da trilogia.[124]
Em 7 de abril de 2015, a Walt Disney Studios, 20th Century Fox, e Lucasfilm anunciaram conjuntamente as versões digitais dos seis filmes lançados de Star Wars. Walt Disney Studios Home Entertainment lançou A Ameaça Fantasma através das lojas iTunes, Amazon Video, Vudu, Google Play e Disney Movies Anywhere, em 10 de abril de 2015.[125]
Relançamento em 3D
[editar | editar código-fonte]Em 28 de setembro de 2010, foi anunciado que todos os seis filmes da série seriam convertidos de estéreo para 3D. Estes seriam relançados na ordem dos episódios, começando com A Ameaça Fantasma, que foi lançado nos cinemas em fevereiro de 2012.[126] A Prime Focus Limited fez a conversão com supervisão da ILM.[127] No entanto, os relançamentos em 3D de Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones e Star Wars Episódio III: A Vingança dos Sith foram adiados após a Lucasfilm ser comprada pela The Walt Disney Company, que decidiu se concentrar no desenvolvimento de Star Wars: O Despertar da Força.[128]
Lucas afirmou que o relançamento em 3D era "apenas uma conversão" do lançamento em Blu-ray de 2011 e não havia sido feito alterações adicionais.[129] Apenas foi confirmado uma alteração no bastão magnético de Anakin durante a cena de Podrace, que foi afiado para maior precisão e se encaixar com a fotografia original em 2D para a nova imagem em 3D.[130]
Produtos derivados
[editar | editar código-fonte]Muitas adaptações foram lançadas com o filme, os vídeo games da LucasArts: Star Wars Episode I: The Phantom Menace para PlayStation e PC,[131] e Star Wars: Episode I Racer para Nintendo e PC.[132] Uma máquina de pinball por WMS Industries,[133] um romance gráfico em quatro partes da Dark Horse Comics,[134] um guia do filme e em CD-ROM chamado Star Wars Episódio I: A magia revelada, uma novelização júnior da Scholastic escrita por Patricia C. Wrede,[135] dois romances em formatos de diários de bordo, apresentando o filme sob o olhar de Anakin e Amidala, brinquedos da Monopoly, Micro Machines, Lego, sabres de luz, máscaras e pelúcias.[136] A Hasbro produziu entre 1999 a 2001, uma linha dedicada exclusivamente ao filme com cinquenta e cinco figuras, cinco monstros, quinze veículos, conjuntos de jogos e três conjuntos de quinze accessórios.[137]
A novelização oficial do filme foi escrita por Terry Brooks, que se reuniu com Lucas antes de escrever o livro e recebeu sua aprovação e orientação. Ele incluiu informações sobre os desenvolvimentos pendentes nas duas continuações seguintes.[138]
Recepção
[editar | editar código-fonte]Bilheterias
[editar | editar código-fonte]A Ameaça Fantasma foi um sucesso financeiro, quebrando muitos recordes de bilheteria em sua estreia. Passou o recorde de The Lost World: Jurassic Park de maior arrecadamento em único dia, lucrando 28 milhões de dólares no dia de abertura e o mais rápido a arrecadar 100 milhões de dólares em cinco dias. Ele arrecadou 64,8 milhões de dólares em seu fim de semana de abertura, o segundo mais elevado de sempre na época.[139] Ele também se tornou o filme mais rápido a chegar as marcas de 200 milhões de dólares e 300 milhões de dólares, superando Independence Day (1996) e Titanic (1997), respectivamente. A Ameaça Fantasma foi o filme mais bem sucedido de 1999, ganhando 431,1 milhões de dólares na América do Norte e 493,2 milhões de dólares em outros territórios, chegando a 924,3 milhões de dólares no mundo inteiro.[140] O Box Office Mojo estima que o filme vendeu mais de 84,8 milhões de bilhetes nos EUA em sua estreia original.[141] Na época, o filme foi a terceira maior bilheteria na América do Norte, atrás de Titanic e Star Wars (1977), e o segundo filme de maior bilheteria em todo o mundo atrás de Titanic, sem ajuste na inflação dos preços dos bilhetes. Quando ajustado pela inflação, é classificado como a 19º maior bilheteria no mercado interno, tornando-se o quarto filme de Star Wars a estar no Top 20. Fora da América do Norte, o filme arrecadou mais de 10 milhões de dólares na Austrália ($ 25,9 milhões), Brasil ($ 10,4 milhões), França e a Argélia ($ 43 milhões), Alemanha ($ 53,9 milhões), Itália ($ 12,9 milhões), Japão ($ 109,9 milhões), México (12 milhões), Espanha (25 milhões) e Reino Unido e Irlanda (8,1 milhões).[142]
Depois de seu relançamento em 3D em 2012, a bilheteria em todo o mundo ultrapassou 1 bilhão de dólares.[143] Nos anos seguintes, o filme havia perdido posições nos rankings das listas dos filmes de maior bilheteria, e o relançamento em 3D o devolveu para o top 10 de maiores bilheterias de todos os tempos durante vários meses.[144] Na América do Norte, sua receita ultrapassou a do Star Wars original como o filme de maior bilheteria da saga, quando não ajustado pela inflação dos preços dos bilhetes, e é atualmente o oitavo filme de maior bilheteria na América do Norte.[145] Na região, a classificação na lista ajustada pela inflação subiu para o 16º lugar, uma posição atrás de Return of the Jedi.[146] O relançamento em 3D, que estreou em fevereiro de 2012, ganhou 43 milhões de dólares ($ 22,5 milhões de dólares dos quais estava na América do Norte) em todo o mundo.[147] O relançamento em 3D ganhou 102.727.119 dólares em todo o mundo; deixando o filme com 474.500.000 dólares arrecadados domesticamente e 552.500.000 dólares em outros territórios.[148] Os lucros do filme excedeu os 1 bilhão de dólares em todo o mundo em 22 de fevereiro de 2012, tornando-se o primeiro filme de Star Wars e o 11º filme da história para fazê-lo.[143][148]
Reação da crítica
[editar | editar código-fonte]O site agregador de críticas, Rotten Tomatoes, reporta 55% de aprovação, baseada em 212 críticas, com uma média de 6/10. O consenso dos críticos no site é, "Castigado pela expectativa e preenchido com personagens modelos, A Ameaça Fantasma introduz um começo acidentado para as prequelas de Star Wars, embora visualmente deslumbrante."[149] O Metacritic, pontua o filme com 51 de 100, baseado em 36 críticas indicando "críticas médias ou mistas".[150] Em ambos os sites, é o filme com avaliação mais baixa da saga Star Wars, excluindo a animação The Clone Wars.
Muitos aspectos dos roteiros foram criticados, especialmente Jar Jar Binks, considerado por muitos membros da comunidade de fãs mais velhos como toyetic - merchandising em vez de um personagem sério.[151][152] Kenneth Turan do Los Angeles Times, descreveu Binks como "um grande miscue (produto), um personagem de alívio cômico que francamente não é engraçado."[153] Drew Grant do Salon.com escreveu: "Talvez a absoluta liberdade criativa que o diretor George Lucas apreciou, o levou a sonhar com o fracassado alívio cômico do filme - sem os executivos do estúdio e poucos atores independentes envolvidos - é um caminho para o lado negro."[152]
A produtora Red Letter Media fez um vídeo criticando o filme de 70 minutos, narrado pelo ficcional "Harry S. Plinkett", que entrou em grandes detalhes sobre as falhas percebidas em Ameaça Fantasma e se tornou viral, recebendo mais de 5 milhões de visualizações. Entre as muitas críticas, houve as afirmações de que o filme não tinha estrutura básica, tais como ter um protagonista.[154][155]
Reciprocamente, Roger Ebert do Chicago Sun-Times, deu ao filme três estrelas e meia de quatro, e o chamou de "uma conquista surpreendente no cinema imaginativo" e disse "Lucas contou uma boa história." Ebert também escreveu que "se alguns dos personagens são poucos convincentes, talvez isto seja inevitável" porque é o filme de abertura da nova trilogia. Ele concluiu seu comentário dizendo que em vez dos filmes de Star Trek, os cineastas poderiam "me dá cidades subaquáticas transparentes e vastas esferas ocas senatoriais qualquer dia."[156] De forma semelhante, o crítico brasileiro Pablo Villaça, deu ao filme três estrelas em cinco, elogiando o visual e sequências de ação, afirmando que era um "filme divertido" e que cumpria relativamente bem a função de apresentar novos elementos, mas criticou o desenvolvimento da história e a direção de elenco, dizendo: "O fato é que praticamente nenhum membro do elenco consegue criar um personagem tão forte quanto aqueles que vimos na trilogia original". Concluindo que, "A Ameaça Fantasma é uma introdução eficiente (apesar de inferior) à saga."[157]
Owen Gleiberman do Entertainment Weekly deu ao filme "B" e elogiou o desempenho de Liam Neeson e as cenas de ação.[158] Em uma crítica para o lançamento em DVD, Marc Bernardin para o Entertainment Weekly, deu ao filme um "C-", chamando de "enredo infeliz, horrivelmente escrito e juvenil".[159] James Berardinelli do ReelViews escreveu:
Olhando para o panorama geral, apesar de todas as suas falhas, A Ameaça Fantasma ainda está entre as melhores diversões "bang-buck" que pode ser tida em um cinema. Não é tão fresco como o Star Wars original nem tem a riqueza temática e complexidade narrativa do O Império Contra-Ataca, mas é uma melhoria distinta em relação ao Return of the Jedi. Na verdade, depois de Return of the Jedi, eu não tinha um desejo ardente de voltar a está galáxia "muito, muito distante", mas com A Ameaça Fantasma, Lucas reavivou o meu interesse. Agora é com pesar genuíno que eu percebo que o próximo segmento da série é daqui a três longos anos de distância.[160]
Susan Wloszczyna do USA Today, disse que o filme tem "muitos valores" e elogiou os personagens de Darth Maul e Watto.[161] David Cornelius do efilmcritic.com, afirmou que os melhores momentos do filme "não apenas equilibrar os mais fracos - eles derrubar-los."[162] Colin Kennedy da Empire, disse que apesar dos problemas com ritmo e escrita, "ainda há muito prazer ao assistir os nossos guias Jedi em ação." Ele elogiou o visual e desempenho de Liam Neeson, e afirmou que o duelo entre Darth Maul e os Jedi foi "a melhor batalha de sabres de luz da saga".[163] A Empire listou Ameaça Fantasma como os "500 Grandes Filmes de Todos os Tempos",[164] enquanto Entertainment Weekly e Comcast incluíram o filme nas listas das piores sequências do cinema.[165][166] James Berardinelli escreveu: "A Ameaça Fantasma foi provavelmente o filme mais esperado da última década (se não mais), e sua reputação sofreu pelo resultado da sua incapacidade para satisfazer as expectativas irracionais."[167] William Arnold do Seattle Post-Intelligencer concordou que a campanha publicitária maciça do filme resultou em muitas das reações negativas, dizendo que "construiu expectativas que não podem, eventualmente, ser combinadas e substituir o elemento surpresa de contar histórias." Ele também disse que o filme foi "bem feito e entreteve" e bastante superior aos filmes similares lançados no mesmo ano, como a A Múmia e The Matrix.[168]
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]A introdução dos midi-chlorians—organismos microscópicos que intermedeiam o uso da Força—no filme causou controvérsia entre os fãs. Alguns viram o conceito como negando a qualidade espiritual da Força, embora o filme ainda retrate a Força como uma entidade misteriosa, usando os midi-chlorians para se comunicar com seres vivos. O historiador de cinema, Daniel Dinello, disse que a "Anátema para os fanáticos de Star Wars que pensavam que isto reduziu a Força a um tipo de infecção viral, os midi-chlorians fornecem uma interface biológica, a ligação entre o corpo físico e a energia espiritual."[169] O especialista em religião, John D. Caputo, escreveu: "Nos 'Evangelhos segundo Lucas', o mundo é evocado pelos opostos intratáveis, que têm atormentado os pensadores religiosos durante séculos, estão aqui reconciliados... O presente que os mestres Jedi gostam de ter uma base científica é perfeitamente plausível, mesmo que seus caminhos sejam misteriosos: suas células corporais têm mais peso do que a concentração usual de 'midi-chlorians'."[170]
Após o lançamento dos filmes, vários aliens foram acusados de interpretar estereótipos raciais. Por exemplo, Jar Jar Binks, o imbecil de raciocínio lento, teve longas orelhas caídas que lembram dreadlocks e falou de maneira semelhante aos patois jamaicanos remanescentes no Caribe.[171] Os avarentos e corruptos neimoidianos da Federação do Comércio, falam com sotaques do leste asiático e Watto, o comerciante inescrupuloso, tem sido interpretado como um estereótipo judaico que lembra o personagem Fagin de Charles Dickens. Lucas tem negado todas estas implicações,[151] e criticou a mídia americana por usar opiniões da Internet como uma fonte confiável de notícias. Lucas acrescentou que reflete mais o racismo dos comentadores do que o filme;[172] no entanto, o animador Rob Coleman disse que viram as cenas de Alec Guinness como Fagin em Oliver Twist para inspirar na criação de Watto.[173] Um crítico descreveu Jar Jar Binks como um "servil e covarde ... um estereótipo negro a par com Stepin Fetchit."[174] Michael Eric Dyson, professor de estudos afro-americanos da Universidade de Georgetown, disse que todo o povo Gungan parecem estranhamente sugerir uma tribo africana primitiva. Dyson disse: "O líder da tribo de Jar Jar é um gordo, palhaço trapalhão com uma voz retumbante, e ele aparenta ser uma caricatura de um chefe tribal africano."[151]
Prêmios e indicações
[editar | editar código-fonte]A Ameaça Fantasma foi nomeado para três Oscar: Melhor Edição de Som, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Mixagem de Som; todos perdidos para Matrix.[175][176] O filme foi indicado a dez Saturn Awards: Melhor Filme de Ficção Científica, Melhor Ator (Liam Neeson), Melhor Ator Coadjuvante (Ewan McGregor), Melhor Atriz Coadjuvante (Pernilla August), Melhor Jovem Ator ou Atriz (Jake Lloyd e Natalie Portman), Melhor Direção (George Lucas) e Melhor Maquiagem; vencendo em Melhores Figurinos e Melhores Efeitos Visuais.[177] Também venceu o MTV Movie Award de Melhor Cena de Ação e foi indicado a Melhor Vilão (Ray Park),[178] venceu um Las Vegas Film Critics Society Awards de Melhores Figurinos,[179] o BMI Film & TV Awards de Melhor Música de Filme[180] e o Young Artist Award pela performance de Jake Lloyd.[181]
Também foi indicado ao BAFTA para Efeitos Visuais e Som,[182] o Brit Awards de Melhor Trilha Sonora,[183] a três Prêmios Teen Choice de 1999 (Melhor Filme de Drama, Melhor Filme de Verão e Melhor Vilão)[184] e o Grammy Award para Melhor Trilha Sonora para Mídia Visual.[185] Em contraste, recebeu sete nomeações ao Golden Raspberry Award para Pior Filme, Pior Diretor, Pior Roteirista, Pior Ator Coadjuvante (Jake Lloyd como Anakin), Pior Atriz Coadjuvante (Sofia Coppola como Saché), Pior Casal (Jake Lloyd e Natalie Portman), e Ahmed Best venceu na categoria de pior ator coadjuvante por Jar Jar Binks.[186]
Ver também
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