Abu Tair Aljanabi
Abu Tair Solimão Aljanabi | |
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Governante do Estado Carmata do Barém | |
Reinado | 923 - 944 |
Antecessor(a) | Abu Alcacim Saíde |
Sucessor(a) | Três irmãos e sobrinhos |
Nascimento | ca. 906 |
Barém | |
Morte | 944 |
Barém |
Abu Tair Solimão Aljanabi (em árabe: ابو طاهر سلیمان الجنّابي; romaniz.: Abu Tahir Sulayman al-Jannabi; 906–944) foi um governante do Estado carmata do Barém (Arábia Oriental), que em 930 liderou o saque de Meca.
Filho mais novo de Abuçaíde Aljanabi, o fundador do Estado Carmata, Abu Tair se tornou o líder do Estado em 923, depois de expulsar seu irmão mais velho, Abu Alcacim Saíde.[1] Imediatamente começou uma fase expansionista, invadindo Baçorá naquele ano. Invadiu Cufa em 927, derrotando um exército abássida no processo, e ameaçou a capital Bagdá em 928 antes de saquear grande parte do Iraque quando não conseguiu entrar na cidade.[2]
Em 930, liderou o ataque mais notório dos carmatas quando pilhava Meca e profanou os locais mais sagrados do Islã. Incapaz de obter entrada na cidade inicialmente, pediu o direito de todos os muçulmanos de entrar na cidade e jurou que estava em paz. Uma vez dentro das muralhas, o exército carmata começou a massacrar os peregrinos, provocando-os com versos do Alcorão ao fazê-lo.[3] Os corpos dos peregrinos foram deixados para apodrecer nas ruas ou jogados no poço de Zamzam. A Caaba foi saqueada, com Abu Tair tomando posse da Pedra Negra e levando-a para o Barém.
Vida
[editar | editar código-fonte]Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]O pai de Abu Tair, Abuçaíde Aljanabi, era o líder tribal que iniciou a militarização dos carmatas.[4] Após receber as doutrinas ismaelitas do missionário (dai) Abu Maomé Abadã, o cunhado de Hamadã Carmate, líder do movimento ismailita no Iraque, Abuçaíde foi enviado como dai cerca de 874/884 para converter Pérsis na área de Janaba, Siniz, Tauaje e Marubã. A missão foi frutífera e adquiriu fundos e seguidores: todos os dais foram requeridos para reunir os fundos do aguardado mádi, que ainda estava em Ocultação. Mais tarde, foi denunciado por autoridades sunitas e seu tesouro e armazéns foram confiscados, mas conseguiu escapar e se escondeu, talvez em Baçorá.[5][6][7]
Referências
- ↑ Daftary 1990, p. 160.
- ↑ Halm 1991, p. 255.
- ↑ Halm 1991, p. 255 f.
- ↑ Najeebabadi 2001, p. 273.
- ↑ Madelung 1983.
- ↑ Halm 1991, p. 37.
- ↑ Wynbrandt 2004, p. 70.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Daftary, Farhad (1990). The Isma'ilis: Their History and Doctrines. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-37019-6
- Halm, Heinz (1991). Das Reich des Mahdi: Der Aufstieg der Fatimiden [The Empire of the Mahdi: The Rise of the Fatimids]. Munique: C. H. Beck. ISBN 978-3-406-35497-7
- Madelung, Wilferd (1983). «ABŪ SAʿĪD JANNĀBĪ». Enciclopédia Irânica. I, Fasc. 4. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia. pp. 380–381
- Najeebabadi, Akbar Shah; Mubarakpuri, Safi-ur-Rhaman (2001). The History of Islam Vol. III. Riade: Darussalam
- Wynbrandt, James (2004). A Brief History of Saudi Arabia. Nova Iorque: Infobase Publishing