Adela Pankhurst
Adela Pankhurst | |
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Adela Walsh (fotografia tirada antes de 1921) | |
Nome completo | Adela Constantia Mary Pankhurst Walsh |
Nascimento | 19 de junho de 1885 Chorlton upon Medlock, Lancashire, Reino Unido |
Morte | 23 de maio de 1961 (75 anos) Sydney, Austrália |
Nacionalidade | Britânico-australiana |
Ocupação | Ativista política |
Adela Constantia Mary Pankhurst Walsh (Chorlton upon Medlock 19 de junho de 1885 – Sydney, 23 de maio de 1961) foi uma sufragista britânico-australiana, organizadora política e co-fundadora do Partido Comunista da Austrália e o grupo fascista Australia First Movement.[1][2]
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Adela Pankhurst nasceu em 19 de junho de 1885 em Chorlton upon Medlock, Inglaterra. Era oriunda de uma família política: o seu pai, Richard Pankhurst era um advogado socialista e candidato ao Parlamento e a sua mãe, Emmeline Pankhurst e irmãs, Sylvia e Christabel, eram líderes do movimento sufragista britânico. A sua mãe era descendente da tribo Manx.[3] Adela frequentou as escola exclusivamente femininas Studley Horticultural College em Warwickshire e a Manchester High School for Girls.
Reino Unido
[editar | editar código-fonte]Na adolescência, Adela envolveu-se na Women's Social and Political Union, uma organização feminista criada pela sua mãe e irmãs. Em novembro de 1909, participou numa manifestação que interrompeu uma reunião de Winston Churchill no seu distrito eleitoral de Dundee. Ela foi detida, em conjunto com Helene Archadale Catherine Corbett e Maud Joachim.[4] Adela esbofeteou um polícia que tentou retirá-la do edifício. Apesar de Adela ter feito greve de fome, seguindo o exemplo das sufragistas que eram detidas nesta altura, ela não foi forçada a comer.[5]
A filha preferida de Emmeline era Christabel e as duas transformaram a Women's Social and Political Union na sua própria organização. Elas desentenderam-se com muitas das suas principais voluntárias e apoiantes, incluindo Sylvia e Adela Pankhurst. Ambas eram apoiantes do socialismo, enquanto Emmeline e Chistabel defendiam o voto "nas mesmas condições que os homens", ou seja para mulheres mais ricas e com propriedade. Sylvia foi expulsa da WSPU e criou a sua própria organização Leste de Londres. Christabel terá dito a Sylvia: "Não me interessa que houvesse cem como tu, mas uma Adela já é demais". Adela recebeu um bilhete de avião de vinte libras para a Austrália e uma carta que a apresentava a Vida Goldstein.[6]
Austrália
[editar | editar código-fonte]Adela emigrou para a Austrália em 1914 depois de se afastar da sua família e de várias detenções. A experiência de Adela com o ativismo permitiu-lhe ser recrutada como organizadora política do Women's Peace Army em Melbourne por Vida Goldstein durante a Primeira Guerra Mundial.[7] Pankhurst escreveu um livro chamado Put Up the Sword, assim como vários panfletos contra a guerra e fez vários discursos contra a guerra e a conscrição. Em 1915, viajou por toda a Austrália com Cecilia John da Women's Peace Army, para criar várias filiais da mesma por todo o país. Em 1916, Adela visitou a Nova Zelândia, onde discursou para várias multidões. Mais tarde, visitou New South Wales e Queensland, onde defendeu a importância da oposição feminista no militarismo.[8] Em agosto de 1917, Adela foi presa durante uma marcha contra o aumento do preço da comida em Melbourne. A sufragista britânica Louie (Louisa) Cullen também estava em Melbourne e foi uma das mais de 5000 pessoas a assinar uma petição entregue ao Primeiro-Ministro da Austrália para libertar Adela. Em setembro de 1917, Adela casou-se com Tom Walsh do Sindicado dos Marinheiros da Austrália e o casal teve um filho e cinco filhas. Em 1920, Pankhurst foi uma das fundadoras do Partido Comunista da Austrália, mas acabou por ser expulsa do mesmo.[2]
Adela acabou por se desiludir com o comunismo e fundou a organização anti-comunista Australia Women's Guild of Empire em 1927.[6] Em 1941, Pankhurst tornou-se numa das fundadoras da organização nacionalista de extrema-direita Australia First Movement.[1] Ela visitou o Japão em 1939 e foi presa em março de 1942 por defender a paz no Japão. Foi libertada em outubro do mesmo ano.[7]
Tom Walsh morreu em 1943 e Adela retirou-se da vida pública nessa altura. Em 1960, converteu-se ao catolicismo e morreu no ano seguinte, sendo enterrada com uma cerimónia católica.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Godfrey, Barry; Williams, Lucy. «Adela Pankhurst: the forgotten sister who doesn't fit neatly into suffragette history». The Conversation (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2020
- ↑ a b «'Wayward suffragette' Adela Pankhurst and her remarkable Australian life». the Guardian (em inglês). 23 de dezembro de 2015. Consultado em 13 de novembro de 2020
- ↑ Stansell, Christine (1980). «Review of "One Hand Tied behind Us": The Rise of the Women's Suffrage Movement, , ; Feminism and Suffrage: The Emergence of an Independent Women's Movement in America». Feminist Studies (1): 65–75. ISSN 0046-3663. doi:10.2307/3177650. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ «Maud Joachim». Spartacus Educational (em inglês). Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ Atkinson, Diane (2018). Rise up, women! : the remarkable lives of the suffragettes. London: Bloomsbury. p. 179. ISBN 9781408844045. OCLC 1016848621.
- ↑ a b «'Wayward suffragette' Adela Pankhurst and her remarkable Australian life». the Guardian (em inglês). 23 de dezembro de 2015. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ a b c Hogan, Susan. «Pankhurst, Adela Constantia (1885–1961)». Canberra: National Centre of Biography, Australian National University. Consultado em 8 de setembro de 2020
- ↑ The University of Western Australia. «Volume 39». www.outskirts.arts.uwa.edu.au (em inglês). Consultado em 8 de setembro de 2020