Bacia Caloris
Bacia Caloris | |
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Mosaico de metade da bacia Caloris, fotografada pela sonda Mariner 10 entre 1974 e 75. | |
Coordenadas | 30,5° N, 189,8° O |
Diâmetro | 1,550 km (963 mi) |
Epônimo | Latin para "calor" |
Bacia Caloris, também chamada de Caloris Planitia, é uma extensa cratera de impacto na superfície de Mercúrio com aproximadamente 1.550 km (963 mi) de diâmetro,[1] uma das maioras bacias de impacto do Sistema Solar. Caloris vem do latim e significa calor e a bacia foi assim nomeada porque o Sol está diretamente sobre cada segundo de Mercúrio passa em seu periélio. A cratera foi descoberta em 1974 e está cercada por um anel de montanhas de aproximadamente de 2 km de altura.
Aparência
[editar | editar código-fonte]A bacia Caloris foi descoberta em imagens tiradas pela sonda Mariner 10 em 1974, e fica situada na linha divisória entre o dia e noite dos hemisférios, no momento em que a sonda passava sobre metade da cratera não pode ser fotografada. Posteriormente, nas primeiras imagens enviadas pela sonda MESSENGER toda a superfície da cratera foi revelada por completo. A cratera foi estimada como tendo inicialmente 1 300 km de diâmetro, entrentanto imagens recentes aumentaram a estimativa para 1 550 km.[1] É cercada por uma cadeia de montanhas de aproximadamente 2 km de altura e no interior das paredes da cratera, o chão e preenchido por planícies de lava, similares aos mares lunares. Fora das paredes, o material ejetado pelo impacto que criou a bacia se estende por 1 000 km e anéis concêntricos cercam a cratera.
No centro da bacia existe uma região contendo numerosas falhas radiais que parecem ser falhas extensionais, com 40 km (25-mi) localizadas perto do centro. A causa exata da formação deste padrão de falhas não é atuamente conhecido[1] e a característica tem o nome de Pantheon Fossae.[2]
Formação
[editar | editar código-fonte]Corpos no sistema solar interior experimentaram um grande bombardeio de grandes corpos rochosos no primeiro bilhão de anos ou do sistema solar. O impacto que criou a bacia Caloris deve ter acontecido depois que a maior parte do bombardeio rochoso terminou, porque poucas crateras de impacto são vistas no interior da bacia quando comparadas com regiões de mesmo tamanho fora da cratera. Acredita-se que impactos similares em bacias na Lua, tais como no Mare Imbrium e Mare Orientale possam ter sido formados na mesma época, indicando possivelmente que houve uma 'chuva' de impactos maiores depois da fase de bombearmento no início do sistema solar.[3] Baseado nas fotos da sonda MESSENGER a idade da bacia Caloris foi estimada entre 3,8 e 3,9 bilhões de anos.[1]
Terreno antipodal e efeitos globais
[editar | editar código-fonte]O impacto da formação da bacia Caloris pode ter tido consequências globais para o planeta. Exatamente no ponto antipodal da bacia existe uma região com montanhas, terrenos sulcados, com poucas crateras de impacto menores conhecidas como Terreno Caótico (ou também 'Terreno Esquisito') que acredita-se ter sido formado pelas ondas sísmicas do impacto que convergiram no ponto oposto do planeta.[4] Acredita-se que este impacto hipotético também iniciou atividades vulcânicas em Mercúrio, resultadon na formação das planícies suaves.[5] Em torno da bacia Caloris existe uma série de formações geológicas que acredita-se ter sido formada pelo material ejetado da bacia, que são coletivamente chamadoos de Grupo Caloris.
Emissão de gases
[editar | editar código-fonte]Mercúrio tem uma atmosfera muito tênue e transiente, contendo pequenas quantidades de hidrogênio e hélio capturados do vento solar, assim como elementos pesados tais como Sódio e Potássio, que supões terem sido originados do interior do planeta, tendo sido expelidos através da crosta. Na bacia Caloris foi encontrado uma fonte significante de sódio e potássio, indicando que as fraturas criadas pelo impacto facilitaram a emissão dos gases do interior do planeta. O terreno caótico também é uma fonte destes gases.[6]
Referências
- ↑ a b c d Shiga, David (30 de janeiro de 2008). «Bizarre spider scar found on Mercury's surface» (em inglês). NewScientist.com news service. Consultado em 17 de fevereiro de 2010
- ↑ «Mercury's First Fossae]» (em inglês). Consultado em 17 de fevereiro de 2010
- ↑ Gault, D. E.; Cassen, P.; Burns, J. A.; Strom, R. G. (1977). «Mercury». Annual Review of Astronomy and Astrophysics (em inglês). 15. pp. 97–126. doi:10.1146/annurev.aa.15.090177.000525
- ↑ Schultz, P. H.; Gault, D. E. (1975). «Seismic effects from major basin formations on the moon and Mercury». The Moon. 12. pp. 159–177. doi:10.1007/BF00577875
- ↑ Kiefer, W. S.; Murray, B. C. (1987). «The formation of Mercury's smooth plains». Icarus (em inglês). 72. pp. 477–491. doi:10.1016/0019-1035(87)90046-7
- ↑ Sprague, A. L.; Kozlowski, R. W. H.; Hunten, D. M. (1990). «Caloris Basin: An Enhanced Source for Potassium in Mercury's Atmosphere». Science (em inglês). 249 (4973). pp. 1140–1142. PMID 17831982. doi:10.1126/science.249.4973.1140