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Balestilha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Quadrante de Davis
Balestilha com dois "soalhas"

A balestilha é um instrumento complementar da esfera armilar, formado por "virote" e "soalha", utilizado para medir a altura em graus que une o horizonte ao astro e dessa forma determinar os azimutes, antes e depois de sua passagem meridiana.[1][2] A balestilha também é referida como "Báculo de Jacob".[3][4][5]

A versão do instrumento na imagem é própria para ser usada em alto mar, através de observações da altura do Sol na identificação da latitude do navio. A origem do seu nome remonta ou de “balhestra”, que significa besta, a arma medieval, ou, mais provavelmente, do árabebalisti”, que significa altura , nesse caso a vertical do astro.

Foi um instrumento náutico bastante utilizado pelos Portugueses na Época dos Descobrimentos, e a sua primeira descrição encontra-se no Livro de Marinharia de João de Lisboa em 1514.[6] No entanto, há descrições anteriores, atribuídas a Jacob Ben Machir Ibn Tibbon(Prophatius) e Levi Ben Gerson (Gersónides).[1][7]

A primeira imagem da utilização de uma balestilha pode ser encontrada no Regimento de navegacion(1552) de Pedro Medina.

Balestilha no Regimento de navegacion(1552) de Pedro Medina

Terá sido o primeiro instrumento desta época para trazer o astro ao horizonte do mar, mesmo tendo aparecido depois do astrolábio e do quadrante.[8] Foi dos instrumentos náuticos mais utilizados durante os Descobrimentos portugueses.

É basicamente constituída por uma régua de madeira ("virote") na qual se coloca a "soalha" que corre na perpendicular em relação ao virote. A leitura do ponto onde se encontrava o astro era feita no ponto da escala gravada no virote onde a soalha se encontrava.

Para medir a altura de uma estrela, que não seja o Sol, coloca-se o olho na extremidade do virote e desloca-se a soalha de modo que a aresta superior coincida com a estrela e a inferior com o horizonte. A altura da estrela é dada pela leitura do número que se encontra inscrito no ponto do virote onde fica a soalha.

Para saber a altura do sol, a acção não decorria virada de frente para o astro, mas sim de costas para este, para que a vista não fosse danificada pela intensidade da luz do sol o que limitava o seu uso em terra ou quando o sol se encontrava perto do horizonte.

Referências

  1. a b K. M. Mathew (1988). History of the Portuguese navigation in India, 1497-1600. [S.l.]: Mittal Publications. pp. 16–. ISBN 978-81-7099-046-8. Consultado em 16 de setembro de 2011 
  2. Serrão, Joel. «Balestilha». Dicionário de História de Portugal. 1. Porto: Livraria Figueirinhas e Iniciativas Editoriais. p. 283. 3500 páginas 
  3. A balestilha
  4. IKOR, Olivier; “Caravelas – O Século de Ouro dos Navegadores Portugueses”; Casa das Letras, Alfragide, 2011; pg. 68
  5. Ver também: "“Ano Internacional da Astronomia – Dia 312 – Construção de uma balestilha”" (lido em 17/07/2011)
  6. Goldstein, B. R. (2011). Levi ben Gerson and the Cross Staff Revisited (PDF). Aleph. 11. [S.l.: s.n.] pp. 365–383 
  7. Fuat Sezgin (2007). Mathematical Geography and Cartography in Islam and Their Continuation in the Occident: Historical presentation, pt. 1-2. [S.l.]: Institute for the History of Arabic-Islamic Science. ISBN 978-3-8298-0061-7. Consultado em 16 de setembro de 2011 
  8. Luís Henrique Dias Tavares (1999). O primeiro século do Brasil: da expansão da Europa Ocidental aos governos gerais das terras do Brasil. [S.l.]: EDUFBA. ISBN 978-85-232-0181-4. Consultado em 16 de setembro de 2011 

Ligações externas

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