Brahmacharya
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Brahmacharya (/ˌbrɑːməˈtʃɑːrjə/; Devanágari: ब्रह्मचर्य) é um conceito dentro de algumas religiões indianas que significa literalmente "conduta consistente de Brahma"[1].
Em um contexto, brahmacharya é o primeiro dos quatro Ashramas (estágios da vida), tendo Grihasthya (chefe da família), Vanaprastha (vida na floresta) e Sannyasa (renúncia), como os outros estágios do sistema Ashrama[2]. O estágio brahmacharya, desde a infância até os vinte e cinco anos de idade, é focado na educação e é inclusa a prática do celibato[3]. Nesse contexto, isso conota castidade durante a fase de estudante para o propósito de aprender com um guru (professor), e durante estágios posteriores para atingir libertação espiritual (Sânscrito: moksha)[3].
Em outro contexto, brahmacharya é a virtude do celibato quando ainda não casado e fidelidade quando casado[4][5]. Representa um estilo de vida virtuoso que também inclui viver de modo simples, meditação e outros comportamentos[6][7].
Nas tradições monásticas do hinduísmo, jainismo, e budismo, brahmacharya implica, entre outras coisas a renúncia obrigátoria do sexo e do casamento[8], pois é considerado necessário para a prática espiritual de um monge[9]. As noções ocidentais da vida religiosa, tal como praticadas em contextos monásticos, refletem essas características.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A palavra "brahmacharya" se origina de duas palavras em sânscrito:
1. Brahma é como deus é chamado nas Vedas, as principais escrituras hinduístas.
2. charya (चर्य), que significa "ocupação com, engajamento, procedimento, conduta, para seguir, depois de". É comumente traduzido como "atividade", "conduta" ou "modo de se comportar".
Nos textos indianos antigos e de era medieval, o termo brahmacharya é um conceito com um significado mais complexo, indicando um estilo de vida geral propício para a busca de conhecimento sagrado e libertação espiritual[10].
Brahmacharya é o meio, e não o fim. Ele usualmente inclui limpeza, ahimsa, viver de modo simples, estudos, meditação, e restrição voluntária de certos tipos de alimento, intoxicantes e comportamentos (incluindo o comportamento sexual)[10][7].
Referências
- ↑ 1957-, Lochtefeld, James G., (2002). The illustrated encyclopedia of Hinduism 1st ed ed. New York: Rosen. ISBN 0823922871. OCLC 41612317
- ↑ Martins, Roberto de Andrade. «A vida sagrada: os quatro estágios (āśramas) da vida dos brāhmaṇas. MARTINS, Roberto de Andrade». MARTINS, Roberto de Andrade. A vida sagrada: os quatro estágios (āśramas) da vida dos brāhmaṇas. Pp. 65-100, in: GNERRE, Maria Lucia Abaurre; POSSEBON, Fabricio (orgs.). Cultura oriental. Filosofia, língua e crença. Vol. 2. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2012. (ISBN 978-85-7745-954-4) (em inglês)
- ↑ a b (Sociologist), Sharma, Rajendra K. (2004). Indian society, institutions and change. New Delhi: Atlantic. ISBN 8171566650. OCLC 61727709
- ↑ 1935-, Taylor, Louise, (1993). A woman's book of yoga : a journal for health and self-discovery. Boston: Charles E. Tuttle Co. ISBN 0804818290. OCLC 28929334
- ↑ D., Long, Jeffery (2009). Jainism : an introduction. London: I.B. Tauris. ISBN 9781441638397. OCLC 608555139
- ↑ 1963-, Sobo, Elisa Janine,; 1948-, Bell, Sandra, (2001). Celibacy, culture, and society : the anthropology of sexual abstinence. Madison: University of Wisconsin Press. ISBN 0299171604. OCLC 44727846
- ↑ a b S., Alter, Joseph (2011). Moral materialism : sex and masculinity in modern India. New Delhi: Penguin Books. ISBN 9780143417415. OCLC 782252555
- ↑ Carl., Olson, (2008). Celibacy and religious traditions. New York: Oxford University Press. ISBN 9780195306316. OCLC 85862345
- ↑ DR Pattanaik (1998), The Holy Refusal, MELUS, Vol. 23, No. 2, Páginas 113–127
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