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Conjuntos de números
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Um número inteiro é um número que pode ser escrito sem um componente fracional. Por exemplo, 21, 4, 0, e −2048 são números inteiros, enquanto 9.75, 52, e √2 não são. O conjunto dos números inteiros é representado pelo símbolo , cuja letra é originada da palavra alemã Zahlen ([ˈtsaːlən], "números").[1][2]
Os inteiros (juntamente com a operação de adição) formam o menor grupo que contém o monoide aditivo dos números naturais. Como os números naturais, os inteiros formam um conjunto infinito contável.
Os números inteiros podem ser simétricos, quando os números têm sinais opostos, ou pode existir também o valor absoluto de um número inteiro, que é a distância entre a origem e o número.
Conjunto dos inteiros não nulos
+ Conjunto dos inteiros não negativos
+ Conjunto dos inteiros não negativos, excluindo zero
- Conjunto dos inteiros não positivos
- Conjunto dos inteiros não positivos, excluindo zero
Propriedades básicas das operações (adição) e (multiplicação):[3]
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Há diversos campos numéricos verificando as propriedades abaixo. Dizemos que eles têm uma mesma estrutura algébrica, a qual é chamada de anel de integridade. O campo dos inteiros, , é o mais simples e conhecido dos anéis de integridade, e tem o seguinte conjunto de propriedades básicas:
Para todos :
- [a operação é fechada]
- [a operação é fechada]
- [associatividade da ]
- [associativa da ]
- [0 é o elemento neutro da ]
- [1 é o elemento neutro da ]
- [comutatividade da ]
- [comutatividade da ]
- tal que [ é o simétrico de ]
- [distributividade da ]
- ou [integridade da ]
Unicidade do elemento neutro da multiplicação
Vamos supor por absurdo que existem dois elementos neutros da multiplicação e , com
Como é elemento neutro da multiplicação, então:
Como é elemento neutro da multiplicação, então:
Temos: [Comutatividade da multiplicação]
É absurdo, pois é diferente de por hipótese.
Então o elemento neutro da multiplicação é único.
Unicidade do elemento simétrico
Vamos supor que existem dois simétricos e de , tal que .
[Existência do elemento neutro]
[Existência do inverso na adição]
[Associativa]
[Comutativa]
[Associativa]
[Existência do elemento neutro]
Notação para o simétrico de é .
Como por hipótese não podemos ter .
Logo o simétrico da adição é único.
Com isso podemos definir a subtração:
Multiplicação por
Distributividade
[Comutativa]
[Distributiva e Comutativa]
Sendo e números inteiros:
Observe que, para e
Logo temos, (vem da definição de soma em )
Agora podemos provar:
[Associatividade]
Sendo e números inteiros
[Comutatividade]
[Distributiva]
Logo ou , como , por hipótese temos:
Temos que se ou isso significa que
Com isso os números inteiros ficam divididos em:
Inteiros não negativos
Inteiros não positivos
Inteiros positivos
Inteiros negativos
Observação: temos no caso particular , temos , somente se
Notação:
As relações e são compatíveis com a adição e a multiplicação, conforme os resultados:
Proposição:
Sendo
A relação de ordem é preservada na adição:
Esta demonstração é de forma análoga à anterior.
A relação de ordem é preservada na multiplicação por inteiros positivos:
Observe que quando
para , ou seja,
para , ou seja,
O valor absoluto de um número inteiro é a distância modular, e é definido como a distância do número até a origem(0):
Tomar o valor absoluto de um número inteiro consiste basicamente em deixá-lo inalterado se o número for positivo ou nulo, e apagar seu sinal, caso ele seja negativo.
Exemplo:
,
O divisor de um número inteiro , é todo inteiro capaz de transformar o inteiro num produto de inteiros: (para algum número inteiro ).
Sempre que for divisor de , também costuma-se empregar as seguintes terminologias alternativas, sinônimas:
"o inteiro divide ", o que pode ser abreviado com a notação: ;
"o inteiro é múltiplo de "
Exemplo:
Os divisores de são
Todos eles são não-nulos, e temos respectivamente:
Atenção:
- zero só é divisor de si mesmo;
- todos os inteiros são divisores de zero.
Se é divisor de , então também é.
Hipótese:
Tese:
Temos que
Então
, sendo
, pela definição de divisor
Se é divisor de e é divisor de , então ou
Hipótese: e
Tese:
Temos que ,
,
ou
- Para
- Para
Como sempre são divisores de cada número inteiro , dizemos que eles são os divisores triviais, ou os divisores impróprios, de .
Nos casos em que e , temos exatamente dois divisores triviais. Contudo, em todos os demais casos de , temos exatamente quatro divisores triviais.
Número primo é todo inteiro cujos divisores são todos triviais. Isto equivale a dizer que um número primo é todo inteiro com exatamente quatro divisores: .
Número composto é todo inteiro que tem ao menos um divisor não trivial. Isto equivale a dizer que um número composto é todo inteiro com cinco ou mais divisores.
Chamamos de divisor comum de dois ou mais números inteiros, todo inteiro que seja divisor de cada um desses inteiros.
Exemplo:
Os divisores de são , enquanto que os divisores de são . Assim, os divisores comuns de e são .
Dizemos que dois números inteiros são relativamente primos, ou primos entre si se tiverem como divisores comuns apenas os divisores triviais e .
Proposição: todo número primo que não dividir um inteiro dado, é relativamente primo com .
Demonstração: Sendo um primo dado e um número inteiro. Temos que os divisores de são , , e , como não divide , seus únicos divisores comuns serão e .
Chamamos de máximo divisor comum de dois ou mais números inteiros, o maior dos divisores comuns desses inteiros. A notação indicará o máximo divisor comum dos inteiros , .
Exemplo:
Temos , pois os divisores comuns de e são e .
Note que:
- o sempre existe, a menos que .
- o conjunto de divisores comuns de qualquer conjunto de dois ou mais números inteiros nunca é vazio (pois sempre são divisores comuns deles) e é finito (pois os divisores de estão entre e ).
- o , em particular, sempre é positivo.
- .
- Dizer que dois números e são primos entre si, é o mesmo que dizer que .
Fatoração: sendo , com inteiros, dizemos que são fatores de e que é uma fatoração desse .
Ex:
O mdc também pode ser calculado a partir do Algoritmo de Euclides.
A ideia da divisão euclidiana consiste em separar um todo em partes iguais. Essa divisão pode ocorrer de forma exata (quando a união dessas partes resulta no número original) ou de forma inexata (quando ocorre o contrário). No contexto dos números inteiros, corresponde ao todo, e corresponde a cada uma das partes iguais. Ou seja:
- A divisão exata de por equivale a dizer que existe um número inteiro tal que: .
Exemplo:
- A divisão inexata de por equivale a dizer que existe um número inteiro tal que: , onde (resto) é menor que
Exemplo:
Há apenas uma maneira de fazer uma divisão exata, mas há maneiras diferentes de se fazer uma divisão inexata. Podemos dividí-las em: inexatas por falta (a mais utilizada, como ) e inexatas por excesso (como ).
Este teorema afirma que os números primos funcionam como base para a construção de todo e qualquer número inteiro (exceto e ), fazendo apenas multiplicações. Este teorema tem uma importância tão grande que é chamado de Teorema Fundamental da Aritmética.
A fatoração em primos de um inteiro , pode ser escrita de diversas maneiras, como por exemplo:
- Existem primos possivelmente repetidos, tais que .
- Existem primos tais que .
- Existem primos distintos , e respectivos inteiros positivos , tais que .
Assim, por exemplo,
Dois inteiros admitem relações binárias como =, > e <.
A ordem de Z é dada por ... < −2 < −1 < 0 < 1 < 2 < ... e faz de Z uma ordenação total sem limite superior ou inferior. Chama-se de inteiro positivo os inteiros maiores que zero; o próprio zero não é considerado um positivo. A ordem é compatível com as operações algébricas no seguinte sentido:
- se a < b e c < d, então a + c < b + d
- se a < b e 0 < c, então ac < bc
Inteiro é frequentemente um tipo primitivo em linguagem de programação, normalmente com 1, 2, 4, ou 8 bytes de comprimento (8, 16, 32, ou 64 bits). Observe, porém, que um computador pode apenas representar um subconjunto dos inteiros com estes tipos, já que os inteiros são infinitos e uma quantidade de bits fixa limita a representação a um máximo de 2 à potência do número de bits ( para bytes, para arquiteturas de 32 bits, etc). No entanto, o uso de técnicas de inteligência artificial permitem que computadores representem e raciocinem sobre o conjunto dos inteiros.
O RSA é o mais conhecido dos métodos de criptografia de chave pública. Ele foi criado em 1978 por R. L. Rivest, A. Shamir e L. Adleman, que na época trabalhavam no MIT e é o mais usado em aplicações comerciais atualmente. A construção deste sistema é baseada nas propriedades da Teoria dos Números e suas principais características são: simplicidade, chave pública e extrema dificuldade em violar o código.
Referências