Cidade Alta (Natal)
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Bairro do Brasil | ||
Foto da Avenida Rio Branco | ||
Localização | ||
Localização da Cidade Alta em Natal. | ||
Coordenadas | ||
Unidade federativa | Rio Grande do Norte | |
Região administrativa | Zona Leste de Natal | |
Município | Natal | |
Características geográficas | ||
Área total | 94,10 HA | |
População total | 6,692 hab. |
Cidade Alta, também conhecido como Centro, é um bairro da cidade Natal, tendo sido o primeiro a ser criado na Capital, em 25 de dezembro de 1599.[1][2][3]
História
[editar | editar código-fonte]O sítio da futura cidade do Natal foi escolhido por ser num chão elevado e firme à margem direita do Rio Potengi. Na Praça André de Albuquerque, localizada no bairro, foram inaugurados, em 1599, o Pelourinho e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (Catedral Antiga), com a celebração da primeira missa. Este lugar foi a primeira rua da cidade que, inicialmente, se chamava Rua Grande. Neste trecho, erguia-se a cadeia, com o Senado da Câmara e o sobrado do Governo. Havia ainda, a provedoria fiscal, depois Real Erário, e algumas igrejas, ainda hoje existentes, que constituem o sítio histórico do Natal, dentre as quais se destacam as igrejas de Nossa Senhora da Apresentação (catedral antiga) e a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.[4]
Somente na segunda metade do Século XIX, apareceu calçamento nas ruas do bairro. Depois da Rua Grande, a segunda maior via da Cidade Alta era Rua Santo Antônio, mais popular por fixar a população e pela proximidade da fonte do "rio de beber água" ou Baldo.[4]
A história desse bairro em muito se confunde com a da cidade, uma vez que esta cresceu muito lentamente nos primeiros séculos de existência. Segundo Luís da Câmara Cascudo, foi o prefeito Omar O'Grady quem pôs Natal no caminho do Século XX, ao substituir o aterro colonial com o calçamento, a paralelepípedo, na Avenida Junqueira Aires. Em 1935, o prefeito Miguel Bilro realizou o prolongamento da Avenida Rio Branco até a Ribeira, através da Vila Barreto. No Século XX começa o processo de verticalização da cidade do Natal, com a destruição de antigos casarões e da memória arquitetônica do bairro e, consequentemente, da cidade.[4]
Características
[editar | editar código-fonte]Bairro comercial
[editar | editar código-fonte]A Cidade Alta é um importante bairro comercial, uma vez que possui diversas lojas instaladas ao longo da Avenida Rio Branco e da Rua João Pessoa, bem como nas imediações dessas vias. Historicamente a área foi loteada majoritariamente por lojas de variados tipos, bem como por diferentes instituições financeiras, e foi o maior centro comércio de Natal por muitos anos.[5][1]
Todavia, atualmente, o bairro enfrenta um decréscimo dessa atividade, que passou a cair em razão da competição e da migração da clientela e de lojistas para os grandes shopping centers da Capital, bem como para o bairro do Alecrim, que se mantém relevante nessa seara. Outro fator importante para a retração na atividade comercial do Centro foi a Pandemia de COVID-19, que levou muitos comerciantes a fecharem as portas. Como reflexo dessa conjuntura, em 2021 a Cidade Alta registrou o menor número de negócios ativos em 10 anos,[5] situação que piorou em 2022 com a desativação de lojas âncoras e a inércia do poder público, segundo comerciantes da região.[6]
Construções e prédios históricos
[editar | editar código-fonte]O bairro abriga a sede da Prefeitura Municipal do Natal e a sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, além de ter em sua respectiva circunscrição, por muitos anos, a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte.[1][7]
A região possui arquitetura diversificada, estampada em variados prédios históricos, a exemplo da Pinacoteca Potiguar, que abrigou o Governo do Estado do Rio Grande do Norte.[8][9]
O bairro conta com o marco de Santa Cruz da Bica, importante monumento construído em 1599 com o intento de demarcar os limites urbanos da cidade, bem como para sedimentar a fé católica.[10]
Polo artístico e cultural
[editar | editar código-fonte]Nos anos 1980 a Cidade Alta estava estabelecida como um dos principais locais de encontro da população natalense, quando reunia, além das tradicionais lojas de departamento, cinemas, lanchonetes, cafés e outras atrações voltadas às famílias da Capital à época. Todavia, com o crescimento da cidade, a área foi perdendo o fôlego e chegou a ficar deserta durante a noite.[11]
Esse cenário vem mudando através dos anos, considerando a resistência de pequenos empresários, artistas e produtores culturais, que tem buscado ocupar a área com atividades culturais, movimento que também vem ganhando apoio do poder público.[11][12] Um dos símbolos da resistência cultural do bairro é o Beco da Lama, espaço cultural boêmio que vem sendo valorizado e que se tornou referência na cidade. O Beco conta com diferentes eventos, bares e painéis urbanos que exibem artes em grafite e é frequentado por diferentes classes sociais da cidade, trazendo movimento ao bairro durante a noite.[13][14]
Referências
- ↑ a b c «Cidade Alta: o bairro origem do município do Natal (RN)». Brasil de Fato. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ SEMURB, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (2010). «Bairros de Natal» (PDF). Prefeitura do Natal. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 16 de maio de 2022
- ↑ «Natal: meu bairro, minha cidade» (PDF). Prefeitura do Natal. 2009. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 15 de outubro de 2019
- ↑ a b c SOUZA, Itamar (2008). Nova História de Natal 2 ed. Natal: Departamento Estadual de Imprensa. 792 páginas. Consultado em 25 de Outubro de 2022
- ↑ a b «Cidade Alta tem menor número de negócios ativos em 10 anos - 16/10/2021 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 16 de outubro de 2021
- ↑ «Fechamento de grandes lojas quebra comércio na Cidade Alta - 03/05/2023 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 4 de maio de 2023
- ↑ «Transferência para a nova sede do TJRN será de forma gradual». 14 de agosto de 2021. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ «Pinacoteca do Estado é restaurada e reaberta - 08/12/2021 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2021
- ↑ Costa, Andrea; Amaral, Patrícia (2014). Centro histórico de Natal: Guia para turistas e moradores (PDF). Natal: Editora IFRN. p. 61. ISBN 978-85-8333-006-6. Cópia arquivada (PDF) em 4 de janeiro de 2021
- ↑ «Fundado em 1599, marco em Natal amanhece destruído em Dia Nacional do Patrimônio Histórico». G1. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ a b «Cidade Alta renova fôlego com agenda cultural - 11/12/2018 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ «Movimentos de resistência e cultura na cidade de Natal-RN: a criação dos lugares a partir das intervenções temporárias.». Periódicos UFES. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ «Reduto histórico, artístico e boêmio de Natal ganha pintura e projeto de revitalização». G1. Consultado em 25 de outubro de 2022
- ↑ «Natal resgata a arte urbana em muros e paredes do Beco da Lama - 18/05/2019 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022