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Cidade Alta (Natal)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cidade Alta
  Bairro do Brasil  
Foto da Avenida Rio Branco
Foto da Avenida Rio Branco
Foto da Avenida Rio Branco
Localização
Localização da Cidade Alta em Natal.
Localização da Cidade Alta em Natal.
Localização da Cidade Alta em Natal.
Coordenadas
Unidade federativa  Rio Grande do Norte
Região administrativa Zona Leste de Natal
Município  Natal
Características geográficas
Área total 94,10 HA
População total 6,692 hab.


Cidade Alta, também conhecido como Centro, é um bairro da cidade Natal, tendo sido o primeiro a ser criado na Capital, em 25 de dezembro de 1599.[1][2][3]

Ver artigo principal: Centro Histórico de Natal

O sítio da futura cidade do Natal foi escolhido por ser num chão elevado e firme à margem direita do Rio Potengi. Na Praça André de Albuquerque, localizada no bairro, foram inaugurados, em 1599, o Pelourinho e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (Catedral Antiga), com a celebração da primeira missa. Este lugar foi a primeira rua da cidade que, inicialmente, se chamava Rua Grande. Neste trecho, erguia-se a cadeia, com o Senado da Câmara e o sobrado do Governo. Havia ainda, a provedoria fiscal, depois Real Erário, e algumas igrejas, ainda hoje existentes, que constituem o sítio histórico do Natal, dentre as quais se destacam as igrejas de Nossa Senhora da Apresentação (catedral antiga) e a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.[4]

Catedral Nova na Avenida Deodoro da Fonseca.
Igreja de Santo Antônio (Igreja do Galo) situa-se na Cidade Alta

Somente na segunda metade do Século XIX, apareceu calçamento nas ruas do bairro. Depois da Rua Grande, a segunda maior via da Cidade Alta era Rua Santo Antônio, mais popular por fixar a população e pela proximidade da fonte do "rio de beber água" ou Baldo.[4]

A história desse bairro em muito se confunde com a da cidade, uma vez que esta cresceu muito lentamente nos primeiros séculos de existência. Segundo Luís da Câmara Cascudo, foi o prefeito Omar O'Grady quem pôs Natal no caminho do Século XX, ao substituir o aterro colonial com o calçamento, a paralelepípedo, na Avenida Junqueira Aires. Em 1935, o prefeito Miguel Bilro realizou o prolongamento da Avenida Rio Branco até a Ribeira, através da Vila Barreto. No Século XX começa o processo de verticalização da cidade do Natal, com a destruição de antigos casarões e da memória arquitetônica do bairro e, consequentemente, da cidade.[4]

Características

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Bairro comercial

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A Cidade Alta é um importante bairro comercial, uma vez que possui diversas lojas instaladas ao longo da Avenida Rio Branco e da Rua João Pessoa, bem como nas imediações dessas vias. Historicamente a área foi loteada majoritariamente por lojas de variados tipos, bem como por diferentes instituições financeiras, e foi o maior centro comércio de Natal por muitos anos.[5][1]

Todavia, atualmente, o bairro enfrenta um decréscimo dessa atividade, que passou a cair em razão da competição e da migração da clientela e de lojistas para os grandes shopping centers da Capital, bem como para o bairro do Alecrim, que se mantém relevante nessa seara. Outro fator importante para a retração na atividade comercial do Centro foi a Pandemia de COVID-19, que levou muitos comerciantes a fecharem as portas. Como reflexo dessa conjuntura, em 2021 a Cidade Alta registrou o menor número de negócios ativos em 10 anos,[5] situação que piorou em 2022 com a desativação de lojas âncoras e a inércia do poder público, segundo comerciantes da região.[6]

Construções e prédios históricos

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O bairro abriga a sede da Prefeitura Municipal do Natal e a sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, além de ter em sua respectiva circunscrição, por muitos anos, a sede do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte.[1][7]

A região possui arquitetura diversificada, estampada em variados prédios históricos, a exemplo da Pinacoteca Potiguar, que abrigou o Governo do Estado do Rio Grande do Norte.[8][9]

O bairro conta com o marco de Santa Cruz da Bica, importante monumento construído em 1599 com o intento de demarcar os limites urbanos da cidade, bem como para sedimentar a fé católica.[10]

Polo artístico e cultural

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Nos anos 1980 a Cidade Alta estava estabelecida como um dos principais locais de encontro da população natalense, quando reunia, além das tradicionais lojas de departamento, cinemas, lanchonetes, cafés e outras atrações voltadas às famílias da Capital à época. Todavia, com o crescimento da cidade, a área foi perdendo o fôlego e chegou a ficar deserta durante a noite.[11]

Esse cenário vem mudando através dos anos, considerando a resistência de pequenos empresários, artistas e produtores culturais, que tem buscado ocupar a área com atividades culturais, movimento que também vem ganhando apoio do poder público.[11][12] Um dos símbolos da resistência cultural do bairro é o Beco da Lama, espaço cultural boêmio que vem sendo valorizado e que se tornou referência na cidade. O Beco conta com diferentes eventos, bares e painéis urbanos que exibem artes em grafite e é frequentado por diferentes classes sociais da cidade, trazendo movimento ao bairro durante a noite.[13][14]

Referências

  1. a b c «Cidade Alta: o bairro origem do município do Natal (RN)». Brasil de Fato. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  2. SEMURB, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (2010). «Bairros de Natal» (PDF). Prefeitura do Natal. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 16 de maio de 2022 
  3. «Natal: meu bairro, minha cidade» (PDF). Prefeitura do Natal. 2009. Consultado em 20 de outubro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 15 de outubro de 2019 
  4. a b c SOUZA, Itamar (2008). Nova História de Natal 2 ed. Natal: Departamento Estadual de Imprensa. 792 páginas. Consultado em 25 de Outubro de 2022 
  5. a b «Cidade Alta tem menor número de negócios ativos em 10 anos - 16/10/2021 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 16 de outubro de 2021 
  6. «Fechamento de grandes lojas quebra comércio na Cidade Alta - 03/05/2023 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 4 de maio de 2023 
  7. «Transferência para a nova sede do TJRN será de forma gradual». 14 de agosto de 2021. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  8. «Pinacoteca do Estado é restaurada e reaberta - 08/12/2021 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2021 
  9. Costa, Andrea; Amaral, Patrícia (2014). Centro histórico de Natal: Guia para turistas e moradores (PDF). Natal: Editora IFRN. p. 61. ISBN 978-85-8333-006-6. Cópia arquivada (PDF) em 4 de janeiro de 2021 
  10. «Fundado em 1599, marco em Natal amanhece destruído em Dia Nacional do Patrimônio Histórico». G1. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  11. a b «Cidade Alta renova fôlego com agenda cultural - 11/12/2018 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  12. «Movimentos de resistência e cultura na cidade de Natal-RN: a criação dos lugares a partir das intervenções temporárias.». Periódicos UFES. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  13. «Reduto histórico, artístico e boêmio de Natal ganha pintura e projeto de revitalização». G1. Consultado em 25 de outubro de 2022 
  14. «Natal resgata a arte urbana em muros e paredes do Beco da Lama - 18/05/2019 - Notícia - Tribuna do Norte». www.tribunadonorte.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2022