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Clima do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mapa climático do Brasil de acordo com a classificação climática de Köppen.

O clima do Brasil é diversificado em consequência de fatores variados, como a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenças climáticas regionais.[1] As massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a massa tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica.

Segundo o INMET, a maior temperatura registrada oficialmente no Brasil foi 44,8 °C em Araçuaí, Minas Gerais, no dia 19 de novembro de 2023,[2][3][4] superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 44,7 °C em 21 de novembro de 2005.[5] Já a menor temperatura registrada de forma oficial no país foi −14 °C, medida pela EPAGRI no município de Caçador, em Santa Catarina, em 30 de junho de 1952.[6][7] Contudo, há um registro extraoficial de −17,8 °C no Morro da Igreja, em Urubici, no mesmo estado, em 29 de junho de 1996.[8]

Bertioga, cidade do litoral norte do estado de São Paulo, possui o recorde de chuva acumulada em 24 horas, de 682 mm em 19 de fevereiro de 2023. Esse valor foi medido pelo Cemaden.[9]

Pequeno afluente do rio Amazonas no Brasil.
Ver artigo principal: Clima equatorial

Ocorre na região Amazônica, ao norte do Mato Grosso e a oeste do Maranhão e está sob ação da massa de ar equatorial continental – de ar quente e geralmente úmido. Suas principais características são temperaturas médias elevadas (25 °C a 27 °C); chuvas abundantes, com índices próximos de 2,000 mm/ano, e bem distribuídas ao longo do ano; e reduzida amplitude térmica, não ultrapassando 3 °C. No inverno, essa região pode sofrer influência da massa polar atlântica, que atinge a Amazônia ocidental ocasionando um fenômeno denominado "friagem", ou seja, súbito rebaixamento da temperatura em uma região normalmente muito quente.

Tropical semiúmido

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Ver artigo principal: Clima tropical

Abrange toda a região central do país, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do Brasil, em Roraima. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (entre 18 °C e 28 °C), com significativa amplitude térmica de (5 °C e 7 °C), e estações bem definidas – um verão quente e chuvoso e inverno ameno e seco. Apresenta alto índice pluviométrico, em torno de 1,500 mm/ano. A estação chuvosa é o verão, quando a massa equatorial continental está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa massa diminui a umidade e então ocorre a estação seca.

Tropical de altitude

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Campos do Jordão é a cidade mais alta do Brasil.
Ver artigo principal: Clima tropical de altitude

É encontrado nas partes mais elevadas, entre 500 m e 1 000 m, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange trechos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo. Sofre a influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre 18 °C e 26 °C, e amplitude térmica anual entre 7 °C e 9 °C. No inverno, as geadas acontecem com certa frequência em virtude da ação das frentes frias originadas da massa polar atlântica.

Tropical atlântico ou tropical úmido

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Rio de Janeiro.
Ver artigo principal: Clima tropical úmido

Estende-se pela faixa litorânea do Ceará ao extremo leste de São Paulo. Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. O clima é quente com variação de temperatura entre 18 °C e 26 °C e a amplitude térmica é maior à medida que se avança em direção ao Sul -, úmido e chuvoso durante todo o ano.

Neve no município de Guarapuava - PR em 2013.
Ocorrência de geada no Parque Barigui, em Curitiba.
Ver artigo principal: Clima subtropical

É o clima das latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul do estado de São Paulo e região da Grande São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Está localizado na faixa de luminosidade temperada, contudo, não apresenta várias características do clima temperado. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina temperatura média de 18 °C e amplitude térmica anual elevada para padrões brasileiros, de cerca de 10 °C. As chuvas variam dos 1 000 mm/ano aos 2 000 mm/ano e bem distribuídas anualmente. Há geadas com frequência e eventuais nevadas.

Em termos de temperatura, apresenta as quatro estações do ano relativamente bem marcadas. Os verões são um pouco quentes, na maior parte da Região Sul (Cfa, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger), enquanto os verões são amenos nas Serras Gaúcha e Catarinense, além do extremo sul do país, nas partes mais elevadas das Serras de Sudeste (caracterizado por Köppen como Cfb), com média anual de temperatura inferior aos 17 °C. Os invernos são frescos (frios para os padrões brasileiros), com a ocorrência de geadas em toda a sua área de abrangência, havendo a ocorrência de neve nas partes mais elevadas da região. A neve ocorre com regularidade anual apenas acima dos 1.000 metros de altitude (constituindo uma pequena área entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sendo, nas áreas mais baixas, de ocorrência mais esporádica, não ocorrendo todos os anos.

Nos pontos mais altos do planalto, onde pode ocorrer a neve durante os dias de inverno, estão situadas as cidades mais frias do país: São Joaquim e Urupema, em Santa Catarina, e São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, as três com temperatura média anual de 13 °C. O local mais frio do país é creditado ao cume do Morro da Igreja, no município de Urubici, próximo a São Joaquim, o ponto habitado mais alto da Região Sul do país.

Ver artigo principal: Clima semiárido
Paisagem de caatinga predominante no semiárido brasileiro.

Típico do interior do Nordeste, região conhecida como o Polígono das Secas, que corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médios e inferiores do rio São Francisco. Sofre a influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27 °C) e chuvas escassas (em torno de 500 mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega no litoral norte da Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa.

O país tem 11% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[10]

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais detectaram no norte da Bahia uma porção de ambiente árida ou desértica. Eles também divulgaram estudos sobre a ampliação do clima semiárido para outras áreas do país,com estimativa de extensão da cobertura climática em mais de 75 mil km².[11] O cálculo feito e reconhecido pela Organização Meteorológica Mundial, é feito pelo índice de registro pluviométrico anual sendo dividido pela evapotranspiração de cada área. Em porções menos úmidas, o valor fica abaixo de 1. A região fica semiárida se ficar entre 0,21 e 0,5. Abaixo de 0,21, detecta-se o espaço desértico.[12] O monitoramento é feito a cada 20 anos pelo Inpe e este fato, pode ter relações com as mudanças climáticas e o aquecimento global[13]

Ver artigo principal: Ventos no Brasil

No Brasil o regime de ventos é bastante complexo, sobressaindo os sistemas de alta pressão dos anticiclones subtropicais do Atlântico Sul e do Atlântico Norte, e a faixa de baixas pressões da depressão equatorial.[14] No Sudeste os ventos sopram de leste a nordeste, com origem no anticiclone subtropical atlântico, que é semifixo, recebendo ainda a influência de diversos outros fatores, como o jato subtropical e o aquecimento continental.[15]

Referências

  1. Alvares, Clayton Alcarde; Stape, José Luiz; Sentelhas, Paulo Cesar; de Moraes Gonçalves, José Leonardo; Sparovek, Gerd (2013). «Köppen's climate classification map for Brazil». Meteorologische Zeitschrift (em inglês). 22 (6): 711–728. doi:10.1127/0941-2948/2013/0507 
  2. «Calor de 44,8°C: Araçuaí (MG) tem o dia mais quente no histórico de medições do Brasil, diz Inmet». G1. 20 de novembro de 2023. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  3. Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «Valores Extremos - Temperatura Máxima». Consultado em 20 de novembro de 2023 
  4. Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) [@inmet_] (20 de novembro de 2023). «#Calor: Araçuaí (MG) teve a maior temperatura já registrada no Brasil, até o momento!» (Tweet) – via Twitter 
  5. Terra (26 de novembro de 2005). «Piauí tem a temperatura mais alta em 96 anos». Consultado em 13 de outubro de 2011. Arquivado do original em 30 de outubro de 2014 
  6. «Recordes de frio em SC». EPAGRI/CIRAM. 2011. Consultado em 2 de setembro de 2011. Arquivado do original em 16 de maio de 2010 
  7. Vieira H; et al. «CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA PRELIMINAR DE CAÇADOR/SC: ALTERAÇÕES MICROCLIMÁTICAS NO PERÍODO DE 1942-2006» (PDF). Anais 1980-2006. Congressos Brasileiros de Meteorologia. Consultado em 24 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 4 de março de 2016 
  8. Fantástico (18 de junho de 2006). «Sibéria brasileira no sul do Brasil». Globo.com. Consultado em 20 de novembro de 2023. Arquivado do original em 20 de março de 2008 
  9. Canal Rural (21 de fevereiro de 2023). «Litoral de SP teve maior volume de chuva já registrado no Brasil». Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  10. «Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO». www.fao.org 
  11. https://olhardigital.com.br/2024/01/21/ciencia-e-espaco/clima-arido-e-identificado-pela-primeira-vez-no-brasil/
  12. https://www.poder360.com.br/brasil/inpe-identifica-area-com-clima-arido-no-norte-da-bahia-pela-1a-vez/
  13. https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/noticias-cemaden/estudo-do-cemaden-e-do-inpe-identifica-pela-primeira-vez-a-ocorrencia-de-uma-regiao-arida-no-pais/nota-tecnica_aridas.pdf/@@download/file
  14. institucional (2001). «Regime de ventos sobre o Brasil». Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  15. Antônio Carlos de Carvalho Melo Filho (n.d.). «Sistemas de Circulação Atmosférica Atuantes no Sudeste Brasileiro». Guia 4 Ventos. Consultado em 1 de fevereiro de 2016