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Conspiração Tarquiniana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Conspiração Tarquiniana foi uma conspiração elaborada por senadores e líderes da Roma Antiga em 509 a.C. para reintegrar a monarquia e para colocar Tarquínio, o Soberbo de volta ao trono. Os conspiradores foram descobertos e executados.

Os lictores trazem os filhos de Bruto, por Jacques-Louis David, no Museu do Louvre

Em 509 a.C. a monarquia romana, através de um golpe arquitetado por Lúcio Júnio Bruto, juntamente com o senado e os patrícios da cidade, foi tombada e a república foi estabelecida, havendo eleições para dois cônsules que governariam a cidade numa base anual. O golpe teve como motivação o ressentimento geral perante o comportamento do rei Tarquínio, o Soberbo, bem como de seu filho Sexto Tarquínio que violou Lucrécia, uma mulher romana de ascendência patrícia.[1]

Bruto foi eleito como um dos primeiros dois cônsules de Roma em 509 a.C. Nesse ano, os embaixadores da família real chegaram a Roma com o objectivo de persuadir o senado a devolver os seus objectos pessoais que tinham sido apreendidos durante o golpe. Em segredo, enquanto o senado romano debatia sobre o pedido feito, os embaixadores procuraram partidários da monarquia para formar uma conspiração com vista a readmitir a família real na cidade. Dois irmãos da mulher de Bruto, do gens dos Vitélios, ambos os quais senadores, lideraram a conspiração, juntamente com três irmãos da gens dos Aquílios, e outros líderes cujos nomes já não se encontram registados. Dois dos filhos de Bruto, Tito Júnio Bruto e Tibério Júnio Bruto, juntaram-se a eles.[2]

Um escravo da gens Vitélios, que tinha testemunhado uma reunião dos conspiradores que estava a decorrer na casa do seu mestre, alertou os cônsules que imediatamente apreenderam os embaixadores e conspiradores sem grande alvoroço. Os embaixadores da família real tinham persuadido os conspiradores a confirmar a sua dedicação à causa monárquica na escrita, por isso a culpa dos conspiradores não estava em causa.[3] Os embaixadores foram libertados por respeito à lei das nações. Porém, os traidores foram condenados à morte, incluindo os filhos de Bruto.[4]

Os cônsules apresentaram-se no tribunal para testemunhar a execução. Os lictores foram encarregados de realizar o castigo. Os traidores foram despidos, espancados com varas e só então decapitados. o cônsul Bruto, ao que se diz, teria se entregado à emoção enquanto assistia a punição dos seus filhos. Ao escravo, que revelara a conspiração, foi-lhe concedido a sua liberdade e o estatuto como um cidadão romano, e foi-lhe também presenteado uma quantia de dinheiro.[4]

Referências

  1. Lívio 27-25 a.C., p. I.58-60.
  2. Lívio 27-25 a.C., p. II.3-4.
  3. Lívio 27-25 a.C., p. II.4.
  4. a b Lívio 27-25 a.C., p. II.5.
  • Lívio, Tito (27–25 a.C.). Ab Urbe condita libri. [S.l.: s.n.]