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Cristina Morales

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cristina García Morales, mais conhecida como Cristina Morales (Granada, 1985), é uma escritora espanhola, considerada pela crítica como uma das jovens escritoras mais talentosas da literatura.[1][2] Entre as suas obras mais conhecidas está Leitura fácil, cujas protagonistas são quatro mulheres com deficiência cognitiva que vivem em Barcelona, e que em 2018 obteve o Prémio Herralde de Novela e em 2019 o Prémio Nacional de Narrativa.[3][4][5]

É licenciada em Direito e Ciências Políticas pela Universidade de Granada, trabalha como intérprete jurídica e reside em Barcelona.[6] Em 2002 e 2006 ganhou o Certamen Andaluz de Escritores Noveles na modalidade de conto e romance curto, respetivamente, e no ano seguinte conseguiu uma bolsa como residente na Fundação Antonio Gala para Jovens Criadores de Córdoba. Tem trabalhado como dramaturga para o Sala de Teatro da Universidade de Granada e para o Eutopía, Festival de Jovens Criadores (Córdoba, 2008).[7]

2008 - La merienda de las niñas

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Em 2008 publicou o livro de contos La merienda de las niñas e cinco anos depois publicou o seu primeiro romance: Los combatientes, com o qual ganhou o Prémio Injuve de Novela.[8] Em 2015 foi finalista do prémio Francesc Candel com o microconto El hombre de los buzones .[9]

2015 - Malas palavras - ReivindicarTeresa de Cepeda

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Também em 2015 publicou Malas palavras, um projeto encomendado pela editora Lumen por ocasião do quinto centenário de Santa Teresa de Jesús, assumindo a voz da própria santa.[10] Morales recria um suposto diário escrito por Teresa de Jesús, em 1562, enquanto a autora do Siglo de Oro redige o 'Livro da Vida'. Nele, Cristina Morales defende a figura de Teresa de Jesús sob uma perspetiva humana: "Ela foi a primeira mulher que ousou acusar os homens de cortarem as asas às mulheres. Deveria ser reivindicada pelas anarcofeministas mais radicais. Teresa de Jesus deixa-me perplexa. Qualquer político ou membro do Governo deveria ter vergonha ao convocar a sua figura, e poucos dirão que ela foi uma feminista.". Sequestrada pela Igreja, encurralada pelo progressismo. "Foi uma líder da Contrarreforma, mas foi colocada num nicho e neutralizada. Não a estudámos humanamente. O contrário do que se fez, por exemplo, com um seu contemporâneo, san Juan de la Cruz", explica Cristina Morales ao falar do seu trabalho de recuperação dessa escritora.[11] Uma história que, segundo ela, continua a ser injusta para com as mulheres:[12]

Woolf y Munro y Santa Teresa de Jesús luchaban por la habitación propia, sí, pero esa lucha sigue vigente. A ellas les discutían que para qué quería una mujer nada propio e íntimo. A nosotras nos discuten que cómo no vamos a trabajar diez horas al día por 800 euros al mes. Sólo una escritora que sea pudiente, o que se halle sometida a las tiranías del mundo laboral, o que okupe, puede permitirse disfrutar de una habitación propia.
— Cristina García Morales. Ellos publican mucho, ellas innovan más

2017 - Terroristas modernos

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Em 2017, com o apoio da III Bolsa Han Nefkens do Mestrado em Criação Literária da UPF Barcelona,[12] publica Terroristas modernos, romance que narra a chamada "conspiração do triângulo" em 1816, um complô fracassado contra Fernando VII de Espanha e que permite traçar paralelismos com a política atual: terrorismo, violência de Estado, manipulação da imprensa, etc.[13][14] A democracia moderna - explica Morales - é um acto de terrorismo contra os que são governados e o território que ocupam. É o mecanismo de controlo mais afinado de todos. A máquina violenta que é o Estado dentro de suas fronteiras e fora é a mais afinada de que temos memória. Desde os finais do XVIII até aos dias que correm foi sendo aperfeirçoada.[15]

2018 - Leitura fácil

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Em 2018 publica o romance Lectura fácil cujo título faz referência ao conceito de leitura fácil utilizado para descrever adaptações destinadas a facilitar a leitura e compreensão para pessoas com dificuldades cognitivas, migrantes, ou com baixa escolaridade, etc.[1]

O romance narra a vida de quatro mulheres com deficiência intelectual que convivem numa habitação social em Barcelona. Nele, as protagonistas Marga, Nati, Patricia e Àngels, com laços familiares e origens em comum, e diferentes graus de deficiência cognitiva enfrentam várias formas de controlo social, ao mesmo tempo que partilham uma habitação social numa Barcelona mestiça e opressiva, marcada por desemprego, despejos, mentiras, okupas, a Plataforma de Afectados pela Hipoteca e os ateneus libertários. A autora reivindica os indivíduos administrativamente denominados como pessoas com deficiência cognitiva ou diversidade funcional.[4]

O romance venceu o Prémio Herralde de Novela de 2018 e o Prémio Nacional de Narrativa em 2019.[4]

Outros Projetos

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Cristina Morales faz parte do grupo feminista de dança contemporânea Iniciativa Sexual Feminina, desde 2017.[16]

Em 2020, Morales aparece como produtora do disco La Resaca de los Muertos do grupo punk AT-ASKO.[17]

  • Los combatientes (2013)[18]
  • Malas palabras (2015), publicada en 2020 como Introducción a Teresa de Jesús
  • Terroristas modernos (2017)
  • Lectura fácil (2018)[19]
  • La merienda de las niñas (2008), Cuadernos del Vigía.
  • 2002 Certamen Andaluz de Escritores Noveles en relato
  • 2006 Certamen Andaluz de Escritores Noveles en novela corta
  • 2007 Beca en la Fundación Antonio Gala para Jóvenes Creadores (Córdova)
  • 2013 Premio Injuve de Novela con Los combatientes
  • 2018 Prémio Herralde de novela con Lectura fácil..[20]
  • 2019 Premio Nacional de Narrativa
  1. a b «Cristina Morales «Nosotras no gestionamos fortunas, gestionamos la miseria»» (em espanhol). El Topo. 21 de novembro de 2020. Consultado em 16 de dezembro de 2020 
  2. «Cristina Morales: «Me interesa la moral del juego, contraria a la del aburrimiento»» (em espanhol). Consultado em 14 de agosto de 2016 
  3. 'Lectura fácil': las revolucionarias discapacitadas de Cristina Morales, El periódico, 9 de enero de 2019
  4. a b c Cristina Morales gana el Herralde con una novela sobre la discapacidad, eldiario.es, 5 de noviembre de 2018
  5. «Cristina Morales, Premio Nacional de Narrativa 2019 por 'Lectura fácil'». eldiario.es (em espanhol). Consultado em 22 de outubro de 2019 
  6. «Malas palabras, de Cristina Morales | eñe. Revista para leer». revistaparaleer.com. Consultado em 14 de agosto de 2016. Arquivado do original em 24 de junio de 2016  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  7. «Presentación del libro "Los combatientes" de Cristina García Morales». Junta de Andalucía. Consultado em 14 de agosto de 2016 
  8. Juan Luís Tapia (12 de maio de 2013). «Los combatientes». ideal.es (em espanhol). Consultado em 14 de agosto de 2016 
  9. «Lliurats els Premis Francesc Candel 2015 - El Digital D Barcelona | Ajuntament de Barcelona». eldigital.barcelona.cat. Consultado em 14 de agosto de 2016 
  10. Córdoba, Diario. «Cristina Morales: 'Santa Teresa, de mojigata, no tenía nada'». Consultado em 14 de agosto de 2016 
  11. «Ya quisiera yo el coño de santa Teresa. Noticias de Cultura». Consultado em 14 de agosto de 2016 
  12. Josep Massot (14 de agosto de 2016). «Ellos publican mucho, ellas innovan más». La Vanguardia. Consultado em 14 de agosto de 2016 
  13. «Cristina Morales publica la novela Terroristas modernos, fruto de la III Beca Han Nefkens del Máster en Creación Literaria». www.barcelonaschoolofmanagement.upf.edu (em espanhol). Consultado em 12 de agosto de 2017 
  14. Pardo, Carlos (29 de maio de 2017). «La revolución postergada». EL PAÍS (em espanhol). Consultado em 12 de agosto de 2017 
  15. «Cristina Morales: "El DNI es un artefacto terrorista"». El Español (em espanhol). Consultado em 12 de agosto de 2017 
  16. «Iniciativa Sexual Femenina – Colectivo de danza con deseo de aproximarse a la danza contemporánea desde una perspectiva feminista, libertaria y antiacademicista.» (em espanhol). Consultado em 30 de agosto de 2021 
  17. «Cristina Morales». Guanda (em italiano). Consultado em 30 de agosto de 2021 
  18. Los combatientes - Megustaleer. [S.l.: s.n.] ISBN 9788415451228. Consultado em 14 de agosto de 2016 
  19. 'Lectura fácil': las revolucionarias discapacitadas de Cristina Morales, El periódico, 9 de enero de 2019
  20. «Cristina Morales: "Yo no sabía que tenía una identidad hasta que vine a Barcelona"». ELMUNDO (em espanhol). Consultado em 11 de novembro de 2018 

Ligações externas

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