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Diogo Pacheco de Amorim

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Diogo Pacheco de Amorim
Diogo Pacheco de Amorim
Diogo Pacheco de Amorim
Vice-Presidente da Assembleia da República
No cargo
Período 27 de março de 2024 até à atualidade
Legislatura XVI da República Portuguesa
Deputado à Assembleia da República pelo Distrito do Porto
No cargo
Período 29 de março de 2022
até à atualidade
Legislaturas XVI da República Portuguesa
XV da República Portuguesa
Deputado à Assembleia da República pelo Distrito de Lisboa
Período 14 de setembro de 2021
até 8 de outubro de 2021
Legislatura XIV da República Portuguesa
Adjunto da Direção Nacional do CHEGA
Período 30 de maio de 2021
até à atualidade
Presidente André Ventura
Vice-presidente do CHEGA
Período 9 de abril de 2019
até 30 de maio de 2021
Presidente André Ventura
Dados pessoais
Nome completo Diogo Velez Mouta Pacheco de Amorim
Nascimento 10 de março de 1949 (75 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Portuguesa
Alma mater Universidade de Coimbra
Partido CHEGA (2019-presente)
CDS-PP (anteriormente)
PND (anteriormente)
MIRN (anteriormente)MDLP (anteriormente)
Religião Catolicismo Romano
Profissão Político

Diogo Velez Mouta Pacheco de Amorim (nasceu a 10 de março de 1949) é um político português. Atualmente, assume as funções de Vice-Presidente da Assembleia da República, deputado à Assembleia da República, adjunto da direção nacional e coordenador do Departamento das Comunidades Portuguesas do CHEGA.

Licenciou-se em filosofia, na Universidade de Coimbra, onde foi colega e partilhou a política com o advogado José Miguel Júdice. Assume-se como "conservador liberal". Pacheco de Amorim é católico, bem como a sua família. É neto de Diogo Pacheco de Amorim, que foi Professor Catedrático na Universidade de Coimbra, deputado na primeira e na segunda República, político católico e monárquico íntimo de António de Oliveira Salazar; sobrinho de José Bayolo Pacheco de Amorim, por longos anos Presidente da Causa Monárquica e de Fernando Pacheco de Amorim, que foi Secretário-Geral do Partido do Progresso logo após o 25 de Abril. Diogo Pacheco de Amorim foi deputado à Assembleia da República em substituição de André Ventura,[1] e é considerado um dos ideólogos do partido CHEGA, de cuja direção nacional é adjunto.[2][3] Nas eleições legislativas de 2022 foi eleito deputado à Assembleia da República, pelo distrito do Porto, tendo repetido a eleição pelo mesmo círculo eleitoral em 2024.

Carreira política

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Inicio na política

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Pacheco de Amorim foi dirigente do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), uma organização terrorista de extrema direita responsável por ataques bombistas durante o "verão quente" de 1975, assim como a morte de Padre Max e a sua aluna Maria de Lurdes Ribeiro Correia[4]. Foi também ex-assessor do antigo presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Diogo Freitas do Amaral, e antigo chefe de gabinete de Manuel Monteiro.[5]

Fez parte de movimentos estudantis integracionistas da sua época, que contestavam a descolonização e defendiam Portugal e as províncias ultramarinas como um todo. Exilou-se para Madrid para fugir do COPCON. Passou ainda por partidos como o Movimento para a Independência e Reconstrução Nacional (MIRN), do polémico general Kaúlza de Arriaga, e mais tarde pelo CDS-PP e Partido da Nova Democracia (PND), partido de que foi ideólogo, juntamente com Manuel Monteiro.[6]

Partido CHEGA

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Posições políticas

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Diogo Pacheco de Amorim reserva um papel secundário para o Estado, reduzindo-o às funções de Defesa, Justiça e Política Externa. No resto, vê-o como regulador e árbitro, quase sem mão na Economia. É a favor de uma redução fiscal drástica, do princípio do cidadão “utilizador-pagador” e do desmantelamento do aparelho burocrático da administração pública e pela eliminação de incentivos, subsídios, apoios e benefícios que, na sua perspetiva, só devem ser garantidos a pessoas em situação de absoluta incapacidade de subsistência.[2]

De acordo com o programa do Chega, de que foi o principal autor e no qual reproduziu partes da declaração de princípios do Partido da Nova Democracia (PND), liderado por Manuel Monteiro, do qual foi também dirigente, Diogo apoia a “despolitização” do ensino e atribuiu às famílias o primado da transmissão de valores sociais às crianças. Segundo ele, a escola deve preocupar-se em consolidar os “valores culturais e civilizacionais judaico-cristãos» e cívicos, entre eles “a disciplina e o respeito pelos mais velhos, pelos professores, pela autoridade”. Para Diogo, a família natural é “heterossexual” e o Estado deve desincentivar casamentos e adoções por casais do mesmo sexo.[7]

No dia 24 de fevereiro de 2021 foi anunciado que seria cabeça de lista à presidência da câmara municipal de Cascais, nas eleições de 2021.[8][9][10] Porém, no dia 20 de março foi substituído por João Rodrigues dos Santos na candidatura à presidência da câmara e assumiu a candidatura à Assembleia Municipal de Cascais.[11]

Relações externas

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O vice-presidente do CHEGA concorda dos ideias da Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen, embora não concorde com Fidesz, o partido do Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, é um admirador deste líder político. Pacheco de Amorim defende a saída de Portugal da Organização das Nações Unidas, pois segundo este é "uma agência de divulgação do marxismo cultural e do globalismo massificador". É expressamente contra a concessão da cidadania portuguesa, no qual critica a imigração ilegal, mas defende a imigração legal, em vista dos imigrantes trabalharem.[2]

Atividade interna no partido

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Diogo Pacheco de Amorim iria originalmente substituir André Ventura no parlamento durante a campanha presidencial, mas a proposta foi chumbada.[12][13]

No XI Conselho Nacional do partido, atacou a oposição interna "“Afinal, parece que os castelhanos não vieram. Não apareceram, esfumaram-se!" e "quem não tem coragem das suas opiniões e posições não tem lugar na política decente, nem num partido decente”.[14][15]

Deputado na Assembleia da República

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Entre 9 de setembro e 8 de outubro de 2021, assume o mandato de deputado à Assembleia da República em substituição de André Ventura, presidente do CHEGA, que pediu a suspensão de mandato para acompanhar o processo das eleições autárquicas de 2021.[16] Numa das suas primeiras intervenções como deputado, prestou homenagem ao ex-presidente Jorge Sampaio "Como tal e assim sendo, curvo-me perante a sua memória", deixando também uma palavra de solidariedade à família e ao partido Socialista.[17]

Nas eleições legislativas de 2022 foi eleito deputado na Assembleia da República, pelo distrito do Porto.[18] No dia 3 de fevereiro de 2022, em conferência de imprensa André Ventura apresentou o seu nome para a candidatura do CH, na qualidade de 3.ª força política mais representada, a Vice-Presidente da Assembleia da República, não tendo logrado ser eleito para o referido cargo e tendo obtido 35 votos a favor (aquém dos 116 votos necessários correspondentes a maioria absoluta), 183 votos brancos e seis votos nulos. O CH apresentou nova candidatura ao cargo de vice-presidente da Assembleia da República, com Gabriel Mithá Ribeiro, que também não obteve aprovação.[19][20][21][22]

Pacheco de Amorim, lamentou a "falta de destaque dada neste orçamento a uma indispensável reestruturação e profundo reforço das Forças Armadas e atirou: "pelos vistos, não aprendemos nada com o que se está a passar na Ucrânia".[23]

Na Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, propôs a "condenação" do PCP pela sua posição sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.[24] Argumentou que a postura do PCP é “no mínimo ambígua e no máximo claramente reprovável”.[24]

Comissões Parlamentares

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  • Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas [Vice-Presidente da Comissão];
  • Comissão de Agricultura e Pescas [suplente];
  • Comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local [suplente].

A 10 de março de 2024, foi novamente eleito deputado à Assembleia da República pelo CHEGA, pelo círculo eleitoral de Porto.[25][26] No dia da sua tomada de posse como deputado, André Ventura indicou que seria a escolha da bancada do CHEGA para Vice-Presidente da Assembleia da República.[27][28] No dia 27 de março, foi eleito Vice-Presidente da Assembleia da República com 129 votos.[29] Dessa forma, é o primeiro vice-presidente da Assembleia, indicado pelo CHEGA, tendo em conta que, na legislatura anterior, os quatro nomes foram rejeitados: o seu nome, Gabriel Mithá Ribeiro, Rui Paulo Sousa e Jorge Galveias.[30][31]

Resultados eleitorais

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Eleições legislativas

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Data Partido Distrito Posição CI. Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
2019 CHEGA Lisboa 2.º (em 48) 9.º 22 053
2,00 / 100,00
Novo
1 / 48
Aumento1 Não eleito Foi deputado quando André Ventura suspendeu o seu mandato por um mês.
2022 Porto 2.º (em 40) 5.º 42 998
4,37 / 100,00
Aumento3,76
2 / 40
Aumento2 Eleito
2024 3.º 170 910
15,33 / 100,00
Aumento10,96
7 / 40
Aumento5 Eleito Vice-Presidente da Assembleia da República

Referências

  1. «Visão | Diogo Pacheco de Amorim, deputado do Chega que substituiu Ventura, tem ordenado do partido penhorado». Visão. 16 de setembro de 2021. Consultado em 19 de setembro de 2021 
  2. a b c «Visão | Das bombas de 75 ao Parlamento: Quem é e como pensa Diogo Pacheco de Amorim (que poderá substituir Ventura)». Visão. 23 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  3. Figueiredo, Inês André. «Quem entra, quem sai e quem muda de lugar. As novidades na direção de André Ventura». Observador. Consultado em 1 de junho de 2021 
  4. «MOVIMENTO DEMOCRÁTICO DE LIBERTAÇÃO DE PORTUGAL (MDLP)». Setenta e Quatro. Consultado em 27 de março de 2024 
  5. Borges, Liliana. «Diogo Pacheco de Amorim: "Politicamente, o chumbo da suspensão de mandato é um favor gigantesco feito a André Ventura"». PÚBLICO. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  6. «Quem é Pacheco de Amorim, o ideólogo na sombra de Ventura?». www.sabado.pt. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  7. «Programa político do Chega: o mercado é quem mais ordena». SIC Notícias. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  8. Lusa, Agência. «Pacheco Amorim candidato do Chega em Cascais». Observador. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  9. «Visão | Pacheco Amorim candidato do Chega em Cascais». Visão. 24 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  10. «Autárquicas. Pacheco Amorim é candidato pelo Chega a Cascais». SIC Notícias. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  11. «Chega troca Pacheco Amorim por Rodrigues dos Santos em Cascais, Nuno Afonso em Sintra». www.jn.pt. Consultado em 20 de março de 2021 
  12. Lusa. «André Ventura vai pedir em Setembro suspensão temporária do mandato no Parlamento». PÚBLICO. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  13. Carrapatoso, Miguel Santos. «André Ventura pede suspensão de mandato como deputado e ameaça recorrer para o Constitucional». Observador. Consultado em 27 de fevereiro de 2021 
  14. Ameixa, Inês. «Ventura aponta baterias a opositores internos, fala em "destino" e deixa uma promessa: não vai desistir até ser primeiro-ministro de Portugal - como aconteceu». Observador. Consultado em 19 de setembro de 2022 
  15. «Chega. André Ventura sai legitimado de uma Batalha sem opositores internos». Jornal SOL. Consultado em 19 de setembro de 2022 
  16. Comissão de Transparência aprova suspensão de mandato de André Ventura, Lusa 09.09.2021
  17. Lusa, Agência. «Partidos à direita ressalvam diferenças mas elogiam o exemplo de Sampaio». Observador. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  18. «Eleições Legislativas 2022». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  19. «O candidato do Chega a vice-presidente da AR militou na direita armada do MDLP no pós-25 de abril». Expresso. 3 de fevereiro de 2022. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  20. «Chega indica Diogo Pacheco de Amorim para vice-presidência da AR». TSF Rádio Notícias. 3 de fevereiro de 2022. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  21. «Chega indica Diogo Pacheco de Amorim como candidato a vice-presidente da AR». SIC Notícias. 3 de fevereiro de 2022. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  22. «Cotrim Figueiredo e dois candidatos do Chega chumbados para vice-presidentes da Assembleia da República». Observador. 31 de março de 2022. Consultado em 3 de abril de 2022 
  23. «PSD e Chega criticam falta de investimento na Defesa em contexto de guerra». www.cmjornal.pt. Consultado em 22 de abril de 2022 
  24. a b «Parlamento cria grupo de trabalho para criar posição conjunta de condenação da invasão russa da Ucrânia». CNN Portugal. Consultado em 29 de abril de 2022 
  25. «Eleições Legislativas 2024». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 11 de março de 2024 
  26. «Conheça a lista de deputados que vão compor o nosso Parlamento». Notícias ao Minuto. 11 de março de 2024. Consultado em 11 de março de 2024 
  27. «SIC Notícias em direto». SIC Notícias. Consultado em 26 de março de 2024 
  28. «Chega propõe Diogo Pacheco de Amorim para vice-presidente da Assembleia da República». www.cmjornal.pt. Consultado em 1 de abril de 2024 
  29. «Pacheco de Amorim: do MDLP ao Nova Democracia, perfil do primeiro vice-presidente da AR vindo do Chega». Expresso. 27 de março de 2024. Consultado em 1 de abril de 2024 
  30. Chega elege vice-presidente da AR. Quem é Diogo Pacheco de Amorim, que pertenceu à ala política da direita armada do MDLP?, consultado em 1 de abril de 2024 
  31. ECO (27 de março de 2024). «Teresa Morais, Marco Perestrello, Pacheco de Amorim e Rodrigo Saraiva eleitos vice-presidentes da AR». ECO. Consultado em 1 de abril de 2024