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Eir

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Menglöð sentado com as nove donzelas, incluindo Eir, em Lyfjaberg (1893) por Lorenz Frölich.

Na mitologia nórdica, Eir (nórdico antigo "ajuda, misericórdia")[1] é uma deusa e/ou valquíria associada a competências medicinais. Eir é mencionada na Edda poética, compilada no século XIII a partir de antigas fontes tradicionais; na Edda em prosa, escrita no século XIII por Snorri Sturluson; e na poesia escáldica, incluindo as inscrições rúnicas de Bergen, Noruega a cerca de 1300. Estudiosos têm especulado sobre se estas três fontes se referem ou não à mesma figura, questionando se Eir pode ou não ter sido originalmente uma deusa da cura e/ou uma valquíria. Outrossim, Eir tem sido teorizada como uma forma da deusa Frigg e tem sido comparada com a deusa grega Hígia (Hygieia).

Edda poética

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No poema Fjölsvinnsmál, Fjölsviðr encontra-se uma lista de donzelas que servem a Menglöð — entre elas Eir —, e relata que todas se encontram sentadas na colina Lyfjaberg (em nórdico antigo, «colina da cura»[2] ou «montanha da cura».[3] A seguir, o dialogo entre o herói Svipdagr e Fjölsviðr que menciona Eir:

Tradução de Henry Adams Bellows:
Svipdag diz:
"Agora responda, Fjolsvith, à pergunta que te faço,
A verdade que deveria saber agora:
Que donzelas são as que sobre os joelhos de Mengloth
Estão sentadas tão complacentes e próximas?"
Falda de Fjolsvith:
«Hlif é o nome de uma, Hlifthrasa de outra,
Thjothvara chamam à terceira;
Bjort e Bleik, Blith e Frith,
Eir e Aurboða[4]
Tradução de Benjamin Thorpe:
Vindkald.
Diz-me, Fiolsvith! etc.,
Como se chamam estas donzelas,
que se sentam sobre os joelhos de Menglod
juntas em harmonia?
Fiolsvith.
Hlif chama-se a primera, a segunda Hlifthursa,
a terceira Thiodvarta,
Biort e Blid, Blidr, Frid,
Eir e Orboda.[5]

Após o dialogo, Svipdagr pergunta se estas donzelas ajudariam se celebrassem blóts em seu favor. Fjölsviðr responde afirmativamente a Svipdagr:

Fjolsvith:
«Pronta ajuda a todos os que oferendas dão
Nos elevados altares sagrados;
E se perigo eles veem para os filhos dos homens,
Então todos os dias do mal eles guardam.»[6]
Fiolsvith.
A cada verão que os homens lhes oferecem,
no lugar sagrado,
nenhuma grande peste chegará aos filhos dos homens,
pois estarão livres de perigo.[7]

Edda prosaica

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Em Gylfaginning (35), a figura de Hár fornece breves descrições de 16 ásynjur. Hár cita Eira como sendo a terceira e menciona que «é uma excelente médica».[8] No capítulo 75 do livro Skáldskaparmál da Edda em prosa, Eir áparece numa lista de nomes de valquírias, mas não é relatada como uma das ásynjur no mesmo capítulo.[9]

Poesía escáldica e inscripciones rúnicas

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Na poesia escáldica, o nome Eira é frequentemente usado como kenning para as mulheres. Um exemplo é Eir aura («Eira das riquezas»), que aparece na Saga de Gísla Súrssonar.[10] Este mesmo nome é empregue de igual modo na obra dos poetas do século X Kormákr Ögmundarson e Alfredo, o Poeta Perturbado.[11]

Eira aparece também nas inscrições rúnicas de Bryggen, escritas sobre uma vara em Bergen, Noruega que remonta à década de 1300. A vara insculpe uma transação mercantil seguido de um verso de um escriba descontente:

Sensata Vár do fio [«mulher de filigranas», que significa «sábia mulher enjoiada»] faz (-me) manter sentado infeliz.
Eir [mulher] do chão de cavalas [como que ouro] consomem amiúde o sono de mim.[12]

Mindy Macleod e Bernard Mees postulam que a inscrição significa «as mulheres tornam-me miserável» ou possivelmente «o casamento torna-me miserável», enquanto que a segunda linha significa que «a mulheres tiram-me o sono».

O nome é frequentemente utilizado como kenning para as mulheres nas rímur poéticas.[13]

Referências

  1. Orchard (1997:36).
  2. Bellows, Henry Adams (Trad.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 248
  3. Simek, Rudolf (2007) translated by Angela Hall. Dictionary of Northern Mythology. D.S. Brewer. ISBN 0-85991-513-1 p. 198
  4. Bellows, Henry Adams (Trans.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 248–249
  5. Thorpe, Benjamin (Trans.) (1907). The Elder Edda of Saemund Sigfusson. Norrœna Society, p. 100
  6. Bellows, Henry Adams (Trad.) (1923). The Poetic Edda: Translated from the Icelandic with an introduction and notes by Henry Adams Bellows. New York: The American-Scandinavian Foundation, p. 249
  7. Thorpe, Benjamin (Trad.) (1907). The Elder Edda of Saemund Sigfusson. Norrœna Society, p. 100
  8. Faulkes, Anthony (Trad.) (1995). Snorri Sturluson: Edda. First published in 1987. London: Everyman. ISBN 0-460-87616-3 p. 29
  9. Faulkes, Anthony (Trad.) (1995). Snorri Sturluson: Edda. First published in 1987. London: Everyman. ISBN 0-460-87616-3 p. 157
  10. Olsen, Karin (1996). "Woman-kennings in Gísla Saga" as collected in Stanley, Gerald Eric. Toswell, M. J. (1996). Studies in English language and literature: "Doubt Wisely": Papers in Honour of E. G. Stanley. Routledge. ISBN 0-415-13848-5 p. 270
  11. Jónsson, Finnur (1931). Lexicon Poeticum. København: S. L. Møllers Bogtrykkeri, p. 104
  12. Macleod, Mindy. Mees, Bernard (2006). Runic Amulets and Magic Objects. Boydell Press. ISBN 1-84383-205-4 p. 59
  13. Jónsson, Finnur (1926–28). Ordbog til de af samfund til udg. af gml. nord. litteratur udgivne rímur samt til de af Dr. O. Jiriczek udgivne bósarimur. København: J. Jørgensen & Co., p. 74