Eko Eko Azarak
Eko Eko Azarak é a frase inicial de um encantamento Wiccan. O seu formato contemporâneo foi criado por Gerald Gardner, conhecido como o fundador do Wicca como uma corrente religiosa organizada e como o pai do revivalismo Neo-Pagão. Tendo destaque no ritual de Samhain que Gardner nos deixou, o formato tradicional é o seguinte:
- Eko, eko, Azarak
- Eko, eko, Zomelak
- Bazabi lacha bachabe
- Lamac cahi achababe
- Karrellyos
- Lamac lamac Bachalyas
- Cabahagy sabalyos
- Baryolos
- Lagoz atha cabyolas
- Samahac atha famolas
- Hurrahya![1]
Gardner também publicou a versão deste Encantamento em 1954 no seu romance esotérico High Magic's Aid. Há existência de uma outra variante em que se expande o Eko, Eko para quatro linhas, funcionando como salvação aos Deuses Wiccans, tais como Cernuno e Aradia.
Origens
[editar | editar código-fonte]Existem duas principais origens que ajudaram Gardner na criação deste Encantamento. As linhas iniciais, com o seu repetitivo Eko, Eko, vêm - aparentemente - de um artigo publicado em 1921, numa edição do Jornal Form, que era uma revista de arte esotérica editada por Austin Osman Spare. Este artigo, por J. F. C. Fuller, tinha a seguinte versão:
- Eko! Eko! Azarak! Eko! Eko! Zomelak!
- Zod-ru-kod e Zod-ru-koo
- Zon-ru-koz e Goo-ru-mu!
- Eo! Eo! Oo...Oo...Oo![2]
Fuller não nos dá qualquer fonte para a origem deste Encantamento, mas o texto que ele escreveu, com o seu repetitivo zod, é reminiscente da Linguagem Enoquiana de John Dee e Edward Kelly.
Gardner adicionou ao texto de Fuller uma variante, que aparece num texto francês do Século XIII: Le Miracle de Théophile, pelo trovador Rutebeud. Dito por uma personagem chamada Salatin, este usa as seguintes palavras para invocar o Diabo:
- (Ci conjure Salatins le deable.)
- Bagahi laca bachahé,
- Lamac cahi achabahé,
- Karrelyos.
- Lamac lamec bachalyos,
- Cabahagi sabalyos,
- Baryolas.
- Lagozatha cabyolas,
- Samahac et famyolas,
- Harrahya.[3]
Interpretações
[editar | editar código-fonte]Não é certo o significado das fontes acima ditas. Pennethorne Hughes, numa monografia publicada em 1952 sobre Bruxaria, afirma que o texto do Le Miracle de Théophile tem a sua origem numa versão basca.[4] Michael Harrison no seu livro The Roots of Witccraft, dá-nos interpretações mais especificas do Encantamento Basco. Na sua tradução, ele diz-nos que esse encantamento fala-nos sobre voos sobre o ar, sacrificios, jejum, beber e depois lavar os pratos.[5] De acordo com Raven Grimassi, alguns Wiccans acreditam que este Encantamento é uma Invocação das forças dos Quatro Elementos[6]
Referências
- ↑ Gerald Gardner, The Gardnerian Book of Shadows, 1949 redaction
- ↑ James W. Baker, "White Witches", in Magical Religion Then and Now, James R. Lewis, ed. (SUNY, 1996; ISBN 0-7914-2890-7)
- ↑ Le Miracle de Théophile, online text at Indiana University, accessed Jan. 15, 2008.
- ↑ Pennethorne Hughes, Witchraft (1952; repr. 1969, Pelican)
- ↑ Michael Harrison, "The Language of Witchcraft", in The Roots of Witchcraft (Citadel, 1974).
- ↑ Raven Grimassi, "Eko Eko Azarak", in Encyclopedia of Wicca and Witchcraft (Llewellyn, 2001; ISBN 1-56718-257-7).