Estudos de mídia
Os estudos de mídia são uma disciplina e sub-área da área da comunicação. Com inclinações epistemológicas tangentes à corrente estudos culturais, em ascensão dentro dos estudos em comunicação, os estudos em mídia abordam as relações entre mídia e sociedade. Sendo assim, seus objetos de estudo consistem em uma abordagem dos meios de comunicação de massa - como a TV, o rádio e o jornal impresso, por exemplo. Existe uma grande interdisciplinariedade entre os estudos em comunicação e ciências sociais percebido nos estudos de mídia.[1] Com a ascensão de mídias não-convencionais, com o advento da internet e posteriormente das web 2.0 e web 3.0, os estudos em mídia problematizam a ruptura na teoria social provocada pelas tecnologia digitais e virtuais.[2]
Anos 90
[editar | editar código-fonte]Durante os anos 90, houve um boom econômico conhecido como a nova economia, criando um momento em que a comunicação passou a ser central:
Os diversos meios de comunicação respondem por um lugar cada vez mais importante no contexto da chamada "nova economia", tanto direta (a parcela do mercado correspondente às empresas relacionadas à comunicação e informação aumentou exponencialmente) quanto indiretamente (na medida em que as trocas econômicas que se verificam nos mais diversos campos da produção de bens e serviços são fortemente dependentes da infra-estrutura tecnológica e da publicidade para se processarem eficazmente)."[1]
Os anos 90 ficaram marcados pelo surgimento de novas tecnologias digitais e virtuais, de comunicação e informação, altas taxas de crescimento econômico, baixa inflação e baixos índices de desemprego. Este cenário provocou otimismos em economistas, investidores e empresários, até a recessão de 2001. Atualmente, há um movimento que busca resgatar o termo "nova economia" para associar ao empreendedorismo digital e ao surgimento de start-ups,[3] ao mesmo tempo que demonstram a falta de uma dimensão crítica que provocou a derrocada da "nova economia" nos anos 90, ignorando que a indústria da comunicação é composta por grandes monopólios aos quais as empresas em ascensão são fagocitadas ou tornadas obsoletas através da imitação de recursos.[4]
Cursos e Ensino
[editar | editar código-fonte]A Universidade Federal Fluminense[5] foi a primeira instituição a oferecer em 2003 no Brasil, o curso de bacharelado em Estudos de Mídia. Desde 2020 essa graduação também pode ser cursada Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.[1]
Referências
- ↑ a b «Proposta pedagógica de curso e currículo pleno do Bacharelado em Estudos de Mídia da UFF». Universidade Federal Fluminense. Consultado em 13 de janeiro de 2020
- ↑ Trivinho, Eugênio (2001). O mal-estar da teoria. Rio de Janeiro: Quartet. 13 páginas. ISBN 8585696400
- ↑ Diniz, Janguiê (10 de abril de 2019). «A nova economia e as relações de consumo na era da inovação». Univeritas. Consultado em 13 de janeiro de 2020
- ↑ Felitti, Guilherme (12 de abril de 2019). «Em 2019, a briga para manter os monopólios se tornou explícita» (Podcast). Tecnocracia. Consultado em 13 de janeiro de 2020
- ↑ «Estudos de Mídia». Universidade Federal Fluminense. Consultado em 13 de janeiro de 2020