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Etoposido

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Etoposido
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 4'-demethyl-epipodophyllotoxin 9-[4,6-O-(R)-ethylidene-beta-D-glucopyranoside], 4' -(dihydrogen phosphate)
Identificadores
Número CAS 33419-42-0
PubChem 36462
DrugBank APRD00239
ChemSpider 4447613
Código ATC L01CB01
Propriedades
Fórmula química C29H32O13
Massa molar 588.49 g mol-1
Farmacologia
Biodisponibilidade Altamente variável, de 25 a 75%
Via(s) de administração Oral, intravenosa
Metabolismo Hepático (CYP3A4 envolvido)
Meia-vida biológica Oral: 6 h., IV: 6-12 h., IV em crianças: 3 h.
Ligação plasmática 97%
Excreção Renal e fecal
Classificação legal


POM (UK) -only (US)

Riscos na gravidez
e lactação
D(AU) D (EUA)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Fosfato de etoposido, etoposida ou etoposídeo (último conforme DCB [1]) é usado para retardar tumores.[2] É um inibidor da enzima topoisomerase II.

Uso medicinal

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É usado como forma de quimioterapia para doenças malignas como o sarcoma de Ewing, câncer de pulmão, câncer testicular, linfoma, leucemia não-linfocítica e glioblastoma multiforme. É geralmente administrado em combinação com outros medicamentos (como a Bleomicina, no tratamento de câncer de testículo). Também é usado às vezes em um regime preparatório antes de um transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). [3]

Administração

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O fármaco é administrado, tanto por via intravenosa (IV), como oralmente através de capsulas ou comprimidos. Caso o fármaco seja aplicado por IV, o procedimento deve ser feito de forma lenta, durante 30 a 60 minutos, visto que o composto é capaz de reduzir a pressão sanguínea enquanto administrado. Durante a infusão, a pressão sanguínea deve ser monitorada e a velocidade da aplicação, ajustada de acordo.

Efeitos colaterais

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Efeitos colaterais mais comuns durante o tratamento com Etoposido são:

  • redução da pressão sanguínea;
  • perda de cabelo;
  • dor e queimação na região do acesso venoso;
  • constipação e diarréia;
  • gosto metálico na boca;
  • e supressão da medula óssea, acarretando em:

Os efeitos menos comuns são:

Quando administrado concomitantemente à varfarina, pode causar sangramentos. [4]

Mecanismo de ação

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O etoposido forma um complexo ternário com o DNA e a enzima topoisomerase II, a qual auxilia no relaxamento do DNA superenrolado (positivo ou negativo). A topoisomerase II normalmente quebra as ligações em um mesmo ponto das duas fitas do DNA, permitindo que outra dupla-hélice passe pela abertura, reduzindo a tensão e torção da molécula. Uma vez atravessada a dupla-fita, a enzima restaura as ligações rompidas. A ligação com o etoposido, no entanto, impede que a enzima seja capaz de religar as fitas do DNA, fazendo com que a ruptura criada permaneça aberta e impedindo que a topoisomerase II saia do local e atue em outra região. Dessa forma, a atuação do fármaco resulta em quebras na dupla-fita de DNA (podendo ocasionar diversos efeitos deletérios na célula) e no esgotamento de topoisomerase II disponível no organismo. [5]

Células cancerígenas possuem maior dependência sobre a topoisomerase II do que células saudáveis, já que se aquelas se dividem muito mais rapidamente do que estas. Assim, há a ocorrência de mais erros na síntese de DNA, promovendo a apoptose da célula cancerígena. [3][6]

O etoposido é um semissintético derivado da podofilotoxina, extraída a partir do rizoma da mandrágora-americana (Podophyllum peltatum). Mais especificamente, é um glicosídeo formado por podofilotoxina e um derivado da D-glicose. É um composto similar ao teniposido (ou teniposídeo), sendo distinguíveis apenas por um grupo metila, substituído no teniposídeo por um grupo tienil. [7] Ambos os compostos foram desenvolvidos com o objetivo de criar derivados menos tóxicos da podofilotoxina. [8]

A substância é um pó cristalino, entre o branco e um amarelo-amarronzado. É solúvel em solventes orgânicos.

Geralmente, é utilizado em sua forma salina, o fosfato de etoposido.

Referências

  1. ANVISA e Sindusfarma. «Manual das Denominações Comuns Brasileiras» 
  2. Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. [tradução da 10. ed. original, Carla de Melo Vorsatz. et al] Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2005.
  3. a b Hande, K.R (setembro de 1998). «Etoposide: four decades of development of a topoisomerase II inhibitor». European Journal of Cancer (em inglês) (10): 1514–1521. doi:10.1016/S0959-8049(98)00228-7. Consultado em 17 de dezembro de 2022 
  4. The Gale encyclopedia of cancer : a guide to cancer and its treatments. Jacqueline L. Longe 2nd ed. ed. Detroit: Thomson/Gale. 2005. pp. 397–399. OCLC 59280343 
  5. Pommier, Yves; Leo, Elisabetta; Zhang, HongLiang; Marchand, Christophe (maio de 2010). «DNA Topoisomerases and Their Poisoning by Anticancer and Antibacterial Drugs». Chemistry & Biology (em inglês) (5): 421–433. PMC PMC7316379Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 20534341. doi:10.1016/j.chembiol.2010.04.012. Consultado em 18 de dezembro de 2022 
  6. Gordaliza, M; Garcı́a, P.A; Miguel del Corral, J.M; Castro, M.A; Gómez-Zurita, M.A (setembro de 2004). «Podophyllotoxin: distribution, sources, applications and new cytotoxic derivatives». Toxicon (em inglês) (4): 441–459. doi:10.1016/j.toxicon.2004.05.008. Consultado em 18 de dezembro de 2022 
  7. Arzneimittelwirkungen : Lehrbuch der Pharmakologie und Toxikologie ; mit einführenden Kapiteln in die Anatomie, Physiologie und Pathophysiologie ; 272 Tabellen. Ernst Mutschler 8., völlig neu bearb. und erw. Aufl ed. Stuttgart: Wiss. Verl.-Ges. 2001. pp. 894–895. OCLC 48723029 
  8. Arzneistoff-Profile : Basisinformation uber arzneiliche Wirkstoffe. U. Fricke, V. Dinnendahl, Arbeitsgemeinschaft fur Pharmazeutische Information. Frankfurt am Main: Govi-Verlag. 1982. OCLC 8776185