Fígado de Placência
O Fígado de Placência é um artefato etrusco encontrado em 26 de setembro de 1877, próximo a Gossolengo, na província de Placência, Itália. É um modelo de bronze em tamanho natural de um fígado de carneiro coberto com escritos etruscos. Os escritos sobre o fígado são nomes de deidades etruscas. É acreditado ser o modelo de bronze que serviu como ferramenta para sacerdotes quando praticavam haruspício. Foi datado do século IV-II a.C.[1][2] O fígado de bronze está agora à mostra no Museu Municipal de Placência, no Palácio Farnésio.
A borda externa do fígado apresenta ainda 16 setores como um modelo de cosmos: o céu era dividido pelos etruscos em dezesseis sedes, cada uma residida por uma determinada divindade. Isso era utilizado na etrusca doutrina dos relâmpagos.[2][3][4]
Inscrições
[editar | editar código-fonte]Os teônimos são abreviados e em muitos casos, a leitura até mesmo da abreviatura é contestada. Como resultado, existe um consenso para a interpretação de nomes individuais apenas em um pequeno número de casos. A leitura dada abaixo é a de Morandi (1991), a menos que indicado de outra forma:[5]
circunferência:[6]
- tin[ia]/cil/en
- tin[ia]/θvf[vlθas]
- tins/θneθ
- uni/mae uni/ea (Juno?)
- tec/vm (Cel? Telo?)
- lvsl
- neθ[uns] (Netuno)
- caθ[a] (Luna?[7])
- fuflu/ns (Baco)
- selva (Silvano)
- leθns
- tluscv
- celsc
- cvl alp
- vetisl (Véjove?)
- cilensl
interior:
- tur[an] (Vênus)
- leθn (como o n. 11)
- la/sl (Lares?)
- tins/θvf[vlθas] (como o n. 2)
- θufl/θas
- tins/neθ (como o n. 3?)
- caθa (como o n. 8)
- fuf/lus (como o n. 9)
- θvnθ(?)
- marisl/latr
- leta (Leda)
- neθ (como o n. 7)
- herc[le] (Héracles)
- mar[is] (Marte)
- selva (como o n. 10)
- leθa[m]
- tlusc (como o n. 12)
- lvsl/velch
- satr/es (Saturno)
- cilen (como o n. 16)
- leθam (como o n. 32)
- meθlvmθ
- mar[is] (como o n. 30)
- tlusc (como o n. 12)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas e referências
- ↑ Grummond, Nancy Thomson de (7 de dezembro de 2006). Etruscan Myth, Sacred History, and Legend (em inglês). Filadélfia: UPenn Museum of Archaeology. p. 67
- ↑ a b Gottarelli, Antonio (1 de outubro de 2017). Cosmogonica. Il fegato di Tiāmat e la soglia misterica del tempo. Dai miti cosmologici del Vicino Oriente Antico ad una nuova interpretazione del fegato etrusco di Piacenza (2). (em italiano). Bolonha: T.e.m.p.l.a.
- ↑ Gottarelli, Antonio (2018). Un’ombra tra le mani del tempo. La decifrazione funzionale del fegato etrusco di Piacenza (3). (em italiano). Bolonha: T.e.m.p.l.a.
- ↑ Stevens, Natalie L. C. (2009). «A New Reconstruction of the Etruscan Heaven». American Journal of Archaeology (2): 153–164. ISSN 0002-9114. Consultado em 22 de julho de 2021
- ↑ Morandi, Alessandro (1991). Nuovi lineamenti di lingua etrusca (PDF) (em italiano). [S.l.]: Massari
- ↑ começando no "norte" (o lado esquerdo da imagem mostrada acima) e indo em sentido horário, c.f. Nancy Thomson De Grummond, Etruscan Myth, Sacred History and Legend (2006), p. 50.
- ↑ de Grummond, Nancy T. (julho de 2008). «Moon over Pyrgi: Catha, an Etruscan Lunar Goddess?». American Journal of Archaeology. 112 (3): 419–428. ISSN 0002-9114. Consultado em 22 de julho de 2021
Leitura avançada
[editar | editar código-fonte]- Van der Meer, L.B. (1987). The bronze liver of Piacenza. Amsterdam: J.C. Gieben.