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Fígado de Placência

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fígado de Placência. Instrumento de instrução da arte/ciência da divinação dos Etruscos.

O Fígado de Placência é um artefato etrusco encontrado em 26 de setembro de 1877, próximo a Gossolengo, na província de Placência, Itália. É um modelo de bronze em tamanho natural de um fígado de carneiro coberto com escritos etruscos. Os escritos sobre o fígado são nomes de deidades etruscas. É acreditado ser o modelo de bronze que serviu como ferramenta para sacerdotes quando praticavam haruspício. Foi datado do século IV-II a.C.[1][2] O fígado de bronze está agora à mostra no Museu Municipal de Placência, no Palácio Farnésio.

A borda externa do fígado apresenta ainda 16 setores como um modelo de cosmos: o céu era dividido pelos etruscos em dezesseis sedes, cada uma residida por uma determinada divindade. Isso era utilizado na etrusca doutrina dos relâmpagos.[2][3][4]

Os teônimos são abreviados e em muitos casos, a leitura até mesmo da abreviatura é contestada. Como resultado, existe um consenso para a interpretação de nomes individuais apenas em um pequeno número de casos. A leitura dada abaixo é a de Morandi (1991), a menos que indicado de outra forma:[5]

circunferência:[6]

  1. tin[ia]/cil/en
  2. tin[ia]/θvf[vlθas]
  3. tins/θneθ
  4. uni/mae uni/ea (Juno?)
  5. tec/vm (Cel? Telo?)
  6. lvsl
  7. neθ[uns] (Netuno)
  8. caθ[a] (Luna?[7])
  9. fuflu/ns (Baco)
  10. selva (Silvano)
  11. leθns
  12. tluscv
  13. celsc
  14. cvl alp
  15. vetisl (Véjove?)
  16. cilensl

interior:

  1. tur[an] (Vênus)
  2. leθn (como o n. 11)
  3. la/sl (Lares?)
  4. tins/θvf[vlθas] (como o n. 2)
  5. θufl/θas
  6. tins/neθ (como o n. 3?)
  7. caθa (como o n. 8)
  8. fuf/lus (como o n. 9)
  9. θvnθ(?)
  10. marisl/latr
  11. leta (Leda)
  12. neθ (como o n. 7)
  13. herc[le] (Héracles)
  14. mar[is] (Marte)
  15. selva (como o n. 10)
  16. leθa[m]
  17. tlusc (como o n. 12)
  18. lvsl/velch
  19. satr/es (Saturno)
  20. cilen (como o n. 16)
  21. leθam (como o n. 32)
  22. meθlvmθ
  23. mar[is] (como o n. 30)
  24. tlusc (como o n. 12)

Notas e referências

  1. Grummond, Nancy Thomson de (7 de dezembro de 2006). Etruscan Myth, Sacred History, and Legend (em inglês). Filadélfia: UPenn Museum of Archaeology. p. 67 
  2. a b Gottarelli, Antonio (1 de outubro de 2017). Cosmogonica. Il fegato di Tiāmat e la soglia misterica del tempo. Dai miti cosmologici del Vicino Oriente Antico ad una nuova interpretazione del fegato etrusco di Piacenza (2). (em italiano). Bolonha: T.e.m.p.l.a.
  3. Gottarelli, Antonio (2018). Un’ombra tra le mani del tempo. La decifrazione funzionale del fegato etrusco di Piacenza (3). (em italiano). Bolonha: T.e.m.p.l.a.
  4. Stevens, Natalie L. C. (2009). «A New Reconstruction of the Etruscan Heaven». American Journal of Archaeology (2): 153–164. ISSN 0002-9114. Consultado em 22 de julho de 2021 
  5. Morandi, Alessandro (1991). Nuovi lineamenti di lingua etrusca (PDF) (em italiano). [S.l.]: Massari 
  6. começando no "norte" (o lado esquerdo da imagem mostrada acima) e indo em sentido horário, c.f. Nancy Thomson De Grummond, Etruscan Myth, Sacred History and Legend (2006), p. 50.
  7. de Grummond, Nancy T. (julho de 2008). «Moon over Pyrgi: Catha, an Etruscan Lunar Goddess?». American Journal of Archaeology. 112 (3): 419–428. ISSN 0002-9114. Consultado em 22 de julho de 2021 

Leitura avançada

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