Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Saltar para o conteúdo

Faixa de Gaza

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 Nota: Se foi redirecionado(a) para esta página e não é a que procura, consulte: Gaza (desambiguação).
Faixa de Gaza
قطاع غزة
Qiṭāʿ Ġazzah
Bandeira Faixa de Gaza
Mapa da Faixa de Gaza mostrando as áreas urbanas, campos de refugiados e pontos de travessia na fronteira.
Mapa da Faixa de Gaza mostrando as áreas urbanas, campos de refugiados e pontos de travessia na fronteira.
Capital Gaza
Maior cidade Rafa
Língua oficial árabe
Gentílico gazita ou gazeu[carece de fontes?]
Governo Autoridade Nacional
 • Presidente Mahmoud Abbas
 • Primeiro-ministro Ismail Haniya
Área
 • Total 365 km²
População
 • Estimativa para 2022 2 375 259[1] hab.
 • Densidade 6,507 hab./km²
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 • Total US$ 1,35 bilhão*
 • Per capita US$ 6 100
Fuso horário (UTC+2)
 • Verão (DST) (UTC+3)
Cód. Internet .ps
Cód. telef. +970

Faixa de Gaza (em árabe: قطاع غزة Qiṭāʿ Ġazzah, IPA: [qɪˈtˤɑːʕ ˈɣazza]) é um território palestino[2][3][4][5] composto por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste (11 km) e com Israel no leste e no norte (51 km). O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados.[6]

A população da Faixa de Gaza é de cerca de 2,4 milhões de pessoas.[1][7] Apesar da maior parte da população ter nascido na Faixa de Gaza, uma grande porcentagem se identifica como refugiados palestinos,[8] que fugiram para Gaza durante o êxodo palestino que ocorreu após a Guerra árabe-israelense de 1948. A população é predominantemente muçulmana sunita. Com uma taxa de crescimento anual de cerca de 3,2%, a Faixa de Gaza tem a sétima maior taxa de crescimento demográfico do mundo,[7] além de ser um dos territórios mais densamente povoados do planeta. A área sofre uma escassez crônica de água e praticamente não tem indústrias.[9] A infraestrutura é precária, e quase nada foi refeito após os bombardeios israelenses de 2008-2009.[10] A designação Faixa de Gaza deriva do nome da sua principal cidade, Gaza, cuja existência remonta à Antiguidade.

A Faixa de Gaza adquiriu suas fronteiras atuais com o fim dos combates da guerra de 1948, confirmado pelo Acordo de Armistício entre Israel e Egito em 24 de fevereiro de 1949.[11] O Artigo V do Acordo declarou que a linha de demarcação não era para se tornar uma fronteira internacional. Primeiramente, a Faixa de Gaza foi oficialmente administrada por um governo completamente palestino estabelecido pela Liga Árabe em setembro de 1948. A partir da dissolução desse governo em 1959, a Faixa de Gaza tornou-se uma área diretamente administrada por um governador militar egípcio até 1967.

Israel anexou e ocupou a Faixa de Gaza durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em conformidade com os Acordos de Oslo, assinados em 1993, a Autoridade Palestina se tornou o órgão administrativo que governa os centros populacionais palestinos. Israel manteve o controle do espaço aéreo, das águas territoriais e das fronteiras, além da fronteira com o Egito. Em 2005, o governo israelense retirou-se do território ocupado.[12] Desde julho de 2007, depois das eleições parlamentares palestinas de 2006 e da Batalha de Gaza, o Hamas tem controlado de facto a administração da área. Após a desocupação militar e a retirada dos assentamentos de colonos judeus do território palestino, Israel bombardeou a Faixa de Gaza em 2008, 2012, 2014, 2021 e 2023 em retaliação a ataques de mísseis lançados por militantes do Hamas. Os ataques israelenses resultaram em milhares de mortos palestinos, sobretudo entre a população civil, além de produzirem graves danos à infraestrutura local, enquanto os mísseis do Hamas foram, em sua maioria, interceptados pelo eficiente sistema de defesa antiaéreo israelense.

Ver artigo principal: História da Palestina

A cidade de Gaza foi fundada aproximadamente no século V a.C. por piratas do Mediterrâneo que se denominavam Filisteus e chamaram a região de Filisteia. Após diversas invasões(tribos israelitas, babilónicos, persas e assírios), caiu nas mãos dos macedônios, cujo processo de imperialização possibilitaram-na o contato com a cultura grega (helenismo). Quando os romanos invadiram Israel, também submeteram a cidade de Gaza e região. Por muito tempo ficou em poder dos bizantinos e árabes.

Durante centenas de anos, o Império Otomano dominou Gaza, até que o território - junto com o restante da Palestina - passou para o controle dos britânicos, com o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Mandato britânico e plano de partilha

[editar | editar código-fonte]
Gaza após a rendição às forças britânicas, 1918

O Mandato Britânico da Palestina foi uma entidade geopolítica sob administração do Reino Unido que foi criada com a Partilha do Império Otomano após o final da Primeira Guerra Mundial. A administração civil britânica na Palestina operou de 1920 a 1948.[13]

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a sua Resolução 181, que previa uma plano para a partilha da Palestina, que consistia na partição da banda ocidental do território em dois Estados - um judeu e outro árabe -, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controle internacional. Os Estados árabes rejeitaram a proposta.[14]

Governo palestino

[editar | editar código-fonte]
Membros do Governo de Toda a Palestina, implementado pela Liga Árabe

Durante a Primeira Guerra Árabe-Israelense, que conduziu à criação do Estado de Israel, Gaza absorveu um quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas que hoje fazem parte de Israel.[9][15]

Em 22 de setembro de 1948, no final da guerra, o Governo de Toda a Palestina foi proclamado pela Liga Árabe na cidade de Gaza ocupada pelo Egito. Foi concebido em parte como uma tentativa da Liga Árabe de limitar a influência da Transjordânia na Palestina. O governo palestino foi rapidamente reconhecido por seis dos então sete membros da Liga Árabe: Egito, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen, mas não pela Transjordânia e por nenhum outro membro da comunidade internacional.[16]

Após o fim das hostilidades, o Acordo de Armistício Israel-Egito de 24 de fevereiro de 1949 estabeleceu a linha de separação entre as forças egípcias e israelenses e estabeleceu o que se tornou a atual fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Ambos os lados declararam que a fronteira não era uma fronteira internacional. A fronteira sul com o Egito continuou a ser a fronteira internacional traçada em 1906 entre o Império Otomano e o Império Britânico.[17]

Ocupação egípcia

[editar | editar código-fonte]
Che Guevara visitando Gaza em 1959

Após a dissolução do Governo de Toda a Palestina em 1959, Egito continuou a ocupar a Faixa de Gaza até 1967 sob a desculpa do pan-arabismo. O governo egípcio nunca anexou a Faixa de Gaza formalmente, mas a tratou como um território controlado e administrou-a por meio de um governador militar.[18] O afluxo de mais de 200 mil refugiados do antigo Mandato Britânico em Gaza, cerca de um quarto daqueles que fugiram ou foram expulsos de suas casas durante e após a Guerra Árabe-Israelense de 1948,[19] resultou em uma diminuição dramática no padrão de vida. Como o governo egípcio restringiu o movimento de ida e volta para a Faixa de Gaza, seus habitantes não podiam procurar um emprego lucrativo em outro lugar.[20]

Ocupação israelense

[editar | editar código-fonte]
Vista da cidade de Gaza em 1967

Em junho de 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, as Forças de Defesa de Israel capturaram a Faixa de Gaza. Após esta vitória militar, Israel criou o primeiro bloco de assentamento, Gush Katif, no canto sudoeste perto de Rafah e da fronteira egípcia em um local onde um pequeno kibutz existiu anteriormente por 18 meses entre 1946-48.[21] No total, entre 1967 e 2005, Israel estabeleceu 21 assentamentos em Gaza, abrangendo 20% do território total.

A taxa de crescimento econômico de 1967 a 1982 foi em média de cerca de 9,7% ao ano, em boa parte devido à expansão da renda das oportunidades de trabalho dentro de Israel. O setor agrícola de Gaza foi adversamente afetado quando um terço da Faixa foi apropriado por Israel, a competição pelos escassos recursos hídricos se acirrou e o lucrativo cultivo de frutas cítricas diminuiu com o advento das políticas israelenses, como proibições de plantar novas árvores e impostos que geravam quebra para os produtores israelenses, fatores que militaram contra o crescimento.[22]

Antigo assentamento israelense de Neve Dekalim, Gush Katif

As exportações diretas de Gaza desses produtos para os mercados ocidentais, em oposição aos mercados árabes, foram proibidas, exceto por meio de veículos de marketing israelenses, a fim de auxiliar as exportações de cítricos israelenses para os mesmos mercados.[22]

O resultado geral foi que um grande número de agricultores palestinos foi forçado a deixar o setor agrícola. Israel colocou cotas em todos os produtos exportados de Gaza, enquanto aboliu as restrições ao fluxo de produtos israelenses para a Faixa.[22]

Acordos de Oslo de 1993

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Acordos de Oslo
Yitzhak Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat ao receberem o Prêmio Nobel após os Acordos de Oslo.

Após uma série de acordos assinados entre maio de 1994 e setembro de 1999, Israel se comprometeu a transferir para a Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela segurança e pelos civis das áreas povoadas por palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que não ocorreu. Os territórios povoados por palestinos foram "cercados" pelas colônias judias e os governos israelenses, tanto trabalhistas quanto likudistas, só fizeram aumentar o número dessas colônias, inviabilizando de fato a possibilidade de constituição de um Estado palestino. Isto levou ao fracasso nas negociações para determinar um status definitivo para os territórios palestinos, e o início da Segunda Intifada, em setembro de 2000, fez com que as forças israelenses reocupassem a maioria das áreas controladas pelos palestinos.[15]

Retirada israelense em 2005

[editar | editar código-fonte]
Colonos israelenses protestam contra a retirada forçada da comunidade de Kfar Darom, 2005

Em 2005, o então primeiro-ministro Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos os 8 mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as tropas que os protegiam. O plano também previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e todos as passagens de fronteira.[23][24] Em setembro, a retirada israelense foi concluída.[15]

A situação na Faixa de Gaza começou a se deteriorar depois que o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, obtendo 76 das 132 cadeiras do Parlamento Palestino, em janeiro de 2006.[25]

No entanto, as profundas divergências políticas entre o presidente Mahmoud Abbas da Autoridade Nacional Palestina, pertencente ao Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, resultaram em violentos confrontos entre militantes das duas facções rivais na Faixa de Gaza, em 2006 e no início de 2007, com um grande número de mortos e feridos.[15][26]

Conflito Gaza-Israel em 2006

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Operação Chuvas de Verão
Tanque israelense durante a Operação Chuvas de Verão

Em junho de 2006, as Forças de Defesa de Israel lançaram sua primeira grande operação militar contra a Faixa de Gaza, desde a retirada dos colonos judeus do território palestino. Chamada de Operação Chuvas de Verão, a ação de Israel visava a resgatar o soldado Gilad Shalit - capturado no dia 25 de junho daquele ano em uma operação conjunta do Hamas e dois outros grupos militantes, que entraram em Israel a partir da Faixa de Gaza. A captura detonaria uma grande ação militar israelense na Faixa de Gaza, que resultou nas mortes de mais de cem palestinos em quatro semanas,[27] além da detenção de 60 dirigentes do Hamas, entre eles vários ministros e dezenas de deputados.[28]

Em novembro, as forças israelenses lançaram uma nova e ampla ação militar, batizada como Operação Nuvens de Outono, desta vez atacando Beit Hanoun, ao norte da Faixa de Gaza. Os ataques deixaram 56 palestinos mortos, a metade deles civis, e mais 200 feridos.[28][29] Chegava-se ao quinto mês de operações militares na Faixa de Gaza (com mais de 400 palestinos mortos), Israel concordou em realizar um cessar-fogo com o grupo Hamas, desde que este se comprometesse a não retornar a lançar foguetes contra o território israelense.[28]

Em abril de 2007, o exército israelense retomou os ataques à Faixa de Gaza, depois de centenas de foguetes palestinos disparados desde novembro do ano anterior. No dia 24 daquele mês, o braço armado do Hamas proclamou o fim da trégua com Israel.[28] Um mês antes, Abbas e Haniyeh concordaram em formar um governo de união nacional.[30]

Conflito entre Hamas e Fatah em 2007

[editar | editar código-fonte]
Protesto de manifestantes do Hamas em Ramala

Em junho de 2007, em meio a intensos conflitos entre militantes das duas facções, o Hamas acabou por assumir o controle da Faixa de Gaza, expulsando o Fatah, que continuou dominando a Cisjordânia.[31][32][33] Com isso, o governo de Israel fechou seu posto de fronteira com a Faixa de Gaza, alegando que a Fatah não poderia mais garantir a segurança na região, e impôs um bloqueio ao território palestino, proibindo todas as exportações e permitindo, unicamente, limitada ajuda humanitária. O governo do Egito havia também fechado sua fronteira quando os combates mais intensos entre Fatah e Hamas tiveram início, em 7 de junho de 2007.

Daí em diante, o Fatah passou a receber os apoios de Israel, dos Estados Unidos e da União Europeia, enquanto o Hamas era desconsiderado como interlocutor.[34] Mas, além das disputas com o Fatah, depois de chegar ao governo palestino, o Hamas teve que enfrentar o boicote econômico internacional à Faixa de Gaza, principalmente por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, sob a alegação de que o partido não reconhece o Estado de Israel, não renuncia à violência e desconsidera os acordos firmados anteriormente por Israel e pela ANP.[15][35]

Em junho de 2008, representantes do Hamas e do governo israelense chegaram a um acordo de cessar-fogo na região, mediado pelo Egito,[36] com duração de seis meses, e que expirou no dia 19 de dezembro. O grupo palestino decidiu não renová-lo, por entender que Israel não havia cumprido o compromisso de suspender o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.[37][38]

Conflito Hamas-Israel

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Operação Chumbo Fundido
Alcance dos mísseis lançados pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza

Em 27 de dezembro de 2008,[39] caças israelenses F-16 lançaram uma série de ataques aéreos contra alvos em Gaza após o colapso de uma trégua temporária entre Israel e o Hamas.[40] As Forças de Defesa de Israel disseram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, a instruiu a se preparar para uma operação de seis meses antes do seu início, utilizando planejamento de longo prazo e de inteligência.[41] Vários lugares que estavam sendo usados ​​como depósitos de armas foram atingidos: delegacias de polícia, escolas, hospitais, mesquitas, armazéns da ONU, vários edifícios do governo do Hamas e outras construções.[42]

Israel disse que o ataque foi uma resposta aos ataques de foguetes do Hamas ao sul de Israel, que totalizavam mais de 3 000 até 2008 e que se intensificaram durante as semanas que antecederam a operação. Equipes médicas palestinas afirmaram que pelo menos 434 palestinos foram mortos e cerca de 2 800 ficaram feridos, sendo muitos civis e um número desconhecido de membros do Hamas, nos primeiros cinco dias de ataques israelenses em Gaza. A FDI negou que a maioria dos mortos fossem civis, fornecendo evidências de que o Hamas deliberadamente escondia suas armas e combatentes em "mesquitas, pátios de escolas e casas de civis" para deter um ataque e explorar as regras de combate de Israel.[43] O governo israelense começou uma invasão terrestre da Faixa de Gaza em 3 de janeiro de 2009 e rejeitou muitos pedidos de cessar-fogo, até os dois lados declararem um cessar-fogo unilateral.[44][45]

Explosão em Gaza depois de um ataque israelense, janeiro de 2009

Cerca de 1 100 e 1 400[46] palestinos e treze israelenses foram mortos durante os 22 dias de conflito.[47] Depois de Israel declarar o cessar-fogo, o Hamas prometeu continuar a batalha se as forças israelenses não deixassem a Faixa de Gaza.[48]

O conflito danificou ou destruiu dezenas de milhares de casas,[49] 15 dos 27 hospitais de Gaza e 43 de suas 110 unidades de cuidados primários de saúde,[50] 800 poços de água,[51] 186 estufas[52] e quase todos as suas 10 mil fazendas familiares;[53] deixando 50 000 desabrigados,[54] 400 000 a 500 000 sem água corrente,[54][55] um milhão sem eletricidade[55] e resultando em grave escassez de alimentos.[56]

Em fevereiro de 2009, a disponibilidade de alimentos voltou aos níveis pré-guerra, mas houve falta de produtos frescos devido aos danos sofridos pelo setor agrícola.[57]

Ver artigo principal: Operação Coluna de Nuvem
Uma escola da ONU danificada e as ruínas do Ministério do Interior em Gaza, dezembro de 2012

Em 14 de novembro de 2012 as hostilidades recomeçaram com o lançamento de centenas de mísseis pelo Hamas contra o sul de Israel durante quatro dias consecutivos[58] e com o início da "Operação Coluna de Nuvem", como resposta do governo israelense.[59] Ao longo do andamento do conflito, Israel respondeu novamente aos ataques de foguetes. Na operação, o chefe militar do Hamas foi morto.[60]

Em 21 de novembro de 2012, um cessar-fogo, mediado pelo Egito, foi oficialmente declarado pelo Hamas e por Israel.[61][62] Ambos os lados declararam-se vitoriosos nos combates.[63]

De acordo com estimativas do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em 26 de novembro, 224 israelenses e 1 269 palestinos haviam sido feridos durante a operação.[64]

Ver artigo principal: Operação Margem Protetora
Ruínas de Beit Hanoun após um bombardeio israelense

Uma escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho de 2014. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo em Jerusalém. Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Os ataques israelenses causaram a morte de 1 100 palestinos. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou em 23 de julho de 2014 uma resolução que condena Israel por sua ofensiva militar contra Gaza e também cria uma comissão própria para investigar crimes e violações do direito internacional na empreitada. Entre os 47 países-membros do conselho, a resolução foi aprovada por 29 votos favoráveis — todos os países latino-americanos, incluindo o Brasil, apoiaram a proposta — e 17 abstenções (Alemanha, Itália, França e Reino Unido permaneceram neutros). Os Estados Unidos foram os únicos a se opor à proposta, assinalando que o conteúdo do documento é "destrutivo" e que em nada contribui para o fim das hostilidades.[65][66]

Manifestantes palestinos durante os protestos de 2018

Em 2018, protestos na fronteira de Gaza com Israel de 2018–2019, chamados de Grande Marcha do Retorno, ocorreram todas as sextas-feiras de março de 2018 até dezembro de 2019.[67] Os manifestantes exigiram que os refugiados palestinos tenham permissão para retornar às terras de onde foram deslocados no que hoje é Israel.[68] Eles também protestaram contra o bloqueio de Israel a Gaza e o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.[69]

As primeiras manifestações foram organizadas por ativistas independentes, mas a iniciativa foi logo endossada pelo Hamas,[70] assim como por outras facções importantes em Gaza. Os ativistas que planejaram a Grande Marcha do Retorno pretendiam que durasse apenas de 30 de março (Dia da Terra) a 15 de maio (Dia da Nakba), mas as manifestações continuaram por quase 18 meses até que o Hamas em 27 de dezembro de 2019 anunciou que seriam adiadas.[71]

Bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza, 12 de maio de 2021

Em maio de 2021, ocorreram confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense sobre uma decisão planejada da Suprema Corte Israelense sobre despejos de palestinos em Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental. Os confrontos, que coincidiram com os feriados de Laylat al-Qadr e o Dia de Jerusalém, resultaram em mais de trezentas pessoas feridas, a maioria delas civis palestinos e mais de vinte palestinos mortos. Os ataques atraíram condenação internacional para ambos os lados e resultaram no adiamento da decisão da Suprema Corte em trinta dias, depois que o procurador-geral de Israel procurou reduzir as tensões.[72] Em 9 de maio, depois que os palestinos no Monte do Templo estocaram placas, pedras e fogos de artifício, as forças policiais israelenses invadiram a Mesquita de Al-Aqsa, um importante local sagrado para os muçulmanos, antes de uma marcha de judeus nacionalistas que foi posteriormente cancelada, realizada no feriado israelense do Dia de Jerusalém.[73][74][75][76]

Mísseis sendo lançados pelo Hamas a partir de Gaza sendo interceptados pelo sistema Domo de Ferro em Israel, 14 de maio de 2021

Durante as duas semanas de conflito, grupos palestinos como o Hamas e Jihad Islâmica dispararam mais de 4 000 foguetes contra Israel a partir de Gaza,[77][78][79][80] dirigidos primeiramente à região central israelense, inclusive Jerusalém e Bete-Semes,[78] e depois contra cidades israelenses fronteiriças, Asquelom e Asdode, e na direção de Telavive, que causaram a morte de pelo menos onze civis israelenses e um militar, além de dezenas de feridos, bem como danos de extensões variadas a residências e escolas em Israel.[79] Desde o início do disparo dos foguetes palestinos, as Forças de Defesa de Israel empreenderam uma campanha de bombardeios localizados contra as bases militares e tubos de lançamento de foguetes palestinos, os quais se situam aterrados dentro da área urbana da Faixa de Gaza, densamente povoada por civis palestinos.[81][82] Mais de 230 palestinos foram mortos, incluindo comandantes de organizações islamitas, operadores de foguetes e civis palestinos, especialmente em Gaza, no decorrer das hostilidades, como resultado dos bombardeios israelenses e de centenas de foguetes palestinos que caíram dentro de Gaza, sem chegar ao espaço aéreo israelense.[82][83][84][85][86] Em 20 de maio, após onze dias de intensos hostilidades, Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo, que entrou em vigor na madrugada do dia seguinte. Naquela altura, mais de 280 pessoas já tinham morrido (a maioria palestinos).[87]

Soldados israelenses no litoral da Faixa de Gaza em 29 de outubro de 2023.
Destruição em Gaza causada pela aviação militar israelense em outubro de 2023.
Tanques israelenses Merkava em meios às ruínas de Gaza em 1 de novembro de 2023.

A guerra Israel-Hamas, também referido como conflito Israel-Gaza ou conflito israelo-palestino de 2023, começou em 7 de outubro após um ataque terrorista coordenado por vários grupos militantes palestinos contra cidades israelenses, passagens de fronteira, instalações militares adjacentes e colonatos civis nas proximidades da Faixa de Gaza, no sul de Israel.[88][89] Descrito como uma Terceira Intifada por alguns observadores,[90][91][92][93] as hostilidades foram iniciadas por um bombardeio de mísseis contra Israel e incursões transportadas em veículos para o território israelense, tendo sido realizados vários ataques contra os militares israelenses, bem como contra as comunidades civis israelenses.[94] A retaliação israelense com bombardeios e incursões militares contra Gaza foi chamada de Operação Espadas de Ferro.[95]

O ataque foi liderado por grupos militantes palestinos, incluindo o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina, com o apoio do Irã.[96] O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apoiou verbalmente o levante, afirmando que os palestinos tinham o direito de se defenderem contra a ocupação israelense.[97][98] O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, a União Europeia e muitos países membros expressaram condenação dos ataques e disseram que Israel tinha o direito à autodefesa.[99][100]

Pelo menos 2 200 mísseis foram disparados da Faixa de Gaza nas primeiras horas enquanto militantes do Hamas violavam a barreira Israel-Gaza, matando pelo menos 200 israelenses e levando o governo de Israel a declarar estado de emergência; o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel "está em guerra" em um discurso nacional após o início dos ataques.[101][102][103][104] Militantes palestinos que se infiltraram em Israel invadiram vários kibutz ao redor da Faixa de Gaza e da cidade israelense de Sderot,[94] com fontes da mídia palestina e israelense relatando que soldados e civis israelenses haviam sido feitos reféns.[105]

Vários países do mundo ocidental e seus aliados condenaram o Hamas pela violência[106] e chamaram as táticas utilizadas pela organização de "terrorismo";[107] enquanto vários países do mundo muçulmano culparam a ocupação israelense dos territórios palestinos e a negação da autodeterminação palestina como a causa da escalada da violência.[108][109] A Anistia Internacional condenou tanto o Hamas quanto Israel pela conduta da guerra.[110] O conflito produziu uma grave crise humanitária no território de Gaza,[111] com mais de 40 mil mortos e mais de 90 mil feridos palestinos (até agosto de 2024),[112][113] incluindo milhares de mulheres e crianças, destruição maciça de infraestrutura e habitações,[114][115] quase dois milhões de pessoas desalojadas de suas casas, desabastecimento generalizado de energia, combustível e medicamentos, destruição de hospitais e serviços sanitários, 95% da população perdeu o acesso à água de boa qualidade e a fome atingiu virtualmente 100% da população.[111][116] Segundo oficiais das Nações Unidas, "a crise humanitária em Gaza é mais do que catastrófica, e piora a cada dia. Nos três meses desde o início do conflito, Gaza tornou-se um lugar de morte e desespero".[111] No lado israelense mais de 1,5 mil pessoas morreram[117] e 500 mil foram desalojadas.[118]
Crise humanitária
Destruição em Gaza

A crise humanitária em Gaza iniciada em 2023 é o resultado da Guerra Israel-Hamas. Depois de um ataque da organização palestina Hamas a alvos israelenses em 7 de outubro de 2023, que cobrou 1,2 mil vidas, Israel implementou um bloqueio completo na Faixa de Gaza e lançou uma contraofensiva militar de extrema violência que causou danos catastróficos nas habitações e na infraestrutura do território,[119] matou mais de 42 mil palestinos e deixou mais de 97 mil feridos até a metade de outubro de 2024.[120] A maciça maioria das vítimas são civis.[119] Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, dois terços das vítimas são mulheres e crianças.[121]

A combinação de destruição e bloqueio provocou o desmantelamento dos sistemas de prestação de serviços em geral, de saneamento, de abastecimento de comida, água, energia e combustível, e de assistência médica e humanitária. Cerca de 85% da população de 2,2 milhões de pessoas foi obrigada a deixar suas casas, buscando asilo em abrigos improvisados e campos de refugiados, todos superlotados, onde as condições de vida são péssimas. Praticamente não há água potável disponível e a comida se tornou extremamente escassa. A população é obrigada a beber água contaminada, quando consegue alguma água, e fome em maior ou menor intensidade se abateu sobre virtualmente toda a população.[122][123][124] Surtos de diversas doenças já afetam centenas de milhares de pessoas.[125]

Para muitos observadores e organizações internacionais, a crise humanitária e o nível de destruição e mortes civis não têm paralelos na história recente.[126][127][128][129] Segundo oficiais das Nações Unidas, "a crise humanitária em Gaza é mais do que catastrófica, e piora a cada dia. [...] Gaza tornou-se um lugar de morte e desespero".[130] O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que Gaza se tornou "um cemitério para as crianças".[131] Organizações como Médicos Sem Fronteiras, Cruz Vermelha e uma declaração conjunta da UNICEF, Organização Mundial da Saúde, Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Fundo de População das Nações Unidas e Programa Mundial de Alimentos alertaram para um colapso humanitário iminente.[132]

A Anistia Internacional declarou que há evidências de que Israel cometeu crimes de guerra,[133] e a África do Sul abriu um processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, acusando o país de promover o genocídio da população palestina, recebendo o apoio de mais de 80 países.[134] O Tribunal acatou a ação e como medida preliminar decretou que Israel se abstenha de atos que provoquem um genocídio, mas o julgamento pode levar anos para ser completado. As autoridades israelenses negaram a acusação e alegam que o país segue o Direito Internacional, que seu inimigo é apenas o Hamas e que tem adotado medidas para minimizar o impacto da atividade militar sobre os civis.[135]
Imagem de satélite da Faixa de Gaza em 2005.

A Faixa de Gaza está localizada no Oriente Médio (31° 25′ N, 34° 20′ L). Tem 51 quilômetros de fronteiras com Israel e uma fronteira de 11 km com o Egito, perto da cidade de Rafah. Khan Yunis está localizada a 7 km a nordeste de Rafah e várias cidades ao redor de Deir el-Balah estão localizadas ao longo da costa entre ela e a Cidade de Gaza. Beit Lahia e Beit Hanoun estão localizadas ao norte e ao nordeste da Cidade de Gaza, respectivamente. O complexo de assentamentos israelenses de Gush Katif costumava existir nas dunas adjacentes a Rafah e Khan Yunis, ao longo da margem sudoeste dos 40 quilômetros da costa mediterrânica do território. A praia de Al Deira é um local popular para os surfistas.[136]

Clima e recursos naturais

[editar | editar código-fonte]

O território palestino tem um clima árido, com invernos suaves e secos e verões quentes e sujeitos à seca. O terreno é plano ou levemente ondulado, com dunas próximas à costa. O ponto mais alto é 'Awdah (Joz Abu 'Auda), a 105 metros acima do nível do mar. Os recursos naturais incluem terras cultiváveis ​​(cerca de um terço da tira é irrigada) e, recentemente, descobriu-se reservas de gás natural na área. Entre os problemas ambientais estão a desertificação; salinização da água doce; tratamento de esgoto precário; doenças transmitidas pela água; degradação do solo e o esgotamento e contaminação dos recursos hídricos subterrâneos. A Faixa de Gaza é largamente dependente da água de Wadi Gaza, que também serve como um recurso para Israel.[137]

Ver artigo principal: Demografia do Estado da Palestina
Meninas palestinas em Jabalia em 2009

A população da Faixa de Gaza era de 2,4 milhões habitantes em 2022,[1] dos quais quase um milhão delas eram refugiados registrados na ONU.[138] A maioria descende de refugiados que foram expulsos ou deixaram suas casas durante a Guerra Árabe-Israelense de 1948. A população da Faixa continuou a aumentar desde então, principalmente devido a uma taxa de fertilidade total que atingiu o pico de 8,3 filhos por mulher em 1991. Esta caiu para 4,4 filhos por mulher em 2013, que ainda estava entre as mais altas do mundo.[139][140]

Numa classificação por taxa de fertilidade total, Gaza fica em 34.º lugar entre 224 regiões.[139][140] Isso faz com que a região tenha uma proporção incomumente alta de crianças na população, com 41% tendo até 14 anos, e uma idade média de idade de 18 anos,[141] em comparação com a média mundial de 28 anos, e de 30 em Israel. Os únicos países com uma idade média mais baixa são alguns da África, como o Uganda, onde a média era de 15 anos.[140]

A maioria dos habitantes da Faixa de Gaza são muçulmanos sunitas, com uma minoria cristã.[142] A língua predominante no território é o árabe, seguida do hebraico - antigamente muito falado, hoje tende a não ser aprendido pelos jovens (falar hebraico em Gaza não é bem visto); o inglês é compreendido por alguns habitantes, sendo crescente a sua aprendizagem.[carece de fontes?]

Grande Mesquita de Gaza em 2009

O islamismo é a religião de 99,8% da população, que segue o ramo sunita do islã. Os outros 0,2% são adeptos do cristianismo, população que tende a diminuir. Nem todas as pessoas são muito religiosas, mas ultimamente Gaza como um todo está se tornando mais influenciada pela religião. Depois que o Hamas venceu as eleições de 2006, assumindo efetivamente o poder em 2007, havia prometido não impor a religião aos habitantes de Gaza, mas vem forçando a adoção de preceitos religiosos pelos cidadãos. Advogadas, por exemplo, passaram a ser obrigadas a usar o hijab nos tribunais, para cobrir os cabelos.[143] Cabeleireiros do sexo masculino são proibidos de cortar os cabelos de mulheres,[144]

O número de cristãos na Faixa de Gaza é estimado entre 2 500 e 5 000, muitos deles idosos. A grande maioria é greco-ortodoxa, e há cerca de 300 católicos (rito latino).[145] Em 1894, havia 196 500 cristãos árabes na Palestina (incluindo o atual Estado de Israel). De 13% da população, eles passaram a menos de 2% hoje.[146][147]

Política, administração e fronteiras

[editar | editar código-fonte]

Controle da Autoridade Palestina

[editar | editar código-fonte]

Os Acordos de Oslo definiram a Autoridade Palestina como a autoridade administrativa da Faixa de Gaza (exceto dos assentamentos israelenses e de áreas militares) em 1994. Depois da retirada israelense em 12 de setembro de 2005, a Autoridade Palestina tinha autoridade administrativa completa na Faixa de Gaza.[148]

Controle do Hamas (2007-presente)

[editar | editar código-fonte]
Bandeira do grupo Hamas, que atualmente controla o território palestino.

Em 2006, o partido Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas. Desde junho de 2007, o partido assumiu efetivamente o controle da Faixa de Gaza, após confronto armado com o Fatah.[149] O espaço aéreo e o acesso marítimo à Faixa de Gaza são atualmente controlados pelo Estado de Israel, que também ocupou militarmente o território entre junho de 1967 e agosto de 2005.

Eleição legislativa palestina na Faixa de Gaza[150]
Distritos Hamas Fatah Votos válidos
Gaza Norte 35 781 46,95% 31 559 41,41% 76 212
Gaza 74 816 56,70% 48 328 36,64% 131 894
Deir el Balah 26 550 43,87% 28 681 47,39% 60 518
Khan Younis 35 070 43,96% 38 384 48,11% 79 786
Rafah 20 785 40,39% 27 395 53,23% 51 461
Total 193 002 48,27% 174 347 43,60% 399 871
Um dos túneis usados na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

O território da Faixa de Gaza é cercado por muralhas, tanto do lado egípcio quanto israelense. Em 2010, Israel anunciou a construção de uma barreira de mais de 100 quilômetros, ao longo da fronteira com o Egito, bloqueando metade da linha de separação entre os dois países.[151] Desde 2009, o governo egípcio também está construindo uma barreira subterrânea de aço, que deverá ter 11 km de extensão e chegar a uma profundidade de 18 metros, visando impedir que túneis clandestinos possam romper o isolamento da Faixa de Gaza. A fronteira entre o Egito e Israel tem 255 quilômetros, e as duas cercas previstas vão cobrir quase a metade dessa extensão.[152] As Nações Unidas estimam que até 80% do que é importado pela Faixa - desde xampú até automóveis - chega por meio dos túneis.[153]

Bloqueio militar

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Bloqueio à Faixa de Gaza
Mapa do território palestino com as restrições nas fronteiras terrestres e aquáticas impostas pelo governo de Israel

O bloqueio à Faixa de Gaza continuou após a Operação Chumbo Fundido, embora Israel permitisse ajuda humanitária médica em quantidades limitada. A Cruz Vermelha afirmou que o bloqueio prejudicou a economia e provocou uma escassez de medicamentos e equipamentos básicos, como analgésicos e filmes de raio-x.[154]

O diretor do Shin Bet (Agência de Segurança de Israel), Yuval Diskin, não se opôs a flexibilização das restrições comerciais, mas disse que os túneis de contrabando para a Península do Sinai e um porto aberto na Faixa de Gaza colocariam em perigo a segurança nacional. De acordo com Diskin, o Hamas e a Jihad Islâmica tinham contrabandeado mais de "5 000 foguetes com um alcance de até 40 quilômetros." Alguns dos foguetes poderiam chegar até os subúrbios da área metropolitana de Tel Aviv.[155] Mark Regev, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, descreveu as ações de Israel como "sanções", não um bloqueio, mas um consultor jurídico para Gaza da UNRWA, chamou o bloqueio de "uma ação que descumpre a lei internacional".[156]

Em julho de 2010, primeiro-ministro britânico, David Cameron, criticou o bloqueio israelense, dizendo que "bens humanitários e de pessoas devem fluir em ambas as direções. Gaza não pode e não deve ser autorizada a permanecer como um campo de prisioneiros".[157]

As Forças de Defesa de Israel (FDI) controlam rigorosamente as viagens dentro da área dos pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza e fechou a sua fronteira com Gaza. O ambiente de segurança dentro de Gaza e ao longo de suas fronteiras, incluindo a sua fronteira com o Egito e seu litoral, é perigoso e instável.[158]

Barreira israelense na fronteira com Faixa de Gaza.

Enfrentando a crescente pressão internacional, Egito e Israel diminuíram as restrições na fronteira em junho de 2010, quando a passagem de Rafah do Egito para Gaza foi parcialmente aberta pelo governo egípcio. O Ministério das Relações Exteriores do país disse que a travessia permaneceria aberta principalmente para as pessoas, mas não para o abastecimento.[159] Israel anunciou que iria permitir a passagem de bens civis, mas não de armas e itens que poderiam ser usados ​​para fins ambíguos.[160]

Em janeiro e fevereiro de 2011, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) realizou uma avaliação dos efeitos das medidas para aliviar as restrições de acesso.[161] Eles concluíram que apenas a flexibilização não resultaria em uma melhora significativa na subsistência da população do território.[161] Eles descobriram que a "natureza fundamental das restrições remanescentes" e os efeitos de três anos de rigoroso bloqueio impediram uma melhora significativa nos meios de subsistência e apelaram para Israel abolir completamente o bloqueio, incluindo a remoção de restrições à importação de materiais de construção e às exportações de bens e de acabar com a proibição geral sobre o movimento de pessoas entre Gaza e a Cisjordânia através de Israel, com o objetivo de cumprir com o que eles descreveram como obrigações humanitárias internacionais e de direitos humanos.[161]

Vista da região oriental da cidade de Gaza

A economia de Gaza se deteriorou desde o fim da Segunda Intifada, devido tanto a densidade populacional de Gaza quanto as restrições de segurança impostas ao território. A política de cerco de Israel, ampliada após o Hamas ter chegado ao poder em 2007, levou a altos níveis de pobreza e desemprego, além de um colapso quase total do setor privado, que era fortemente dependente de mercados de exportação. A população é em grande parte dependente de ajuda humanitária, principalmente de agências da Organização das Nações Unidas (ONU).[162]

No entanto, uma flexibilização da política de cerco imposta por Israel em 2010 resultou em uma melhora de alguns indicadores econômicos, mas exportações regulares provenientes da Faixa de Gaza ainda estão proibidas.[162] De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), a economia da Faixa de Gaza melhorou em 2011, com um queda no desemprego e um aumento do PIB. O tenente-coronel Kobi Gertzvolf, da FDI, afirma que novos shoppings abriram e que a indústria local está se desenvolvendo. O tenente-coronel Gertzvolf afirma que o crescimento econômico tem levado à construção de hotéis e um aumento na importação de carros.[163]

Campus da Universidade Islâmica de Gaza.

O desenvolvimento em larga escala tem sido possível graças à livre circulação das mercadorias em Gaza através do cruzamento de Kerem Shalom e de túneis clandestinos construídos na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. A taxa atual de caminhões que entram em Gaza através de Kerem Shalom é de 250 por dia. Este número varia dependendo do nível de interferência das mercadorias trazidas do Egito para Gaza através de túneis. O aumento na atividade de construção levou a uma escassez de trabalhadores da construção civil. Para compensar o déficit, os jovens do território estão sendo enviados para estudar e trabalhar na Turquia.[164]

Infraestrutura

[editar | editar código-fonte]
O Aeroporto Internacional Yasser Arafat, em Rafah, destruído pelas forças israelenses em 2001-2002.

A Faixa de Gaza tem uma pequena e pobre rede de estradas e uma simples rede ferroviária ligando o norte ao sul do território palestino. Esta, no entanto, encontrava-se abandonada nos últimos anos.[carece de fontes?]

O Aeroporto Internacional de Gaza (posteriormente renomeado Aeroporto Internacional Yasser Arafat) foi inaugurado a 24 de novembro de 1998, mas suas atividades foram encerradas em outubro de 2000 por ordem do governo de Israel. Em 2001, a pista do aeroporto foi destruída pelas Forças de Defesa de Israel, inviabilizando seu funcionamento.[165] A Faixa de Gaza possui um heliporto.[carece de fontes?]

Referências

  1. a b c «مليونان و375 ألف نسمة عدد سكان قطاع غزة مع نهاية 2022». arabic.news.cn. Consultado em 5 de janeiro de 2023. Cópia arquivada em 5 de janeiro de 2023 
  2. «Palestinian Territories». U.S. Department of State. Consultado em 6 de abril de 2009 
  3. «Occupied Palestinian Territory». European Commission. Consultado em 6 de abril de 2009 
  4. «Israel, the occupied territories and the autonomous territories — ICRC maps». ICRC. Consultado em 6 de abril de 2009 
  5. «Country profile: Israel and Palestinian territories». London: BBC. 15 de dezembro de 2009. Consultado em 6 de abril de 2009 
  6. Arie Arnon, Israeli Policy towards the Occupied Palestinian Territories: The Economic Dimension, 1967-2007 Arquivado em 30 de junho de 2013, no Wayback Machine.. MIDDLE EAST JOURNAL, Volume 61, No. 4, AUTUMN 2007 (p. 575)
  7. a b Gaza Strip Entry at the CIA World Factbook
  8. Cobham and Kanafani, 2004, p. 179.
  9. a b «Saiba mais sobre a Faixa de Gaza, território pobre controlado pelo Hamas». Agence France-Presse. Publicado pelo G1. 28 de dezembro de 2008. Consultado em 6 de janeiro de 2009 
  10. Vilma Gryzinski (7 de janeiro de 2009). «A Guerra dos Quatro Dias». Veja. 42 (1). Abril. 52 páginas. Consultado em 29 de janeiro de 2009 
  11. «Egypt Israel Armistice Agreement». unispal.un.org. Consultado em 21 de novembro de 2012. Arquivado do original em 18 de junho de 2018  UN Doc S/1264/Corr.1 23 February 1949
  12. Why Hamas Won. Por Kristen Ess. Z Communications, 31 de janeiro de 2006.
  13. [1] Arquivado em 25 de novembro de 2013, no Wayback Machine. League of Nations Mandate for Palestine
  14. La cuestión de Palestina. Capítulo 2. Plan de Partición y la terminación del Mandato Británico. Departamento de Informação Pública das Nações Unidas - DIP/2276. Março de 2003.
  15. a b c d e «Saiba mais sobre a faixa de Gaza». Folha Online. 7 de maio de 2008. Consultado em 6 de janeiro de 2009 
  16. Spencer C. Tucker, Priscilla Mary Roberts. The Encyclopedia of the Arab–Israeli Conflict: A Political, Social, and Military History: A Political, Social, and Military History p 464
  17. Gardus, Yehuda; Shmueli, Avshalom, eds. (1978). The Land of the Negev (English title) (em hebraico). [S.l.]: Ministério da Defesa de Israel  pp. 369–370.
  18. "How has the Gaza Strip influenced the Israeli-Palestinian conflict?" Arquivado em 2012-01-20 no Wayback Machine
  19. Elisha Efrat, The West Bank and Gaza Strip: A Geography of Occupation and Disengagement, Routledge, 2006 pp.74–75.
  20. Baster, James, "Economic Problems in the Gaza Strip," Middle East Journal, Vol. 9, No. 3 (Summer, 1955), pp. 323–327.
  21. [2] Arquivado em 2015-04-02 no Wayback Machine
  22. a b c Sara Roy, 'The Gaza Strip: A Case of Economic De-Development,' Journal of Palestine Studies, Vol. 17, No. 1 (Autumn, 1987), pp. 56–88.
  23. «Casas de colonos judeus em Gaza 'serão demolidas' - BBC Brasil, 19 de junho de 2005» 🔗 
  24. «PLANO DE DESLIGAMENTO DE SHARON OU ACORDO DE GENEBRA? - Paz Agora, 7 de maio de 2004» 🔗. Consultado em 7 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2009 
  25. «Grupo extremista Hamas vence eleições legislativas palestinas - Folha Online, 26 de janeiro de 2006» 🔗 
  26. «CHOQUES ENTRE HAMAS E FATAH NA FAIXA DE GAZA». G1. 1 de janeiro de 2007. Consultado em 23 de maio de 2021 
  27. «Mensagem mostra crueldade do Hamas, diz Israel - BBC Brasil, 7 de junho de 2006» 
  28. a b c d «Os acontecimentos desde a retirada israelense em 2005 - IG, 4 de janeiro de 2009». Arquivado do original em 17 de janeiro de 2009 
  29. «Palestino morre em quinto dia da operação "Nuvens de Outono" - UOL, 6 de novembro de 2006» 
  30. «Abbas e Haniyeh debaterão novo governo de união - O Estado de S.Paulo, 24 de março de 2007» 🔗 
  31. «Hamas declara vitória na faixa de Gaza; ao menos 20 morrem - Folha Online, 14 de junho de 2007» 🔗 
  32. «Gaza tem dia calmo, mas tenso, sob controle do Hamas - BBC Brasil, 15 de junho de 2008» 🔗 
  33. «Haniyeh, do Hamas, promete não abrir mão do poder em Gaza» 
  34. «Bush espera fortalecer Abbas contra Hamas - UOL, 19 de junho de 2007» 🔗 
  35. «Vitória do Hamas nas urnas leva a bloqueio econômico aos palestinos - UOL, 13 de dezembro de 2006» 🔗 
  36. «Israel e Hamas fecham acordo de cessar-fogo em Gaza, diz Egito» 
  37. «Hamas suspende trégua com Israel em Gaza - BBC Brasil, 19 de dezembro de 2008» 🔗 
  38. «Hamas suspende trégua com Israel em Gaza - O Estado de S.Paulo, 19 de dezembro de 2008» 🔗 
  39. El-Khodary, Taghreed; Bronner, Ethan (28 de dezembro de 2008). «Israelis Say Strikes Against Hamas Will Continue». The New York Times. Consultado em 3 de maio de 2010 
  40. «A Timeline of Terror: 2001 to 2012, The Official Blog of the Israel Defence Forces». Consultado em 21 de novembro de 2012. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2013 
  41. IAF strike followed months of planning
  42. Mozgovaya, Natasha. «IDF shell kills 30 in Gaza UN school; Israel mulls appeal over Hamas fire from UN facilities». Haaretz Daily Newspaper. Consultado em 21 de novembro de 2012 
  43. Erlanger, Steven (10 de janeiro de 2009). «A Gaza War Full of Traps and Trickery». Israel;Gaza Strip: Nytimes.com. Consultado em 21 de novembro de 2012 
  44. McClatchy Newspapers, January 5, 2009, "Israel Rebuffs Cease-Fire Calls as Gaza Casualties Rise" http://www.mcclatchydc.com/world/story/58981.html Arquivado em 16 de janeiro de 2009, no Wayback Machine.
  45. «Hamas Rejects Cease-Fire With Israel in Gaza — Mideast Watch». usnews.com. Consultado em 21 de novembro de 2012 
  46. Kasher, Asa. «Analysis: A moral evaluation of the Gaza War». Jpost.com. Consultado em 21 de novembro de 2012 
  47. «Slow recovery from wounds of Gaza conflict». BBC News. 27 de dezembro de 2009. Consultado em 3 de maio de 2010 
  48. Erlanger, Steven (18 de janeiro de 2009). «Israel Declares Cease-Fire; Hamas Says It Will Fight On». The New York Times. Consultado em 3 de maio de 2010 
  49. http://www.iom.int/jahia/Jahia/media/press-briefing-notes/pbnAF/cache/offonce/lang/en?entryId=21830 Arquivado em 10 de março de 2012, no Wayback Machine.; Reuters, January 12, 2009 Lappin, Yaakov. IDF releases Cast Lead casualty Arquivado em 11 de maio de 2011, no Wayback Machine., The Jerusalem Post, March 26, 2009.
  50. «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 21 de novembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 8 de março de 2015 
  51. «MIDEAST: Attack on Water Brings Sanitation Crisis - IPS». Ipsnews.net. 18 de junho de 2009. Consultado em 12 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2010 
  52. http://postconflict.unep.ch/publications/UNEP_Gaza_EA.pdf
  53. [3]
  54. a b «Gaza 'looks like earthquake zone'». BBC News. 20 de janeiro de 2009 
  55. a b «Gaza: Humanitarian situation». BBC News. 30 de janeiro de 2009 
  56. «Launches Emergency Food Distributions to Families in Gaza | WFP | United Nations World Food Programme - Fighting Hunger Worldwide». WFP. Consultado em 12 de dezembro de 2010 
  57. «Gaza Emergency Food Security Assessment (EFSA) - FAO/WFP report (24 February 2009)». Unispal.un.org. Consultado em 21 de maio de 2011. Arquivado do original em 13 de maio de 2011 
  58. «Israeli air strike kills top Hamas commander Jabari». Jerusalem Post. Consultado em 14 de novembro de 2012 
  59. «Chief of Staff Declares "Operation Pillar of Cloud"». Israel National News. 14 de novembro de 2012 
  60. Chefe de operações militares do Hamas morre em Gaza
  61. «Cease-Fire Between Israel and Hamas Takes Effect». The New York Times. Consultado em 22 de novembro de 2012 
  62. Owen, Paul. «Israel-Gaza: truce talks ongoing in Cairo – live updates». The Guardian. Consultado em 19 de novembro de 2012 
  63. Kalman, Matthew; Sengupta, Kim. «Fragile truce deal hailed as a victory on both sides». The Independent. Consultado em 22 de novembro de 2012 
  64. «Escalation in Hostilities, Gaza and southern Israel» (PDF). Situation Report. United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs. 26 de novembro de 2012. Consultado em 28 de novembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 22 de dezembro de 2012 
  65. Israel Says That Hamas Uses Civilian Shields, Reviving Debate ANNE BARNARD e JODI RUDOREN, The New York Times
  66. Josef Federman and Maggie Michael (14 de julho de 2014). «Egypt proposes cease-fire between Israel, Hamas». Associated Press 
  67. Alouf, Abu (30 de março de 2018). «15 Palestinians reported killed by Israeli fire as Gaza border protest builds». Los Angeles Times. Cópia arquivada em 19 de maio de 2018 
  68. David M. Halbfinger, Iyad Abuheweila, Jugal K.Patel '300 Meters in Gaza: Snipers, Burning Tires and a Contested Fence,' The New York Times 15 de maio de 2018.’ Most Gazans are Palestinian refugees or their descendants, and marching on the fence highlights their desire to reclaim the lands and homes from which they were displaced 70 years ago in the war surrounding Israel's creation.’
  69. Khoury, Jack; Kubovich, Yaniv; Zikri, Almog Ben (15 de maio de 2018). «Mass Gaza Border Clashes: 58 Palestinians Killed by Israeli Gunfire, 1,113 Wounded». Haaretz. Consultado em 14 de maio de 2018. Cópia arquivada em 14 de maio de 2018 
  70. Halbfinger, David M. (15 de abril de 2018). «Hamas Sees Gaza Protests as Peaceful – and as a 'Deadly Weapon'». The New York Times. ISSN 0362-4331. Consultado em 20 de abril de 2018. Cópia arquivada em 20 de abril de 2018 
  71. Aljazeera, ed. (29 de dezembro de 2019). «Organisers say Gaza protests to be scaled back». Consultado em 23 de maio de 2021 
  72. Kingsley, Patrick (9 de maio de 2021). «Israeli Court Delays Expulsion of Palestinian Families in East Jerusalem». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de maio de 2021 
  73. Kingsley, Patrick; Kershner, Isabel (10 de maio de 2021). «After Raid on Aqsa Mosque, Rockets from Gaza and Israeli Airstrikes». The New York Times. Consultado em 10 de maio de 2021 
  74. Hasson, Nir; Khoury, Jack (10 de maio de 2021). «Tensions over Jerusalem Day march, Temple Mount clashes culminate in rocket fire from Gaza». Haaretz (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2021 
  75. «TV: Palestinians stocked rocks for Temple Mount riots, police caught unawares». The Times of Israel (em inglês). 8 de maio de 2021. Consultado em 10 de maio de 2021 
  76. «Hamas lança foguetes contra Israel após confrontos em Jerusalém; reação deixa mortos». G1. Consultado em 11 de maio de 2021 
  77. Schwartz, Felicia; Lieber, Dov (10 de maio de 2021). «Israel Strikes Hamas Targets After Rockets Fired at Jerusalem». The Wall Street Journal (em inglês). ISSN 0099-9660. Consultado em 10 de maio de 2021 
  78. a b Schwartz, Felicia; Lieber, Dov (10 de maio de 2021). «Israeli Military Says Rockets Fired From Gaza Toward Jerusalem». The Wall Street Journal. Jerusalem. Consultado em 10 de maio de 2021 
  79. a b Ahronheim, Anna; Ben-Nun, Sarah (12 de maio de 2021). «2 killed in overnight rocket barrages, IDF retaliating in Gaza». The Jerusalem Post. Consultado em 12 de maio de 2021 
  80. Magid, Jacob (15 de maio de 2021). «'No ceasefire yet': Israel said to want IDF to complete 'missions' against Hamas». Times of Israel. Consultado em 15 de maio de 2021 
  81. «Hamas Fires Rocket Barrage at Jerusalem as IDF Green Lights Gaza Strikes». Algemeiner.com 
  82. a b «Israel launches airstrikes on Gaza strip after Hamas rocket attacks». the Guardian. 10 de maio de 2021 
  83. Gross, Judah Ari (12 de maio de 2021). «Hamas missile hits army jeep, killing soldier; IDF strikes group's top leaders». Times of Israel. Consultado em 12 de maio de 2021 
  84. «Jerusalem violence leads to Hamas rockets on Israel, nine dead in Gaza». Reuters. 10 de maio de 2021 
  85. Gross, Judah Ari. «1 killed, 3 injured as Hamas fires anti-tank missile at Israeli jeep». www.timesofisrael.com (em inglês). Consultado em 12 de maio de 2021 
  86. Gross, Judah Ari; Boxerman, Aaron (14 de maio de 2021). «Gaza faces increasing power, water shortages, partly because of own rocket fire». Times of Israel. Consultado em 14 de maio de 2021 
  87. «Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entra em vigor». G1. Consultado em 20 de maio de 2021 
  88. «Barrages of rockets fired from Gaza as Hamas launches unprecedented operation against Israel». France 24. 7 de outubro de 2023. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  89. «Israel entra em estado de guerra após ataque do Hamas». G1. Consultado em 7 de outubro de 2023 
  90. Sengupta, Arjun (7 de outubro de 2023). «A Third Intifada? What we know about the latest Hamas-Israel escalation». The Indian Express (em inglês). Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023. Some observers have referred to the latest escalation as the beginning of the "Third Intifada". 
  91. McKernan, Bethan (7 de outubro de 2023). «Civilians will pay price for biggest challenge to Israel since 1973». The Observer (em inglês). ISSN 0029-7712. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  92. Beauchamp, Zack (7 de outubro de 2023). «Why did Hamas invade Israel?». Vox (em inglês). Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  93. Erlanger, Steven (7 de outubro de 2023). «An Attack From Gaza and an Israeli Declaration of War. Now What?». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  94. a b «Netanyahu: 'We are at war'». Ynet News (em inglês). 7 de outubro de 2023. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  95. «IDF strikes Hamas as operation 'Iron Swords' commences». The Jerusalem Post. 7 de outubro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  96. «Hamas: Iran backed the attacks». BBC (em inglês). 7 de outubro de 2023. Consultado em 8 de outubro de 2023. A Hamas spokesperson earlier told the BBC that the militant group had backing from its ally, Iran, for its surprise attacks on Israel 
  97. Yang, Maya; et al. (7 de outubro de 2023). «Israel says civilians and soldiers held hostage in Gaza after major Palestinian attack». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  98. «Mahmoud Abbas: Palestinians have right to defend themselves against 'terror'». Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  99. «Statement by UN Special Coordinator for the Middle East Peace Process, Tor Wennesland, on the situatin in Israel and the occupied Palestinian territory». UNSCO (em inglês). 7 de outubro de 2023. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  100. Ursula von der Leyen [@vonderleyen] (7 de outubro de 2023). «I unequivocally condemn the attack carried out by Hamas terrorists against Israel. \ It is terrorism in its most despicable form. \ Israel has the right to defend itself against such heinous attacks.» (Tweet) – via Twitter 
  101. «Live updates: Militants infiltrate Israel from Gaza as Hamas claims major rocket attack». CNN. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  102. McKernan, Bethan (7 de outubro de 2023). «Hamas launches surprise attack on Israel as Palestinian gunmen reported in south». The Guardian. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  103. Fabian, Emanuel (7 de outubro de 2023). «IDF declares 'state of readiness for war' amid Hamas infiltrations, rocket barrages». The Times of Israel. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  104. «'We are at war,' Netanyahu says, after Hamas launches devastating surprise attack». Times of Israel (em inglês). Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  105. Russia Now (em árabe) [@Russianowarabic] (7 de outubro de 2023). «Israeli family kidnapped to Gaza» (Tweet). Consultado em 7 de outubro de 2023 – via Twitter 
  106. «World reaction to surprise attack by Palestinian Hamas on Israel». Al Jazeera (em inglês). Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  107. Michaelson, Ruth (7 de outubro de 2023). «Condemnation and calls for restraint after Hamas attack on Israel». The Guardian. Consultado em 7 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2023 
  108. Nereim, Vivian (9 de outubro de 2023). «Across the Mideast, a Surge of Support for Palestinians as War Erupts in Gaza». The New York Times. Consultado em 9 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2023 – via NYTimes 
  109. «Arab states call for restraint after Hamas attack— but some blame Israel». The Forward. Consultado em 8 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 8 de outubro de 2023 
  110. «Israel/OPT: Civilians on both sides paying the price of unprecedented escalation in hostilities between Israel and Gaza as death toll mounts». Amnesty International. 9 de outubro de 2023. Consultado em 10 de outubro de 2023 
  111. a b c «Occupied Palestinian territory». United Nations Population Fund. Consultado em 25 de janeiro de 2024 
  112. Alvarez, Isabel (22 de janeiro de 2024). «ONU diz que Israel restringe acesso de ajuda humanitária a Gaza». Diário de Pernambuco 
  113. «'More than 186,000 dead' in Gaza: How credible are the estimates published on The Lancet?». France 24 (em inglês). 11 de julho de 2024. Consultado em 1 de agosto de 2024 
  114. «Guerra em Gaza completa 100 dias e número de mortos chega a 24 mil». BBC News Mundo. 14 de janeiro de 2014 
  115. Frankel, Julia (15 de agosto de 2024). «With Gaza's death toll over 40,000, here's the conflict by numbers». ABC News (em inglês). Consultado em 22 de agosto de 2024 
  116. «Gaza Crisis». International Rescue Committee. Consultado em 25 de janeiro de 2024 
  117. «Winter and catastrophic food insecurity threatens most of Gaza». The British Red Cross Society. 20 de janeiro de 2024 
  118. «Around Half A Million Israelis Displaced Inside Israel: Military». Barron's. 16 de outubro de 2023. Consultado em 18 de novembro de 2023 
  119. a b "25,000 civilians killed in Gaza war as humanitarian needs go on rising". UN News, 22 de janeiro de 2024
  120. «United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs - occupied Palestinian territory | Home Page». United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs - occupied Palestinian territory (em inglês). Consultado em 12 de outubro de 2024 
  121. Shurafa, Wafaa & Magdy, Sany. "The Palestinian Death Toll in Gaza Has Reached 29,000 People, Health Ministry Says". Time Magazine, 19 de fevereiro de 2024
  122. "Gaza faces widespread hunger as food systems collapse, warns WFP". The United Nations World Food Programme, 16 de novembro de 2023
  123. Ebrahim, Nadeen. "Bloody diarrhea, jaundice, hepatitis: Thousands fall ill in war-ravaged Gaza amid spike in infectious diseases". CNN, 12 de dezembro de 2023
  124. "Risk of disease spread soars in Gaza as health facilities, water and sanitation systems disrupted". The World Health Organization, 8 de novembro de 2023
  125. Gupta, Gaya; Yazbek, Hiba; Harouda, Ameera. "We Are All Sick: Infectious Diseases Spread Across Gaza". The New York Times, 11 de dezembro de 2023
  126. Nunn, Michelle et al. "We Are No Strangers to Human Suffering, but We've Seen Nothing Like the Siege of Gaza". The New York Times, 11 de dezembro de 2023
  127. "Gaza: 'Unprecedented and unparalleled' civilian death toll: Guterres". United Nations Türkiye, 21 de novembro de 2023
  128. "Gaza has become a graveyard for thousands of children". Unicef, 31 de outubro de 2023
  129. "EU External Partners: UN SG Points to 'Unparalleled and Unprecedented' Civilian Death Toll in Gaza Amid Deepening Humanitarian Crisis, as Hopes are on 'Pause' EU Remains Split, Largely Irrelevant and Focused on Deterrence of Access to Europe". The European Council on Refugees and Exiles, 24 de novembro de 2023
  130. "Occupied Palestinian territory". United Nations Population Fund, 5 de janeiro de 2024
  131. Nichols, Michelle. "UN chief says Gaza becoming a graveyard for children". Reuters, 6 de novembro de 2023
  132. "The world must do more for Gaza, 5 UN agencies say". UN News, 21 de outubro de 2023
  133. "Damning evidence of war crimes as Israeli attacks wipe out entire families in Gaza". Amnesty International, 2024
  134. "Ação da África do Sul contra Israel por genocídio em Gaza tem apoio de países Islâmicos, da Liga Árabe e da América Latina". CNN Brasil, 13 de janeiro de 2024
  135. Corder, Mike. "South Africa launches case at top UN court accusing Israel of genocide in Gaza". Associated Press, 29 de dezembro de 2023.
  136. In Gaza, surfers find peace and freedom riding the deep blue
  137. «Título ainda não informado (favor adicionar)». books.google.com 
  138. «UNRWA: Palestine refugees». Un.org. Consultado em 1 de junho de 2010. Cópia arquivada em 17 de dezembro de 2007 
  139. a b «CIA — The World Factbook — Gaza Strip». CIA. 2014. Consultado em 10 de julho de 2014. Cópia arquivada em 12 de janeiro de 2021 
  140. a b c Coghlan, Andy. «The reasons why Gaza's population is so young». New Scientist (em inglês). Consultado em 27 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2021 
  141. «Por que tantas crianças e jovens morrem nos conflitos entre Israel e Hamas?». tab.uol.com.br. Consultado em 9 de abril de 2024 
  142. «Middle East Christians: Gaza pastor» (em inglês). BBC. 21 de dezembro de 2005. Consultado em 29 de janeiro de 2009 
  143. Juiz obriga advogadas a vestir véu islâmico em Gaza. BBC, 26 de julho de 2009
  144. Hamas arrests male hairdresser for Gaza woman's haircut, por Jon Donnison. BBC, 6 de julho de 2011.
  145. Fundação AIS ajuda os cristãos de Gaza. Agência Ecclesia, 1° de junho de 2009.
  146. Cristãos árabes - os fiéis esquecidos. National Geographic, edição n° 111.
  147. Vídeo: Cristãos em Gaza enfrentam dificuldades no Natal. Agence France-Presse, 29 de dezembro de 2010.
  148. EU Border Assistance Mission for Rafah Crossing Point (EU BAM Rafah). [S.l.]: United nations : European union. 25 de novembro de 2005. Consultado em 21 de novembro de 2012. Arquivado do original em 17 de maio de 2007 
  149. «Entenda o conflito na Faixa de Gaza». BBC Brasil. Publicado pelo Último Segundo. 18 de janeiro de 2009. Consultado em 29 de janeiro de 2009 
  150. (em francês)}«Resultados oficiais por distrito}» (PDF). www.elections.ps [ligação inativa]
  151. O apartheid "democrático". Jornal de Angola, 28 de Janeiro de 2010.
  152. Egito diz não se opor a barreira israelense na fronteira. Folha de S.Paulo, 11 de janeiro de 2010.
  153. Contrabandistas de Gaza furam barreira de aço construída pelo Egito. O Globo, 6 de maio de 2010.
  154. «Red Cross: Israel trapping 1.5m Gazans in despair». Haaretz. 29 de junho de 2009 
  155. «Diskin: No aid crisis in Gaza». Jpost.com. 15 de junho de 2010. Consultado em 12 de dezembro de 2010 
  156. John Pike. «ISRAEL-OPT: UN report details grim effects of Israeli blockade on Gaza». Globalsecurity.org. Consultado em 1 de junho de 2010 
  157. Watt, Nicholas (27 de julho de 2010). «David Cameron: Israeli blockade has turned Gaza Strip into a 'prison camp'». The Guardian. London. Consultado em 28 de julho de 2010 
  158. «Israel, the West Bank and Gaza Travel Warning». Travel.state.gov. Consultado em 1 de junho de 2010. Arquivado do original em 30 de dezembro de 2004 
  159. Egypt eases own Gaza blockade after Israel Freedom Flotilla raid, Christian Science Monitor, June 2, 2010 (page 2)
  160. Rabinowitz, Gavin (20 de junho de 2010). «AFP: Israel to allow more 'civilian' goods into Gaza: official». Google.com. Consultado em 12 de dezembro de 2010 
  161. a b c «Easing the blockade – Assessing the humanitarian impact on the population of the Gaza Strip» (PDF). UNITED NATIONS Office for the Coordination of Humanitarian Affairs occupied Palestinian territory. Março de 2011. Consultado em 16 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 26 de julho de 2011 
  162. a b «Gaza Strip». CIA World Fact Book. Central Intelligence Agency (US). Consultado em 25 de outubro de 2012 
  163. «Economic improvement in the Gaza Strip». www.idf.il. Consultado em 21 de novembro de 2012. Arquivado do original em 14 de julho de 2014 
  164. Avi Issacharoff (4 de setembro de 2012). «Egypt's holy war against Sinai jihadists leaves many questions unanswered». Haaretz. Consultado em 26 de maio de 2014 
  165. «Israel destrói pista do aeroporto de Gaza». France Presse. Publicado pela Folha Online. 3 de dezembro de 2001. Consultado em 6 de janeiro de 2009 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Faixa de Gaza
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Faixa de Gaza