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Françafrique

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Françafrique (pronúncia em francês: ​[fʁɑ̃safʁik]), por vezes aportuguesado para Françáfrica,[1] é um portmanteau de France e Afrique usado para denotar o relacionamento da França com suas antigas colônias africanas,[2] às vezes é estendido para cobrir também as antigas colônias belgas. O termo foi usado primeiramente em sentido positivo pelo presidente Félix Houphouët-Boigny da Costa do Marfim, com referência ao crescimento econômico e à estabilidade política desse país. No entanto, às vezes é usado para criticar a suposta relação neocolonial que a França tem com suas antigas colônias africanas. Os críticos afirmam que a França tornou-se guardiã de suas antigas colônias africanas, protegendo dessa forma seus interesses políticos e econômicos enquanto resgata parte de sua identidade perdida e estabelece um "quintal" no continente africano, aproveitando que esses países sofrem flagelos como debilidade política e institucional, guerras civis e terrorismo islâmico.[3][4]

Desde a independência dos Estados africanos em 1960, a França interveio militarmente mais de 30 vezes no continente.[5] A França tem bases militares no Gabão,[6] no Senegal[7] e no Djibuti,[8] bem como nos seus departamentos ultramarinos de Maiote e Reunião no oceano Índico.[9] O exército francês também está implantado no Mali, Chade, República Centro Africana,[10] Somália[11] e Costa do Marfim.[12] Existe uma controvérsia sobre se a "Françafrique" ainda existe.[13][14][15] Desde 2012, alguns falaram de um "retorno da Françafrique".[16][17] Em 14 de julho de 2013, tropas de 13 países africanos marcharam com os militares franceses durante o desfile do Dia da Bastilha em Paris pela primeira vez desde que as tropas coloniais francesas foram dissolvidas.[18]

Referências

  1. A Costa do Marfim e a volta da 'Françáfrica' - CartaCapital
    Hollande tenta enterrar estigma do 'neocolonialismo' - O Estado de S.Paulo
  2. Steven Erlanger (12 de Setembro de 2011). «Rwandan Leader, in Paris, Seeks to Ease Tensions». The New York Times 
  3. Arancón, Fernando (12 de junho de 2015). «La Francáfrica o el imperio neocolonial francés». El Orden Mundial en el Siglo XXI 
  4. «Bleeding Africa: A Half Century of the Françafrique» (em inglês). Loonwatch.com. 25 de março de 2014 
  5. RFI -14 July 2010 – Olivier Fourt – 1960–2010, 50 ans d’interventions militaires françaises en Afrique
  6. French Ministry of Defence – Les Forces françaises au Gabon
  7. French Ministry of Defence – Les Éléments français au Sénégal
  8. French Ministry of Defence – Les forces françaises stationnées à Djibouti
  9. French Ministry of Defence – Les Forces armées en zone sud de l'Océan Indien
  10. French Ministry of Defence – Les forces françaises en République Centrafricaine
  11. French Ministry of Defence – Opération EU NAVFOR Somalie / Atalante – Lutte contre la piraterie
  12. French Ministry of Defence – Les forces françaises en Côte d'Ivoire
  13. Samuël Foutoyet, Nicolas Sarkozy ou la Françafrique décomplexée, Tribord, 2009, p. 11 (French)
  14. 50 years later, Françafrique is alive and well – Christophe Boisbouvier – 16 February 2010 – RFI English
  15. Reconnaissons que l'Elysée rompt avec la « Françafrique », article by Venance Konan, Le Monde, 16 avril 2011 (French)
  16. The New York Times – The Return of Françafrique – PIERRE HASKI – 21 July 2013
  17. «Al Jazeera – Ending 'Francafrique' – 12 March 2013». Consultado em 26 de março de 2017. Arquivado do original em 22 de setembro de 2013 
  18. France24 - African troops march with French for Bastille Day - 14 July 2013