Irredentismo iugoslavo
O irredentismo iugoslavo refere-se a um irredentismo que promove uma Iugoslávia que una todos os territórios populados por eslavos do sul, abrangendo seus territórios historicamente unidos daBósnia e Herzegovina, Croácia, Montenegro, Sérvia (incluindo o território disputado do Kosovo) Eslovênia e a Macedônia do Vardar; unindo-se a estes territórios reivindicados por iugoslavistas que não haviam sido incorporados ao estado da Iugoslávia, incluindo a Bulgária, a Trácia Ocidental e a Macedônia Grega e, em algumas propostas, outros territórios. O governo do Reino da Iugoslávia já havia procurado uma união com a Bulgária.[1]
A República Socialista Federativa da Iugoslávia, sob o comando de Josip Broz Tito, buscou criar uma Iugoslávia integral que incorporasse as regiões gregas da Macedônia e da Trácia, a Albânia, a Bulgária, uma parte da Caríntia austríaca ou toda ela, e desde Novembro de 1943, toda a região italiana de Friuli-Venezia Giulia.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Os proponentes do irredentismo iugoslavo incluíam tanto monarquistas quanto republicanos.[3] Dias antes da criação da Iugoslávia, em 1918, o político iugoslavo Svetozar Pribićević declarou que as fronteiras da Iugoslávia deveriam se estender "da Soča até Salônica".[4] As propostas no período entre guerras para incluir a Bulgária à Iugoslávia incluíam reivindicações dos republicanos de que uma república era necessária para a criação de uma Iugoslávia integral com a Bulgária, enquanto outras afirmavam que uma república não seria possível porque a Bulgária era um reino, e alegavam que monarquia constitucional seria uma forma apropriada de estado para incluir a Bulgária.[5]
O movimento militante Zveno, na Bulgária, apoiava uma Iugoslávia Integral que incluiria a Bulgária, bem como a Albânia.[6] O movimento Zveno participou do golpe de Estado búlgaro de 1934, os apoiadores do golpe declararam sua intenção de formar imediatamente uma aliança com a França e buscar a unificação da Bulgária em uma Iugoslávia Integral.[7]
Com o começo da Segunda Guerra Mundial começou, em 1940 o general Milan Nedić propôs que a Iugoslávia se unisse às potências do Eixo e atacasse a Grécia para conquistar Salônica.[8] Durante a guerra, o governo britânico apoiou a criação de uma Grande Iugoslávia depois do conflito, se opondo à entrada do governo búlgaro nas Potências do Eixo, em maio de 1941, endossando o documento do Dr. Malcom Burr em favor da incorporação da Bulgária à Iugoslávia após a guerra.[9]
Após a Segunda Guerra Mundial, Tito declarou que a Iugoslávia tinha o direito de ter Trieste e toda a Caríntia, dizendo: "Libertamos a Caríntia, mas as condições internacionais foram tais que tivemos que abandoná-la temporariamente. A Caríntia é nossa e vamos lutar para isso".[10]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Cecil Frank Melville. Balkan racket: the inside story of the political gangster plot which destroyed Yugoslavia and drove Britain out of the Balkans. Jarrold, 1941. Pp. 61.
- ↑ Ramet 2006, p. 172.
- ↑ Near East and India , Volume 44. University of Minnesota, 1935. Pp. 4 and 149.
- ↑ Ivo Banač. The national question in Yugoslavia: origins, history, politics. Cornell University Press, 1984. Pp. 128.
- ↑ Near East and India , Volume 44. University of Minnesota, 1935. Pp. 149.
- ↑ Plamen S. T︠S︡vetkov. A history of the Balkans: a regional overview from a Bulgarian perspective. EM Text, 1993. Pp. 195.
- ↑ Khristo Angelov Khristov. Bulgaria, 1300 years. Sofia, Bulgaria: Sofia Press, 1980. Pp. 192.
- ↑ John R. Lampe. Yugoslavia As History: Twice There Was a Country. Cambridge, England, UK: Cambridge University Press, 2000. Pp. 199.
- ↑ Dimitris Livanios. The Macedonian question: Britain and the southern Balkans: 1939-1949. Oxford, England, UK: Oxford University Press, 2008 Pp. 103.
- ↑ Ramet 2006, pp. 172-173.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- Ramet, Sabrina P. The three Yugoslavias: state-building and legitimation, 1918-2005. [S.l.: s.n.]