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Kurupi itaata

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Kurupi itaata
Intervalo temporal: Cretáceo Superior
70–66 Ma
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: Abelisauridae
Gênero: Kurupi
Iori et al., 2021
Espécie-tipo
Kurupi itaata
Iori et al., 2021

Kurupi é um gênero de dinossauros terópodes da família Abelisauridae, nativo da formação Marília do Cretáceo Superior, durante o Maastrichtiano, há cerca de 70 a 66 milhões de anos. Até ao momento só uma espécie foi nomeada, Kurupi itaata. O gênero faz alusão ao deus da fertilidade e sexualidade guarani Kurupi, pois o holótipo foi encontrado nos arredores do motel paraíso, lugar destinado para encontros íntimos.[1]

Descoberta e nomeação

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O holótipo do gênero, MPMA 27-0001/02, consiste em um ísquio esquerdo quase completo articulado com partes do ísquio direito, ílio esquerdo e uma pequena porção do púbis esquerdo. Três vértebras caudais proximais, fragmentos da cintura pélvica e dois ossos não identificáveis também são atribuídos ao espécime. Esses elementos provém da região da cidade de Monte Alto, no estado brasileiro de São Paulo. As rochas dessa localidade são atribuídas à formação Marília, antigo membro Echaporã, datando do Maastrichtiano. Com a recente separação dos membros Serra da Galga e Ponte Alta para a formação Serra da Galga,[2] do triângulo mineiro, Kurupi se tornou o único dinossauro descrito e nomeado da formação Marília.[1]

O nome do gênero Kurupi faz referência ao deus guarani da sexualidade e fertilidade de mesmo nome, em alusão a sua descoberta próxima a um motel. Já o epíteto específico K. itaata vem do idioma Tupi e tem duas raízes etimológicas: ita , que significa rocha, e atã, que significa duro, forte, resistente. Segundo os autores, o epíteto faz alusão às rochas resistentes da região de monte alto.[1]

Descrição e ecologia

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Baseando-se em estudos anteriores e comparações com táxons relacionados,[3] Kurupi itaata provavelmente media 5 metros de comprimento, um tamanho mediano para a família.[1] Como só possui elementos pélvicos e caudais preservados, todas inferências sobre sua paleobiologia só podem ser feitas a partir destes materiais. Grandes áreas de inserção muscular no ísquio demostram que como os Brachyrostra derivados Carnotaurus e Aucasaurus, tinha adaptações para uma vida cursorial.

Reconstrução artística de Kurupi itaata.

O paleoambiente da formação Marília era árido, com precipitação anual próxima dos 200-300mm. Mesmo assim, a presença de moluscos bivalves, peixes e crocodiliformes aquáticos demonstram que existiam corpos da águas, que provavelmente concentrariam a fauna terrestre. Além de Kurupi, vários fósseis não-nomeados são atribuídos ao grupo de saurópodes Titanosauria, potenciais presas, baseado em seus relativos.[4]

Classificação

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Na sua descrição, Kurupi é atribuído a Abelisauridae, porém suas relações dentro do grupo são pouco conhecidas,[1] estando em uma posição mais derivada que Eoabelisaurus e Spectrovenator, situado em uma politomia com todos os outros gêneros descritos. A politomia provavelmente é fruto da incompletude do material.

Cladograma por Iori et al(2021):

Abelisauridae

Eoabelisaurus

Spectrovenator

Abelisaurus

Viavenator

Skorpiovenator

Rugops

Rajasaurus

Pycnonemosaurus

Majungasaurus

Kryptops

Indosaurus

Ilokelesia

Genusaurus

Ekrixinatosaurus

Dahalokely

Carnotaurus

Arcovenator

Kurupi

Referências

  1. a b c d e Iori, Fabiano Vidoi; Araújo-Júnior, Hermínio Ismael de; Tavares, Sandra A. Simionato; Marinho, Thiago da Silva; Martinelli, Agustín G. (1 de dezembro de 2021). «New theropod dinosaur from the Late Cretaceous of Brazil improves abelisaurid diversity». Journal of South American Earth Sciences (em inglês). 103551 páginas. ISSN 0895-9811. doi:10.1016/j.jsames.2021.103551. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  2. Soares, Marcus Vinícius Theodoro; Basilici, Giorgio; Marinho, Thiago da Silva; Martinelli, Agustín Guillermo; Marconato, André; Mountney, Nigel Philip; Colombera, Luca; Mesquita, Áquila Ferreira; Vasques, Julia Tucker (2021). «Sedimentology of a distributive fluvial system: The Serra da Galga Formation, a new lithostratigraphic unit (Upper Cretaceous, Bauru Basin, Brazil)». Geological Journal (em inglês) (2): 951–975. ISSN 1099-1034. doi:10.1002/gj.3987. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  3. Grillo, Orlando Nelson; Delcourt, Rafael (1 de janeiro de 2017). «Allometry and body length of abelisauroid theropods: Pycnonemosaurus nevesi is the new king». Cretaceous Research (em inglês): 71–89. ISSN 0195-6671. doi:10.1016/j.cretres.2016.09.001. Consultado em 14 de novembro de 2021 
  4. Rogers, Raymond R.; Krause, David W.; Curry Rogers, Kristina (abril de 2003). «Cannibalism in the Madagascan dinosaur Majungatholus atopus». Nature (em inglês) (6931): 515–518. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature01532. Consultado em 14 de novembro de 2021 
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