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La Niña

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Anomalia da temperatura dos oceanos em novembro de 2007, sob influência de um La Niña.[1]

O La Niña é um fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Assim como o El Niño, sua ocorrência gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.[2]

Os ventos ascendentes no Pacífico Central e Ocidental, descendentes no oeste da América do Sul, alísios (de leste para oeste) próximos à superfície e de oeste para leste em altos níveis da troposfera correspondem à chamada Célula de Walker, área de constante evaporação que regula o padrão de circulação da convecção originada sobre o oceano. Em situações normais, as águas mais quentes do Pacífico Equatorial Oeste são represadas pela intensificação dos ventos alísios. Com o La Niña, o afloramento aumenta e a termoclina se torna mais rasa a leste do Pacífico, ao mesmo tempo em que as águas quentes são represadas mais a oeste que o normal, alongando a Célula de Walker.[3][4][5]

O termo "La Niña" é espanhol e significa "a menina",[3] em uma alusão ao contrário de "El Niño" ("o Menino", em referência ao Menino Jesus). Outros nomes como "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir ao resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade.[2][4] As últimas ocorrências com forte intensidade foram registradas em 1988–1989, 1998-2001, 2007–2008, 2010-2012 e 2020-2023.[1][6][7]

Consequências

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A velocidade dos ventos aumenta a intensidade da Célula de Walker, isto provoca mais chuva no Sudeste Asiático e no norte da Oceania e secas na costa oeste da América do Sul, pois impede a convecção do ar.

Entre os meses de dezembro e fevereiro:[1]

Entre os meses de junho e agosto:[1]

  • Inverno árido nas regiões Sul e Sudeste do Brasil
  • Aumento do frio na costa oeste da América do Sul
  • Frio e chuvas na região do Caribe (América Central)
  • Aumento das temperaturas na região leste da Austrália
  • Aumento das temperaturas e chuvas na região leste da Ásia

Os principais efeitos de episódios do La Niña observados sobre o Brasil são:[8]

  • Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul
  • Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno
  • Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; Tendência às chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia; Chuvas acima da média para o setor centro-norte do Nordeste
  • Chuvas muito acima da média no leste dos estados da Região Sul, estiagem no oeste destes estados e no Paraguai
  • Em alguns episódios, chuva volumosa e frio na Região Sudeste do Brasil.

Em geral, um episódio La Niña começa a desenvolver-se em um certo ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. Ele pode, no entanto, durar até dois anos. Sua intensidade é tão forte que os episódios La Niña permitem, algumas vezes, a chegada de frentes frias até à Região Nordeste notadamente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas, e na Região Norte principalmente Rondônia e Acre.[carece de fontes?]

Referências

  1. a b c d Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). «Condições da última semana». Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Consultado em 14 de julho de 2015. Arquivado do original em 14 de julho de 2015 
  2. a b National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). «What is La Niña?» (em inglês). Consultado em 14 de julho de 2015. Cópia arquivada em 14 de julho de 2015 
  3. a b Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). «La Niña». Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Consultado em 14 de julho de 2015. Arquivado do original em 14 de julho de 2015 
  4. a b Thiago Azeredo. «El Niño e La Niña». Globo Educação. Consultado em 14 de julho de 2015. Cópia arquivada em 14 de julho de 2015 
  5. Instituto Meteorológico Nacional (IMN) - Costa Rica (2005). «La Niña: fase fria del ENOS» (em espanhol). Consultado em 14 de julho de 2015. Arquivado do original em 14 de julho de 2015 
  6. Ano termina com fenômeno La Niña em intensidade moderada
  7. O que é o 'episódio triplo' de La Niña que preocupa a ONU
  8. Pryscila Paiva (14 de maio de 2015). «Saiba como os fenômenos El Niño e La Niña afetam a agricultura brasileira». Canal Rural. Consultado em 14 de julho de 2015. Cópia arquivada em 14 de julho de 2015 

Ligações externas

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