Lars von Trier
Lars von Trier | |
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Lars von Trier no Festival de Cannes em 2000 | |
Nome completo | Lars Trier |
Nascimento | 30 de abril de 1956 (68 anos) Kongens Lyngby, Copenhague |
Nacionalidade | dinamarquês |
Ocupação | Diretor Roteirista Produtor de cinema |
Cônjuge | Cæcilia Holbek (m. 1987–95; 2 filhos)[1] Bente Frøge (m. 1997–presente; 2 filhos) |
César | |
Melhor Filme Estrangeiro 1996 – Breaking the Waves | |
Festival de Cannes | |
Palma de Ouro 1984 – The Element of Crime 1991 – Europa 1996 – Breaking the Waves 2000 – Dancer in the Dark |
Lars von Trier (Copenhague, 30 de abril de 1956) é um cineasta dinamarquês; vencedor de diversos prêmios europeus de cinema. A partícula "von" foi adotada por Lars von Trier durante o período em que esteve na Danish Film School. O motivo para sua inclusão no apelido foi a alcunha que os seus amigos da época lhe deram.
Lars estreou em direção cinematográfica com Befrielsesbilleder (1982), mas passou ser reconhecido no seu oitavo título como diretor, o drama romântico filme Breaking the Waves (1996). Anos depois realizou a comédia Idiolterne (1998), que recebeu críticas favoráveis pela crítica e público, e Dancer in the Dark (2000), que foi muito bem recebido pela crítica, que inclusive foi indicado a vários prêmios importantes, como o Oscar, Globo de Ouro e Independent Spirit Awards e vencedor da Palma de Ouro pelo filme. Uma trilogia foi planejada por Trier, que começou por Dogville (2003), foi procedido por Manderlay (2005) e não se obtém nenhuma notícia possível de um terceiro filme da trilogia. Três anos depois de sua comédia The Boss of It All (2006), o cineasta dirigiu e escreveu o roteiro para uma trilogia intitulada "Trilogia da Depressão", com os filmes Antichrist (2009), Melancholia (2011) e Nymphomaniac (2013), todos foram bem recebidos pela crítica e pelo público.
Início da vida
[editar | editar código-fonte]Trier nasceu em Kongens Lyngby, norte de Copenhagen, filho de Inger Høst e Fritz Michael Hartmann. Recebeu seu sobrenome do marido de Høst, Ulf Trier, que considerou seu pai biológico até 1989.[2] O diretor mais tarde se tornaria famoso por sua honestidade aos jornalistas sobre sua família complexa e educação, bem como o impacto que teve sobre sua identidade, crenças e processo artístico.
Trier estudou teoria de cinema na Universidade de Copenhage e direção de cinema na Escola Nacional de Cinema da Dinamarca. Aos 25 anos, ganhou dois prêmios de melhor filme escola no Festival Internacional de Escolas de Cinema de Munique[3] para os filmes Nocturne e Last Detail. Adotou a partícula nobiliárquica alemã "von" ao seu nome (possivelmente como uma homenagem satírica aos igualmente auto-inventados títulos de diretores Erich von Stroheim e Josef von Sternberg), e viu o seu filme de graduação Images of Liberation lançado como um recurso teatral.[4]
Controvérsia no festival de Cannes
[editar | editar código-fonte]Conhecido por ser provocador nas entrevistas, os comentários de von Trier durante a coletiva de imprensa antes da estreia de Melancholia no festival de Cannes causaram uma controvérsia significativa na mídia, levando o festival a declará-lo como "persona non grata" e bani-lo do festival por um ano.[5][6] O filme, contudo, não foi excluído da competição daquele ano. Minutos antes do final da entrevista, um jornalista perguntou a von Trier sobre sua origem alemã e a estética nazista em resposta à descrição do gênero do filme feita pelo diretor como "romance alemão". O diretor – que foi criado judeu e descobriu apenas na vida adulta que seu pai biológico era um alemão não-judeu – pareceu ofendido pela conotação e respondeu discutindo sua identidade alemã. Ele brincou que, já que não era mais judeu, agora "entendia" e simpatizava com Hitler, que ele não é contra os judeus, exceto por Israel, que é "um pé no saco" e que é nazista.[7] Esses comentários provocaram uma agitação na mídia que apresentou o incidente como um escândalo antisemita.[8] O diretor divulgou uma desculpa formal imediatamente após a polêmica coletiva de imprensa e se desculpava em todas as entrevistas que ele concedia nas semanas após o incidente, admitindo que não estava sóbrio e dizendo que não precisava explicar que não era nazista.[7]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]Curta-metragem
[editar | editar código-fonte]Ano | Filme | Creditado como | ||
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Diretor | Roteirista | |||
1967 | Turen til Squashland | Sim | Sim | |
1968 | Nat, skat | Sim | Sim | |
1969 | Et skakspil | Sim | Sim | |
1969 | En røvsyg oplevelse | Sim | Sim | |
1970 | Hvorfor flygte fra det du ved du ikke kan flygte fra? Fordi du er en kujon | Sim | Sim | |
1971 | En blomst | Sim | Sim | |
1978 | Orchidégartneren | Sim | Sim | |
1979 | Menthe - la bienheureuse | Sim | Sim | |
1980/1 | Nocturne | Sim | Sim | |
1996 | Den sidste detalje | Sim | ||
2003 | Dogville: The Pilot | Sim | Sim | |
2011 | Selma Jezková | Sim |
Longas-metragens
[editar | editar código-fonte]Ano | Filme | Creditado como | ||
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Diretor | Roteirista | |||
1982 | Befrielsesbilleder | Sim | Sim | |
1984 | The Element of Crime | Sim | Sim | |
1987 | Epidemic | Sim | Sim | |
1988 | Medea | Sim | Sim | |
1991 | Europa | Sim | Sim | |
1994 | Lærerværelset | Sim | Sim | |
1996 | Marathon | Sim | ||
1994 | Riget I | Sim | Sim | |
1996 | Breaking the Waves | Sim | Sim | |
1997 | Riget II | Sim | Sim | |
1998 | Idioterne | Sim | Sim | |
2000 | D-dag Lise | Sim | Sim | |
2000 | D-dag | Sim | Sim | |
2000 | Dancer in the Dark | Sim | Sim | |
2001 | D-dag - Den færdige film | Sim | Sim | |
2003 | Dogville | Sim | Sim | |
2003 | Five Obstructions | Sim | Sim | |
2004 | Dear Wendy | Sim | Sim | |
2004 | Kingdom Hospital | Sim | ||
2005 | Manderlay | Sim | Sim | |
2006 | Boss of it All | Sim | Sim | |
2007 | Cada Um com Seu Cinema | Sim | ||
2007 | The Early Years | Sim | ||
2009 | Antichrist | Sim | Sim | |
2011 | Melancholia | Sim | Sim | |
2013 | Nymphomaniac: Vol. I | Sim | Sim | |
2013 | Nymphomaniac: Vol. II | Sim | Sim | |
2018 | The House That Jack Built | Sim | Sim |
Prêmios e Indicações
[editar | editar código-fonte]- Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original, por I've Seen It All (2001).
- Recebeu uma indicação ao Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Idiolterne (1999).
- Recebeu uma indicação ao Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Dancer in the Dark (2001).
- Recebeu uma indicação ao Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Manderlay (2006).
- Recebeu uma indicação ao Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Nymphomaniac (2014).
- Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme Estrangeiro, por Dancer in the Dark (2001).
- Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme da União Europeia, por Dogville (2004).
- Recebeu uma indicação ao César de Melhor Filme Estrangeiro, por Melancholia (2012).
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original, por I've Seen It All.
- Recebeu uma indicação ao Indepedent Spirit Award de Melhor Filme Estrangeiro, por Breaking the Waves (1996).
- Recebeu uma indicação ao Indepedent Spirit Award de Melhor Filme Internacional, por Melancholia (2012).
- Recebeu uma indicação ao Satelite Award de Melhor Diretor, por Breaking the Waves (1997).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por The Element of Crime (1985).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Europa (1992).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Riget (1995).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Breaking the Waves (1997).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Dogville (2004).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Antichrist (2010).
- Ganhou o Bodil Awards de Melhor Filme Dinamarquês, por Melancholia (2012).
- Ganhou o César de Melhor Filme Estrangeiro, por Breaking the Waves (1997).
- Ganhou o Independent Spirit Award de Melhor Filme Estrangeiro, por Dancer in the Dark (2000).
- Ganhou o Satelite Award de Melhor Filme Estrangeiro, por Breaking the Waves (1997).
- Ganhou o Satelite Award de Melhor Canção Original, por I've Seen It All.
Referências
- ↑ Lumholdt, Jan (2003). Lars von Trier: interviews (em inglês). [S.l.]: Univ. Press of Mississippi. p. 22–23. ISBN 978-1-57806-532-5
- ↑ «Carl Th. Dreyer - From Dreyer to von Trier» (em dinamarquês). Consultado em 6 de maio de 2017. Arquivado do original em 29 de junho de 2017
- ↑ Lumholdt, Jan (1 de janeiro de 2003). Lars Von Trier: Interviews (em inglês). [S.l.]: Univ. Press of Mississippi. ISBN 9781578065325
- ↑ «Befrielsesbilleder» (em dinamarquês). Nationalfilmografien
- ↑ «Von Trier 'persona non grata' at Cannes after Nazi row» (em inglês). BBC. 19 de maio de 2011
- ↑ Bhushan, Nyay (22 de novembro de 2013). «Lars von Trier's Sex Epic 'Nymphomaniac' Can't Compete at Cannes, Says Thierry Fremaux» (em inglês). The Hollywood Report
- ↑ a b de Almeida, Carlos Helí (18 de maio de 2011). «Declaração nazista de Lars Von Trier choca o Festival de Cannes». Veja
- ↑ Berrin, Danielle (18 de maio de 2011). «Lars Von Trier at Cannes: Anti-Semitic spew or strange, stupid gaffe? UPDATED» (em inglês). Jewish Journal
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Lars von Trier. no IMDb.