Leão II (imperador)
Leão II | |
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Ilustração de Leão II (à direita) com seu avô Leão I (à esquerda) do Icones Imperatorum Romanorum (1557), baseado em moedas com sua imagem | |
Imperador Romano do Oriente | |
Reinado | 17 de novembro de 473-novembro de 474 |
Antecessor(a) | Leão I |
Sucessor(a) | Zenão |
Nascimento | 467 |
Morte | novembro de 474 (7 anos) |
Constantinopla | |
Dinastia | leonina |
Pai | Zenão |
Mãe | Ariadne |
Religião | Cristianismo |
Cogovernante | Leão I (até 18 de janeiro) Zenão (desde 29 de janeiro) |
Leão II (em latim: Leo; em grego: Λέων; romaniz.: Léōn; c. 467 — novembro de 474) foi brevemente imperador do Império Bizantino em 474, quando era uma criança de seis ou sete anos. Era filho de Zenão, o general isauro e futuro imperador, e Ariadne, a filha do imperador Leão I (r. 457–474). Leão II foi designado coimperador com seu avô em 17 de novembro de 473, e tornou-se imperador único em 18 de janeiro de 474 depois que seu avô morreu de disenteria. Zenão foi feito coimperador pelo senado em 29 de janeiro cogovernaram por um curto período antes de Leão II morrer em novembro. A data exata da morte de Leão é desconhecida.
Vida
[editar | editar código-fonte]Leão nasceu em 467,[a] filho de Zenão, um general isauro, e Ariadne, filha do então imperador Leão I, o Trácio.[1] Era neto materno de Leão I e Verina.[2] Foi feito césar por volta de outubro de 472,[b] e mais tarde foi promovido a augusto em novembro de 473, tornando-o coimperador ao lado do avô.[1][2][3] Foi coroado no Hipódromo de Constantinopla, e a cerimônia foi presidida pelo patriarca Acácio.[4] O Sobre as Cerimônias do século X dá um relato detalhado de sua coroação como augusto, datada em 17 de novembro.[5][6][c] Também foi nomeado o único cônsul de 474 nessa época.[7] Quando Leão I morreu de disenteria em 18 de janeiro de 474, subiu ao trono como único augusto.[1][2][3][8] Em 29 de janeiro,[d] o Senado bizantino nomeou Zenão coaugusto sob ele, pois era jovem demais para assinar documentos oficiais.[9] Morreu algum tempo após 10 de outubro,[10][e] com a idade de 7, deixando Zenão como imperador solo.[1][2]
Sua morte ter ocorrido logo após se tornar imperador levou à especulação entre alguns estudiosos modernos de que foi envenenado por sua mãe Ariadne para que Zenão pudesse ascender ao trono. No entanto, nenhuma fonte contemporânea levantou essa sugestão. Embora Zenão fosse impopular, considera-se provável que a morte tenha sido natural, especialmente quando se considera a alta taxa de mortalidade infantil à época.[1][2][3] Vítor de Tununa, cronista do século VI, disse que não morreu de fato, mas foi levado por Ariadne e escondido num mosteiro. Trata-se de provável confusão com Basilisco, filho do comandante Armato. Basilisco foi coroado césar em 476 e quase foi executado em 477/8 após seu pai ser assassinado por Zenão, mas foi salvo por Ariadne. A confusão quiçá decorre do fato de que ele foi rebatizado como Leão para evitar associação com o usurpador que se destronou momentaneamente Zenão.[11]
Zenão era muito impopular, devido à falta de prestígio dinástico, com seus únicos laços familiares com o trono imperial sendo o seu casamento com Ariadne e através de seu filho já falecido. Além disso, por ser isauro, era visto como estrangeiro pela elite bizantina, e o tesouro estava vazio quando ascendeu. O primeiro governo de Zenão foi contestado pela dinastia leonina, com Verina, a viúva de Leão I, proclamando seu irmão Basilisco como imperador em janeiro de 475. Zenão fugiu e por 20 meses Basilisco governou antes de Zenão retornar e retomar o trono. O governo de Zenão foi marcado por constantes inquietações, e foi apenas por astúcia e suborno que conseguiu governar por 17 anos, até sua morte em 9 de abril de 491.[2][12][13]
Notas
[editar | editar código-fonte]- [b] ^ A PIRT[15] e outros autores[16] basearam-se para a data de 473 nos argumentos de Otto Seeck, que seguiu Teodoro, o Leitor e Jorge Cedreno ao vincular a elevação de Leão a césar com a erupção do Monte Vesúvio. No entanto, os estudiosos modernos datam o evento em 472.[17]
- [c] ^ Alguns autores argumentam que a data indicada não se refere à elevação, mas à sua morte.[18] Isso, no entanto, exigiria rotular todo o documento como falso, o que é muito improvável.[19]
- [d] ^ João Malalas dá a morte de Leão I e a coroação de Zenão em 3 e 9 de fevereiro, respectivamente, enquanto o Auctuarium Prosperi Havniense dá 18 e 29 de janeiro. A última fonte é muitas vezes considerada mais precisa,[10] pois a morte de Leão é geralmente dada como 18 de janeiro.[20] No entanto, e contraditoriamente, os estudiosos costumavam usar 9 de fevereiro para a coroação de Zenão.[10][15]
- [e] ^ João Malalas afirmou que reinou "1 ano e 23 dias", o que, contando a partir de sua coroação como augusto, daria uma data de morte de 8/9 de dezembro. No entanto, também afirmou que Leão morreu em "novembro de 13.ª indicção... como foi escrito pelo mais erudito Nestoriano, cuja crônica terminou com Leão".[21]
Fontes primárias
[editar | editar código-fonte]- Anônimo Valesiano (Anônimo, século VI).[22]
- Crônica Pascoal (Anônimo, século VII).[22]
- Crônica de Bar Hebreu (século XIII).[23]
- Crônica de Donino (século VI).[24]
- História Eclesiástica de Evágrio Escolástico (século VI).[22]
- Livro XIV da Cronografia de João Malalas (século VI).[25]
- Romana de Jordanes (século VI).[22]
- Crônica de Miguel, o Sírio (século XII).[23]
- Crônica de Nestoriano (século VI).[26]
- Crônica de Teófanes, o Confessor (século VIII).[23]
- Crônica de Vítor de Tununa (século VI).[22]
- Extratos da História de João Zonaras (século XII).[22]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Flávio Valério Leão Augusto V com Sem colega |
Leão 474 com Sem colega |
Sucedido por: Flávio Zenão Augusto II com Pós-consulado de Leão |
Referências
- ↑ a b c d e Carr 2015, p. 55.
- ↑ a b c d e f Lee 2013, p. 100.
- ↑ a b c Adkins 2004, p. 38.
- ↑ Dagron 2003, p. 81–82.
- ↑ Croke 2021, p. 153–159.
- ↑ Dagron 2003, p. 69.
- ↑ James 2013, p. 110.
- ↑ Meijer 2004, p. 159.
- ↑ Kosinski 2016, p. 148.
- ↑ a b c Croke 2021, p. 159–160.
- ↑ Shalev-Hurvitz 2015, p. 231.
- ↑ Jones 2014, p. 91.
- ↑ Freely 2010, p. 108.
- ↑ Croke 2021, p. 146–148.
- ↑ a b Martindale 1980, p. 664–665.
- ↑ Cooley 2012, p. 508.
- ↑ Croke 2021, p. 149–151.
- ↑ Meijer 2004, p. 158.
- ↑ Croke 2021, p. 156–157.
- ↑ Martindale 1980, p. 663–664.
- ↑ Croke 2021, p. 160–162.
- ↑ a b c d e f Martindale 1980, p. 141.
- ↑ a b c McClanan 2002, p. 67.
- ↑ Jeffreys 2017, p. 33.
- ↑ Jeffreys 2017, p. 2.
- ↑ Jeffreys 2017, p. 142.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Adkins, Lesley; Adkins, Roy A. (2004). Handbook to Life in Ancient Rome. Nova Iorque: Facts On File. ISBN 9780816074822
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- Cooley, Alison E. (2012). The Cambridge Manual of Latin Epigraphy. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 978-0-521-84026-2
- Dagron, Gilbert (2003). Emperor and Priest: the Imperial Office in Byzantium. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 9780521801232
- Croke, Brian (2021). «The imperial reigns of Leo II». Roman Emperors in Context: Theodosius to Justinian. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 9781000388305
- Freely, John (2010). Children of Achilles: the Greeks in Asia Minor Since the Days of Troy. Londres: I. B. Tauris. ISBN 9781845119416
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- Lee, A. D. (2013). From Rome to Byzantium AD 363 to 565: the Transformation of Ancient Rome. Edimburgo: Imprensa da Universidade de Edimburgo. ISBN 9780748668359
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- Meijer, Fik (2004). Emperors Don't Die in Bed. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 9781134384051
- Shalev-Hurvitz, Vered (2015). Holy Sites Encircled: The Early Byzantine Concentric Churches of Jerusalem. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 9780199653775