Lovers rock
Lovers rock | |
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Origens estilísticas | |
Contexto cultural | década de 1970, Londres |
Instrumentos típicos | |
Formas derivadas |
Lovers rock (rock dos amantes, em tradução livre) é um subgênero musical do reggae. Embora a temática amorosa já tivesse um importante papel dentro da música jamaicana desde finais da década de 1960, o estilo se desenvolveu em meados da década de 1970 entre a comunidade negra no Reino Unido.[1]
História
[editar | editar código-fonte]As raízes do Lovers Rock podem ser encontradas já no rocksteady, quando importantes artistas jamaicanos, insatisfeitos com o domínio do movimento rastafari na música jamaicana, à exemplo de Alton Ellis e norte-americanos como Ken Boothe, Johnny Nash e John Holt conquistaram prestígio internacional gravando versões reggae de sucessos R&B, especialmente da soul music.
Mas o estilo surgiu em meados da década de 1970, quando os proprietários de soundsystems de Londres começaram a se abrir para baladas românticas com mulheres jovens, como Count Shelly, que gravou Ginger Williams's Tenderness em 1974, e no ano seguinte com Louisa Mark interpretando uma versão do obscuro soul "Caught You in a Lie".[2]
O gênero emergente solidificou-se quando Dennis Harris, um imigrante de origem jamaicana, abriu um estúdio de gravação no sudeste de Londres, com os músicos Dennis Bovell e John Kpiaye. Eles elaboraram versões reggae de baladas da Motown e Filadélfia Soul com vocais femininos. Harris batizou sua gravadora de "Lovers Rock", nome tomado emprestado de um dub lado B de Augustus Pablo, e que também acabou virando o nome do novo subgênero musical.[2]
O Lovers Rock se tornaria um estilo de reggae crucial para a formação de uma identidade negra britânica, em um cenário política e socialmente conturbado de tensão racial.[2] Sua dança, conhecida como scrubbing, era uma espécie de fuga para os conflitos da época.[3] Por seu caráter apolítico, já que funcionava como um contraponto ao reggae militante jamaicano dominante àquela década, cuja especificidades políticas e filosóficas rastafari eram muitas vezes alienantes para muitos britânicos negros..[2]
Na década de 1980, o estilo ganharia novos adeptos e se consolidaria dentro do mainstream do reggae.
Estilo e influências
[editar | editar código-fonte]Basicamente uma continuação do rocksteady jamaicano, com instrumentação moderna, o Lovers Rock combina o som suave da soul music, inspirada nas "escolas" de Chicago e Philadelphia, com linhas de baixo sincopadas, típicas do rocksteady e reggae.[1]
Apesar de ter surgido como um fenômeno dentro da cena alternativa, o Lovers Rock acabaria por influenciar grupos como The Police, Culture Club e Sade.
Referências
- ↑ a b Lovers Rock en Allmusic.com
- ↑ a b c d Lover's rock: the story of reggae's Motown - The Guardian, 22 de setembro de 2011
- ↑ LOVERS ROCK – A HISTÓRIA DO REGGAE ROMÂNTICO Arquivado em 12 de novembro de 2013, no Wayback Machine. - Festival de Cinema do Rio, 2011