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Luís Freire

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Luís Freire
Luís Freire
Nascimento 16 de março de 1896
Recife
Morte 17 de julho de 1963 (67 anos)
Nacionalidade  Brasileiro
Alma mater Universidade Federal de Pernambuco
Instituições Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Campo(s) Engenharia

Luís de Barros Freire[1] (Recife, 16 de março de 189617 de julho de 1963) foi um engenheiro, professor e pioneiro da ciência no Brasil.[2]

Foi engenheiro civil, professor da Escola de Engenharia de Pernambuco (EEP)[3] e personagem de destaque na ciência do estado de Pernambuco, no século XX. Foi catalisador de talentos em Pernambuco, estimulando e influenciando futuros cientistas, como Hervásio Guimarães de Carvalho, [3] Mário Schenberg,[3] José Leite Lopes[4] e Samuel MacDowell (físico)[3]

Em 1904, o Estado de Pernambuco, com o argumento de economia para o erário público, extinguiu a EEP. [3] Assim, os professores remanescentes da EEP e pessoas de outras instituições locais, preocupadas com a falta de uma instituição para formar engenheiros no estado de Pernambuco, fundaram a Escola Livre de Engenharia.[3] Foi nesse contexto que Luís Freire, em 1914, ingressou nessa instituição e obteve o diploma de engenheiro civil em 1918.[3]

Em 1925, a Escola Livre de Engenharia voltaria a ser chamada de Escola de Engenharia de Pernambuco, assim, recuperando a sua denominação original.[3] Ao longo dos anos esta instituição passou por diversas transformações e hoje é o Centro de Tecnologia e Geociências(CTG) que pertence à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 1919, Luís Freire foi aprovado na seleção para professor da cátedra de geometria da Escola Normal de Pernambuco, uma escola de ensino básico que formava professores, após defender a tese e submeter-se a prova escrita do concurso. Em 1921, também através de concurso, após defesa de tese intitulada "A concepção cartesiana e as séries de Fourier" , tornou-se também professor da Escola Livre de Engenharia de Pernambuco. Tornou-se em 1934 professor catedrático de física, recebendo o título de Doutor em Ciências Físicas e Matemáticas.[5]

Devido ao fato da EEP não proporcionar salário que lhe permitisse dedicação exclusiva, Luís Freire também lecionou no Ginásio Pernambucano, entre 1925 e 1940 e nos colégios Prytaneu, Carneiro Leão, Oswaldo e Liceu Pernambucano ( Hoje, Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios).[3] No Rio de Janeiro foi professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Distrito Federal (UDF), atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, dirigida pelo educador Anísio Teixeira.

Luís Freire foi protagonista do crescimento e fortalecimento da EEP. Ele presenciou quando a EEP foi incorporada a Universidade do Recife (UR) ,em 1946. Alguns anos depois, em 1965, a UR passou a se chamar Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1949, Luís Freire apoia a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

Em 1951, Luís Freire foi nomeado membro do recém-criado Conselho Nacional de Pesquisas, atual CNPq, participando da Comissão de Ciências Físicas e Matemáticas.

Em 1952, fundou o Instituto de Física e Matemática (IFM). Este instituto tinha como objetivo a pesquisa em raios cósmicos e em Física Nuclear. O trabalho do professor Luís Frei foi fundamental para estabelecer a pesquisa científica no estado de Pernambuco e como grande incentivador de jovens talentos ele também foi influente na ciência nacional. Foi graças a influência do prof. Luís Freire que jovens como Hervásio Guimarães de Carvalho, [3] Mário Schenberg,[3] José Leite Lopes, Francisco de Assis Brandão (Brandãozinho), Rômulo Maciel, José Medeiros Machado (Machadinho), Jaime de Azevedo Gusmão Filho, Ricardo Palmeira, Fernando de Souza Barros, Samuel MacDowell (físico), Sidrack de Holanda Cordeiro, Manfredo Perdigão do Carmo seguiram na carreira acadêmica.[3]

Depois do falecimento do Professor Luís Feire, em 1963, o IFM foi desmembrado. Esse processo se iniciou em 1967 e foi efetivada em 1968. Neste Período o diretor do IMF era o professor Jônio Lemos e, segundo ele, pode-se destacar como Herança do IFM: a separação da Física e da matemática, a criação do Centro de Energia Nuclear, a criação do curso de graduação e o mestrado em Estatística. Também é possível citar a criação do centro de Computação Eletrônica com instalação do IBM 1130 e a criação do curso de graduação em informática.[3] Os, até então, recentes cursos e centros criados após a separação do IFM passaram por inúmeras modificações e deram origem ao que hoje são os atuais Departamento de Física, Departamento de Energia Nuclear, Departamento de Estatística e Centro de Informática da UFPE .[3] Assim pode-se considerar que o IFM, criado por Luís Freire, foi o embrião de vários departamentos atuais da Universidade Federal de Pernambuco.[3]

Referências

  1. Na grafia antiga, Luiz de Barros Freire
  2. Albuquerque, Ivone Freire Mota de; Hamburger, Amélia Império (1987). «Retratos de Luiz de Barros Freire como pioneiro da ciência no Brasil». Consultado em 29 de janeiro de 2013 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o Silva, Ascendino (2022). História da física no Recife. Recife, PE: Cepe Editora 
  4. «José Leite Lopes (depoimento, 1977)» (PDF). Consultado em 4 de março de 2012. (...) quando passei no vestibular e fiz o primeiro ano de Química Industrial, o professor de Física era o Luis Freire. Esse era a figura mais notável de todas porque era um homem de uma grande cultura em Matemática e em Física, um grande espírito filosófico e de crítica e dava as aulas de uma maneira muito elegante, muito atraente, Foi ele, exatamente, ao fazer já o curso no primeiro ano, que me desviou da Química Industrial. 
  5. «Prof. Luiz Freire». Consultado em 24 de fevereiro de 2012