Octavio Guedes
Octavio Guedes | |
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Nome completo | Octavio Massa Bragnoli Guedes |
Nascimento | 21 de novembro de 1966 (57 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Escritor Jornalista Comentarista |
Alma mater | Universidade Federal Fluminense |
Atividade | 1988 – presente |
Trabalhos notáveis | Essa República Vale Uma Nota Estúdio i Extra GloboNews em Ponto |
Prêmios | Prêmio Esso de Jornalismo (2006) Prêmio Esso de Jornalismo (2007) Awards of Excellence (2010) |
Empregador | Grupo Globo |
Octavio Massa Bragnoli Guedes (Rio de Janeiro, 21 de novembro de 1966) é um escritor, jornalista e comentarista brasileiro. Ele já foi diretor de redação do jornal Extra e atualmente é comentarista político no canal de notícias pago GloboNews. Guedes recebeu dois Prêmios Esso de Jornalismo e o prêmio Awards of Excellence, da Society for News Design, todos por seu trabalho no jornal Extra.[1] Guedes coescreveu, junto de seu colega Daniel Sousa, o livro Essa República Vale Uma Nota, lançado em 2019.[2][3]
Formação e carreira como jornalista
[editar | editar código-fonte]Nascido no Rio de Janeiro, Guedes é formado em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF).[2] Guedes já trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo e O Dia.[2] Em abril de 1998, Guedes participou da fundação do jornal Extra,[4] onde trabalhou como editor executivo e diretor de redação.[2]
Em 2013, assumiu como âncora na rádio CBN Rio, onde já trabalhava como comentarista e ficou na rádio até 2015.[2][5]
Atualmente, Guedes é comentarista político do canal de notícias pago GloboNews (e ocasionalmente na TV Globo),[6] onde faz participações nos telejornais GloboNews em Ponto, Jornal da GloboNews e Estúdio i.[7] Frequentemente Guedes chama a atenção do público por seus debates e comentários que faz ao vivo.[7][8][9][10]
Prêmios
[editar | editar código-fonte]Em 2006, Guedes recebeu Prêmio Esso de Jornalismo, na categoria primeira página. A primeira página vencedora, do jornal Extra, trazia a manchete: "Eles são sem-terra, sem respeito, sem educação e sem vergonha". Foi publicada no dia 7 de junho de 2006 e intercalava as vírgulas do título com fotos sobre o quebra-quebra promovido por cerca de mil manifestantes integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra no Congresso Nacional em Brasília.[2]
Em 2007, recebeu outro Prêmio Esso de Jornalismo, também na categoria primeira página, com a mesma equipe do prêmio anterior. A capa vencedora tinha na manchete: "Autoridades já fizeram até piada com a crise aérea, e quem chora somos nós", além da foto da ministra rindo em cima e abaixo a de alguém chorando sobre um balcão de embarque.[2]
Em 2010, recebeu o prêmio Awards of Excellence, da Society for News Design (SND – em português: Sociedade para o Design de Notícias), na categoria Páginas/Design de notícias. A capa era uma homenagem a Michael Jackson, publicada logo após sua morte em 25 de junho de 2009, e tinha a manchete: "Michael Jackson: This is it, Finished!"[2][1]
Ano | Prêmio | Categoria | Indicado por | Resultado |
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2006 | Prêmio Esso de Jornalismo | Primeira página | Capa do Extra sobre manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra. | Vencedor |
2007 | Prêmio Esso de Jornalismo | Primeira página | Capa do Extra sobre acidente aéreo da TAM no aeroporto de Congonhas. | Vencedor |
2010 | Awards of Excellence | Páginas/Design de notícias | Capa do Extra em homenagem a Michael Jackson. | Vencedor |
Escritor
[editar | editar código-fonte]Guedes coescreveu o livro Essa República Vale Uma Nota junto de Daniel Souza, economista e comentarista também no canal GloboNews.[11] O livro conta, através de um personagem fictício, histórias reais da república brasileira, desde a época de Marechal Deodoro até os dias atuais. O livro foi lançado em 14 de novembro de 2019 pela editora Máquina de Livros.[12][13]
Polêmicas
[editar | editar código-fonte]Ninguém vai transformar em crime o trabalho jornalístico de apurar. Ninguém vai me intimidar com milícia digital. Eu vou continuar apurando e vou continuar sempre ouvindo os dois lados, de preferência em ambientes públicos. Isso se chama jornalismo! | ||
— Guedes comentou sobre caso em que foi fotografado com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro.[14] |
Em janeiro de 2019, em entrevista ao SBT Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PSL), ao ser perguntado se iria se afastar do cargo por conta das investigações do caso Queiroz pelo Ministério Público, afirmou ser vítima de perseguição política e atacou a Rede Globo por conta de reportagens veiculadas sobre o caso.[15] Bolsonaro mostrou fotos de Guedes sentado em um restaurante com José Eduardo Gussem, procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro e com Cláucio Cardoso, promotor de justiça, e disse, sem provas, que eles estavam conversando sobre seu processo.[16] Guedes comentou sobre o caso: "Ninguém vai transformar em crime o trabalho jornalístico de apurar. Ninguém vai me intimidar com milícia digital. Eu vou continuar apurando e vou continuar sempre ouvindo os dois lados, de preferência em ambientes públicos. Isso se chama jornalismo!"[14][17]
No dia 15 de março de 2019, o PSL, partido de Bolsonaro, protocolou na Corregedoria Geral do Ministério Público do Estado representações contra Gussem e Cardoso, pela atuação dos dois na investigação de Bolsonaro. As fotos de Gussem e Cardozo com Guedes foram anexadas ao processo.[18]
Roubaram a vírgula, sequestraram a referência e extorquiram o contexto. O pobre virou estúpido. | ||
— Guedes, sobre o caso envolvendo fake news a seu respeito.[19] |
Em agosto de 2020, Guedes foi alvo de calúnias e fake news nas redes sociais e sites bolsonaristas,[20] ao ter um comentário seu, tirado de contexto, compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro e seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro.[21] No dia 14 de agosto, ao analisar uma pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, durante o telejornal GloboNews em Ponto, Guedes fez uma paráfrase de um bordão conhecido pelos norte-americanos: "é a economia, estúpido". Guedes trocou a palavra "economia" pela palavra "pobre", para indicar que a população de baixa renda seria responsável pela popularidade do presidente e disse: "Se eu tivesse que fazer uma manchete sobre isso, faria: é o pobre, estúpido". A frase foi citada nas redes sociais sem a vírgula, dando a entender que ele havia chamado pobres de estúpidos. O "estúpido" da frase dita por Guedes se refere ao interlocutor (quem ouve a fala), e não aos pobres.[22] Guedes comentou sobre o caso: "Roubaram a vírgula, sequestraram a referência e extorquiram o contexto. O pobre virou estúpido."[19][23]
Em dezembro de 2020, Guedes foi citado, junto com outros 76 jornalistas e influenciadores digitais, em um relatório produzido para o governo federal, que analisava postagens em redes sociais e feitas pelos citados. Intitulado "mapa de influenciadores", o relatório classificava os jornalistas e influenciadores como "detratores", "neutros informativos" e "favoráveis" e sugeria medidas para lidar com eles. No relatório, Guedes foi classificado como "detrator".[24]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Capa do EXTRA em homenagem a Michael Jackson ganha prêmio internacional». Extra. Infoglobo. 22 de fevereiro de 2010. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d e f g h «Octavio Guedes». Portal dos Jornalistas. Junho de 2014. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Pimenta, Letícia (5 de dezembro de 2016). «A nova voz das manhãs». Veja Rio. Grupo Abril. Consultado em 16 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2020
- ↑ «Octavio Guedes fala sobre os novos desafios com a fusão da redações do Globo e do Extra». O Globo (vídeo). Infoglobo. 29 de janeiro de 2017. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Octavio Guedes deixa CBN e Carolina Morand assume comando de programa no RJ». Portal Imprensa. 28 de agosto de 2015. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Guedes, Octavio (14 de maio de 2020). «Octávio Guedes comenta sobre o problema dos respiradores e do tomógrafo da Rocinha». Bom Dia Rio. TV Globo. Consultado em 13 de junho de 2020 – via Globoplay
- ↑ a b Padiglione, Cristina (14 de janeiro de 2021). «Do desentendimento ao debate civilizado, divergências fazem bem à GloboNews». TelePadi. Folha de São Paulo. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 – via UOL
- ↑ Caroline, Amanda (26 de agosto de 2020). «Jornalista quebra caneca ao vivo e leva outra bronca de Beltrão: "Lamentável"». Yahoo! Notícias. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Otávio Guedes compara Bolsonaro com Nazaré Tedesco». UOL. 26 de janeiro de 2021. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Benício, Jeff (23 de março de 2020). «GloboNews: jornalista chama Bolsonaro de "Tiririca raivoso"». Terra. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Em 'Essa República vale uma nota', Octavio Guedes e Daniel Sousa mostram com humor que o Brasil 'anda em círculos' há 130 anos». G1. Grupo Globo. 27 de novembro de 2019. Consultado em 5 de março de 2021
- ↑ «Essa República Vale Uma Nota». Google Livros. 2019. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ «Livro de Octavio Guedes e Daniel Souza trata com humor os 130 anos da República». Observatório da Imprensa. 26 de novembro de 2019. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ a b «Octavio Guedes sobre foto que circula na internet: 'Sou pago para entrevistar fontes'». Estúdio i. GloboNews. 24 de janeiro de 2019. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 – via G1
- ↑ «Ao SBT, Flávio Bolsonaro nega possível renúncia e ataca Globo». Poder360. 24 de janeiro de 2019. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Bergamasco, Débora (24 de janeiro de 2019). «Exclusivo! Flávio Bolsonaro concede entrevista ao SBT». SBT Brasil. SBT. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 – via YouTube
- ↑ Stycer, Mauricio (25 de janeiro de 2019). «Ninguém vai transformar o jornalismo em crime, diz comentarista da GloboNews». UOL. Consultado em 17 de fevereiro de 2021
- ↑ «PSL do Rio e Flávio Bolsonaro fazem representação contra MP fluminense». Poder360. 16 de março de 2019. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ a b Queiroz, Gustavo (17 de agosto de 2020). «#Verificamos: É falso que jornalista da GloboNews chamou nordestinos de 'pobres e estúpidos'». Agência Lupa. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 – via UOL
- ↑ «Bolsonaristas ignoram vírgula de frase para atacar jornalista da GloboNews». Portal Imprensa. 17 de agosto de 2020. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Pacheco, Paulo (17 de agosto de 2020). «Família Bolsonaro compartilha mentira sobre jornalista da GloboNews». Na Telinha. Consultado em 16 de fevereiro de 2021 – via UOL
- ↑ Monnerat, Alessandra (19 de agosto de 2020). «Posts tiram de contexto fala de jornalista da GloboNews sobre alta na aprovação de Bolsonaro». Estadão. Consultado em 17 de fevereiro de 2021
- ↑ Pacheco, Priscila (19 de agosto de 2020). «Jornalista Octavio Guedes não chamou nordestinos e pobres de estúpidos». Aos Fatos. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
- ↑ Valente, Rubens (1 de dezembro de 2020). «Relatório do governo separa em grupos jornalistas e influenciadores». UOL. Consultado em 16 de fevereiro de 2021