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Rádio Difusora (São Paulo)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Difusora AM
Rádio Difusora (São Paulo)
Rádio Difusora de São Paulo S/A
País Brasil
Cidade de concessão São Paulo, SP
Frequência(s) AM 960 kHz
Slogan O som alegria da cidade
Fundação 24 de novembro de 1934
Extinção 3 de setembro de 1981
Fundador Luiz Assumpção
Proprietário(s) Luiz Assumpção (1934-1943)
Assis Chateaubriand (1943-1968)
Condomínio Acionário (1968-1981)
Género Jornalismo, Pop, R&B, Disco
Idioma Língua portuguesa
Prefixo ZYK 692
Prefixo(s) anterior(es) PRF 3 (1934-1970)
Nome(s) anterior(es) Radio Diffusora São Paulo PRF-3
Cobertura São Paulo, estado de São Paulo e estados vizinhos

A Rádio Difusora AM foi uma emissora de rádio brasileira de São Paulo, que operava na frequência de onda média (AM) 960 kHz.

Fundada em 24 de novembro de 1934 por Luiz Assumpção no bairro paulistano do Sumaré, a Difusora São Paulo foi a primeira rádio do Brasil a ser criada sob o regime de sociedade anônima.[1][2]

Seus primeiros programas foram Cinema em Casa, apresentado por Walter George Durst [3] e o humorístico As aventuras de Nhô Totico, apresentado por ele próprio, interpretando personagens típicos da capital paulista. Seu primeiro boletim noticioso foi Diário Sonoro, patrocinado pelo jornal O Estado de S. Paulo,[4] e posteriormente o jornalismo foi continuado por Carlos Spera. No gênero infantil, destacaram-se os programas As aventuras de Dick Peter e o famoso Clube Papai Noel, de Homero Silva, com a participação de crianças. Mais tarde, algumas delas fizeram carreiras na TV, como Hebe Camargo e Vida Alves.[3][5] A emissora foi a primeira de São Paulo e uma das primeiras do Brasil a transmitir em ondas curtas (ZYR7, ZYR8 E ZYR9).[6] Em 1943, os Diários Associados compraram a emissora, juntamente com a Rádio Guarani de Belo Horizonte.[6][7] A dupla sertaneja Tonico & Tinoco foi revelada no programa Arraial da Curva Torta, apresentado por Capitão Furtado.[6][8]

Desde 1950, o terreno entre as ruas Piracicaba, Catalão, Travessa Xangô e Avenida Alfonso Bovero, localizado no Sumaré, era ocupado pelo Palácio do Rádio, um complexo de estúdios de rádio e TV pertencentes aos Diários Associados. O prédio da Rádio Difusora que ficava no local foi demolido em 1959 para dar lugar às obras do Edifício-Sede das Emissoras Associadas, na Avenida Professor Alfonso Bovero. O edifício foi inaugurado em setembro de 1960.[9]

Com o golpe de 1964, os programas noticiosos tiveram, por força da censura, de ser interrompidos e então tocava-se música nestes horários. A saída para a Rádio Difusora foi então criar uma programação musical com o nome de "Plenimúsica". No final de 1969, antecedendo as rádios FMs musicais, foi introduzida uma programação voltada ao público jovem, inspirada na WABC de Nova York, com o conceito "Jet Music" (musica a jato). O nome era uma referência aos lançamentos que a Difusora trazia em discos vindos de avião dos Estados Unidos.[10]

Nesta época a emissora era dirigida por Cayon Gadia, autor do famoso slogan Gente fina é outra coisa e contava com grandes locutores, entre eles Dárcio Arruda, que apresentava o programa Disco de Ouro. Outro diretor que se destacou na Difusora foi Luiz Fernando Magliocca, que introduziu o quadro A melhor de três, entre outras mudanças.[10]

Ela tinha como suas concorrentes a Rádio Excelsior, que era especializada em trazer sucessos vindos da Europa, e a Rádio América.

A Difusora foi tirada do ar em 3 de setembro de 1981. Ela detinha a concessão do canal 4 VHF da TV Tupi São Paulo, que tinha sido fechada em 18 de julho de 1980. A justiça decidiu que a emissora não tinha como honrar os compromissos deixados pela TV Tupi e decretou sua falência.[11] Foram lacrados os transmissores do AM 960 KHz, da Difusora FM 98,5 MHz, e das emissoras de ondas curtas de 6095 kHz (49m), 11765 kHz (25m) e 15155 kHz (19m),[12][13][14] que transmitiam a programação da Rádio Tupi de São Paulo, esta também tirada do ar em 1984.[15]

Referências

  1. «Está officialmente inaugurada a Radio Diffusora São Paulo». Folha da Manhã. 25 de novembro de 1934 
  2. «Radio Diffusora São Paulo». O Estado de S. Paulo. 25 de novembro de 1934 
  3. a b MELO, José Marques de (2004). São Paulo na Idade Mídia. São Paulo: Arte & Ciência. p. 115. ISBN 8574731498 
  4. «RADIO DIFFUSORA SÃO PAULO PRF-3». O Estado de S. Paulo. 25 de abril de 1935 
  5. «Biografia de Homero Silva». Netsaber 
  6. a b c Pires, Mauro (24 de setembro de 1978). «O rádio do meu tempo». Folha de S. Paulo 
  7. MORAIS, Fernando (1994). Chatô: o rei do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras. p. 415. ISBN 8571643962 
  8. Peripato, Sandra Cristina. «Tonico e Tinoco». Recanto Caipira 
  9. Ankerkrone, Elmo Francfort (6 de abril de 2001). «Os estúdios do Sumaré» 
  10. a b «difusora960.com - Diretores» 
  11. «Juiz decreta lacração da Difusora». Folha de S. Paulo. 4 de setembro de 1981 
  12. «Radiodifusão no Brasil - ondas curtas canceladas e fechadas» 
  13. «Morre cronista esportivo que comandou o auge da Rádio Tupi de SP». Futebol Interior 
  14. «Transmissores lacrados, a Rádio Difusora sai do ar após 45 anos». O Estado de S. Paulo. 4 de setembro de 1981 
  15. «Nova emissora ganha frequência da Tupi». O Estado de S. Paulo. 5 de outubro de 1984