São Martinho dos Tigres
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Comuna angolana | ||
Capela de São Martinho dos Tigres, ao centro, com a inscrição Hic Domvs Dei (Esta é a casa de Deus); ao fundo, à esquerda, a torre de água do sul. | ||
Localização | ||
Localização de São Martinho dos Tigres em Angola | ||
Coordenadas | 16° 36′ 00″ S, 11° 43′ 20″ L | |
Município | Tômbua | |
Província | Namibe | |
País | Angola |
São Martinho dos Tigres, por vezes chamada simplesmente como Vila da Baía dos Tigres, é uma cidade fantasma no sul de Angola, localizada ilha dos Tigres, atualmente separada do continente pelo estreito dos Tigres.[1] Para efeitos legais também é uma comuna do município de Tômbua, na província do Namibe.[2]
Foi fundada, em 1860, como um empreendimento modelo de colonização, com vistas a servir como polo populacional e econômico numa das zonas mais inóspitas dos desertos do Caoco e do Namibe. O governo colonial português destacou muitos algarvios com grande experiência na pesca marítima para fundar o povoado de São Martinho dos Tigres, na até então baía dos Tigres.[3]
O vilarejo detinha certa infraestrutura, tendo tornado-se o maior polo pesqueiro angolano, antes da primeira metade do século XX. Porém, em 1962, fortes ondas cortaram o istmo da península dos Tigres, tornando-a a atual ilha dos Tigres. A partir daí São Martinho dos Tigres enfrentou seguidos reveses, sofrendo problemas de abastecimento de água e suprimentos em geral.[4]
Em 1975/76, dado que a maior parte de sua população tinha descendência europeia e, temendo represálias dos movimentos nacionalistas na guerra civil que estava em curso, a vila foi abandonada, nunca mais sendo povoada por longos períodos. Nas décadas de 1980 e 1990 o governo angolano tentou incentivar ondas de migração para repovoar a vila, mas não obteve êxito.[4]
Mesmo assim, a partir de 1996, o governo angolano passou a nomear de maneira figurativa o administrador comunal de São Martinho dos Tigres, elaborando um ambicioso projeto de recuperação da localidade e do valioso polo pesqueiro.[5] A União Europeia chegou a sinalizar apoio, mas a recuperação da vila ainda não iniciou efetivamente. A atividade econômica que ainda se desenvolve na área é turística, graças às lendas populares que rondam sua condição de cidade fantasma.[6]
A vila dispõe de uma Base Naval de Manobra da Marinha de Guerra Angolana, sendo a única posição habitada da localidade.[7]
Galeria
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Enfermaria da vila.
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Fábrica de farinha de peixe.
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Lavanderia central e armazém comunal de suprimentos alimentícios.
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Fábrica de processamento de óleo de peixe, com os tanques de armazenamento à mostra.
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Sede da Delegacia de Polícia dos Tigres
Referências
- ↑ Bump, Philip (20 de abril de 2017). «The farthest place on Earth from the Trump brand? A ghost town on a desert island.». The Washington Post
- ↑ Comunas. Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado. 2018.
- ↑ Azevedo, José Manuel de. A colonização do Sudoeste Angolano : do deserto do Namibe ao planalto da Huíla - 1849-1900. Salamanca: Universidade de Salamanca, 2014.
- ↑ a b Tômbua. Rede Angola. 22 de setembro de 2016.
- ↑ Baía dos Tigres é uma aldeia fantasma. Jornal de Angola. 10 de janeiro de 2019.
- ↑ A Baía dos Tigres é uma vila fantasma com administrador ausente. Público. 24 de abril de 2018.
- ↑ Organização da MGA. FAA. 2022