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Sabiá-da-praia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaSabiá-da-praia
Espécime avistado em ilha Margarita, Venezuela
Espécime avistado em ilha Margarita, Venezuela
Centro de Natureza Asa Wright, em Trindade
Centro de Natureza Asa Wright, em Trindade
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Mimidae
Género: Mimus
Espécie: Mimus gilvus
Nome binomial
Mimus gilvus
Vieillot, 1807
Distribuição geográfica
Distribuição do sabiá-da-praia
Distribuição do sabiá-da-praia

O sabiá-da-praia[2][3] (nome científico: Mimus gilvus) é uma ave passeriforme residente do sul do México ao norte e leste da América do Sul e nas Pequenas Antilhas e outras ilhas do Caribe.[4][5]

Taxonomia e sistemática

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O sabiá-da-praia já foi considerado coespecífico com seu parente vivo mais próximo, o tordo-imitador (Mimus polyglottos), e forma uma superespécie junto a ele. O criticamente ameaçado sabiá-de-socorro (Mimus graysoni) também é mais próximo a esses dois do que se acreditava anteriormente.[6]

O sabiá-da-praia tem estas dez subespécies:[4]

  • M.g. gracilis (Cabinis, 1851)
  • M.g. leucophaeus (Ridgway, 1888)
  • M.g. antillarum (Hellmayr & Seilern, 1915)
  • M.g. tobagensis (Dalmas, 1900)
  • M.g. rostratus (Cabinis, 1851)
  • M.g. melanopterus (Lawrence, 1849)
  • M.g. gilvus (Vieillot, 1808)
  • M.g. tolimensis (Ridgway, 1904)
  • M.g. antelius (Oberholser, 1919)
  • M.g. magnirostris (Cory, 1887)

Foi sugerido que M.g. antelius e M. g. magnirostris sejam espécies separadas, mas as evidências morfológicas e vocais às possíveis divisões são fracas.[7][8]

Os sabiás-da-praia adultos tem de 23 a 25,5 centímetros (9.1 a 10 polegadas) de comprimento. Os pesos médios de várias subespécies variam muito. Os adultos da subespécie nominal são cinzas na cabeça e nas partes superiores e têm uma lista supraciliar esbranquiçada e uma faixa escura no olho. As partes inferiores são esbranquiçadas, com asas enegrecidas com duas barras brancas e bordas brancas nas penas de voo. Têm uma longa cauda escura com pontas de penas brancas, um bico preto fino com uma ligeira curva para baixo e pernas longas e escuras. Os juvenis são mais marrons no peito e os flancos têm listras escuras. As subespécies variam em tamanho geral e comprimento das asas e cauda, a intensidade das cores das penas, na extensão das marcações e na cor dos olhos. M.g. magnirostris é o maior e tem o bico significativamente mais pesado que os demais; M.g. tolimensis também é maior que o nominal.[8]

Distribuição e habitat

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As subespécies do sabiá-da-praia são distribuídas assim:[4][8]

A população de M.g. tolimensis em El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá é descendente de aves de gaiola fugitivas importadas da Colômbia. O sabiá-da-praia é comum na maioria dos habitats abertos, inclusive perto de habitações humanas. Exemplos incluem cerrados, savanas, parques e terras agrícolas. Eles evitam mata fechada e manguezais. É uma ave das terras baixas a altitudes médias; chega a cerca de 2500 metros na América Central e no norte dos Andes. Foi encontrado tão alto quanto 2600 metros na Colômbia e 3 100 metros no norte do Equador.[8]

Comportamento

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O sabiá-da-praia forrageia no chão ou na vegetação baixa; também captura insetos voadores, como cupins em enxame enquanto voa. É onívoro; sua dieta inclui uma variedade de artrópodes (como aranhas, gafanhotos e besouros), sementes, pequenos frutos, frutos cultivados maiores (como mangas), lagartos,[9] ovos de pássaros[8] e alimentos humanos.[9]

O sabiá-da-praia geralmente nidifica desde o final da estação chuvosa através de todo o período de transição até o novo início da próxima estação chuvosa. Durante esse longo período, muitas vezes produzirá três ninhadas. É monogâmico, mas a reprodução cooperativa foi registrada com os jovens da ninhada anterior atuando como ajudantes. Defende agressivamente seu território contra pássaros de sua própria espécie e de outras espécies, além de animais predadores. Ambos os sexos constroem o ninho usando galhos grossos forrados com material mais macio e o colocam embaixo de um arbusto ou árvore. O tamanho da ninhada varia de dois a quatro ovos, mas geralmente são três. A fêmea faz a maior parte da incubação durante o período de 13 a 15 dias. Os filhotes são alimentados por ambos os pais (e ajudantes) no ninho por até 19 dias e então até depois de começarem a emplumar.[8]

Vocalização

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O canto do sabiá-da-praia é "uma sequência variada e longa de notas suaves a ásperas e trinados com repetição considerável de frases". Muitas vezes canta durante a noite. Aparentemente raramente imita outras espécies. Suas chamadas incluem um "ressonante pree-ew" e uma "dura chick".[8]

A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) avaliou em sua Lista Vermelha o sabiá-da-praia como sendo de menor preocupação.[1] É "comum e conspícuo em quase todo [seu] alcance". Seu alcance se expandiu em algumas áreas, como para o norte nas Pequenas Antilhas, mas se contraiu no sudeste do Brasil devido à perda de habitat e captura ilegal.[8] No Brasil, em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[10] e em 2018 como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[11][12] e em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[13]

Referências

  1. a b BirdLife International (2020). «Mimus gilvus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2020. Consultado em 28 de abril de 2022 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 275. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. «Sabiá-da-praia». Tibau do Sul. Consultado em 13 de maio de 2022. Cópia arquivada em 11 de abril de 2022 
  4. a b c Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P. (julho de 2021). «IOC World Bird List (v 11.2)». Consultado em 14 de julho de 2021 
  5. Remsen, J. V., Jr.; Areta, J. I.; Bonaccorso, E.; Claramunt, S.; Jaramillo, A.; Lane, D. F.; Pacheco, J. F.; Robbins, M. B.; Stiles, F. G.; Zimmer, K. J. «Species Lists of Birds for South American Countries and Territories». American Ornithological Society 
  6. Barber, Brian R.; Martínez-Gómez, Juan E.; Peterson, A. Townsend (2004). «Systematic position of the Socorro mockingbird Mimodes graysoni». J. Avian Biol. 35 (3): 195–198. doi:10.1111/j.0908-8857.2004.03233.x. Consultado em 22 de julho de 2021 
  7. Remsen, J. V., Jr.; Areta, J. I.; Bonaccorso, E.; Claramunt, S.; Jaramillo, A.; Lane, D. F.; Pacheco, J. F.; Robbins, M. B.; Stiles, F. G.; Zimmer, K. J. «A classification of the bird species of South America». American Ornithological Society 
  8. a b c d e f g h Cody, M. L.; Kirwan, G. M.; Boesman, P. F. D. (2020). «Black-bellied Thorntail (Discosura langsdorffi), version 1.0». In: del Hoyo, J.; Elliot, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A. Christie; de Juana, E. Birds of the World. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia. doi:10.2173/bow.tromoc.01. Consultado em 28 de abril de 2022 
  9. a b «Mimus gilvus (Tropical Mockingbird)» (PDF). Sta.uwi.edu. Consultado em 29 de março de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 9 de dezembro de 2021 
  10. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  11. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  12. «Mimus gilvus Gmelin». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 26 de abril de 2022. Cópia arquivada em 28 de abril de 2022 
  13. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022