Stauromedusae
Stauromedusae | |||||||||
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Classificação científica | |||||||||
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Famílias | |||||||||
Depastridae |
Stauromedusae são medusas sésseis. Elas são uma ordem de Cnidários do subfilo Medusozoa, atualmente considerada monotípica dentro da classe Staurozoa. São organismos bentônicos e que, ao contrário da maioria dos outros Medusozoa, são desprovidas de alternância de gerações, sendo consideradas medusas que vivem acopladas a um substrato. Elas se alimentam de pequenos organismos bentônicos e planctônicos. A Ordem tem cerca de 50 espécies distribuídas em águas rasas, geralmente frias, ao redor do mundo.[1][2]
Estrutura Geral
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O plano estrutural em Stauromedusae obedece à simetria birradial, cujos eixos estão distribuídos radialmente ao longo da abertura da boca.[2] O corpo é dividido em um cálice, com tentáculos orientados para cima e um pedúnculo acoplado ao substrato.
No centro do umbrela está o manúbrio, onde localiza-se a abertura da boca, rodeada por 4 lóbulos, subdivididos em 8 braços com tentáculos capitulados aglomerados em suas pontas. Há oito ropalioides entre os braços que são utilizados no deslocamento. Essas estruturas funcionam como âncoras, fixando-se temporariamente ao substrato e permitindo que esses animais se arrastem, aos poucos, até regiões próximas.
A abertura oral leva a uma vasta camada gastrovascular, dividida por septos incompletos que carregam filamentos gástricos armados com cnidócitos. Em alguns representantes, a cavidade gastrovascular está subdividida em quatro bolsas por um tecido denominado claustrum.[3] Na borda dos septos há a presença de músculos longitudinais, que podem ou não se estender até o pedicelo. Ao longo dos septos, há também a presença de uma grande quantidade de gônadas.
Ciclo de Vida
[editar | editar código-fonte]O desenvolvimento dos Stauromedusae é pouco conhecido, sendo documentado para apenas algumas espécies. De maneira geral, o ciclo de vida dos estaurozoários é dioico e a reprodução consiste na liberação de gametas na água, onde a fecundação ocorre. Após a fecundação, o zigoto assenta no substrato onde se transformará em uma plânula sem cílios, reptante, com um número constante de células,[4] esse tipo de plânula é considerado uma das sinapomorfias da classe.[1] Em seguida a plânula entra na fase de “micro-hídrula”, que pode tanto continuar o processo de desenvolvimento em pólipo, ou se reproduzir assexuadamente, através da criação de frústulas que podem se desenvolver em outros pólipo.[4] Com o pólipo formado, ocorre o desenvolvimento e maturação das gônadas junto ao crescimento e a transformação da região apical em medusa que, como característico do grupo, continuará presa ao substrato pelo pedúnculo que conserva algumas características de pólipo.
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Os Stauromedusae são considerados um grupo cosmopolita. Entretanto, aproximadamente 80% das espécies ocorrem no hemisfério norte, sendo apenas 10 registradas no hemisfério sul. De maneira geral, os organismos desse grupo tendem a habitar águas rasas e frias, sendo geralmente encontrados em regiões de alta latitude como as polares e temperadas, o que pode ser interpretado como uma distribuição majoritariamente anti-tropical. Essa diferença na distribuição da diversidade de estaurozoários pode, entretanto, ser fruto de vieses devido à quantidade e frequência das coletas, já que em países de regiões temperadas a pesquisa desse grupo é mais abundante que no restante do mundo.[3]
Sistemática e Taxonomia
[editar | editar código-fonte]Os Stauromedusae eram considerados uma ordem dentro da classe dos Scyphozoa até meados de 2004, quando pesquisadores propuseram a criação de uma nova classe de Medusozoa, chamada Staurozoa, a qual inicialmente compreendia as ordens extante Stauromedusae e extinta Conulatae.[5] Dois anos depois, o mesmo grupo de pesquisadores em colaboração com paleontólogos realizou uma análise filogenética mais precisa do grupo, o que culminou com a retirada de Conulatae da classe Staurozoa, deixando apenas Stauromedusae dentro desta.[6]
Análises recentes utilizando dados morfológicos e moleculares refutaram grupos antigos que eram baseados apenas em características morfológicas, e hoje são propostas duas novas subordens: Amyostaurida e Myostaurida. Essas subordens podem ser diferenciadas morfologicamente, por exemplo, pela ausência (em Amyostaurida) ou presença (em Myostaurida) de musculatura longitudinal interradial no pedúnculo.[7]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b DALY, MARYMEGAN; BRUGLER, MERCER R.; CARTWRIGHT, PAULYN; COLLINS, ALLEN G.; DAWSON, MICHAEL N.; FAUTIN, DAPHNE G.; FRANCE, SCOTT C.; MCFADDEN, CATHERINE S.; OPRESKO, DENNIS M. (21 de dezembro de 2007). «The phylum Cnidaria: A review of phylogenetic patterns and diversity 300 years after Linnaeus*». Zootaxa (1): 127–182. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.1668.1.11. Consultado em 11 de setembro de 2021
- ↑ a b E., Ruppert, Edward (2009). Invertebrate Zoology : a Functional Evolutionary Approach. [S.l.]: Cengage Learning. OCLC 607366048
- ↑ a b Miranda, Lucília S.; Mills, Claudia E.; Hirano, Yayoi M.; Collins, Allen G.; Marques, Antonio C. (1 de dezembro de 2018). «A review of the global diversity and natural history of stalked jellyfishes (Cnidaria, Staurozoa)». Marine Biodiversity (em inglês) (4): 1695–1714. ISSN 1867-1624. doi:10.1007/s12526-017-0721-4. Consultado em 12 de setembro de 2021
- ↑ a b Miranda, Lucília S.; Collins, Allen G.; Marques, Antonio C. (14 de abril de 2010). «Molecules Clarify a Cnidarian Life Cycle – The "Hydrozoan" Microhydrula limopsicola Is an Early Life Stage of the Staurozoan Haliclystus antarcticus». PLOS ONE (em inglês) (4): e10182. ISSN 1932-6203. PMC 2854716. PMID 20418959. doi:10.1371/journal.pone.0010182. Consultado em 12 de setembro de 2021
- ↑ Marques, Antonio C.; Collins, Allen G. (11 de maio de 2005). «Cladistic analysis of Medusozoa and cnidarian evolution». Invertebrate Biology (em inglês) (1): 23–42. doi:10.1111/j.1744-7410.2004.tb00139.x. Consultado em 12 de setembro de 2021
- ↑ Van Iten, Heyo; de Moraes Leme, Juliana; Simões, Marcello Guimarães; Marques, Antonio Carlos; Collins, Allen G. (janeiro de 2006). «Reassessment of the phylogenetic position of conulariids (?Ediacaran‐Triassic) within the subphylum medusozoa (phylum cnidaria)». Journal of Systematic Palaeontology (em inglês) (2): 109–118. ISSN 1477-2019. doi:10.1017/S1477201905001793. Consultado em 12 de setembro de 2021
- ↑ Miranda, Lucília S.; Hirano, Yayoi M.; Mills, Claudia E.; Falconer, Audrey; Fenwick, David; Marques, Antonio C.; Collins, Allen G. (5 de maio de 2016). «Systematics of stalked jellyfishes (Cnidaria: Staurozoa)». PeerJ (em inglês): e1951. ISSN 2167-8359. PMC 4860332. PMID 27168970. doi:10.7717/peerj.1951. Consultado em 12 de setembro de 2021